Acho que minha inquietação destes dias tem uma única razão: quero aquilo que tomo mundo mais deseja que é liberdade e amor. Quero mais liberdade, quero mais amor. Mas voar e amar se aprende aos poucos e lentamente. E eu não tenho paciência nem comigo nem com os outros e como Deus é todo Ele Liberdade e Amor e é Ele quem me treina e ensina, é Ele também que define os ritmos e os treinos, os exercícios, os duros exercícios. Não adianta brigar em minha petulância ou desânimo. As aulas de asa-delta de Deus são nos ventos que Ele soprar e no tamanho das asas que Ele quiser. Estou impaciente e sofrendo também. Caem por terra as máscaras daqueles que voam e treinam ao meu lado e somos todos necessitados. Difícil é admitir isso para mim mesma, e admitir para os outros quase impossível. Tememos a rejeição quando vistos em nossa miséria e mais, em nossa dor e vulnerabilidade. Temo eu, teme tu. Somos todos desprovidos de asas verdadeiras...
Penso que os santos, são aqueles que não temem mais serem vistos naquilo que são ou não são e por isso se tornam leves. Suas energias são gastas não mais tentando esconder-se em discursos religiosos - estou tão cansada dos meus discursos - mas em voar e amar com simplicidade e alegria, seja como um beija-flor seja como águia, aceitando as asas que lhes dá Jesus, a medida perfeita de cada pessoa. A dureza é aceitar aquilo que se é. A dureza é aceitar que ninguém muda ninguém. Mas o maior de todos os desafios é aceitar e querer de verdade voar o vôo livre dos filhos de Deus, como pessoas individuais e como corpo comunitário, sabendo que muitas vezes nossas asas vão se esbarrar. Das duas uma: ou a gente cai e se esborracha e desiste ou rememda as asas e continua treinando. Acho que estou remendando minhas asas.
Eu disse que tinha uma novidade e tenho. Finalmente, em minha quinta tentativa nestes dois anos, consegui uma vaga para estudar o Hebraico no curso oferecido pelo estado de Israel para imigrantes e estrangeiros que se chama Ulpan. O curso que comecei no fim de 2009 foi meia boca demais... Mesmo tendo perdido uma semana de aula, a professora ontem, muita segura e com jeito competente de quem sabe o que faz - viva a diferença de se encontrar um bom professor - me tranquilizou de que tudo vai dar certo. É sempre uma experiência prazerosa e infantil sentar-se pela primeira vez numa sala de aula. Um bando de adultos escondendo ansiedade de criança diante do novo. Maya a professora, montes de Tatianas e Ludmilas, alguns Wladimir no ambiente esmagadoramente russo, uma filipina e eu, brasileira. Vamos ver no que vai dar este ritmo de aulas até dezembro, quatro vezes por semana, das 5 às 8 da noite, pelo qual já passaram antes de mim Viviane e Cristina com ótimos resultados. A diferença são os quinze anos de memória muito mais usada que a delas, mas Deus é mais e como meu anjo da guarda me acompanha alguma coisa há de entrar.
Se alguém quiser dar parabéns diga: mazal tov!
3 comentários:
Mazal tov!
God bless you!!
Shalom!!!
Raiane
Querida Elena
Que banho de sinceridade...
Abraços
Valéria
Mazal Tov! que bom que iremos aprender um pouco de Hebraico junto com você.
Laila Tov!
Fátima
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