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sexta-feira, 30 de março de 2012

Cirurgia Plástica

Estava lendo as notícias do Zenit, especialmente por causa da visita do Santo Padre à Cuba e me deparei com esta breve meditação feita por um líder da Renovação Carismática Italiana, se não me engano, que muito me tocou o coração. Partilho-a chamando atenção para os parágrafos grifados porque ela gerou em mim um grande sopro de esperança.

É como se tivesse ficado ainda mais claro para mim que é o Espírito Santo a partir da minha abertura a ele que atualiza e faz concreta a Páscoa de Jesus em mim, na vida. E o Espírito quem me leva aos infernos do desamor guardados em mim para neles encontrar a presença de Jesus - Ele não desceu aos infernos e ao Inferno? - e com Ele e nele subir ressuscitada e curada. É o Espírito quem faz esse movimento de ir e vir, de ver e tocar a dor e a morte e ver e tocar o amor e a salvação de Jesus que nos dá cicatrizes transfiguradas, livres, como as dele. É o Espírito Santo quem comunica amor e faz a gente ter e querer sempre mais a vida plena e a felicidade, sem nos acomodarmos com o amor medíocre. É o Espírito Santo quem não nos deixa mentir para nós mesmos e causa essa insatisfação que não passa até nos voltarmos para Jesus e, na verdade da nossa verdade de vida dizermos como o ladrão mais uma vez: salva-me, Jesus, não aguento mais, preciso da tua ajuda.

Este grito, porém, não é um grito de desespero, é o grito do encontro. É o grito do corpo, da alma, da voz, da angústia de quem se ve sem saída mesmo e descobre que ao seu lado passando a mesma dor, a mesmíssima dor está Deus, sendo que Ele a assumiu sem precisar, ou seja, não como consequencia de seus atos mas porque queria visitar a minha solidão e vazio. A minha e de cada pessoa. Ele se fez abismo para que no meu desesperado abismo eu O encontrasse, igual a mim, com um coração humano como o meu mas divino, capaz de me arrancar da morte que é o desespero.

Penso e sinto a quaresma sempre com muito desconforto porque meu orgulho fica muito chateado :-( de perceber o quanto eu ainda preciso deste Outro que é Jesus para me salvar e me devolver um pouco mais minha verdadeira face e beleza. É assim a vida e a salvação: uma contínua cirurgia plástica às avessas pois vai sendo tirado o que é artificial e vai sendo gerado por obra do Espírito Santo, o cirurgião, o rosto novo - e a identidade verdadeira - que Jesus nos deu o direito de ter. Tudo o que é falso e artificial, mentira, culpa e medo vai sendo arrancado ano a ano, páscoa a páscoa.

Bendito desconforto quaresmal! Bendito tempo de plástica por obra do Espírito! Tomara que nossos rostos brilhem  beleza e leveza nessa Páscoa. Tomara que as rugas se suavizem por termos encontrado o amor, o abraço, a paz na pessoa viva de Jesus, Aquele que nos espera sempre seja onde for que estivermos, até no abismo mais sem saída, até na cruz. Daí precisarmos tanto da Sua Cruz.


Espiritualidade

A história tem sentido na páscoa

Líder da Renovação Carismática explica como a ressurreição vence a rejeição do amor

Por Salvatore Martinez - ROMA, quinta-feira, 29 de março de 2012 (ZENIT.org) -

Se a Páscoa marca a libertação do homem de toda escravidão do pecado e da morte, o pentecostes representa o recebimento de toda a energia espiritual capaz de combater o mal que ameaça o coração do homem e do mundo.

Ou se reina com Cristo na terra, com a vitória de Cristo e com o poder do seu Espírito, "não deixando que o mal vença, mas vencendo o mal com o bem" (cf. Rom, 12, 21), ou o reino de Satanás avançará sempre mais dolorosamente. A páscoa, com a ressurreição de Jesus, abre as portas do céu, do reino de justiça e de paz, da casa de Deus onde não haverá morte nem pranto, nem clamor, nem dor (cf. Ap 21, 3-4).

Desde que o homem deixou de acreditar no céu, transformou sua vida em algo que se assemelha a um inferno. O inferno na terra é, acima de tudo, a ausência da páscoa de Jesus, uma ausência que é rejeição do amor. Já é o inferno viver sem saber dar nem receber amor. Dizer-se cristão é fácil; ser cristão no generoso serviço à verdade e à atualidade dos mandamentos do amor de Deus é o grande desafio.

A páscoa significa, hoje, dar um rosto ressuscitado, um rosto de amor aos mandamentos de Deus, que não são uma sequência de imperativos negativos, mas um pedido de compromisso, um chamado a construir uma civilização do amor.

Assim, "não matar" significa proteger a vida, e desde o ventre materno. “Honra teu pai e tua mãe” é um apelo a defender a família natural. “Não levantarás falso testemunho” é a celebração da verdade e a defesa da dignidade humana.

Quem vai ensinar às futuras gerações a arte de viver, se somos os primeiros a parar de construir com esperança? Estamos aceitando passivamente que o reino do subjetivismo exasperado continue a produzir e a justificar a proliferação da crueldade e da violência.

Sim, porque o egoísmo é uma escola de crueldade. Particularmente notável, então, é esta nossa humanidade que vira as costas para o amor e que chora por abrir à sua frente um cenário de tristeza e de desolação.

A Paz: uma pessoa que se dá

É cada vez mais urgente achar as razões determinantes da reconciliação e do perdão, para inspirar a paz entre os homens, para criar uma cultura de paz que supere o ódio escondido no coração do homem. Jesus é o "Príncipe da Paz" (cf. Is 9, 6).

Deixemo-nos desarmar pelo seu amor, porque é inútil falar de paz se os nossos corações aninham ódio, orgulho, indiferença.

Jesus nos diz: "Ouvi-me todos e entendei: não há nada fora do homem que, entrando nele, possa contaminá-lo. É o que sai do homem que o contamina. De dentro do coração do homem é que vêm as más intenções, roubos, assassinatos, maldade, engano, soberba, estultícia... "(Mc 7, 14-15.21-23).

Como cristãos, temos sempre diante dos nossos olhos os apelos de Cristo no Sermão da Montanha: "Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Pois se amardes os que vos amam, que recompensa tereis? E se saudardes somente os vossos irmãos, o que fazeis que os outros não façam? Acaso não fazem o mesmo os pagãos? Sede, pois, perfeitos, como o vosso Pai celestial é perfeito"(Mt 5, 43-48).

A paz não é algo que se quer ou se tem, mas é Alguém, é Jesus, que nos quer, nos tem e se mantém fiel a nós.

"Eu vos dou a minha paz, não como o mundo a dá" (Jo 14, 27). O mundo procura soluções pacíficas e crê ​​que homens iluminados podem garanti-la, mas nada de bom será conseguido sem Jesus, que, através da cruz e não de bandeiras multicoloridas, "destruiu em si mesmo a hostilidade" (Ef 2, 16-17).

Que Jesus ressuscite vencedor da morte e libertador de todos os males: o tempo atual não pode prescindir do poder do seu nome. Invoquemo-lo, esperemo-lo, vivo e eficaz, para celebrá-lo como único Senhor e Salvador do mundo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Dia do Perdão

Gente do Céu, uma perguntinha básica: como é que a gente pode ter medo de Deus? Pois é... mas a gente tem porque projeta sobre Ele os medos e as experiências humanas negativas que tivemos com nossos pais e... confiamos mas com cerimônia, confiamos mas com desconfiança, com o pé atrás. Talvez a única pessoa que eu conheço que não tenha vivido esse medo como a maioria de nós tenha sido santa Teresinha que teve um pai especialíssimo em quem ela confiava irrestritamente mas que também a feriu naquele famosa cena na noite de Natal, descrita na 'história de uma alma', em que ele perde a paciência com a hipersensibilidade da pequena Teresa. Só existe um Pai em quem o amor não tem qualquer sombra de oscilação e que tem entranhas de ternura por mim: o Pai do Céu, o Pai de Jesus que a gente passa a conhecer a medida que conhece Jesus, pois um revela e aponta para o outro.

Passei por uma grande libertação este final de semana enquanto estava de retiro com a Pastoral Hebraica e ouvi três pregações magníficas sobre Lucas 15, que fala do Pai e dos seus dois filhos. A partir dos verbos apresentados no texto e dessa vez analisados na versão hebraica e vez por outra no grego, pudemos mergulhar no que havia no coração de cada um destes personagens que tem a ver comigo e com cada um. Se a gente se deixa alcançar pela graça de Deus, pela luz que vem da Palavra de Deus, especialmente das parábolas de Jesus, muita coisa pode ser mudada e curada em nosso interior. Em mim foi curada a ferida do medo do Pai, o medo do que vem a seguir, o medo de que Ele queira o que é contrário ao que eu quero... À medida que ouvia sobre as entranhas de amor do ventre do Pai que corre ao encontro de qualquer filho seu ao primeiro movimento de arrependimento este amor me inundava o coração e a inteligência e todo o meu ser, eu me arrependia do absurdo, do non-sense de ter medo de Deus Pai. Como temer quem é todo amor derramado sobre mim? Chorei que me acabei e assim como aconteceu com o filho caçula antes mesmo de acabar o meu arrependimento e confissão de minha dor diante do Senhor,  já havia gratidão em minhas lágrimas. Era como se o Pai nem quisesse esperar eu acabar de falar, ou me explicar, Ele já me inundava de tal amor e alegria e beleza que é difícil explicar. Fui selar toda a experiência no sacramento da confissão para poder receber o perdão em Nome de toda a Igreja, a Esposa do Cordeiro para que ela também fosse curada da ferida causada por mim e pudesse receber dela o perdão pelo meu pecado de toda uma vida. E que coisa mais bonita: era Yom Kippur a maior e mais significativa festa do judeus, a festa do perdão.

E para quem tem medos e dúvidas a respeito dessa amor, não desista de achar, não desista de desejar, não desista de fazer o caminho da volta que leva à casa do Pai e a este abraço que é o melhor do mundo! :-)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

De Mãos Dadas

Quem já não fez a experiência de segurar a mão firme de alguém e se sentir seguro e protegido? As mãos são várias, vida afora, do pai, da mãe, de um amigo, de um padre, um irmão, uma irmã, do marido, de um grande amor, de uma tia, e as experiências também múltiplas, mas o efeito inconfundível mesmo que silencioso e discreto, dura para sempre. Há também, claro, a mão de Deus, que se faz presente pela mão das pessoas, mas que se apresenta firme e amorosa e real, mesmo que não física, pela graça da oração por ação do Espírito Santo, principalmente quando se reza com a Palavra de Deus. A mão de Deus que nos toma...

Partilho uma experiência que tive nesta semana que passou e o faço com o intuito de apresentar um 'manjar delicioso' no desejo que pode adoçar a alma e o coração de alguém, dando-lhe esperança. Falo do Evangelho de S.Marcos, capítulo 8, quando Jesus cura aos poucos a cegueira de um homem levado à sua presença pelos amigos. É uma cena preciosa e cheia de detalhes também preciosos.

Quando a gente reza frequentemente com a Lectio Divina aprende a fazer um verdadeiro exercício de garimpagem. E colhe ouro, diamante, predas de inestimável valor. É como se aprendêssemos a ver o que com os olhos meramente físicos e da razão não pudesse ser percebido nem visto, muito menos tocado, se não for por pura graça da ação do Espírito Santo na alma humana. É o encontro com uma voz que fala, a Voz, o Amor vivo que alcança o coração e que se esconde na Palavra que é Jesus mesmo... A graça maior da Lectio é esta aproximação orante da Bíblia, que une cada um com todos aqueles que rezam como Corpo de Cristo, como Igreja, unindo-os ao próprio Senhor que fala e transforma as vidas! 

É triste saber que é possível ler a Bíblia e até estuda-la - fazer teologia - sem que se conheça e ame de quem dela se fala no Antigo e no Novo Testamento, sem amar o Messias, Jesus Cristo Nosso Senhor. E o Santo Padre Bento XVI tem alertado sobre isso e sofrido como grande teólogo que é, por aqueles que 'criam uma teologia' distante da Tradição e das diretrizes da Igreja que existem somente para não sermos enganados nem por nós mesmos nem pelo inimigo de nossas almas, o eterno insuflador da independência e da soberba que cegam e matam.

Voltando ao cego... Rezei estes dias com um detalhe do evangelho de Marcos que muito me falou ao coração. É o versículo 23, a primeira parte, que relata que Jesus tomou o cego pela mão, levando-o separadamente para longe do tumulto para estar com ele a sós e o curar em etapas. Este gesto, ser levado pela mão me tocou imensamente. Talvez naquela cena bíblica esta etapa tenha durado poucos minutos mas na vida de quem sofre de outras cegueiras talvez dure mais tempo. Fiquei pensando nas situações concretas da minha vida interior e exterior, como por exemplo na longa espera para que o julgamento do acidente de moto se resolva e eu possa ter meu passaporte devolvido, ou nas fraquezas de temperamento ou nas concupiscências ainda tão vivas em mim à espera de mais graça de conversão e mudança de vida, ou mesmo na vida das pessoas por quem intercedo e que parecem estar na mesma, enfim, em todas estas situações e em muitas outras, continuo cega, não vejo, nem sem bem para onde estou andando, porém, sei para quem eu dei minha mão! Este foi o grande rhema iluminador! Sei quem segura a minha mão e a minha vida, sei quem me guia, sem quem me curará a cegueira, mesmo que paulatinamente, sei quem me fará as perguntas certas na hora certa para que eu perceba o processo da cura e seja ainda mais confiante.

Sei que na vida muitas pessoas têm sido instrumento para que eu conhecesse e encontrasse com Jesus olho no olho, coração a coração, vida com Vida e esta experiência continuará sempre acontecendo e se tornará também recíproca já que eu também me tornei instrumento e testemunha deste amor - não é exatamente isso que estou fazendo neste blog neste exato momento? - mas é com Ele pessoalmente que meu relacionamento é chamado a crescer e a se aprofundar. Em Jesus eu fui criada e para Ele voltarei um dia, na eternidade e é para Ele que toda vida pe direcionada. Minha mão tem que encontrar a Dele.

Neste texto do Evangelho tive mais uma vez a certeza de que mesmo na cegueira circunstancial e temporária, ninguém caminha sozinho, eu não estou sozinha. Jesus nos dá a mão e é Ele quem nos leva e guia para a Luz, para a cura, para a liberdade e a santidade, para a libertação e a paz. Quanto durará este percurso? Por quanto tempo ainda permanecerei cega sem ver a luz? Não sei, só sei que quem me leva é Deus, suas promessas são provadas pelo fogo de milhares e milhares de gerações, sua Palavra é viva e Ele está comigo, Ele está no meio de nós como respondemos em Português quando celebramos a Eucaristia. Caminho de mãos dadas com Jesus e por isso confio, e por isso louvo e espero porque é Ele quem me quer curar, quem me quer amar e comunicar a sua infinita felicidade e beleza. 

Como resistir e ficar calado? Não dá! Temos mesmo é que sair aos quatro ventos como fez aquele ex-cego, e seguir dando as mãos às pessoas, ajudando-as a dar a mão a Jesus e a tocar seu coração.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Por que será? Why did it happen?

Ouvi um comentário de brincadeira que eu estava ficando muito metida querendo escrever em inglês... É só o desejo de poder partilhar com mais pessoas a Palavra de Deus e o que ela tem feito em minha vida e ao redor de mim neste tempo missionário. Não preciso me justificar, porém. Escrevo do jeito que der e agradeço a Deus pelo google translator, ferramenta mais que bem vinda para quem vive nos dois universos, o presencial e o virtual.

Bem no fim de semana que se celebra o nono aniversário da tragédia do ataque às Torres Gêmeas em Nova York, a liturgia eucarística nos apresentou o texto mais que conhecido de Lucas 15, com direito ao capítulo inteiro, falando da ovelha perdida buscada e encontrada antes de falar dos filhos do Pai misericordioso. Fui nocauteada por uma simples frase que ouvi na homilia de sábado à noite que ainda se revolve em mim: 'o paradoxo deste texto é ver que os dois filhos não conheciam o pai mesmo ele sendo todo bondade e mesmo eles morando juntos!'. E eu não paro de pensar nisso porque tem um mistério da ação do Senhor, ação pessoal para se revelar a cada um, para buscar cada um mas, porque Deus age assim?

Não tenho resposta. Penso que Jesus queria mostrar e apontar para o  grande dom da liberdade comunicado ao coração de cada homem e de como se dispõe o coração do Pai no relacionamento com seus filhos. E neste mundo tão vasto, tecido por realidades humanas tão múltiplas, há filhos para todos os gostos. Há inclusive milhões que nem sabem que tem Pai, daí a evangelização para não viverem como ovelhas sem Pastor ou chamando de pastor quem é impostor e pior, tantas vezes, lobo... e 11 de setembro vira então, ícone do que não se quer mais neste mundo. Nem 'jihad', nem extremistas 'verdes', ou ideologias estapafúrdias que defendem o aborto como 'questão de saúde pública'... 

Ah! O Pai! Sua atitude é sempre de respeito, atração, espera, revelação da verdade, perdão sem medidas, abundância e festa. Irredutível esperança. Se eu descobrisse e vivesse integralmente a grande promessa do 'tudo o que é meu é teu...' todos os medos seriam desmascarados e as culpas vencidas, restaria somente o longo e eterno abraço de amor.

Rezemos, rezemos, pelos que ainda não conhecem o Pai e nem querem conhecer, acomodados na indiferença. Testemunhos intensamente este amor misericordioso que já nos alcançou, se não totalmente, ao menos em algumas áreas. Não precisa estar pronto para se evangelizar. Basta somente apontar a direção e caminhar junto, fraternalmente, sabendo que se está no caminho que é bom lembrar, é Jesus mesmo. Isso é evangelizar com a palavra e com a vida. Juntos, aos poucos, sempre.

A verdade é que o Pai nos busca e nos espera mas para entendermos isso e nos livrarmos da mentira de que Deus está longe e é indiferente é necessário pedir a graça de cair em si e e de se lembrar com saudade do Pai e da casa do Pai e começar então o caminho do retorno.

Tem se falado muito da construção da mesquita no 'ground zero' em Manhattan em Nova York e das polêmicas que o assunto suscita por causa do pavor que o extrememismo do Islã causa. Nossa evangelização pessoal e comunitária, seja de qual segmento e movimento cristão que façamos parte, fecunda o mundo com a Palavra eterna de Deus e o torna melhor, menos violento e auto-destrutivo porque leva paz aos corações. A evangelização é o 'ground zero', a base verdadeira e inabalável de toda mudança porque nos leva a 'cair em si e a capitular' diante de Deus. É a hora da virada, do 'turning point' causado pelo Espírito Santo, que nos apresenta Jesus e este nos faz conhecer o Pai. Alguns estão a quilômetros de distância da Igreja, dos sacramentos, da palavra, da Eucaristia, da confissão, e outros estão bem perto, fisicamente falando de todos os meios, mas o coração está frio e morto, cego pela vida dupla que leva.

Este evangelho me fez pensar o quanto ainda tenho que andar e desejar cair em mim mesma para deixar de ser empregada e assumir a condição de filha amada. Esteja eu mergulhada na escravidão do pecado ou adornada de farisaismo e soberba, (e com facilidade assumo um e outro papel), Jesus veio me lembrar neste domingo que o lugar da humanidade, o meu lugar é o das bodas, da abundância, da intimidade da casa, do vinho novo, da vida plena, da pertença... Ó Senhor, quanto amor tu tens para dar... tem piedade e dá a muitos, dá-nos sem medida, a graça da virada, da guinada, do turning point, da saudade do Pai, a graça de ver e desejar a Verdade, de sair da lama da morte dos pecados desumanizadores ou da tênue linha que nos prende à indiferença religiosa e à idolatria do próprio ego. Obrigada por nos esperares sempre com o teu amor e a tua presença segura, bondosa, eterna.