Aos sábados nossa casa tem 'koinonia' que é um termo grego muito chic e apropriado para designar 'convivência', o estar junto entre irmãos, como irmãos. Nem sempre a gente está com 'muita vontade' de participar, quer dormir, escrever email, ler, ficar sozinho... mas decide ficar e participar, num exercício consciente de comunhão e de abertura e até hoje, sempre valeu a pena. Sem querer filosofar demais e tendo em mente parâmetros normais de convivência, experimento mais e mais que todo movimento que me faz crescer em comunhão e alegria, quando me esqueço de meus próprios gostos, de mim mesma e das síndromes de egoismo, me levam a experimentar uma sincera felicidade e me tornam mais enriquecida!
As equipes (os pares) de irmãos e irmãs se alternam na programação do que fazer nas noites de sábado, e vale tudo: um bom filme com pipoca (mas sem guaraná! snif! snif!), mímica e jogos de competição, baralho, também passear em Haifa, em um dos shopping centers para tomar sorvete no McDonald's (a grana só dá para isso, e olhe lá) e ver as belas vitrines. Outro dia fizemos até uma noite de 'Adedanha' (quem se lembra desse jogo?) que foi sensacional. A gente sempre ri e se diverte bastante quando estamos juntos. Graças a Deus as competições são vividas em clima fraterno e ninguém até hoje se destemperou em agressões ou mau-humor, quando começou a perder.
No sábado fomos passear na orla marítima em Haifa, na beira do Mediterrâneo, e pude ver pela primeira vez quão lindo e seguro é o 'Calçadão' daqui. E longo, bem longo, como Leme e Copacabana. Há vários restaurantes, estilo 'barracas de beira da praia' que se tem em Fortaleza, mas um pouco mais sofisticadas e fechadas para poder acolher os turistas também no inverno. Como o clima está bem mais ameno, meia estação, cruzamos com dezenas de pessoas de todas as idades, famílias, casais mais novos e mais velhos, os adeptos da corrida noturna, outros passeando com os cães, que assim como nós, foram relaxar e lanchar ao ar livre, curtindo a primavera.
Há vários espaços públicos com cadeiras, bancos, mesinhas, para as pessoas fazerem pic-nic e nós, adeptos do delicioso-lanche-levado-de-casa, nos assentamos num lugar agradável, debaixo da luz da lua e saboreamos nossos deliciosos sanduiches com refrigerante, arrematados com chocolate ganho pela Páscoa. Depois fomos fazer a digestão caminhando pelo calçadão até as pernas começarem a doer.
O bom da fraternidade é que a gente vai conversando 'fiado' como se diz na minha família, ora com um, ora com outro e assim os laços se estreitam porque a gente vai conhecendo os casos de família, as histórias engraçadas e simplesmente convive. Foi ótimo. Um assunto entretanto que mais nos impressionou a todos foi a segurança... todo mundo de bolsa, relógio, anel, celular, carteira (mesmo que vazia, kkk, como é o nosso caso), sem medo de ser assaltado, agredido, violentado... nessas horas o coração dói pelo Brasil e por toda violência urbana que se vive e se experimenta por lá que nos marcou a todos. A gente sente que o perigo aqui é muito menor e faz uma experiência de respeito e liberdade completamente nova: não é preciso temer!
Aqui em Haifa quando a violência acontece é bomba terrorista mesmo!
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