quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Jerusalém! Jerusalém!

Os textos desta última semana do tempo comum, às vésperas do fim do ano litúrgico católico latino quando teremos a festa de Cristo Rei, nos levam a dois extremos que me chamam a atenção: o julgamento soberano de Deus sobre todas as pessoas, sobre o mundo e o louvor, a adoração dada ao Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!

Vivemos nós também nesta tensão. Cercados que estamos de realidades humanas muitas vezes duríssimas, de incerteza econômica, muito sofrimento e violência por todos os lados, em todas as nações, os que crêem, se sentem e são interpelados a tomar uma decisão clara de confiança e de vivência radical do Evangelho. Dessa maneira os cristãos 'julgam' as nações, 'julgam' as realdiades dando testemunho de que o 'Senhor é bom e misericordioso' e caminha com os seus no vale de lágrimas e na árdua luta diária pela sobrevivência. Assim, quem é de Jesus, multiplica os talentos e testemunha ao mundo, com a vida concreta e com as Palavras pelo anúncio evangelizador, que o Senhor não é duro, justiceiro, indiferente à dor, ou alguém a quem se deve temer, como erroneamente pensava o servo que enterrou o talento, mas Ele é bom e compassivo, digno de toda a nossa confiança, amor e louvor.
Me impressiona como a atitude interior de louvor, adoração e gratidão é um antídoto contra a depressão e a desesperança! O louvor e o abandono nos põem no prumo! Se ao menos tentássemos com mais frequência e sinceridade, dar louvores e ações de graças ao Senhor!... É claro que haverá situações em que nós daremos o louvor e oferecemos nossa confiança em nome daqueles que ao nosso redor não conseguem fazê-lo. E haverá a contra-partida quando nós seremos sustentados pela fé e louvor dos irmãos... mas a escola do louvor é verdadeiramente uma escola de libertação.

Se por um lado os textos de Lucas nos remetem à tomada clara de posição perante o Senhor da Vida, traduzida em trabalho, multiplicação dos talentos, doação de vida, entremeado-a de louvor, como nos fala o Apocalipse, louvor que antecipa a eternidade, por outro, os textos nos apontam para os sentimentos de Jesus. A leitura de hoje é desconcertante e me tocou as entranhas: mostra a compaixão de Jesus pela Humanidade, chorando sobre Jerusalém! Jesus chora sobre Jerusalém que não reconhece quem lhe pode dar a Paz.

Há milhões de pessoas que não conhecem Jesus nem nunca ouviram falar do Filho de Deus, e este é um grande desafio e a grande meta da Nova Evangelização: dar às pessoas e às nações a chance de conhecê-lo e é para isso que a Igreja existe. Mas há outros milhões que 'odeiam o Senhor', que 'o renegam', que se envergonham de terem nascido numa família cristá-católica, que preferem assumir uma outra fé mais na 'moda', que 'não querem reconhecer quem lhes pode dar a Paz'.

São por esses e por nós que O conhecemos mas não vivemos como pacificados, como verdadeiros discípulos e ministros da Paz, como Shalomitas autênticos, filhos e filhas de Deus que o Senhor deve hoje chorar...

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