domingo, 3 de junho de 2012

Em Roma com os romanos, enfim!

Cheguei! Enfim cheguei à Roma no dia 31 de maio. Era bem tarde e estava morta de cansaço porque na madrugada anterior tinha ido ao aeroporto buscar o padre Roman, que chegava da Polônia, e só fiz ficar em Haifa oito horas para me despedir dos irmãos e dos amigos no trabalho para novamente descer para Tel Aviv, de carona, para o aeroporto, mais uma vez. Engraçado que quem me deu carona foi o próprio padre que tinha uma reunião em Jerusalém no dia seguinte e resolveu antecipar sua ida para me levar e podermos assim, conversar um pouquinho. Escrevo agora da casa comunitária feminina da missão de Roma e penso que deve ter havido grande alegria na kehilla (comunidade em hebraico) de Haifa, com o retorno do padre Roman para junto do rebanho... Até eu senti falta da missa hoje, sábado, e peguei meu livrinho da celebração eucarística para mostrar para as meninas que acharam a coisa mais linda o pai-nosso e a ave-maria em hebraico. E é mesmo.

Graças a Deus não tive excesso de peso: 23 kg exatos e mais 9 na mochila por conta do laptop. Mais uma vez a graça de Deus e os anjos do Senhor me ajudaram, (ou quem sabe eles unidos ao meu cabelo avermelhado que dizem me dar um ar de judia), e eu não tive minha bagagem, mala e mochila sequer abertas. Eu estava toda preparada para ver o caos ser feito na minha mala mas o rapaz olhou para mim, checou o código de barra do adesivo colocado na bagagem na primeira revista e simplesmente disse: pode passar... Quem ficou meio indignado foi o casal russo que ao meu lado tentava fazer caber todas as coisas tiradas de suas malas... 

A Ana Lúcia e a Dora, ambas da Comunidade de Vida, foram me buscar de carro, o que foi ótimo. A primeira é da missão de Roma e a segunda está de passagem na cidade depois da Convenção dos 30 anos e da visita que fez à Holanda missão para onde parte em setembro de 2012, e onde deve viver, se Deus quiser, para sempre. Foi bom rever Roma à noite e chegar em casa e logo ajeitar minhas coisas no armário que vou dividar com a Jamille minha companheira de quarto: três prateleiras para cada uma. Ainda bem que eu desisti de trazer cabides na última hora, nem ia precisar. O quarto é pequeno mas nos comporta bem: são duas camas, duas mesinhas com cadeira para os computadores e zeo (significa pronto, só isso, em hebraico). Há um espelho grande na parede e atrás da porta do quarto três ganchos para cada uma usar como quiser: eu pendurei a bolsa e a toalha de banho aberta em dois ganchos para secar mais rápido. Está tudo ótimo. A cama é de mola e tem dois travesseiros. Dormi bem essas duas noites, meio com saudade do meu quarto mas feliz por estar aqui, em Roma e viver este novo tempo da graça de Deus em minha vida.

Descobri que as aulas do curso intensivo começavam na segunda-feira e não na sexta e assim resolvi aproveitar a folga e visitar um casal de amigos que eu não via desde de 2008: o Marcos Nobre e a Janne. Ambos foram da Comunidade e se conheceram e namoraram estando na Comunidade de Vida mas por circunstâncias várias acabaram saindo e viveram desde o casamento em Quixadá. Houve a oportunidade dele concorrer a uma bolda da CAPES na área de Teologia Patrística e ele foi contemplado e veio fazer o doutorado em Roma na mesma instituição pontifícia que havia feito a graduação e o mestrado. Fui ve-los e conhecer o filhinho, Daniel que faz 4 anos daqui a poucos dias e que nesses poucos meses de vida na Itália já trocou o português pelo italiano, coisa mais fofa. Foi ótimo estar com eles e ver como estão bem, felizes, estudando e fazendo o que querem e gostam. E que casinha fofa Deus lhes deu encontrar na cidade de Anguillara, menos da metade do preço que eles pagariam se tivessem que viver em Roma. Quando vi todos ocupados com a rotina de trabalhos e provas pedi uma orientação e me virei de ônibus, metrô e trem até chegar em Anguillara. Quase duas horas para ir e outras duas para voltat mas nada difícil para quem há tantos anos subiu e desceu de Haifa para Isifya diariamente gastando horas dentro de ônibus... E mais, tive oportunidade de ouvir e usar algum italiano, o que foi muito bom. 

À noite, quase às dez, encontrei a Maria, que antigamente no Brasil era chamada de Socorrinha, mas que em Roma nestes dez anos é simplesmente Maria, e os meninos da missão: Edie, Pe. João Wilkes e Cristiano e com eles e todas as meninas fiz vigília mensal da casa e da Obra o quanto aguentei... mas não foi muito. Tive me recolher, tomar um banho e literalmente desmaiar na cama. As meninas ficaram espantadas com a minha coragem mas acho que não tem nada de coragem é simplesmente não perder as oportunidades de viver o que se tem à frente com intensidade e gosto... na eternidade a gente descansa se for preciso.

Passamos o sábado juntas, a casa feminina, e praticamente nos levantamos para almoçar. Dei muito testemunho e contei sobre Israel, especialmente para a Nathalie, noiva do Rafael que tem muito interesse pelas notícias da Terra Santa. Como a Dora volta para o Brasil na terça-feira e minhas aulas só começam na segunda, resolvemos visitar um grande shopping-center de Roma que se chama Porta di Roma se não me engano, e por lá batemos perna por quase quatro horas... tanta coisa bonita! Mas acho que ando meio bicho-tatu: tem hora que o excesso de ofertas de consumo me cansa. Quem sabe isso seja também obra da graça de Deus que deixa a gente mais simples e mais sereno com menos necessidade de consumir e comprar, avesso aos excessos de qualquer tipo... Também nem dá para ter crise de consumismo, quem é que tem dinheiro? Mas a gente olha e anda e procura e acaba achando pérolas com o pouco que tem e se diverte bastante. Foi o máximo, por exemplo, conseguir comprar um presentinho lindo para a Katiane e o Alê que se casam em SP no próximo sábado, dia 8 de junho por 5 euros!

Chegamos e jantamos salada regada a azeite perfeito, pão francês maravilhoso e perfeito e uma taça de vinho também perfeita! Que mais posso querer? Parecia restaurante. Sinto falta da comida árabe, do iogurte, do labani, da zata e das frutas... o povo parece que tem mania de massa e tenho que tomar cuidado pois também na comida tenho chegado a um equilíbrio que me satisfaz e sacia e não quero voltar a comer sem necessidade. Depois do jantar foi a hora do banho, de fazer as unhas, escrever no blog e agora cama. Não podia deixar de dar notícias novas e dar cara nova ao blog. Nem sei quem poderá ler este diário da missão e tempo de Roma que não deixam de ser uma graça e um novo do Senhor dentro da grande missão que é Israel, a missão de minha vida, mas sinto que preciso partilhar e contar. Tudo se fará ver a seu tempo. Só sei que louvo o Senhor todo o tempo e começo este tempo e saio de Israel - saio do deserto como diz a Palavra de Deus em Cântico dos Cânticos - apoiada e querendo viver plenamente apoiada no Bem-Amado, no Senhor que é bom e é meu Pai.  Veremos o que Ele tem preparado para mim... 

Só sei que ao reler e meditar na festa da visitação de Nossa Senhora no dia 31 de maio, vi que a Virgem Santíssima ficou com Sta.Isabel três meses e, da mesma forma, pedi que ela repetisse a dose comigo de junho a agosto, três meses, e me ensinasse com ela a cantar o Magnificat.

Até amanhã, festa da Santíssima Trindade. 
Shalom! Buonanotte.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Elena!!

Que bom que vc deu notícias e que chegou bem!
Ah, a Dora que vai pra Holanda é a irmã da Doronei(RL da missão de Bonfim-Ba).


Deus te abençoe!!
Shalom!
Raiane