segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Indignação

Pessoas próximas a mim já comentaram que é raro me ver indignada, ou melhor, é raro me ver expressar indignação, entretanto, quando isso acontece eu sei ser enfática. No domingo pela manhã, dia 18, ao ver a declaração do Primeiro Ministro de Israel horas após o início do cessar-fogo que começara as 2 da manhã, a pedido da comunidade européia, via intermediação da França e do Egito, eu fiquei irada com os termos de seu discurso. Suas palavras diziam que Israel lamentava o desconforto causado aos palestinos nestes 22 dias de guerra.

Desconforto? Será esta a palavra apropriada para se referir a covardia e ao massacre de 1.203 cidadãos e mais de 5.300 feridos palestinos contra 13 soldados israelenses? Soldados! Morreram soldados, militares, pessoas treinadas para a guerra, enquanto que da parte de Gaza eram civis e mais de 300 crianças! Desconforto para mim é sentar numa cadeira dura, é um pequeno mal-estar físico, circunstancial, nada a ver com o que a gente viu de desrespeito as regras básicas de respeito humanitário.

Esta declaração chega a ser sórdida e o pior, proposital, pois quando falamos, escolhemos as palavras, o discurso, o tom, e um primeiro ministro sabe o que quer dizer e para quem dizer. Estou indignada com a hipocrisia, com a frieza, com a desumanidade.

Com o coração agitado pelo sofrimento atróz que a gente ve pelas imagens na TV, e irada com a soberba de Israel, tento rezar, com e como fazem os salmos, erguendo um grito de sofrimento e de louvor ao Senhor! Bendito seja Deus pela Cruz de Jesus Cristo, Nosso Senhor, único lugar onde todo sofrimento humano tem sentido, consolo, perdão e de onde se pode beber força para viver, principalmente os desesperados. Lá a gente deposita tudo, principalmente o que não tem explicação cabível e ultrapassa os limites da razão, toca o ódio e manifesta a loucura destrutiva do pecado em sua face mais nua.
Jesus está lá com aqueles que sofrem. Jesus carrega sobre si todos os pecados dos que fazem sofrer. Jesus está com aqueles que trabalham nos hospitais e promovem a ajuda humanitária. Mais do que nunca renovo minha fé e esperança de que Nosso Juiz é Jesus, e Ele revela a própria face do Pai, cheio de compaixão e misericórdia, cujo olhar de amor cobre o Céu e Terra e percorre Israel e a Palestina, a Faixa de Gaza e o Knesset.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu simplesmente amo os seus comentarios.um grande abraço.georgia,fortaleza.