quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Anos Dourados

Lev tahor barali Elohim! Este é o meu clamor mais sincero no dia de hoje que comemoro 50 anos de vida e que canta o salmo 50, meu predileto: criai em mim um coração puro, ó Senhor! Dá-me este coração para que eu possa ver a vida como Tu a vês!

Não tenho outra coisa a dizer a não ser que estou em paz e feliz. Creio que o Senhor me deu uma graça muito especial estes dias que antecederam o aniversário que foi estar contente por estar onde estou, com quem estou, sem tristezas maiores ou ansiedades lancinantes pela não presença ou companhia de tantos amigos e irmãos, da grande família de sangue, da grande família espiritual. Claro que os nomes e os rostos estão vivos na memória e a saudade me acompanha. Como eu gostaria de abraçar a mamãe, meus irmãos, sobrinhos, tanta gente, tantos amigos, gente que se tornou próxima através da internet... mas em mim há mais gratidão que aflição. Gratidão enorme ao Senhor, meu Deus, pelo tanto que me tem dado! Gratidão enorme pelo amor e a oração de tantas pessoas... Também eu posso cantar, sua misericóridia é eterna!

Anos dourados. Tem gente que me deu parábens pelas minhas Bodas de Ouro. Achei interessante pois eu nem casei... mas se considerar meu batismo, de fato são bodas de ouro pois fui batizada na hora que nasci, pelo médico, por ter nascido prematura de seis meses e meio. Boas de Ouro, sim. Minhas novas companheiras de casa, da Aliança, Vivi e Cris, fizeram um cartaz lindo dourado, e prepararam um café da manhã caprichadinho. Partilhamos um pouquinho, antes tínhamos ido à missa juntas e depois cada uma seguiu seu rumo de trabalho.

A festinha de ontem no Centro de Evangelização me surpreendeu pela singeleza e a presença fraterna de quem foi. Pessoas da Obra, os irmãos de casa e os de Nazaré. Já no fim da festa a surpresa do Padre José, carmelita mexicano com quem celebramos a Eucaristia diária, que chegou com Pablo e Anita, os voluntários que o ajudam. Maroun, o jovem que fez o Homem no Canto das Írias, e que me chama de tia Ena, Maria, que foi uma das írias e Joana, a costureira que nos salvou, cantaram uma música que falava do amor de Jesus que ressuscita, com uma pequena coreografia, bem no estilo Shalom de ser. Gracinha demais! Os irmãos de Nazaré também cantaram uma canção de fraternidade. O bolo com gostinho de laranja foi feito pela Viviane e enfeitado pela Yara, a salada de fruta da entrada foi preparada pela Silvânia e, de comidinha salgada, servimos uma salada de macarrão com atum. Com o calor muito forte que tem feito quanto  mais leve e fresca a comida, melhor. Muita água gelada, refrigerante e pronto. Depois eu mostro as fotos de tudo, incluindo os cartazes que falavam do 'coração de esposa' conquistado pelo Amor do Senhor.  

A surpresa ficou por conta do Hai e da Sabina, que conheci no curso de hebraico. Eles são bem mais adiantados que eu mas se tornaram amigos por aquelas razões meio sem pé nem cabeça que marcam o surgimento das amizades e que deixam ver o dedo de Deus em serviço. Ela, romena-húngara, tentando treinar o espanhol que aprendeu pela televisão por conta das telenovelas, resolveu se aproximar de mim que falo português! Ele, Hai, vietnamita, médico que trabalha no maior hospital de Haifa, virou meu companheiro de ponto de ônibus e de viagem até Isifya. Hai mora na vila seguinte, Dalyat el Carmel, a última vila da linha 37 alef, que sai de Haifa e sobe o Monte Carmelo. No longo percurso que fazemos neste último mês quando o sono e a canseira deixavam, conversamos muito, em inglês, obviamente. Estes dois novos amigos são jovens adultos meio solitários, estrangeiros como nós da Comunidade, que vieram parar em Israel por razões diferentes das minhas mas que, como eu, têm um mesmo desejo profundo: encontrar a felicidade. E aí entra o dedo de Deus, Ele que é própria felicidade, os atrai para conhecerem pessoas simples, vasos de argila, seus servos, nós, shalomitas, missionários, para Se revelar e os atrair a Si. Poderia eu ter recebido maior presente de aniversário do que a presença de duas almas sedentas do amor de Jesus? Se alguém se lembrar que rezem por eles. São bons candidatos ao grupo de oração de iniciantes que estamos querendo abrir na Pastoral Hebraica, em breve. Estamos na fase da intercessão para a escolha do melhor dia, tradução para o hebraico de mais músicas de louvor apropriadas para grupo de oração, definição de um ministro de música, e tudo isso, por enquanto, depende praticamente da Viviane e da Yara que estão muito sobrecarregadas e as que tem competência linguística e musical, respectivamente... tudo nas mãos de Deus e na hora certa.

Mas voltemos para o aniversário. Um dos maiores mimos pessoais que recebi veio através da Sabina. Partilho-o para deixar os corações cheios da certeza de que o mesmo Deus que fez o céu e a terra e cuja sabedoria para a cuidar dos caminhos da Humanidade são perfeitos e inescrutáveis, sabe cuidar e manifestar o seu amor com sinais concretos e pessoais. Este é o Deus dos cristãos... Pela manhã enquanto caminhava para o ponto do ônibus, falava comigo mesma e dizia 'como eu gostaria de ganhar uma flores...'. Ciente porém, de que este era um sonho impossível falei com o Senhor: 'este presente só se tu quiseres me dar Jesus, porque não tem outro jeito...'. Sinceramente nem lembrei mais do assunto, mas quando a Sabina chegou no Centro de Evangelização trazendo um buquê de rosas vermelhas, com cinco botões, como é costume daqui, fiquei encantada com a delicadeza deste Deus apaixonado...

Agradeço a todos que se manifestaram e que rezam por mim. Eu amo vocês! Que Deus abençoe a cada um.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns Querida Elena!!!Louvado seja Deus por nos ter presenteado com a sua vida!
Abraços
Valéria
V/Conquista