quarta-feira, 8 de abril de 2009

A amizade

O evangelho da terça-feira Santa me comoveu imensamente por ver a intimidade do jovem João com Jesus. Este apóstolo chamado uma vez de filho do trovão, que desejava que caísse um raio do alto sobre aqueles que não receberam o Senhor com a devida fé em Samaria, fala de si mesmo, neste relato da última ceia, como estando próximo de Jesus, perto de seu coração, sentado ao seu lado. É interessante e belíssima a descrição, porque ele faz uma pergunta pessoal a Jesus a respeito dos demais apóstolos, e Jesus responde! É como se eles trocassem um segredo.

Para mim fica mais evidente ainda como o Senhor nos chama à amizade com Ele, à intimidade da partilha recíproca. E essa possibilidade é tão extraordinária que mereceria todas as exclamações do teclado do computador e do alfabeto! Ser amigo de Deus! Ser confidente de Deus e tê-lo como confidente! Que diferença absolutamente extraordinária a face do Deus cristão diante de todos os demais deuses de todas as outras culturas e religiões.
Entretanto, para que essa amizade aconteça concretamente na vida de alguém, necessariamente há que se ter vida de oração silenciosa, de contemplação, de lectio divina levada à sério, de adoração, de tempo gasto na capela com a Palavra de Deus.
De todas as tentações que nos cercam neste século XXI creio que uma das mais sérias e sutis, seja a dificuldade para dar prioridade à oração MESMO! Sinto isso na pele e nos ossos, no coração. Uma oração longa, parada, como diz o Moysés, aos pés do Senhor, como Maria, para ouvir o Senhor falar e para que Ele também nos escute. E mesmo para quem já tem esse tempo 'por obrigação', há que se vencer a superficialidade e buscar o silêncio e a verdade, dons desejados mas também temidos.

Talvez valesse a pena desejar que nossa vida de oração nesta Páscoa seja ressuscitada e se transforme na prioridade zero, como se costuma falar nas empresas, aquela que vem antes de todas as outras.
Ah! S.João, intercede por nós! Ajuda-nos a passar, também nós, de trovão para brisa suave, de rebeldes para dóceis, de trabalhadores da vinha para amantes do Senhor da vinha.

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