Sobre os Telhados

Da mesma maneira como estou me familiarizando com os sons e os signos do alfabeto hebraico, aprendendo a ler e a escrever novamente, num misto de desconforto e de satisfação, assim também me sinto ainda muito primária, engatinhando em termos de tecnologia. Sou uma iniciante usuária da internet e precisaria 'fuçar' mais, gastar mais tempo para usufruir melhor e conhecer os benefícios de comunicação e de interação que a internete propicia. É tanta coisa a aprender! São tantos recursos! Mesmo assim, com o pouquíssimo que sei me surpreendo e me alegro sincera e profundamente com o que experimento na troca com as pessoas, com o que pesquiso, leio, aprendo, com a informação ao alcance rápido, com experiência de vida partilhada, como faço agora, das pequenas experiências, descobertas e dores da vida missionária, enfim, é fantástico!

Como não sentir gratidão e bendizer a Deus que sempre nos leva a ir além, a 'dominar a terra' como está no Gênesis e a descobrir as aparentes infindáveis possibilidades do ser humano? Como não me encantar com as possibilidades de Bem que a tecnologia, a internet, o universo digital disponibilizam às pessoas? 

Que impressionante instrumento de evangelização o ambiente virtual se tornou. Evangelização explícita e também evangelização indireta quando se denucia abusos de poder dos governos, como é caso do Iran ainda apedrejando mulheres, ou se tem acesso a relatos on line de pessoas comuns sobre a verdade dos fatos, bons e não tão bons que assolam cidades de nações. E também todo serviço feito em defesa da vida e da cultura da vida, da esperança e da responsabilidade, dos esforços de boa vontade e pela paz de inúmeros grupos e instituições.

Tudo é mais ágil. É possível comercializar, estudar, vender, trocar, pagar, ensinar, trabalhar, escrever, ouvir, cantar, falar, ver, compor, assistir filmes, jogar, e outros tantos verbos... até se apaixonar. Vivemos, vivo, tempos maravilhosos de quebras e quebras de paradigmas onde subir nos telhados para se falar de Jesus, do Evangelho, e testemunhar e crescer no amor de Deus se faz ao vivo e a cores mas também e muito efetivamente, quando nos sentamos diante do computador e com os dedos firmes no teclado e o coração cheio de amor, falamos e partilhamos do que temos na alma. Na minha primariedade é isso que tenho feito, sempre com a esperança de que alguém possa ouvir de longe a voz de Deus que no fundo do coração sempre chama.

Partilho em público minha satisfação na semana passada quando soube que minha mãe, nos seus 70 e muitos anos, estava aprendendo a usar o skype, e que, mesmo brigando para memorizar os comandos novos, entrou sozinha na internet, pesquisou um assunto do seu interesse, imprimiu um artigo e saiu lépida - pelo menos interiormente já que as pernas tem lá seus limites - para uma atividade de evangelização. Fiquei orgulhosa!

Que Deus nos ajude a jamais desistirmos de nós mesmos nem de ninguém. Presencialmente ou virtualmente. Não tem mais jeito, agora só dá para pensar assim. 

Shalom!