segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Chuva, Frio e outras surpresas

A temperatura caiu uns 15 graus desde sexta-feira. A chuva chegou pesada e forte depois de quase dois anos de estiagem e os ventos e a neblina intensa fizeram a paisagem do domingo da renovação de nossas promessas, ensolarado e quente, transformar-se em cenário úmido e gelado. Isifya trocou de cartão postal. Passamos dos últimos dias de verão diretamente para o par de botas, o cobertor, a capa de chuva e a sweter de lã, deixando meio frustrados os planos das roupas charmosas de meia estação. A internet se foi por conta dos ventos e também a possibilidade de ficar algum tempo na varanda contemplando o por do sol. Tomara que hoje volte ao normal para que eu possa continuar a contar via fotos os dias no Brasil com o bispo, os amigos e a família, no Rio e em Fortaleza.

O frio chegou forte e as chuvas cobrem toda a Galiléia para a satisfação dos que rezam pedindo chuva. Aqui não se pede chuva a S.José, ou ao Mar Yussef, acho que se pede a intercessão do Profeta Elias, Mar Elias, ele que viu a nuvenzinha se aproximando de Haifa depois de três anos de seca... está lá no livro do Reis.

Estou no trabalho onde sequei minhas meias, botas e pernas da calça jeans no aquecedor da sala. Foi divertido chegar na Cúria como 'um pinto molhado', como se diz na minha família. A criança que há em mim acha é divertido, não me irrita nem um pouco. Só temei algum cuidado com a bolsa, escondida em baixo da capa de chuva, porque estragar passaporte, o ticket do ônibus que dura toda a semana e papéis importantes é fria.

Ontem festa de todos os santos. Hoje festa de todos os santos que estão a caminho do Céu, os do Purgatório e nós a caminho ainda nesta vida, em tempo de escolhas, contando com a transbordante graça e amor de Deus que olhando para nós, tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo perdoa, tudo dá...

Qual a surpresa? É que comecei finalmente a estudar o hebraico. Uma vez por semana, por 3 horas e meia, em Nazaré. É um curso oferecido pela Prefeitura para 'pessoas religiosas' que há tempos vivem na cidade como missionários mas que falam a língua mãe, o árabe e o italiano, na grande maioria das vezes, mas que não conseguem se comunicar em hebraico. Foi divertido. Tem freirinhas e padres com mais de 70 anos! Passei a semana tentando aprender as letras e o alfabeto, reconhecendo os signos e os nomes dos benditos em todas as placas e sinais que me cercam e os números, arbah, shalosh, staim, shesh... É um exercício de ser criança e pequeno, começando algo da estaca zero, zero mesmo, pedindo a Deus para não temer o ridículo, sabendo rir dos próprios limites na aprendizagem. Vamos eu e a Socorro, Maria do Socorro. Todos a chamam de Maria. Melhor assim pois socorro é o que tenho vontade de dizer com os desafios que se apresentam a frente neste segundo tempo de missão. Só tem sentido mesmo se for por amor, amor sem limites ao Reino de Deus.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Elena!!!
Gostaria de saber há qt tempo vc está em missão aí.
Bons estudos!!

Shalom!!
Raiane
www.amigosshalompetrolina.blogspot.com