E não é que a Espanha levou a Copa? Eu estava torcendo para a Holanda mas sem muita convicção de nada pois fora Ghana nenhum não tece Por conta das aulas a minha semana está mais intensa do que nunca. Viajo agora de domingo a domingo entre Isifya e Haifa, entre trabalho, aula e pastoral hebraica que é meu 'apostolado' na missão. Ainda tento encontrar um horário para estudar e estou de caderno e livro na bolsa todo o tempo. O desafio no aprendizado leva-me a sentir-me criança novamente: a alegria do contato com o novo e a insegurança que ele desperta. Entre desesperar e enfrentar com humor e paciência, tenho optado pela letra b consciente que a idade traz limites mas imprime serenidade no enfrentamento dos medos. O difícil é o medo do ridículo, esse é duro de enfrentar. Narrom, narrom, certo, certo, diria uma das professoras, Maya, quando incentiva os alunos. Com ela tive natural empatia. Existe também o abandono na graça de Deus que não falha e capacita na mesma medida que apresenta um desafio.
Com certeza vivo um tempo novo de desafios e perspectivas novas, pessoais e comunitárias, que precisa ser abraçado com fé e confiança. Para é tempo de seguir em frente, permanecendo na missão, sem ficar paralisada pelas perguntas estéreis. Isso se tornou claro para mim após a partilha de vida do Moysés que ouvimos na quinta-feira, véspera da festa da Vocação Shalom. Interessante porque ele falava sobre o estado de vida e não sobre missão, trabalho, mas vou intuindo e entendendo que se o estado de vida é abraçado e desejado em sua inteireza parece que todo o resto flui, as portas se abrem, e um sopro de vida afugenta a paralisia, a melancolia, e até a língua se solta... Espero para ver e testemunhar mais uma obra de Seu Amor por mim...
Não posso deixar de comentar uma cena urbana desta manhã. Sentei-me ao lado de uma moça com jeito de judia ortodoxa. A gente sabe disso por causa do lenço colorido cobrindo a cabeça, preso atrás com um nó próprio mais a saia comprida e blusa também de manga comprida. A indumentária é discreta mas não precisa ser preta ou azul marinho como das pálidas drusas. Havia uma sentada atrás de mim, descendo para Haifa. Quando sentei-me e peguei meu terço para rezar notei, coincidentemente, que a judia pegou um livrinho de orações e começou a ler movendo os lábios. Quase movia o corpo como se faz diante do Muro das Lamentações. E lá estávamos as três, mulheres, entretidas, cada uma em seu universo. Duas conscientemente conversavam com seu Deus. Senti uma alegria profundíssima por conhecer Jesus e desejei que elas também o conhecessem cristãmente, mas não tive dúvidas que éramos igualmente amadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário