quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Depois da Reciclagem sobre a Obediência

Estive fora por dez dias em Reciclagem, que é o nome do retiro anual da Comunidade Shalom, e somente segunda-feira retornei às atividades. Dá pra imaginar a quantidade de emails acumulados e coisas para fazer. Os frutos do retiro também se fazem ver: o desejo de unir minha vontade à vontade do Senhor em todas as realidades e situações. A causa? Porque Ele me ama e eu o amo. A obediência, que foi o tema da Reciclagem vem da fé, a obediência da fé como diz S.Paulo, e a fé vem do amor. É o amor que nos move a todos. Eu obedeço porque amo, eu confio porque amo, eu espero porque amo. E eu amo porque fui amada primeiro. Sem dúvida o retiro foi um banho no amor infinito do Pai que nos restaurou a todos e nos fez ainda mais desejosos de dar tudo e ser tudo para Jesus, para que com a vida muitos outros possam fazer a mesma experiência.

Nem sei se há ainda alguém que acesse o blog na esperança de achar alguma nova partilha, quem sabe a Mercedes mas, mesmo assim resolvi mostrar um último texto que escrevi às vésperas da Reciclagem falando sobre uma experiência que tivemos como missão e que pode, quem sabe, iluminar o coração de alguém nesse ano que começa. Deus é quem sabe... Um abraço a todos e sempre a coragem de ser feliz e de fazer os outros felizes.

Quando a inadequação bate a porta

Eu sei que o Natal já passou, que os fogos do ano novo já estouraram todos e que no Brasil os olhos se voltam para a violência urbana que tomou conta de Fortaleza no primeiro fim de semana de 2012. Quase podemos dizer que a celebração do nascimento de Jesus há duas semanas virou história e saiu da pauta de nossas conversas e que agora precisamos mais do que nunca viver o Natal, viver e encarnar as graças do Deus que vive entre nós e é igual a nós. Mas não resisto. Quero dar uma paradinha para partilhar com os leitores do site Sara e Tobias uma experiência missionária que tivemos em Israel que teve gosto de liberdade e de salvação e que vale para todos os tempos. Foi um daqueles sinais bem alentadores que só Deus sabe dar, que tira um enorme peso das costas e que mais parece alguém que se oferece para ajudar a acabar de fazer a faxina quando as nossas forças estão no fim, permitindo que a gente possa, então, se levantar e tomar um cafezinho.

Todos nós de Haifa tínhamos tentado nos preparar da melhor maneira possível para o Natal sempre com aquela imagem quase infantil mas muito concreta de limpar a casa, tirar as coisas velhas entulhadas, renovar relacionamentos estremecidos ou esfriados, deixar tudo brilhando e enfeitado por dentro e por fora para celebrar o Natal do Senhor, sabendo que o que vivemos no presente prepara e contribui a sua vinda gloriosa. Era dia 23 de dezembro nossa última célula comunitária do ano e ouviríamos uma partilha missionária de uma irmã que mora na Tunísia, na África, a Nalvinha. Ela, muito sorridente mas se dizendo tímida e sem talento para pregação, resolve nos contar o fruto da sua oração em cima de um texto do Beato Papa João Paulo II falando sobre o Natal que deveria falar para nós. Suas palavras muito simples mas ungidas pela ação do Espírito Santo jogaram luz sobre nós e para mim, pessoalmente, agiram como água límpida sendo respingada carinhosamente sobre terreno limpo mas seco, necessitado de vida.

A Nalvinha nos dizia e eu digo agora para cada um que me le até aqui: que da mesma maneira como Jesus no primeiro Natal, em Belém, quis nascer em lugar completamente inadequado para o Filho de Deus vir a esse mundo, também hoje por ação do Espírito Santo, Ele continua procurando as inadequações dos nossos corações para poder nascer e se instalar, para poder nos salvar. Que a preparação do Advento tão importante e necessária, não fez outra coisa do que apontar para onde dentro de nós há dor, pecado, sujeira, impotência, miséria, incapacidade, vergonha, culpa, desesperança, exatamente o lugar e não outro, onde Jesus precisa nascer, pousar, estar e ali ser adorado! Essa é a razão do Natal: a nossa salvação e a nossa salvação é uma realidade concreta a ser tocada, vista, sentida, experimentada, e não é uma abstração ou um discurso.

É claro que a essa altura da partilha da Nalvinha estávamos já meio com vontade de chorar, com vontade de ir para a capela, ajoelhar e dizer: 'toma Jesus tudo é teu, todas as minhas vergonhas, culpas e impotências, faz-me viver, salva-me!' E ela continuou sua curta e contundente partilha nos convidando a observar para onde a Estrela indicava, pois os Reis magos foram guiados por dois anos até chegar àquele lugar inadequado para enfim encontrarem o Messias e adora-lo, entregando-lhe os presentes. Da mesma forma a Estrela, na verdade, o Espírito Santo - durante o Advento e sempre, em todos os tempos litúrgicos, nos aponta o lugar inadequado onde Jesus precisa entrar com o seu amor e a sua presença e nos salvar.

Natal não é tempo somente de aparências e de belas luzes externas mas é tempo de rasgar o coração e de se dobrar diante de Jesus, com a simplicidade de quem precisa de Deus. Mas será que é só no Natal que a gente precisa agir assim? Que bom que dia 6 é a grande festa da Epifania, a fests dos Reis Magos e novamente somos convidados a olhar para onde a Estrela nos aponta e ali derramar nossa alma, a alma de nossas famílias e cidade e nos deixar amar pelo Menino e sermos cheios de sua Luz para vivermos 2012 com mais esperança e amor, com mais justiça e paz.

3 comentários:

Anônimo disse...

Querida Amiga Elena;

Eu acesso o blog e acredito que muitos também o fazem!!Continue postando mesmo que o tempo seja cada vez menor, nós agradecemos!!
Qual o endereço do site que retirou o último texto?
Abraços
Valéria

Anônimo disse...

Ena querida,
que bom ter notícias suas de novo! E obrigada por mais uma mensagem tão siginificativa!
Um santo e abençoado Ano Novo pra você, sua missão e toda a sua comunidade!
Shlom!
Berê

Anônimo disse...

Elena querida amiga,
Claro que continuo procurando suas notícias e amei a última. Foi muito profunda e me fez olhar exatamente para meus lugares inadequados que Jesus precisa entrar.
Que o Senhor continue guiando seu caminhar hoje e sempre.
beijos
Mercedes