terça-feira, 13 de novembro de 2012

Vale a pena perseverar na oração?




Eu já notei que todo mundo que me escreve depois de ler o blog, adora quando eu coloco fotos pois, assim, rostos são agregados às notícias e não se precisa contar somente com a imaginação. Aqui em Roma tem um irmão da Obra, o Roberto que é um fotógrafo profissional sem ser, ou seja, não vive disso mas tem talento, curso, sensibilidade aguçada, e uma câmera fotográfica de primeira linha com muitas lentes. Ele é noivo da Malu (Maria Luiza) que formam um casal feliz, casto e santo em plena Roma do século XXI! Edificante e possível, louvável! Quem quiser ver mais fotografias do Roberto e tem Facebook é só acessar o link comshalomitaliano e se deleitar com os álbuns. Tem fotos lindas!

A missão de Roma, é a única em toda a Comunidade Shalom, que tem mais homens que mulheres! Verdadeira raridade e um grande dom para nós que com eles partilhamos essa graça da fraternidade no Carisma. Também tem todos os estados de vida o que é outra graça que faz parte da profecia da Comunidade, dom do Espírito para o mundo e a Igreja. Estes são os irmãos, todos da Comunidade de Vida, da esquerda para a direita: Pedro Júnior casado com a Kaline, pai da Clara Maria de dois anos e da Maria Giulia de seis meses, depois vem o Edie, seminarista, já no fim da teologia, em pouco tempo será sacerdote, no meio o Zeca, José Carlos ou Giuseppe, que é do interior de S.Paulo e uma figura alegre, barulhenta e muito responsável em seu trabalho apostólico. Depois o Cristiano Pinheiro, artista de renome nacional e internacional na Igreja, e seminarista que na noite da foto havia feito seus votos perpétuos no celibato consagrado pelo Reino de Deus. E pior fim o Pe.João Wilkes que foi o segundo padre Shalom a ser consagrado. Figura bondosa, bem humorado, de mansidão genuína, parece sério e é, mas sabe tirar brincadeira na hora certa, muito observador e sensível, louco por futebol. Foi meu companheiro de cozinha no domingo passado. E ter um padre na missão significa ter missa diariamente na capela da casa, homilias ungidas e preparadas na oração e na pesquisa, celebrada com aquela intensidade de quem conhece o Senhor e sabe o que faz, levando a liturgia à plenitude, no Espírito. Eu sinto muita saudade de Israel e das pessoas, do hebraico, mas sem dúvida é um dom único poder viver este tempo em Roma, no coração da Igreja, nessa missão que fez 20 anos e já passou por tantas fases...
Esta é a mais fofa de todas as meninas de seis meses que conheço: Maria Giulia, nascida em Roma, de pais missionários da Comunidade de Vida, Pedro Junior e Kaline. Este é um presente do evangelho que por misericórdia de Deus se cumpre em minha vida: como vivo longe dos sobrinhos Ele providencia crianças para eu poder amar e brincar e ajudar a cuidar quando é preciso, fazendo parte do cêntuplo prometido para quem desse a vida pelo Reino. Sem dúvida as crianças nos humanizam e me ajudam a não cair na hiper-espiritualização da vida, sendo o rosto mais fácil de Deus a ser reconhecido. Em Israel era a miudinha da Silvinha minha companheira de prematuridade, agora são as duas pricipessas Clara e Giulia. Esse cachecol cor de rosa é um charme total nas noites de Roma já bem frias, como foi a noite da consagração do Cristiano.

E o valor da perseverança na oração que é o tema deste post? É que eu tive uma experiência incrível de resposta a uma oração perseverante, diária, no meu terço que fiz por mais de dois anos. Os leitores do blog devem se lembrar daquele acidente terrível no qual morreu um rapaz de 24 anos, o Edmund,em fevereiro de 2010 que me fez ficar com um processo policial de dois anos... Pois é, o processo terminou em fevereiro deste ano o que representava a declaração de minha inocência, mas a família do rapaz nunca mais tinha falado nem comigo nem com qualquer pessoa da Comunidade. Pouco antes da minha mudança para Roma, mais uma vez o avô do rapaz ao me ver sentada no ponto do ônibus, atravessou a rua para não passar na minha frente. E assim aconteceu com os avós, que frequentavam a igreja em Isifya, e que nunca mais nos dirigiram a palavras desde o dia do acidente. Os pais não eram católicos praticantes e portanto eu não conhecia mas por duas vezes o bispo foi visita-los e depois o padre algumas vezes e eles nunca aceitaram a minha visita ou da Comunidade, o que seria mais que natural da cultura árabe. Eu nunca tive chance de pedir perdão ou de abraça-los mas sempre rezei pedindo ao Senhor pela salvação do Edmund e para que pais e avós me perdoassem e perdoassem ao neto e filho por ter feito o que fez, dirigindo uma motocicleta como um suicida. Eu nunca desisti de interceder por eles mas achei que só veria esta oração ser atendido no Céu. Porém, no dia de todos os santos, falando com a Viviane pelo skype ela me contou eufórica e surpresa que pela manhã um grupo de senhoras ligadas à Medjugorje tinham ido ao asilo rezar o terço e fazer uma visita. Lá pelas tantas uma senhora ouviu a Viviane falando em hebraico e não em árabe, se aproximou dela e perguntou se ela era a Elena. A Vivi disse que não e completou dizendo que eu estava morando em Roma. A senhora em tom irritado perguntou: mas ela não tem um processo policial contra ela? E a Vivi sem saber quem era e com muita educação explicou que o processo tinha terminado e que eu tinha sido considerada inocente, que o acidente tinha sido uma fatalidade que tinha nos feito sofrer muito. E a senhora perguntou: e porque ela nunca foi visitar a família? Porque foi essa a orientação que a Elena e a Comunidade receberam tanto do bispo Elias Chacour quanto do Abuna Samir: que os pais e os avós não queriam a nossa presença. E a mulher então acrescentou: estou vendo que você não sabe quem eu sou... e aí a irritação já havia passado... eu sou a mãe do Edmund. Se eles - se referindo aos avós - não quiserem perdoar eu não posso fazer nada, mas da minha parte está perdoado, este acidente foi uma fatalidade. O dia que vocês quiserem ir lá em casa eu os receberei... diga isso à Elena. A Vivi então a abraçou, agradeceu, comovida e disse que ia falar com a Lorena, como responsável local, para combinar essa visita. Não precisa nem dizer que eu fiquei muito comovida também, com os olhos cheios d'água, mais ainda por ser festa de todos os santos, na certeza de que todos intercederam, no mistério da comunhão dos santos...Depois meditando e agradecendo ao Senhor pela graça do perdão e pedindo a Ele que me ajude a ir a Israel ano que vem, vi também a enorme graça da perseverança na oração, de saber que estava pedindo algo que é vontade de Deus e que portanto, é só uma questão de tempo. Partilho em gratidão e ação de graças por essa grande libertação dada à família do Edmund - continuo intercedendo pelos avós - para que a fé de quem por ventura leia este post se robusteça e não desista. Se você quer a sua salvação, a salvação da sua família ou de alguém que você ama, reze, entregue, confie e espere a cada dia, vivendo o presente o melhor que pode, se preparando para ver o milagre acontecer quando você menos esperar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Deus é fiel!!

bj
Raiane