sexta-feira, 27 de junho de 2008

Uma semana, algumas notícias

Uma das coisas que mais me tem deixado feliz é o contato dos amigos e da família, dos irmãos do Shalom e de alguns curiososo que entram no blog para saber de mim e me fazerem chegar seu amor, saudade, orações, afeto. Valeu, galera! É bom demais ver a tecnologia aproximando as pessoas. Hoje faz uma semana que cheguei e, infelizmente, continuo com o sono hiper irregular. Acordo feito zumbi às 3 da manhã e tenho sono forte as 3 da tarde. Fazer oração pessoal tem sido uma oferta bem dura - tem hora que só a minha alma vela porque o resto sucumbe ao calor e ao cansaço. Sendo hoje sexta-feira, pude observar um fênomeno típico do Oriente Médio que faria a alegria de muitos brasileiros: como é dia santo para os árabes, o comércio deles fica fechado e o último ônibus que sobe de Haifa para Aisfya passa por volta das 13:30h. Hoje saímos da Cúria Andréa e eu nas carreiras...Amanhã é dia santo para os judeus e no domingo, para os cristãos. Ou seja, quem pode, tem sempre um feriadão semanal. E os jovens que não são lá muito ortodoxos se são árabes vão se divertir nas áreas judias e os judeus, amanhã, sobem todos para as vilas árabes. Continuo me acostumando com a fisionomia da cidade e das pessoas. Muitos idosos, poucas crianças na rua. Muitos jovens com celular, muitos carros semelhantes aos nossos, Toyotas e Hondas, Renaults e WW, GMs e Hyundais, carros pequenos. Pelo dinheiro daqui, o shekel, não parece custar tanto comprar um carro quanto no Brasil. No percurso para o trabalho vê-se vários salões de beleza e estabelecimentos comerciais com artigos para noivas: cada vestido mais brega que o outro. As mulheres árabes adoram brilhos e rendas e uns fru-frus nos vestidos de noiva que são horríveis! Felizmente gosto não se discute mas se lamenta. Nesta hora vemos que ser meio pobrezinho é até bom porque a tendência do Evangelho (e do bom gosto!) é a discreção. A Silvânia está sendo 'duramente' arguída pelas amigas árabes do grupo de oração como será o seu modelito de noivado. Aqui parece ser uma verdadeira festa!
No arquivo na Cúria, piano a piano vou tentando viver o dia a dia. A barreira da língua é muito constrangedora, apesar do inglês ser realmente uma ferramenta e tanto. Tive oportunidade de testemunhar e relatar um pouco mais detalhadamente para a competente e simpática Lubna, secretária do Abuna Chacour, como nasceu e o que é a Comunidade Shalom. Ela mostrou muit surpresa e interesse pelo nosso nome e identidade Shalom. Ela está ligada à espiritualidade do Neo-Catecumenato que tem feito verdadeira e boa revolução na igreja cristã local, com as devidas alterações para respeitar as características melquitas do rito e da tradição. Também são eles que têm cuidado dos seminaristas das paróquias de toda a Galiléia. Nós Shalom, cada vez mais somos Shalom no meio das pessoas e vamos atraindo pela vida e jeito de viver e ser, pelo de santidade, acredito. Quanto a mim, ofereço-me ao Senhor como missionária para que ele torne fecundo, por Sua graça, todo e qualquer mínimo trabalho e a ação minha, que eu nem sei direito qual vai ser e como vai ser. Só sei que há dezenas de pessoas, pelas correspondências já vistas, que do mundo inteiro, apreciam e gostariam de estar mais perto do Abuna Elias Chacour, para beber de seus ideais de construção de paz e restauração da dignidade árabe cristã, nesta terra Santa que é de todos e para todos, segundo os desígnios de Deus em Cristo Jesus. E mesmo com tantos pedidos, somos nós os pequenos vasos shalomitas os escolhidos para contribuir em tão grande projeto do Senhor. Mais ou menos como o jovenzinho que ofereceu os 5 pães e os 2 peixes, ou aqueles que ajudaram a empurrar a pedra do sepulcro onde Lázaro jazia morto para poder vir para fora e depois o desataram, ou ainda os empregados que suaram enchendo as talhas de água para que fosse transformada em vinho. Somos servos e obedecemos e amamos o Senhor e fazemos inofensivas e desproporcionalmente pequenas obras que fazem brilhar o Seu amor, as suas surpresas e a Sua Ressurreição. Acho que ser Shalom é meio isso: o missionário planta sementes minúsculas que se espalham com a força e a graça do Espírito que sopra e fecunda onde e como quer.
Não vejo a hora de conseguir comprar a bendita máquina fotográfica para postar fotos de tudo e todos. Não vejo a hora também de conseguir ser um pouquinho turista e visitar os lugares sagrados, principalmente Nazaré...Deus sabe. Enquanto não dá, vou postando fotos de despedidas e amigos para todo mundo se ver e se alegrar, e vou brincando de brincar de blog. Um beijo e até amanhã! Amo vocês! Crianças e sobrinhos, nosso segredo: amo-te, adoro-te!

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