terça-feira, 5 de agosto de 2008

Cenas Urbanas II

Que saudade dos meus bichos de estimação! Dá trabalho e despesa mas é bom demais a companhia de um cachorro e de um gatinho... Não é Bruna?

















Esta é a mais adorável de todas as cadelas criadas por Deus: a Mel! Que ficou como herança para a Francisca.

E o 'kitten' chama-se Pingo que nem chega aos pés - às patas - do Dino! Mas a foto do verdadeiro Dino precisa ainda ser escaneada.

Cenas e imagens: Blitz em Haifa a caminho de casa. O ônibus que ia a frente do ônibus que me levava para Isifiya foi interceptado pela polícia. Alguns passageiros desceram e foram revistados. De onde eu estava se via mal porque alguns transeuntes pararam para ver. Tudo muito silencioso, foi isso o que mais me chamou a atenção. Ninguém reclama ou fala alto. As pessoas parecem temer e respeitar a polícia. Durou uma meia hora. Todos voltaram para o ônibus e o trânsito foi liberado.

Nunca vivi um tempo de tão pouca tensão ao andar na rua em toda a miha vida! Não se houve falar de roubo ou furto de espécie alguma. Os portões das casas dormem abertos. Objetos, varais com roupa secando, brinquedos podem ser esquecidos nas varandas das casas. Não há muros nem portões de ferro com porteiros eletrônicos. Não há famílias inteiras esmolando nas esquinas. Quando há violência em Israel ela é furiosa e terrorista. Há dois pontos na cidade, que me foram mostrados por estes dias, onde há placas com o nome das pessoas assassinadas por uma bomba deixada num ônibus urbano. Onde houve a explosão terrorista foi deixada a homenagem. O clima entre as pessoas cidadãs israelenses das três maiores religiões é de tranqüila e pacífica convivência. A fervura do caldeirão acontece na Faixa de Gaza e na West Bank como se diz no noticiário local, ou Cisjordânia para nós.
As casas daqui têm lareiras. Esta que moramos e que é da Cúria não tem, excepcionalmente. Ao passar a pé observando as pessoas e o comércio, as construções e as plantas, como eu tenho feito quatro vezes por semana na minha hora de caminhada, vejo que algumas famílias já têm sua pilha de toras de madeira guardada para o inverno. Não vejo a hora de ver a temperatura baixar um pouco. Aqui em Isifiya a temperatura tem sido bastante agradável à noite e eu friorenta, durmo de colcha fininha além do lençol. A água do banho é quente às custas de aquecimento solar, usado em todas as residências.

Os ônibus tem degrau bem na altura das calçadas, facilitando assim, o acesso das pessoas mais idosas e deficientes. Cachorros com focinheira andam de ônibus e hoje um labrador educado e lindo me fez lembrar do Tobi, meu Tobi de Indaiatuba. Vontade de ter animal de estimação novamente. No escritório tem uma peixa da Lubna (peixe em árabe é palavra feminino), mas cá entre nós, peixe não dá pra ser considerado animal de estimação! Só quando ele se chama Nemo e é filme do Walt Disney.
Deixa eu receber algum salário que eu vou arriscar usar um chapéu também. Aqui há para todos os gostos, do quipá ao boné (um judeu que me leia vai me matar por chamar seu quipá de chapéu! mas é que protege a careca), do chapéu de pano e abas curtas, aos mais sofisticados e maiores. Homens e mulheres adultos cobrem e protegem a cabeça. Os jovens nem tanto. Vamos conferir depois no inverno como esse hábito se apresenta

A beleza do rosto humano visto na mistura de raças é incomparável! Por estes dias vi uma mulher negra, creio que africana, com os traços mais harmoniosos que eu já numa mulher de pele escura. Linda! Creio que ela seja africana porque havia seis listas tatuadas, partindo da altura do seu queixo, de orelha a orelha, até o fim do pescoço que imaginei serem sinais de alguma tribo. Os sinais faziam o desenho como um ziper: _/_ /_/_/_/_ Mas nem isso a enfeiava, ao contrário, a deixava com uma beleza ainda mais exótica.

Os árabes com toda a sua masculinidade e virilidade culturalmente tão valorizada, pasmem, usam e abusam das camisas cor de rosa! Umas têm com bordado e um pouquinho de brilho! Se eu já não tivesse visto alguns cidadãos vestidos assim, e visto as camisas à venda em lojas de shopping, eu não acreditaria. Não sou machista como os cearenses que me cercam, mas a força da cultura se faz sentir: acho meio estranho, não gosto. Os meninos de casa quase têm alergia só de olhar - dá pra imaginar o Tennessee usando uma camisa róseo?

Reencontrei a Kamilia no ponto de ônibus e convidei-a para a missa na igreja maronita, no próximo sábado, por causa da presença dos jovens. Para os jovens que trabalham, a missa de domingo de manhã, a única que há, torna-se inviável o que faz com que a evangelização deles seja ainda mais preocupante e desafiadora. Neste país de maioria judia o dia santo é o sábado. Tudo aqui funciona de Domingo a Quinta feira ou no máximo até Sexta, na hora do almoço.

Só quem conheceu as belezuras vai entender, mas além das pessoas, estou com saudade do Dino e da Mel e queria tê-lo roronando no meu colo e ela deitadinha aqui ao meu lado!

Um comentário:

Anônimo disse...

DESTAVEZ VOCÊ4 ESCREVEU BASTANTINHO, HEIM, ENA!! QUE BOM QUE DAQUI A GENTE PODE APRENDER COISAS QUE NUNCA SABARIA, SE VOCÊ NÃO ESTIVESSE POR AÍ...
ACHO MEIO CONFUSO ESTA MISTURA DE RAÇAS E DE CRENÇAS. COMO FREIRA, VIVI MUITO SEPARADA DO "MUNDO" E NÃO CONVIVI COM AS DIFERENÇAS. LOUVADO SEJA O SENHOR, QUE AS PERMITE ATÉ.... QUE TODOSS EJAM UM!!
VOCÊ RECEBEU MEU E-MAIL COM A "AVE MARIA DOS GAÚCHOS? POIS É, AQUI NO BRASIL, DIFERENÇAS ASSIM.
EMBORA TENHA SIDO CRIADA EM FAZENDA NAS MINAS GERAIS, EU NÃO GOSTO DE BICHO NENHUM. SÓ EM FILME, MAS NUNCA NA REALIDADE. ACHO QUE OS ADULTOS ME FAZIAM FICAR COM MEDO, AMEAÇANDO QUE OS CÃES E GATOS ERAM PERIGOSOS, AS VACAS E OS BOIS TAMBÉM...
TUDO BEM, QUERIDA: DEUS A ABENÇÔE COPIOSAMENTE! SUA SAUDOSA TRINITY