God of all the ages, on my visit to Jerusalem, the 'City of Peace', spiritual home to Jews, Christians and Muslims alike, I bring before you the joys, the hopes and the aspirations, the trials, the suffering and the pain of all your people throughout the world.
God of Abraham, Isaac and Jacob, hear the cry of the afflicted, the fearful, the bereft; send your peace upon this Holy Land, upon the Middle East, upon the entire human family; stir the hearts of all who call upon your name, to walk humbly in the path of justice and compassion.
'The Lord is good to those who wait for him,
to the soul that seeks him" (Lam 3:25)
(Oração deixada pelo Santo Padre no Muro das Lamentações)
Estou no escritório e acabei de ver o arcebispo Elias Chacour, rapidamente, antes dele partir para Tel Aviv para a despedida do Santo Padre que parte de Israel. Ele estava radiante, com o coração reconfortado e espiritualmente revigorado para enfrentar os desafios que virão com a construção da primeira universidade árabe-cristã de Israel, na Galiléia. Simbolicamente a pedra fundamental desta instituição e de mais quatro, inclusive a de um memorial para João Paulo II que será erguida pelo Neo-Catecumenato, foi abençoada por Bento XVI ontem, na missa em Nazaré, que reuniu 40 mil cristãos de todo o país.
Ficará na memória de todos aquela multidão. Dom Elias disse que os bispos, o Papa e ele mesmo, obviamente, já que são na sua maioria ovelhas de seu rebanho, ficaram impressionados com o número de pessoas presentes e consideraram a missa de Nazaré como o ponto alto de toda a visita. Foi o testemunho mais eloquente para o mundo da presença cristã na Terra Santa. A Comunidade Shalom de Nazaré já estava presente na arena quando nós de Haifa e Isifya chegamos às 4:30 para pegarmos um bom lugar. Estava frio pois ainda era madrugada mas depois o sol escaldante nos acompanhou durante a celebração que durou mais de duas horas. Nossas bandeiras brasileiras fizeram bonito da TV e davam testemunho da vida de cada um ofertada em missão.
O bispo contou que foi colocado sempre na frente do Santo Padre nos almoços oficiais e, dessa forma, pôde conversar com ele, recebendo todo incentivo e encorajamento para continuar seu trabalho na Galiléia, principalmente no que se refere aos jovens, aos dar-lhes oportunidade de boa e consistente educação. O resultado disso é a permanência das novas geraçãos em Israel e na Palestina, que passam a competir e se firmar no mercado de trabalho, revertendo o quadro preocupante de imigração da população cristã. Dom Elias estava radiante com esse apoio 'paternal' recebido do Papa já que sua voz e autoridade são a do próprio Senhor Jesus. Recebeu também uma simbólica oferta financeira do Vaticano para começar as obras da Universidade.
A multidão enlouqueceu querendo tocar, fotografar e ver de perto o Santo Padre. Vimos isso especialmente no fim da tarde quando celebramos as Vésperas. Pessoalmente gostei especialmente deste momento celebrativo de oração, precedido de um momento interreligioso onde novamente drusos, muçulmanos e judeus se manifestaram. O Santo Padre teve novamente a chance de dar sua palavra de esperança e de compromisso pessoal e de toda a Igraja Católica para o diálogo e a paz. O representante judeu pediu no final que todos passassem das palavras à ação, rezando um salmo pela paz. Bento XVI acolheu o pedido e de pé estendeu as mãos e todos os presentes deram-se as mãos e rezaram pedindo Shalom Adonai! Shalom Adonai! Foi muito emocionante e significativo!
Penso que Bento XVI cumpriu aquilo que Deus o chamou a ser: pontífice, o sumo pontífice, quem faz pontes. E seu exemplo humilde, pacífico, sereno e educado, numa palavra, sua santidade (sem querer fazer um trocadilho!) tocou a todos. Deu-nos o exemplo de como fazer, pela atitude, e de como fazer, nas palavras e orientações. Ele calou a boca das autoridades judias, fazendo cair por terra todos os argumentos contra os palestinos, e aprofundou as bases para um verdadeiro diálogo tendo como base a Verdade, a boa vontade, o perdão das dores passadas. Condenou abertamente todas as ações terroristas e convocou os jovens a assumirem seu papel positivo e ativo de construção de uma nação onde haja mais tolerância e paz, calando dessa vez a boca dos radicais palestinos. Espero que muitos tenham ouvidos para ouvir e coração para acolher o que o Santo Padre disse pois ele falou como quem tem autoridade e sua mansidão muito semelhante a do Cordeiro, atraiu, reconfortou, iluminou a muitos.
Chamou-me também atenção a quantidade de vezes que o Santo Padre convocou a comunidade internacional a participar deste processo de diálogo para que haja paz duradoura e dignidade para todos no Oriente Médio, começando pela questão Israel-Palestina.
Em mim ficou o compromisso de viver meu chamado à paz, a ser discípula da paz como carisma Shalom, rezando sempre mais pelo Santo Padre, apoiando-o integralmente como sucessor de Pedro. Como é fácil ama-lo, assim como foi fácil amar João Paulo II! Houve uma tentativa de se cantar um rap que dizia assim: 'As we loved John Paul II, Benedicto we love you, too!'. Também fica a esperança de que as graças derramadas de abertura e de desejo profundo de um novo tempo entre árabés e judeus, se concretize em encontros e ações conjuntas sucessivas que contribuam para colocar fim à injustiça e às mortes de inocentes.
Por fim, Abuna Chacour nos contou que alguns cardeais da comitiva de Bento XVI comentaram que começaram a ler seus livros ao se prepararem para vir à Terra Santa e, dessa forma, passaram a entender um pouco mais profundamente os meandros da questão árabes-judeus em Israel. Dessa maneira a unidade e a oração no interior da própria Igreja se aprofunda e fortalece e o Reino de Deus se expande. É a Esposa que vai sendo preparada pelo Esposo para as Bodas definitivas. É a Esposa que grita Vem! Maranatha!, cada vez que vive a caridade e com fé e pela fé alimenta a esperança.
Que grande graça estar presente de corpo e de coração nesta peregrinação do Santo Padre... Bendito seja Deus, Adonai, o Príncipe da Paz!
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