quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Breves

Ontem tivemos eleições municipais em Israel. Aqui os partidos se alternam entre cristãos e druzos, nas vilas onde não há população judia, como é o caso de Isifya. A novidade na 'nossa' vila é que ela foi oficialmente separada de Delya, a vila vizinha de maioria druza (nem sei se é assim que se fala, cadê meu Aurélio? que falta ele me faz!). Agora teremos prefeitura, administração, bancos, postos de saúde próprios.
Está para acontecer eleições em nível mais alto para primeiro-ministro, nas próximas semanas. Pelo pouco que consegui captar na TV e com as pessoas, há uma 'loura bonitona com ar de competente' (sorry! não guardei o nome!), que é da linha mais moderada e central, que é forte candidata à vitória. Dizem que ela quer dar séria continuidade às negociações pela Paz. Ela não seria louca de dizer ao contrário, principalmente perante a opinião pública internacional, mas daí a efetivamente, diminuir o boicote feito aos Palestinos em Belém, Jerusalém, etc, já é outra conversa. Que Adonai a abençoe e coloque o 'santo temor' em seu coração.
Continuo o trabalho diário de tradução e de contato com o hebraico. Tudo muito mais lento do que eu gostaria que fosse. Bendito seja Deus! Já me familiarizei com o todah (obrigada), lô (não), ken (sim) e outros sons do hebraico mas o que mais me chama a atenção é ouvir as pessoas se cumprimentando, na chegada e na saída, usando o termo 'Shalom!'. Por um lado soa bonito um monte de shalom sendo espalhado pelos ares, só que empobrecido de seu significado original. Deixa de ser uma bênção de ressurreição e passa a ser somente um cumprimento automático, semelhante oo nosso 'Oi, tudo bem?'.
Descobri que Helena em árabe é Hilene, ou 'Rilene' se formos pronunciar em português. Descobri ainda que para os judeus ortodoxos, melhor, para a mentalidade semita-judia do Antigo Testamento, o povo nunca se via como pecador e sim e somente como povo eleito. Daí a grande coragem do Rei Davi ao confessar publicamente o seu pecado, cobrindo-se de cinzas como sinal de arrependimento. Daí o escândalo mais absurdo de Jesus se tornar pecado para que a Humanidade não fosse mais escrava dele! Daí a diferença ainda mais aguda entre judeus e cristãos: pois nós somos um povo perdoado e amado até o infinito porque se sabe e reconhece pecador.
Carregamos a nossa cruz não porque sofremos e nos arrastamos pela vida afora, mas porque seguimos o mesmo estilo de vida do Crucificado, que Ressuscitou, ou seja, perdoamos! E perdoamos porque fomos perdoados e somos pecadores! Isso sempre foi inadmissível para um judeu ortodoxo.
Entendi um pouco melhor porque a Cruz é tão escandalosa para os judeus ainda hoje...e agradeço ao Senhor pelos esforços de todos os lados, principalmente entre os mais jovens, de caminharem na direção de um diálogo sincero e de uma aceitação mútua verdadeira.
Deus há de nos dar o Seu Shalom!

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