O primeiro tenente do exército israelense a morrer na guerra no dia 29 de dezembro de 2008 era árabe-druso. Para quem não sabe, os drusos são uma discidência muçulmana do século X que conta com proximadamente um milhão do seguidores no mundo todo. Na região que moramos, na Galiléia, as vilas são predominantemente druzas e eles convivem bem com os cristãos. Há drusos religiosos que se vestem como tal, e há os que o são por cultura e tradição. Não se sabe direito no que eles crêem nem quando se reunem pois é tudo meio secreto... sabe-se, no entanto, que faz parte de sua tática de ação a dissimulação, uma prática pela qual eles escondem as verdadeiras crenças e aceitam formalmente as crenças religiosas daqueles com quem convivem, mantendo a sua crença em segredo... na base crêem nos fundamentos do Islã. Talvez seja por essa 'flexibilidade, dissimulação e inconsistência' que o exército de Israel seja formado por grande número de jovens drusos, cidadãos israelenses mas drusos de origem, de cultura e tradição árabe. A importância deles é poderem se comunicar em árabe com a população de qualquer país do Oriente Médio com quem Israel entre em conflito...
Este tenente de 38 anos nasceu em Delya, que é uma vila que faz divisa com Isifya, e tem população 100% drusa cuja única ilha cristã é o Murakah, no alto do Monte Carmelo, onde se venera o profeta Elias, território do carmelo masculino católico latino, onde às vezes temos lazer com nosso amigo Pe. Alberto, como já comentei várias vezes. Mas em Delya não há cemitério e Isifya teve seu momento de fama no dia 30 de dezembro, aparecendo na TV e recebendo um mar de repórteres e de curiosos, judeus e militares, vindo prestar homenagem ao primeiro herói desta guerra estúpida que foi enterrado com pompas militares. O que nenhum jornal noticiou que o seu primeiro herói de guerra não era judeu, mas árabe.
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