sexta-feira, 30 de março de 2012

Cirurgia Plástica

Estava lendo as notícias do Zenit, especialmente por causa da visita do Santo Padre à Cuba e me deparei com esta breve meditação feita por um líder da Renovação Carismática Italiana, se não me engano, que muito me tocou o coração. Partilho-a chamando atenção para os parágrafos grifados porque ela gerou em mim um grande sopro de esperança.

É como se tivesse ficado ainda mais claro para mim que é o Espírito Santo a partir da minha abertura a ele que atualiza e faz concreta a Páscoa de Jesus em mim, na vida. E o Espírito quem me leva aos infernos do desamor guardados em mim para neles encontrar a presença de Jesus - Ele não desceu aos infernos e ao Inferno? - e com Ele e nele subir ressuscitada e curada. É o Espírito quem faz esse movimento de ir e vir, de ver e tocar a dor e a morte e ver e tocar o amor e a salvação de Jesus que nos dá cicatrizes transfiguradas, livres, como as dele. É o Espírito Santo quem comunica amor e faz a gente ter e querer sempre mais a vida plena e a felicidade, sem nos acomodarmos com o amor medíocre. É o Espírito Santo quem não nos deixa mentir para nós mesmos e causa essa insatisfação que não passa até nos voltarmos para Jesus e, na verdade da nossa verdade de vida dizermos como o ladrão mais uma vez: salva-me, Jesus, não aguento mais, preciso da tua ajuda.

Este grito, porém, não é um grito de desespero, é o grito do encontro. É o grito do corpo, da alma, da voz, da angústia de quem se ve sem saída mesmo e descobre que ao seu lado passando a mesma dor, a mesmíssima dor está Deus, sendo que Ele a assumiu sem precisar, ou seja, não como consequencia de seus atos mas porque queria visitar a minha solidão e vazio. A minha e de cada pessoa. Ele se fez abismo para que no meu desesperado abismo eu O encontrasse, igual a mim, com um coração humano como o meu mas divino, capaz de me arrancar da morte que é o desespero.

Penso e sinto a quaresma sempre com muito desconforto porque meu orgulho fica muito chateado :-( de perceber o quanto eu ainda preciso deste Outro que é Jesus para me salvar e me devolver um pouco mais minha verdadeira face e beleza. É assim a vida e a salvação: uma contínua cirurgia plástica às avessas pois vai sendo tirado o que é artificial e vai sendo gerado por obra do Espírito Santo, o cirurgião, o rosto novo - e a identidade verdadeira - que Jesus nos deu o direito de ter. Tudo o que é falso e artificial, mentira, culpa e medo vai sendo arrancado ano a ano, páscoa a páscoa.

Bendito desconforto quaresmal! Bendito tempo de plástica por obra do Espírito! Tomara que nossos rostos brilhem  beleza e leveza nessa Páscoa. Tomara que as rugas se suavizem por termos encontrado o amor, o abraço, a paz na pessoa viva de Jesus, Aquele que nos espera sempre seja onde for que estivermos, até no abismo mais sem saída, até na cruz. Daí precisarmos tanto da Sua Cruz.


Espiritualidade

A história tem sentido na páscoa

Líder da Renovação Carismática explica como a ressurreição vence a rejeição do amor

Por Salvatore Martinez - ROMA, quinta-feira, 29 de março de 2012 (ZENIT.org) -

Se a Páscoa marca a libertação do homem de toda escravidão do pecado e da morte, o pentecostes representa o recebimento de toda a energia espiritual capaz de combater o mal que ameaça o coração do homem e do mundo.

Ou se reina com Cristo na terra, com a vitória de Cristo e com o poder do seu Espírito, "não deixando que o mal vença, mas vencendo o mal com o bem" (cf. Rom, 12, 21), ou o reino de Satanás avançará sempre mais dolorosamente. A páscoa, com a ressurreição de Jesus, abre as portas do céu, do reino de justiça e de paz, da casa de Deus onde não haverá morte nem pranto, nem clamor, nem dor (cf. Ap 21, 3-4).

Desde que o homem deixou de acreditar no céu, transformou sua vida em algo que se assemelha a um inferno. O inferno na terra é, acima de tudo, a ausência da páscoa de Jesus, uma ausência que é rejeição do amor. Já é o inferno viver sem saber dar nem receber amor. Dizer-se cristão é fácil; ser cristão no generoso serviço à verdade e à atualidade dos mandamentos do amor de Deus é o grande desafio.

A páscoa significa, hoje, dar um rosto ressuscitado, um rosto de amor aos mandamentos de Deus, que não são uma sequência de imperativos negativos, mas um pedido de compromisso, um chamado a construir uma civilização do amor.

Assim, "não matar" significa proteger a vida, e desde o ventre materno. “Honra teu pai e tua mãe” é um apelo a defender a família natural. “Não levantarás falso testemunho” é a celebração da verdade e a defesa da dignidade humana.

Quem vai ensinar às futuras gerações a arte de viver, se somos os primeiros a parar de construir com esperança? Estamos aceitando passivamente que o reino do subjetivismo exasperado continue a produzir e a justificar a proliferação da crueldade e da violência.

Sim, porque o egoísmo é uma escola de crueldade. Particularmente notável, então, é esta nossa humanidade que vira as costas para o amor e que chora por abrir à sua frente um cenário de tristeza e de desolação.

A Paz: uma pessoa que se dá

É cada vez mais urgente achar as razões determinantes da reconciliação e do perdão, para inspirar a paz entre os homens, para criar uma cultura de paz que supere o ódio escondido no coração do homem. Jesus é o "Príncipe da Paz" (cf. Is 9, 6).

Deixemo-nos desarmar pelo seu amor, porque é inútil falar de paz se os nossos corações aninham ódio, orgulho, indiferença.

Jesus nos diz: "Ouvi-me todos e entendei: não há nada fora do homem que, entrando nele, possa contaminá-lo. É o que sai do homem que o contamina. De dentro do coração do homem é que vêm as más intenções, roubos, assassinatos, maldade, engano, soberba, estultícia... "(Mc 7, 14-15.21-23).

Como cristãos, temos sempre diante dos nossos olhos os apelos de Cristo no Sermão da Montanha: "Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Pois se amardes os que vos amam, que recompensa tereis? E se saudardes somente os vossos irmãos, o que fazeis que os outros não façam? Acaso não fazem o mesmo os pagãos? Sede, pois, perfeitos, como o vosso Pai celestial é perfeito"(Mt 5, 43-48).

A paz não é algo que se quer ou se tem, mas é Alguém, é Jesus, que nos quer, nos tem e se mantém fiel a nós.

"Eu vos dou a minha paz, não como o mundo a dá" (Jo 14, 27). O mundo procura soluções pacíficas e crê ​​que homens iluminados podem garanti-la, mas nada de bom será conseguido sem Jesus, que, através da cruz e não de bandeiras multicoloridas, "destruiu em si mesmo a hostilidade" (Ef 2, 16-17).

Que Jesus ressuscite vencedor da morte e libertador de todos os males: o tempo atual não pode prescindir do poder do seu nome. Invoquemo-lo, esperemo-lo, vivo e eficaz, para celebrá-lo como único Senhor e Salvador do mundo.

terça-feira, 27 de março de 2012

Enfim, notícias

Enfim, noticias. Meu Deus, quantas crises vivemos neste tempo de quaresma! Quantas bênçãos e desafios trançados no fio de cada dia para que saiamos de nossas mortes e nos inebriemos de vida. Acho que Jesus não quer outra coisa do que nos inebriar de vida plena...

Andei doente com erisipela no braço direito com direito a ficar de cama com febre alta até o antibiótico muito forte fazer efeito e eu estar novamente bem. Mas continuo protegendo o braço, impedida de fazer minha parte da faxina na casa contando com o amor da Rejane para varrer e passar pano de chão com desinfetante ao menos no meu quarto... Paciência! Agradeça! Repetia sempre o santo e querido Pe.Geraldo, jesuíta de Itaici em Indaiatuba, no alto de seus mais de 90 anos muito bem vividos na presença de Deus. Paciência, a primeira característica de quem ama seguida da bondade... o amor é paciente, é bondoso... Depois a gratidão. O exercício de vencer a murmuração e a negatividade com o olhar limpo de quem acredita mais em Deus e em seu amor e Palavra do que nas circunstâncias. Acreditar em Deus e em quem acredita Nele.

Duas festas importantes para mim nesta última semana, vividas em Nazaré, in loco: a festa de S.José dia 19 e a festa da Anunciação, dia 25 quando Nossa Senhora concebeu o Verbo de Deus e Jesus aconteceu no coração e no ventre de Maria Santíssima. Depois desse evento nunca mais a Humanidade ou Deus seriam os mesmos. É a força constrangedora do Amor. E eu pude renovar minha oferta de vida e desejo de ser tudo o que Deus quer e pensa de mim pois, por uma grande 'teocidência', minha primeira consagração como Comunidade de Aliança Shalom e Aliança Missionária, se deu no dia 25 de março de 2008.

Foi uma noite memorável, me lembro bem. Durante a celebração eucarística na Catedral de Fortaleza minha memória foi visitada com a percepção límpida de todos os caminhos que me levaram a estar ali, livremente ofertando minha vida como resposta ao chamado e à atração por Deus. Ele que nunca desiste de nos manifestar sua face e amor para que a liberdade e paz se instalem na vida e na alma... Tive consciência do respeito e da delicadeza com que o Senhor foi me atraindo e vencendo minhas resistências, medos e desconfianças para que eu livremente o abraçasse. Chorei muito ao me levantar e subir ao altar para receber o tau das mãos da Maria Emmir, co-fundadora, e mal conseguia falar. Ela brincou comigo e disse: pra que tanto choro? e me abraçou. No abraço a acolhida de quem conhece a história de conquista e de muitas lutas em minha vida. 'Enfim Josué entra na terra prometida, agora só falta Caleb', disse eu, referindo-me a uma palavra dada por ela a meu respeito e à Janice quando conhecemos a Comunidade Shalom em fevereiro de 1989. Tínhamos nos hospedado em sua casa e na véspera de nossa volta para o Rio de Janeiro foi com um texto profético de promessas messiânicas que ela nos presenteou um cartãozinho cortado em dois. A palavra jamais saiu do meu coração. O cartãozinho se extraviou nas muitas mudanças da vida mas naquela noite de 2008, quase 20 anos depois, tudo se cumpria pelo menos para mim. Era a metade do cartão. A outra metade acontecerá no tempo e no jeito que Deus quiser.

Vale a pena notar que tendo a alma inundade de luz e entendimento sobre a obra de Deus que me conduzira até aquela noite de consagração, senti-me inundada de grande amor, amor pessoal muito concreto. O desafio ficou por conta de estar só, completamente só. Na noite da minha primeira consagração não havia nem um parente, ninguém da família, nem amigos antigos ou próximos. Quando a missa acabou lembro-me de ver todas as pessoas correndo ao encontro dos amigos e eu, fazendo uma panorâmica constatei que não tinha ninguém que me esperasse e que era eu que deveria me mover na direção das pessoas, dos irmãos e irmãs, minha nova família espiritual, para abraça-los. O Senhor, por misericórdia, me protegeu o coração de ficar triste. Não foi fácil mas foi um treino para aprender a amar com mais desapego e liberdade. Felizmente dessa vez, em Nazaré, estava com dois irmãos de comunidade, o Junior e a Lorena, mais o Steven e o Eran. 

Mas voltando às lembranças, depois de minha primeira consagração, menos de três meses depois, parti em missão para Israel e nunca mais voltei. São somente quatro anos mas tantas coisas aconteceram dentro de mim e perto de mim, desde então, que eu não sei se a metáfora está mais para metamorfose e borboleta ou para morte e ressurreição. Talvez caibam ambas pois amo as borboletas e não há o que mais deseje do que a liberdade interior de quem vive como ressuscitada porque vive no amor de Deus como realidade e não como discurso. É a Encarnação do Verbo que marca a data e o mistério da minha consagração de vida.

Tenho lutado muito, muito. Não dá para voltar atrás e nem quero. O exercício da liberdade passa pelo aprendizado de seguir Jesus de perto deixando que Ele vá à frente e revele a vida, a minha vida do jeito e no tempo que Ele quer. Quanto mais perto de Jesus fico mais Ele me devolve a mim mesma e me diz quem sou e quais são os segredos de felicidade reservados para mim como sua amiga, alma esposa, missionária, mulher, enfim, qual minha contribuição para a construção do Reino levando a paz aos corações... acho que comecei a viver de verdade há 4 anos e como o profeta Jeremias posso também dizer, sou apenas uma criança, Senhor. Tenho tanta esperança para o futuro, tenho tanto desejo de amar mais e melhor... Bendita obra do Senhor! Bendita paciência para vê-la revelar-se! Bendita gratidão pelo que já foi visto e tocado com as mãos e sentido no coração.

Abaixo mais um texto do Reginaldo Azevedo para que mais pessoas saibam, divulguem a verdade, abracem e lutem pela cultura da vida sem desanimar. Que o Senhor o abençoe.


16/03/2012



Eleonora Menicucci volta a atacar: agora ela mira nos médicos que não praticam aborto por objeção de consciência!


Atenção, “companheiro” médico que se nega a praticar aborto, ainda que legal, por objeção de consciência! Você precisa fazer um estágio de Educação Moral e Civismo com a ministra Eleonora Menicucci (Mulheres). Ela tem muito a lhe ensinar. E é melhor fazê-lo antes que as bruxas comecem a caçar as fadas, não é? Tudo saindo como quer esta notável humanista, médicos que alegarem “objeção de consciência” —- um direito que lhes é assegurado — para não praticar o aborto terão de ser substituídos.


Leiam trecho de reportagem de Lígia Formenti, no Estadão. Volto em seguida:


A ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para Mulheres, criticou a falta de médicos nos serviços que fazem aborto legal no País. Ela observou que muitos centros funcionam apenas na teoria porque profissionais se recusam a fazer o procedimento, alegando objeção de consciência. “É preciso que esses serviços coloquem outra pessoa no lugar”, disse Eleonora nesta quinta-feira, durante reunião do Conselho Nacional de Saúde (CNS). A lei permite que gestações que coloquem a mulher em risco ou resultem de violência sexual possam ser interrompidas. Atualmente, existem no País 63 centros cadastrados para realização desse tipo de atendimento. Além de considerar o número insuficiente, grupos feministas relatam que, com frequência, mulheres não conseguem ser atendidas nos serviços, sobretudo em instituições administradas por grupos religiosos.


(…)


Eleonora também citou resultados de pesquisas realizadas demonstrando a falta de qualidade nos serviços de atendimento às vítimas.Além da melhoria da qualidade, a ministra defendeu a ampliação do acesso aos serviços. Algo que, em sua avaliação, pode ser alcançado com descentralização do atendimento.


(…) Atualmente, são 557 centros para atendimento das mulheres e 63 capacitados para fazer o aborto. De acordo com ministério, outros 30 estão sendo capacitados para também fazer a interrupção da gestação nos casos permitidos pela lei. “Esse número de 63 centros é insuficiente. Basta ver as estatísticas de estupro. No Rio, por exemplo, esse número chega a 20 casos por dia”, acrescentou a secretária de enfrentamento à violência contra a mulher, Aparecida Gonçalves.


(…)


Voltei


Caros “companheiros” médicos com objeção de consciência, mirem-se no exemplo da ministra, que, naquela notável entrevista concedida em 2004, trazida à luz por este blog, definiu-se, cheia de orgulho, como “avó do aborto” — revelando ter feito dois. Sua dedicação pessoal à causa não parou aí, fornecendo ela mesmo dois fetos. Contou que foi aprender a fazer aborto em clínicas clandestinas da Colômbia. A ideia era capacitar as mulheres para o “faça você mesma o seu aborto”. Menicucci experimentou quase todas as variações da palavra: foi abortante, abortista, aborteira… Só pôde ser assim porque não foi vítima do agente da voz passiva: não foi abortada! Relembro trecho.


Eleonora - Dois anos Aí, em São Paulo, eu integrei um grupo do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. ( ). E, nesse período, estive também pelo Coletivo fazendo um treinamento de aborto na Colômbia.


Joana - Certo.


Eleonora - O Coletivo nós críamos em 95.


Joana - Como é que era esse curso de aborto?


Eleonora - Era nas Clínicas de Aborto. A gente aprendia a fazer aborto.


Joana - Aprendia a fazer aborto?


Eleonora - Com aspiração AMIU.


Joana - Com aquele…


Eleonora - Com a sucção.


Joana - Com a sucção. Imagino.


Eleonora - Que eu chamo de AMIU. Porque a nossa perspectiva no Coletivo, a nossa base…


Joana - é que as pessoas se auto auto-fizessem!


Eleonora - Autocapacitassem! E que pessoas não médicas podiam…


Joana - Claro!


Eleonora - Lidar com o aborto.


Como se percebe, essa é mesmo uma mulher desassombrada. Só uma nota à margem antes que siga com Eleonora. É preciso ver direito aquele número de 20 estupros por dia “no Rio”. Além de não ficar claro se é uma referência à cidade ou ao estado, é bom lembrar que várias modalidades de crimes sexuais passaram a ser caracterizadas como estupro para efeitos legais. Adiante.


Não tem jeito! Dona Menicucci não enxerga nada além de sua militância — daí a confissão horrorosa que fez acima. Imaginem um bando — a palavra é essa! — de leigas em medicina e no funcionamento do corpo humano “aprendendo” a fazer aborto. A cada vez que leio isso, junto com a indignação, vem-me um profundo nojo. Não vou escrever que essa ministra deveria ser proibida para menores porque pareceria ironia…


O governo quer mudar também, informa o Estadão, a coleta de provas de estupro “e outros tipos de violência sexual”, bastando as evidências colhidas pelo médico que primeiro atende a vítima, sem exame no Instituto Médico Legal. Parece bom? Parece bom! Mas abre as portas para falsas denúncias do crime — uma vez que um não-especialista em medicina legal nem sempre tem critérios para avaliar. Mas isso fica para outra hora. Quero destacar aqui uma fala da ministra ao defender medidas que reduzam a violência contra as mulheres:


“O estupro virou presente de aniversário, embalado com fita de celofane.Não podemos conviver com isso?”


Heeeinnn???


“Estupro como presente de aniversário?” Quais são os delírios que povoam a mente desta senhora? Ela se referia, vocês devem se lembrar, a uma barbaridade acontecida na cidade de Queimados, na Paraíba. Amigos simularam um assalto a uma festa para possibilitar que o aniversariante estuprasse algumas convidadas. Era o seu “presente de aniversário”. Duas vítimas reconheceram os agressores e foram assassinadas.


Nas palavras de dona Eleonora, tal prática parece corriqueira no Brasil. Este parece ser um país de estupradores. Inferir, a partir desse caso, que “estupro virou presente de aniversário” corresponde a afirmar que esfaquear a mãe virou uma forma de argumentação de jovens no Brasil…


Lamento! Fica evidente, mais uma vez, que dona Eleonora Menicucci não tem aporte intelectual, cultivo ético-moral e serenidade para ocupar o cargo que ocupa.


PS - Sim, sei que alguns supostos moderados dirão: “Como esse Reinaldo é agressivo!” Que coisa! Uma ministra de estado decide arbitrar sobre objeções de consciência de profissionais da saúde, e o agressivo sou eu!? Como costumo dizer, “as palavras fazem sentido”. Se ninguém se escandaliza com as barbaridades que esta senhora fala, traduzindo o seu pensamento torto, eu ainda me reservo esse direito.


Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 14 de março de 2012

Em defesa da vida e das mulheres

Mais um artigo para ser lido e divulgado em favor da vida e das mulheres, a favor dos homens e da família, a favor das crianças!

QUEREM LEGALIZAR O ABORTO SEM QUE A POPULAÇÃO FIQUE SABENDO. OU: OS PROGRESSISTAS ADERIRAM À EUGENIA! FAZ SENTIDO: NA ORIGEM, SÃO IRMÃOS SIAMESES DO FASCISMO!

A cada vez que se pensa em fazer reformas no Brasil, é bom botar as barbas de molho. O risco de que as coisas piorem é gigantesco. Vejam o caso da reforma política. O que se gestou é muito pior do que o que se tem hoje. O debate sobre a atualização do Código Penal segue por essa trilha infeliz. De maneira sorrateira, vigarista, a tal Comissão de Juristas, que elaborou uma proposta para ser debatida no Senado, propôs a legalização do aborto, ainda que dê à coisa outro nome. Os valentes querem o Artigo 128 com esta redação:

Art. 128. Não há crime se:

I - se houver risco à vida ou à saúde da gestante.

II - a gravidez resulta de violação da dignidade sexual, ou do emprego não consentido de técnica de reprodução assistida;

III - comprovada a anencefalia ou quando o feto padecer de graves e incuráveis anomalias que inviabilizem a vida independente, em ambos os casos atestado por dois médicos.

IV - por vontade da gestante até a 12ª semana da gestação, quando o médico constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas de arcar com a maternidade.

§ 1º Nos casos dos incisos II e III, e da segunda parte do inciso I, o aborto deve ser precedido de consentimento da gestante, ou quando menor, incapaz ou impossibilitada de consentir, de seu representante legal, do cônjuge ou de seu companheiro.

A Constituição garante a proteção à vida desde a concepção. A proposta dos bacanas a nega. Logo, ela transgride a Constituição. E daí? Não nos faltariam feiticeiros para afirmar, sei lá, que “o espírito da Carta” autoriza tal prática. Vocês sabem o que penso sobre o aborto. É claro que outras pessoas têm o direito de defender o contrário. Que, então, defendam! Mas aí lhes falta coragem. Querem meter a mudança goela abaixo da população sem nem mesmo ter o trabalho de defender um ponto de vista.

Ora, releiam o texto acima. Basta que a mulher queria abortar e seja convincente ao demonstrar “que não tem condições psicológicas”, tudo bem! O aborto será feito.

Atenção para a malandragem: o argumento mais forte dos abortistas é o chamado “direito que a mulher tem sobre seu corpo”. É o valor implícito no texto acima. Reparem que não existe homem na jogada; não existe pai. Bastaria que a mulher se entendesse com os médicos.

O Supremo vai decidir sobre os casos de anencefalia em breve. Afirmei aqui há dias, podem procurar no arquivo, que isso abriria o caminho para toda sorte de horrores. E abrirá. O conceito de “vida independente” é muito vago. Sob muitos aspectos, um indivíduo com Síndrome de Down, por exemplo, não tem uma “vida independente”. Precisará sempre de um monitoramento. Curioso, não? Os “progressistas” chegaram bem depressa à eugenia. Faz sentido. A história demonstra que são irmãos siameses dos fascistas.

Noves fora, o que vai acima se reduz ao seguinte: se a mulher falar que não quer a gravidez de jeito nenhum, faz-se o aborto. Ou será que caberia aos médicos e psicólogos esta improvável decisão: “Bem, ela rejeita a gravidez, não quer o filho de jeito nenhum, deixou claro que o bebê será um transtorno em sua vida, mas nós achamos que ela tem condições psicológicas, sim!”? Acho que isso não acontecerá.

Luiz Carlos Gonçalves, relator da Comissão do Código Penal, que já havia chamado outro dia o aborto de “método contraceptivo”, o que é um absurdo, falou ao Jornal Nacional. Prestem atenção:

”O médico diagnostica essa situação de desespero, de extrema gravidade, na qual a gestante não teria a menor condição de levar à frente a gravidez ou a maternidade em razão dessas situações psicológicas. Imagine, por exemplo, a pessoa que é viciada em crack e que nem sabe como engravidou…”

Imagino, sim! Acho que isso abre as portas não só para o aborto, não é? Por que não esterilizá-las, de vez, como os nazistas faziam com os fracos, os idiotas, os doentes?

Aborto pós-nascimento

Há dias, fizemos aqui um debate sobre uma proposta de dois especialistas, que defendem a legalização do infanticídio. Chamam a isso de “aborto pós-nascimento”. Como escrevi aqui, eles não deixam de ter razão quando afirmam que o status moral do feto e do recém-nascido é o mesmo; se um pode ser morto (e eles acham que pode), por que não o outro? Feto é coisa! Recém-nascido é coisa!

Goela abaixo

Aos poucos, as propostas contidas no “Plano Nacional-Socialista de Direitos Humanos” vão sendo apresentadas. Pretende-se legalizar o aborto no país sem que a sociedade seja chamada a dizer o que pensa a respeito.

Atenção, caras e caros, isso é uma tática para ganhar a opinião pública. Aos poucos, os “progressistas” pretendem deslocar uma posição majoritariamente contrária ao aborto para um ponto de maior tolerância — até que haja, tudo dando certo, uma maioria a favor do aborto.

Por um tempo ao menos, caso essa mudança seja aceita, viveremos a situação esdrúxula de ter uma lei que criminaliza o aborto — exceto no caso de a grávida querer o… aborto! Logo… A propósito: e se uma mulher quiser, a todo custo, interromper a gravidez, mas não o pai da criança? Ora… O pai só passa a ter direito a uma opinião depois de nascida a criança… E isso num país em que a paternidade irresponsável é um problema grave.

Este será um excelente debate. Vamos ver como vão se posicionar os digníssimos parlamentares. Neste exato momento, existem ONGs, lobbies e especialistas em opinião pública fartamente financiados por entidades estrangeiras pró-aborto encarregados de plantar notícias favoráveis à mudança do Código. Tentarão evitar ao máximo a palavra “aborto” — “legalização do aborto”, então, nem pensar! Falarão na “saúde da mulher” e na “proteção à gestante”. O feto será apenas uma “coisa”; é preciso retirar dele quaisquer atributos humanos para que se possa eliminá-lo sem polêmicas — tática usada pelos apologistas do infanticídio.

Notem que já há alguns dias a ministra Eleonora Menicucci (Mulheres) aparece como vítima no noticiário, pobrezinha! Na ONU, ela teria levado uma carraspana de “especialistas”, que estariam a exigir, como se pudessem fazê-lo, que o Brasil modernize a sua legislação sobre o assunto. Agora, será tratada como alguém silenciada por Marcelo Crivella, que seria a garantia, junto à bancada evangélica, de que o governo não tomará medidas para legalizar o aborto.

Na ONU, a propósito, Eleonora disse que caberia ao Congresso tomar as medidas. Este mesmo Congresso que agora passa a ser pressionado por essa reforma do Código Penal, que conta com apoio maciço da imprensa. Para variar, essa gente não percebeu que do mesmo manancial de que sai a legalização do aborto (e do qual derivou a perseguição aos crucifixos) pode sair a censura à imprensa. Debate-se um projeto de sociedade, não uma medida pontual. Os fetos não vão protestar. Este será sempre um confronto entre não-abortados, não é?, pouco importa de que lado se esteja.

Por Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 12 de março de 2012

Nomes engraçados do futuro


Meu irmão Bill me mandou essa lista pelo Facebook ontem à noite e eu quase morri de tanto rir. Estava precisando dar umas boas risadas... Acho que ele se lembrou da lista de nomes estranhos, esquisitos que eu tinha começado a fazer anos atrás, assim que voltei para o nordeste. A lista ficou nos guardados que deixei para trás no Brasil mas a diversão que era anotar os nomes coletados nos mais variados locais, ficará para sempre comigo. Pérolas brasileiras.
Acho que só no Brasil as pessoas inventam nomes.
Aqui em Israel não existe isso nem entre árabes nem entre judeus. Os nomes geralmente tem significado e são até poéticos. Nada da sílaba de um com a sílaba no outro ao contrário, ou nome da empresa de margarina, etc, etc.
É bem verdade que também aqui as novelas
brasileiras e latino-americanas introduziram nomes ocidentais às meninas.
Para quem não viu a lista ainda no Facebook, que aproveite.
Shalom! Santo tempo de quaresma e que a alegria do Senhor seja a nossa força porque Ele vem com o seu amor limpar e purificar o templo de nossas vidas e corações, lugar santo de sua morada!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Para quem ama a vida

Oi amigos do blog, ando sumida mesmo. Muitas coisas extras que acabam me obrigando a adiar escrever qualquer coisa no blog... Mas está tudo em paz com a quaresma lançando forte luz no coração para que Jesus venha salvar onde está perdido. Como é um dom sem tamanho e medidas  ter a qualidade de Salvador que temos: Jesus, o Senhor, o Amado, o Esposo, o Amigo, o Servo... Como não ama-lo e desejar ama-lo e conhece-lo sempre mais? Escreverei mais em breve. Também sinto saudades dos comentários dos irmãos e fiéis leitores.

Abaixo seguem textos muito bons explicando sobre a falácia da aprovação do aborto no Brasil que querem fazer os brasileiros engolir goela abaixo a custa de mentiras e manipulações. Somos a favor da vida e da cultura da vida custe-nos o que custar! Sei que os textos são meio longos mas vale a pena gastar um tempinho para le-los e divulga-los para quem não os leu na Revista Veja.

Shalom! Jesus é a Vida e nele toda a vida tem valor.

24/02/2012

A GRANDE MENTIRA SOBRE AS 200 MIL MULHERES QUE MORRERIAM EM DECORRÊNCIA DO ABORTO. PIOR: O GOVERNO BRASILEIRO AJUDA A ESPALHAR A FALÁCIA

Sim, queridos, Tio Rei vai para a praia, fica com os pés na areia, mas jamais com a cabeça nas nuvens. Estávamos lá eu e meu iPed (cuidado com protetor solar gel…) navegando aqui e acolá, e eis que leio a seguinte reportagem, de Jamil Chade, de Genebra, correspondente do Estadão (íntegra aqui):

“O governo de Dilma Rousseff foi colocado contra a parede ontem por peritos da ONU, que acusam o Executivo de falta de ação sobre a morte de 200 mil mulheres a cada ano por causa de abortos de risco. Eles pedem que o País supere suas diferenças políticas e de opinião para salvar essas vítimas.

A entidade apresentou seu exame sobre a situação das mulheres no Brasil e não poupou críticas ao governo. “O que é que vocês vão fazer com esse problema político enorme que têm?”, cobrou a perita suíça Patricia Schulz. Para os especialistas, a criminalização do aborto está ligada à alta taxa de mortes por ano.”

(…)

É mesmo, é? Caberia uma pergunta de saída: quem é a ONU para “colocar o governo contra parede” num assunto como esse? Instituíram, por acaso, o governo mundial e não me encontraram para dar o recado? Teria eu bebido muito caipirinha e não entendido a mensagem? Acho que não… Mas isso importa pouco agora. O que me incomoda é a mentira estúpida veiculada logo na segunda linha do texto. É MENTIRA COMPROVÁVEL ESSA HISTÓRIA DE QUE MORREM 200 MIL MULHERES POR ANO POR CAUSA DE “ABORTOS DE RISCO”. Em outros tempos, um número como esse seria submetido à matemática elementar. Hoje em dia, tudo pode. Mas como se chegou a ele?

Essa é a conta que fazem os abortistas e aborteiros confessos — caso de Eleonora Menicucci — e acaba sendo admitida como oficial pelo próprio governo, o que é de lascar. O Estadão — e quase toda a imprensa — fica devendo a seus leitores a correção dessa barbaridade. Por que digo isso?

Comecemos pelo óbvio: INEXISTE UMA BASE DE DADOS QUE PERMITA DIZER QUANTAS MULHERES MORREM EM DECORRÊNCIA DE ABORTOS DE RISCO. Logo, de onde tiram os números? Mas isso, se querem sabe, é o de menos. O maior escândalo vem agora.

Em 2010, o Censo, do IBGE, passou a investigar a ocorrência de óbitos de pessoas que haviam residido como moradoras do domicílio pesquisado. ATENÇÃO! Entre agosto de 2009 e julho de 2010, foram contabilizados 1.034.418 mortes, sendo 591.252 homens (57,2%) e 443.166 mulheres (42,8%). Houve, pois, 133,4 mortes de homens para cada grupo de 100 óbitos de mulheres.

Vocês começam a se dar conta da estupidez fantasiosa daquele número? Segundo o Mapa da Violência (aqui), dos 49.932 homicídios havidos no país em 2010, 4.273 eram mulheres. Muito bem: dados oficiais demonstram que as doenças circulatórias respondem por 27,9% das mortes no Brasil — 123.643 mulheres. Em seguida, vem o câncer, com 13,7% (no caso das mulheres, 60.713). Adiante. Em 2009, morreram no trânsito 37.594 brasileiros — 6.496 eram mulheres. As doenças do aparelho respiratório matam 9,3% dos brasileiros — 41.214 mulheres. As infecciosas e parasitárias levam outros 4,7% (20.828). A lista seria extensa.

Agora eu os convido a um exercício aritmético elementar. Peguemos aquele grupo de 443.166 óbitos de mulheres e subtraiamos as que morreram assassinadas, de doenças circulatórias, câncer, acidentes de trânsito, doenças do aparelho respiratório, infecções (e olhem que não esgotei as causas). Chegamos a este número: 185.999!!!

Já começou a faltar mulher. Ora, para que pudessem morrer 200 mil mulheres vítimas de abortos de risco, é forçoso reconhecer, então, que essas mortes teriam se dado na chamada idade reprodutiva — entre 15 e 49 anos. É mesmo? Ocorre que, segundo o IBGE, 43,9% dos óbitos são de idosos, e 3,4% de crianças com menos de um ano. Então vejam que fabuloso:

Total de mortes de mulheres - 443.166

Idosas mortas - 194.549

Meninas mortas com menos de um ano - 15.067

Sobra - 233.550

Dessas, segundo os delirantes, 200 mil teriam morrido em decorrência do aborto — e necessariamente na faixa dos 15 aos 49 anos!!!

Para encerrar

Aquele número estupidamente fantasioso das 200 mil mulheres mortas a cada ano deriva de outro delírio: chegariam a um milhão os abortos provocados no país. Que coisa! Nascem, por ano, no país, mais ou menos 3 milhões de crianças. Acompanhem. Estima-se que pelo menos 25% das concepções resultem em abortos espontâneos. Não houvesse, pois, um só provocado, aqueles 3 milhões de bebês seriam apenas 75% do total original, de concepções — 4 milhões. Segundo os abortistas, pois, o número de abortos provocados seria igual ao de abortos espontâneos. Mais: das cinco milhões de mulheres que engravidariam por ano, nada menos de 20% decidiria interromper a gravidez. Nem na Roma pré-cristã ou na China pós-Mao…

Por que esses números não são contestados por ninguém? Ora, porque se estabeleceu que ser favorável à legalização do aborto é coisa de “progressistas”, de gente bacana, que quer um mundo melhor. Assim, que mal há que eles mintam um pouco e fraudem a lógica, a matemática e os fatos?

Por que os defensores do aborto mentem? Porque a verdade é devastadora para a sua tese. Precisam inventar a morte de milhares de mulheres para que possam justificar a morte de milhares de fetos. Somam à covardia original a covardia intelectual.

Por Reinaldo Azevedo
 
25/02/2012

O AI-5 dos Abortistas - Atenção, brasileiros! Estão tentando fraudar a Constituição e impor a legalização do aborto ao arrepio da vontade dos brasileiros. É uma tentativa de golpe!

Abaixo, demonstrarei como uma simples comissão de revisão do Código Penal está se mobilizando para cassar um direito constitucional — violando uma cláusula pétrea da Carta, que não pode ser mudada nem mesmo por emenda — ao arrepio da população e do próprio Congresso Nacional. E tudo para aprovar o aborto. A síntese é esta: se o povo não faz o que eles querem, decidem, então, tirar o tal povo da jogada. Antes do caso, algumas indagações e considerações.

Por que os militantes em favor da legalização do aborto são tão determinados, tão fanáticos, tão sectários? Ainda que discorde de muitas causas, que as considere eventualmente estúpidas, compreendo, às vezes, o fervor de alguns. Tomo como exemplo os ecologistas, em especial os apocalípticos do desmoralizado aquecimento global. Não estando eles a serviço de alguma empresa alemã que forneça a tecnologia das tais energias alternativas, podemos considerar que seu propósito é meritório, ainda que suas teses sejam cretinas. Mas ser um fanático do aborto? Por que mistificar, trapacear, fraudar os números? Demonstrei ontem aqui, de maneira inequívoca, a mentira escandalosa que é a afirmação de que 200 mil mulheres morrem todo ano em razão de abortos de risco. Boa parte da grande imprensa vive repetindo essa farsa, inventada pela militância abortista, sem nem mesmo levar em consideração o total de óbitos no país. Uma simples consulta aos dados do IBGE exporia a falácia. Mas essa não seria uma prática… progressista!

Ainda que a legalização do aborto pudesse ser objeto de um plebiscito — não pode, já digo por quê! —, a esmagadora maioria dos brasileiros diria o que já diz em pesquisas de opinião: é contrária à mudança da legislação atual, que permite a interrupção da gravidez só em caso de estupro e risco de morte da mãe. Não demora, e o STF se pronunciará sobre o aborto de anencéfalos. Será certamente aprovado, o que pode, sim, abrir caminho para a interrupção da gravidez em outros casos muito menos graves de malformação do feto. Estaremos “abrindo uma vereda para a terra dos mortos”.

Os militantes pró-aborto são, como disse, determinados. E são também organizados. Vivem numa mobilização permanente para tentar ganhar a opinião pública, que sabem majoritariamente contrária à sua tese. Mas sabem também que um bom trabalho de militância, associados a movimentos sociais, ONGs, redes sócias e imprensa, pode fazer milagres. Vejam, num caso bem mais prosaico, essa bobagem que é a proibição dos saquinhos de supermercado. A natureza ganha pouco — já que haverá um aumento do consumo dos sacos de lixo —, os supermercados economizam, e os consumidores pagam o pato. Mas aplaudiram a medida. Afinal, foram convencidos de que estão ajudando a salvar a natureza…

É claro que o aborto é uma causa bem mais complicada. O importante, para a militância, é jamais descansar. Enquanto dona Eleonora Menicucci vai à ONU e endossa a mentira das 200 mil mortes anuais de mulheres em decorrência da interrupção da gravidez, partidários da causa atuam na frente doméstica para aplicar um passa-moleque na Constituição, tentando cassar um direito constitucional por intermédio de outros códigos legais. Leiam o que informa a Folha de hoje. Volto em seguida.

Proposta quer liberar aborto a mulher sem “condição psicológica”

Por Flávio Ferreira:

A comissão de reforma do Código Penal do Senado apresentou em audiência pública proposta que descriminaliza o aborto realizado até a 12ª semana de gravidez quando, a partir de um pedido da gestante, o “médico constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas de arcar com a maternidade”. O texto também prevê que o aborto de anencéfalos não será considerado crime - a questão está sob julgamento do Supremo Tribunal Federal. Atualmente, o Código Penal só não considera crimes os abortos feitos para salvar a vida da gestante e quando a gravidez resulta de estupro.

O anteprojeto apresentando ontem ainda promove a descriminalização da eutanásia nos casos em que houver desligamento de aparelhos que mantenham a vida de um paciente com doença grave e irreversível atestada por dois médicos, com consentimento do paciente ou da família. Outra proposta também aumenta a pena atual para casos de homicídio causado por embriaguez ao volante. O texto cria a “culpa gravíssima”, com punição de quatro a seis anos, para os casos em que houver “excepcional temeridade” na conduta do causador da morte. Está em estudo também a inclusão de um capítulo para os crimes de trânsito.

Entidades e ativistas contra e a favor da descriminalização do aborto promoveram um debate acalorado na audiência de ontem, feita no Tribunal de Justiça paulista. Segundo o relator da comissão, o procurador regional da República em São Paulo Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, o texto do anteprojeto traz uma “posição intermediária” em relação à descriminalização do aborto. “É preciso enfatizar que a proposta não acaba com o crime de aborto, ele apenas amplia as situações em que não haverá pena”, afirmou. Segundo o relator, a previsão de atestado médico sobre as condições psicológicas da mulher foi incluída para proteger mulheres em situação de muita fragilidade. “O aborto é o pior método contraceptivo que existe, mas criminalizá-lo pode ser simplesmente uma grande injustiça para com a mulher”, disse.

Voltei

Fico aqui a pensar no que terá querido dizer Luiz Carlos dos Santos Gonçalves. O que significa “posição intermediária em relação à descriminalização do aborto”? Estamos diante de um óbvio esforço para fraudar a Constituição. A decisão sobre o aborto de anencéfalos só está no Supremo, ora vejam!, porque se trata de matéria Constitucional. Está lá no Artigo 5º:

“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (…)”.

Esse é o texto que impede que se aprove a pena de morte no país mesmo para os piores facínoras. Como lembra o jurista Ives Gandra da Silva Martins, o parágrafo 2º desse mesmo Artigo 5º afirma que tratados internacionais sobre direitos individuais são incorporados à Carta e têm status de norma constitucional. O Brasil é signatário do Pacto de São José da Costa Rica, de direitos humanos. Está lá no Artigo 4º:

“Toda a pessoa tem direito a que se respeite sua vida. Este direito está protegido pela lei e, em geral, a partir do momento da concepção”.

Mas agora vem o mais importante: o Parágrafo 4º, inciso IV do Artigo 60 é claro:

“Não será objeto de deliberação proposta de emenda tendente a abolir (…) os direitos e garantias individuais”.

Assim, a legalização do aborto não pode ser aprovada por qualquer procedimento constitucional ou infraconstitucional porque isso significaria violar uma cláusula pétrea da Carta.

Agora o mérito

Desde quando um médico, a menos que seja psiquiatra, está habilitado a avaliar, com esse grau de profundidade e em caso de tamanha gravidade, as “condições psicológicas” de uma mulher? Permitir o aborto, nesse caso, corresponde simplesmente a legalizar a prática ao arrepio da Constituição e do próprio Congresso.

Depois da falácia com os números, já desmoralizada, estamos diante de um truque descarado para impor à maioria do povo brasileiro aquilo que é vontade de uma minoria. Derrotados no debate, incapazes, até agora, de ganhar a opinião pública, os abortistas querem aprovar o AI-5 do aborto, que torna letra morta a Carta Constitucional. “Ah, como esse Reinaldo exagera!” Exagero do cinismo é tentar dar um golpe na Constituição!

Por Reinaldo Azevedo
 
26/02/2012

Leitora conta a sua experiência na audiência pública que debateu o aborto

A leitora Lorena Leandro participou daquela audiência pública em que se debateu o aborto. Vejam o método a que recorrem os abortistas..

Reinaldo, escrevo em foram de comentário porque não achei um e-mail de contato. Fui à audiência pública e conto abaixo o que presenciei: O que vi da audiência pública sobre Crimes Contra a Vida

Estive na Audiência Pública que ocorreu em São Paulo para discussão das mudanças no Código Penal com relação aos Crimes Contra a Vida. Minha motivação foram as mudanças propostas sobre a penalização do aborto. Gostaria, aqui, de contar o que vi.

Vi desprezo pela verdadeira democracia, em uma evidente manipulação para que os movimentos pró-aborto dominassem a sessão. Afinal, quais seriam as chances estatísticas de todos, eu disse TODOS, os grupos feministas e abortistas terem se inscrito primeiro do que os outros grupos, como me foi alegado? Chances maiores são de que, ou foram avisados antes de todos sobre a audiência, ou eles mesmos se mexeram para que tal audiência acontecesse.

Vi, portanto, o triste espetáculo da velha ladainha sobre liberdade feminina. Não que as feministas não possam se superar. Houve indignação porque a mulher grávida é chamada de gestante. Uma mulher, com aparência claramente indígena, incluía-se no grupo “pobres e negras” e reclamava do preconceito. Teve mulher estrangeira dando pitaco na legislação. Houve proposta de criminalizar o preconceito contra as mulheres que abortam (trocando em miúdos: coloquem quem for contra o aborto na prisão). Teve até defesa do infanticídio, e tudo isso temperado pela tão famigerada comparação: se não podemos abortar, então não comamos ovo, que estamos a matar o filho da galinha!

Foram horas de insanidade até que a primeira voz se pronunciasse contra o aborto, já com o plenário completamente esvaziado. Aí sim, ainda que vindos de poucas bocas, argumentos bem fundamentados começaram a surgir. O primeiro a falar foi o historiador e jornalista Hermes Rodrigues Nery, o primeiro também a (finalmente) citar um detalhezinho esquecido pelas feministas: o feto. Nery presenteou o ministro Dipp, moderador da mesa, com um modelo em tamanho real de um feto de 12 semanas. A indignação abortista foi geral: chegaram a dizer, com o ódio típico de quem despreza a vida, que se era para sair por aí distribuindo “fetinhos”, elas teriam levado fotos de mulheres ensaguentadas por decorrência do aborto. Sim, foi esse o nível da “discussão”.

O deputado Paes de Lira, apresentado por Dipp simplesmente como “ex-coronel”, e cuja fala aguardei ansiosamente, disse a maior verdade de todas: aquela mulherada gosta mesmo é de ditadura. Também falou um advogado em defesa da vida, indo contra todos os outros ditos advogados e médicos que defenderam, em nome da bioética e do direito, que feto não é gente.

Somente no fim da tarde tive minha chance de falar, ou de, pelo menos, tentar. Assim que me levantei, ouvi “essa aí deve ser pastora”, porque, para essa corja, ter religião é xingamento. Fui a PRIMEIRA mulher, em horas de falatório, a defender a vida. Não só a vida, como também o direito da mulher de obter informações sobre as graves sequelas do aborto. Isso despertou a ira do grupo, que se levantou e, como uma torcida organizada de futebol, vociferou em minha direção. O moderador foi obrigado a intervir para que eu pudesse continuar. Apresentei dados de estudos sérios sobre a relação do aborto e do câncer de mama, dos nascimentos prematuros e do aumento de doenças psicológicas e de suicídio entre mulheres que abortam. Aliás, os defensores da vida foram os únicos a citarem as fontes de todos os dados que apresentaram, diferentemente das feministas, que jogaram na nossa cara números fictícios a tarde inteira.

Além de mim, somente outra mulher esteve lá para defender a vida, e num depoimento emocionado e bonito, disse que a filha de 3 anos, ao olhar a imagem de um feto, já sabe dizer o que ele é: um bebê. Também me surpreendeu um rapaz bastante jovem que, numa fala muito bem estudada, citou até Aristóteles. Vê-se bem que o tipo de discurso pró-vida é muito superior àquele que nos incita à dieta sem ovo.

Mas é preciso falar, também, do que não vi. Alguém pode me dizer onde estavam os movimentos de defesa da vida? Também os representantes religiosos, onde se esconderam? Especialmente os católicos, num ano em que o tema da Campanha da Fraternidade é a saúde pública! NENHUM esteve presente na audiência. O que justifica essa ausência maciça? Se foi uma estratégia, peço que seja mudada! Incomoda-me ver que o mal sempre é mais organizado e articulado que o bem. Incomoda-me ver que os poucos defensores da vida presentes estavam decepcionados pela falta de liderança. Incomoda-me parecer que as mulheres brasileiras são representadas por aquela corja, aquela falsa maioria que certamente será noticiada na imprensa como sendo a grande defensora dos direitos da mulher.

Por isso mesmo fiz questão de estar lá, para provar que elas NÃO me representam. E tenho certeza, não representam a verdadeira sociedade brasileira. Foi um tapa na minha cara ver que poucos fizeram o mesmo. Mas também foi um tapa na cara das feministas ver que, lá mesmo, esses poucos começaram a se unir.

Lorena Leandro

25/02/2012

Por Reinaldo Azevedo


26/02/2012

Ainda o aborto: também em matéria de contracepção, o Brasil é um estado-babá

Escrevi ontem de manhã um texto sobre uma audiência pública em que se debateu uma proposta de tornar legal o aborto quando o médico constatar que a mulher não “reúne condições psicológicas” — seja lá o que isso signifique. Apontei o óbvio: trata-se de uma agressão a uma cláusula pétrea da Constituição e de uma tentativa de desconstitucionalizar o direito à vida. Num post abaixo, há o relato de uma leitora que participou do evento. Merece ser lido com atenção porque o texto expõe o amor que certos militantes têm pela democracia, sua gentileza, sua tolerância. Poucas pessoas são tão violentas como aquelas que se consideram donas de causas e monopolistas do bem. Sigamos.

Naquela audiência, falou o porcurador da República Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, um defensor do anteprojeto. Disse uma coisa verdadeiramente fabulosa. Relembro:

“O aborto é o pior método contraceptivo que existe, mas criminalizá-lo pode ser simplesmente uma grande injustiça para com a mulher”.

Erro, meu senhor! Erro e, com todo o respeito, trapaça intelectual.

O aborto não pode ser o “pior método contraceptivo” pela simples e evidente razão de que ele não é “contraceptivo”. Por óbvio, só pode ser praticado depois da concepção. A fala, de resto, deixa claro que a audiência para debater algumas propostas se transformou num ato pró-legalização do aborto. Voltem às aspas do procurador. Não parece estar se referindo apenas às mulheres “sem condições psicológicas”. Trata-se de uma defesa da descriminação do aborto e ponto. Sem ressalvas.

O Brasil é um dos países em que o Estado está mais empenhado em fornecer aos casais métodos contraceptivos. E DE GRAÇA! Transcrevo (em azul) parte do conteúdo de uma página do Ministério da Saúde:

Para aqueles casais que não desejam ter filhos, o Ministério da Saúde, por meio do programa Saúde da Mulher e das secretarias estaduais e municipais de saúde, fornece medicamentos anticoncepcionais, DIU e diafragmas aos estados.

Veja a seguir a lista de produtos financiados pelo Ministério da Saúde:

- anticoncepcional injetável trimestral

- anticoncepcional injetável mensal

- pílula oral combinada

- diafragma

- DIU

- Preservativo masculino e feminino

- Pílula de emergência

- Minipílula

A mulheres têm à sua disposição, também, informa o Ministério, laqueadura.

Procedimentos de laqueadura dobraram desde 2003

A laqueadura é um método definitivo, por isso é importante que o casal tome essa decisão bastante ciente das consequências.

Segundo a Lei do Planejamento Familiar a laqueadura pode ser feita apenas por mulheres:

- com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos de idade ou,

- com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e a cirurgia. Nesse período, será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar e a desencorajar a esterilização precoce;

- situação de risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos.

Desde 2003 o número de laqueaduras praticamente dobrou. Isso significa que as mulheres estão tendo mais acesso e que o Ministério da Saúde já atingiu a meta do programa Mais Saúde de ampliar o número de procedimentos para 51 mil/ano em 2008.

Veja a seguir o número de laqueaduras financiadas pelo SUS desde 2003:

2003 - 31.216

2004 - 40.656

2005 - 40.865

2006 - 50.343

2007 - 58.513

2008 - 61.847

O governo oferece também a possibilidade da vasectomia. Vejam o número de procedimentos a cada ano.

2001 - 7.798

2002 - 12.960

2003 - 19.103

2004 - 26.466

2005 - 25.647

2006 - 34.111

2007 - 37.245

2008 - 35.015

2009 - 34.144

No que diz respeito à contracepção, temos um verdadeiro estado-babá. Sem um trabalho mais organizado, que chame os indivíduos à responsabilidade individual, o Brasil pode é virar um açougue. Por que digo isso? Há pessoas da minha família que trabalham em postos de saúde, que distribuem a tal pílula do dia seguinte. E são elas que me relatam: o que deveria ser uma excepcionalidade, uma medida de emergência, se transformou numa facilidade perigosa; porque o remédio existe e está ao alcance da mão, sem qualquer custo, acaba sendo visto como uma alternativa à camisinha. É evidente que a legalização do aborto, realizado pelos SUS, como querem, aumentaria essa irresponsabilidade. Nessa hora, há os protestos: “Ninguém gosta de fazer aborto; isso não aconteceria!” Por que não? Se milhares de procedimentos, como querem os militantes, são feitos na clandestinidade, é de se supor que muito mais se faria sob a proteção da lei. É questão de lógica elementar.

Não! Não temos um estado omisso nessa matéria. Ao contrário: ele se mete em demasia na vida das pessoas. Com raras exceções, só engravida no Brasil quem quer. Que fique claro: não estou endossando esse excesso de intromissão, não. Só estou lembrando que a um estado não cabe premiar a omissão e a irresponsabilidade.

Isso não tem nada a ver com religião. É só uma questão de civilidade.

Por Reinaldo Azevedo

27/02/2012

A confissão do médico que fundou a liga pró-aborto nos EUA: eles mentiram sobre o número de abortos, o número de mortes e as pesquisas. E atacavam de forma deliberada os cristãos. Era uma tática para ganhar a opinião pública

Vocês sabem que eu não sou do tipo que “esquece” determinados temas. Há leitores que reclamam um pouco disso. Lamento por estes. Considero “não esquecer” uma virtude. Já demonstrei aqui a escandalosa mentira sobre o número de mulheres mortas em decorrência de abortos clandestinos: ONGs e lobbies em favor da descriminação do aborto falam em 200 mil vítimas. Eleonora Menicucci, ministra das Mulheres, foi à ONU ser “sabatinada” (sinto vergonha até de escrever isso) e engoliu o número como verdadeiro. Faz sentido. Ela, como militante pró-aborto, ajudou a fabricá-lo. O próprio ministro da Saúde admite que esse número deve ser, no mínimo, dividido POR CEM! Também é estúpida a suposição de que se fazem um milhão de abortos por ano no país.

Abortistas exibem esses números fantasiosos e acusam de “fundamentalismo religioso” todos aqueles que ousam contestar suas mentiras, como se apenas os crentes se opusessem à prática, o que é falso. Ocorre, meus queridos, que trabalhar com números falsos e demonizar as igrejas são atitudes que integram uma atuação de caráter político, militante.

Abaixo, reproduzo trecho de uma conferência do médico americano Bernard N. Nathanson, proferida no Colégio Médico de Madri. Nathanson morreu no dia 21 de fevereiro de 2011, aos 85 anos. Foi um dos fundadores da Associação Nacional para a Revogação das Leis de Aborto, militante ativo da causa. Ginecologista e obstetra, confessou ter realizado mais de 5 mil abortos. Converteu-se, depois, em defensor incondicional da vida. A íntegra de seu texto está aqui. Peço que vocês prestem atenção às táticas às quais Nathanson admite ter recorrido para ganhar a opinião pública e a imprensa. Vejam se isso lhes lembra alguma coisa. Os entretítulos são meus. Volto depois.

É preciso trabalhar com números mentirosos

É uma tática importante. Dizíamos, em 1968, que na América se praticavam um milhão de abortos clandestinos, quando sabíamos que estes não ultrapassavam de cem mil, mas esse número não nos servia e multiplicamos por dez para chamar a atenção. Também repetíamos constantemente que as mortes maternas por aborto clandestino se aproximavam de dez mil, quando sabíamos que eram apenas duzentas, mas esse número era muito pequeno para a propaganda. Esta tática do engano e da grande mentira se se repete constantemente acaba sendo aceita como verdade.

É preciso ganhar os meios de comunicação e a universidade

Nós nos lançamos para a conquista dos meios de comunicações sociais, dos grupos universitários, sobretudo das feministas. Eles escutavam tudo o que dizíamos, inclusive as mentiras, e logo divulgavam pelos meios de comunicações sociais, base da propaganda.

É importantíssimo que vocês se preocupem com os meios de comunicações sociais porque, segundo explicam os fatos, assim se infiltrarão as idéias entre a população. Se na Espanha esses meios não estão dispostos a dizer a verdade, vocês se encontram na mesma situação que criamos nos EE. UU.em 1968/69, quando contávamos através desses meios todas as mentiras que acabo de mencionar.

É preciso apresentar pesquisas falsas

Outra prática eram nossas próprias invenções. Dizíamos, por exemplo, que havíamos feito uma pesquisa e que 25 por cento da população era a favor do aborto e três meses mais tarde dizíamos que eram 50 por cento, e assim sucessivamente. Os americanos acreditavam e como desejavam estar na moda, formar parte da maioria para que não dissessem que eram “atrasados”, se uniam aos “avançados”.

Mais tarde fizemos pesquisas de verdade e pudemos comprovar que pouco a pouco iam aparecendo os resultados que havíamos inventado; por isso sejam muito cautelosos sobre as pesquisas que se fazem sobre o aborto. Porque apesar de serem inventadas têm a virtude de convencer inclusive os magistrados e legisladores, pois eles como qualquer outra pessoa lêem jornais, ouvem rádio e sempre fica alguma coisa em sua mente.

É preciso satanizar os cristãos

Uma das táticas mais eficazes que utilizamos naquela época foi o que chamamos de “etiqueta católica”. Isso é importante para vocês, porque seu país é majoritariamente católico.

Em 1966 a guerra do Vietnam não era muito aceita pela população. A Igreja Católica a aprovava nos Estados Unidos. Então escolhemos como vítima a Igreja Católica e tratamos de relacioná-la com outros movimentos reacionários, inclusive no movimento anti-abortista. Sabíamos que não era bem assim mas com esses enganos pusemos todos os jovens e as Igrejas Protestantes, que sempre olhava com receio a Igreja Católica, contra ela. Conseguimos inculcar a idéia nas pessoas de que a Igreja Católica era a culpada da não aprovação da lei do aborto. Como era importante não criar antagonismos entre os próprios americanos de distintas crenças, isolamos a hierarquia, bispos e cardeais como os “maus”. Essa tática foi tão eficaz que, ainda hoje, se emprega em outros países. Aos católicos que se opunham ao aborto se lhes acusava de estar enfeitiçados pela hierarquia e os que o aceitavam se lhes considerava como modernos, progressistas, liberais e mais esclarecidos. Posso assegurar-lhes que o problema do aborto não é um problema do tipo confessional. Eu não pertenço a nenhuma religião e em compensação estou lhes falando contra o aborto.

Também quero dizer-lhes que hoje nos Estados Unidos a direção e liderança do movimento antiabortista passou da Igreja Católica para as Igrejas Protestantes. Há também outras igrejas que se opõem, como as Ortodoxas, Orientais, a Igreja de Cristo, os Batistas Americanos, Igrejas Luteranas Metodistas da África, todo o Islã, o judaísmo Ortodoxo, os Mórmons, as Assembléias de Deus e os Presbiterianos.

Outra tática que empregamos contra a Igreja Católica foi acusar seus sacerdotes, quando tomavam parte nos debates públicos contra o aborto, de meter-se em política e de que isso era anticonstitucional. O público acreditou facilmente apesar da falácia do argumento ser clara.

(…)

Voltei

Já debati o mérito da questão trocentas vezes, e todos sabem o que penso. O que me interessa neste post é a exposição de uma tática para ganhar a opinião pública. É legítimo que as pessoas se organizem para tentar convencer a sociedade a fazer isso ou aquilo, respeitados direitos fundamentais. Mas mentir não é legítimo. A mentira é coisa de vigaristas.

Querem defender o aborto como legítimo, em nome disso ou daquilo? Cada um que vá à luta segundo as suas convicções. Faço o mesmo. Multiplicar por 100 o número de mulheres que morrem em decorrência de abortos de risco não é defesa legítima de um ponto de vista; é picaretagem. Restringir as críticas à descriminação ou legalização às igrejas é só uma farsa persecutória duplamente qualificada:

a) em primeiro lugar, é mentirosa, porque há pessoas que se opõem à legalização do aborto e são atéias ou agnósticas;

b) em segundo lugar e não menos importante, os crentes têm o mesmo direito de opinar dos não-crentes; constituem, aliás, a maioria das sociedades. Isso não lhes confere, na democracia, o direito de calar a minoria, mas também não confere à minoria o direito de cassar a voz majoritária.

Por que os abortistas precisam mentir? Sua escolha não pode conviver com a verdade? Acharão eles que a mentira é virtuosa quando concorre para a sua tese? É assim que se criam os facínoras: eles costumam mentir em nome da virtude, do bem, do belo e do justo. Ou alguém já viu algum tirano admitir: “Sou mesmo um um tirano, um ser detestável”? Tenho a certeza de que Hitler, Stálin e Mao Tse-Tung tinham a melhor impressão de si mesmos… Estavam certamente convictos de que agiam para garantir à humanidade um futuro glorioso.

Por Reinaldo Azevedo