segunda-feira, 23 de março de 2009

Deus amou tanto o mundo...

O texto de João 3,16 do domingo passado é um dos mais conhecidos e divulgados de todos os tempos: pois Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho único... esse movimento do coração de Deus Pai é que me impactou na leitura, mais ainda com o texto de Gálatas que vai dizer que Deus foi impulsionado por este amor e nos quis devolver a comunhão com Ele e a alegria da vida eterna.

Ao mesmo tempo, se estes textos da Palavra de Deus, iluminados pelo Espírito, têm dado sabor e vida à minha vida e experiência missionária, fazendo-me seguir em frente com sentido quando a fraqueza é desnudada, por outro, a dureza do coração de algumas pessoas me assusta. Houve quem me escreveu discordando do conteúdo da bendita Carta que escrevi para o Presidente Lula. Só que a discordância não se baseia em alguma argumentação e qualquer abertura ao diálogo, ao espaço para a reflexão. Ao contrário, é um destilar de amargura e de ódio infundado contra a Igreja Católica, contra os bispos e o que ela ensina e defende em favor dos seres humanos, na desculpa de que o mundo está como está por causa de guerras religiosas... E mesmo se assim fosse, será possível construir um mundo mais humano matando seres humanos nos ventres de suas mães? É muita cegueira, faça-me o favor... Depois vem me dizer que a Igreja é obscurantista... quer coisa mais obscura do que a matança de inocentes?

Graças a Deus consertei a internet em casa e volto a escrever no blog com a frequência que gosto.
Tive a alegria de passar o feriado religioso de ontem em Nazaré. A festa da Anunciação, quando se deu o grande e inefável mistério da Encarnação de Jesus, o Filho do Altíssimo no ventre de Nossa Senhora, sendo este um dos mistérios que mais ilustra o impulso perfeitíssimo de amor de Deus que eu comentei no primeiro parágrafo. Este impulso se concretiza e torna-se Pessoa: Jesus Cristo!

Foi uma alegria e gratidão indizíveis estar lá, rezar naquele lugar! E seguramente eu não rezei só por mim mas para muitas, muitas pessoas... A igreja estava apinhada de gente de todas as faces e raças para a missa solene e quando, na ação de graças, contamos a Salve Rainha em latim, me debulhei em lágrimas... eu e meia multidão. O que também não é muito estranho, testemunha quem me conhece.
Depois, diante da gruta da Anunciação renovei o meu sim imperfeito na sombra e unido ao sim perfeito de Jesus ao Pai e ao sim perfeito da Virgem Maria ao Espírito Santo, pois há exatamente um ano atrás deu-se a minha consagração leiga na Comunidade de Aliança da Comunidade Shalom. Sei que esta eleição começou a acontecer muito antes, mas creio que na vocação ela toma corpo e consistência e cresce, entre tantas razões, por causa da vida comunitária e da espiritualidade.
Tomei fôlego e começo mais um ano, contando só e absolutamente só com a misericórida e a bondade daquele que nos deu Seu Filho único e que nos chamou das trevas à sua luz admirável.

Por fim, a última notícia, é que Lorena voltou para casa depois de 10 dias fora no Regional em Roma, trazendo a Yara a tiracolo que, entre férias, reciclagem e regional ficou 45 dias longe de casa! Estávamos todos com saudade e, honestamente, cansados também. Pergunte só à turma que trabalha no asilo para ver o que eles respondem? Mas é bom estarmos juntos, como diz a canção, e termos mais barulho e conversa na hora da refeição, novamente.
A fraternidade verdadeira é uma escola árdua, mas árdua porque íngrime, porque nos leva para o alto. Sem ela a vida espiritual pode se tornar uma fuga e uma grande fantasia.
Hoje de volta à rotina louvo o Senhor que em seu movimento de amor continua a nos sustentar dia após dia.
SHALOM!

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