segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Dia do Perdão

Gente do Céu, uma perguntinha básica: como é que a gente pode ter medo de Deus? Pois é... mas a gente tem porque projeta sobre Ele os medos e as experiências humanas negativas que tivemos com nossos pais e... confiamos mas com cerimônia, confiamos mas com desconfiança, com o pé atrás. Talvez a única pessoa que eu conheço que não tenha vivido esse medo como a maioria de nós tenha sido santa Teresinha que teve um pai especialíssimo em quem ela confiava irrestritamente mas que também a feriu naquele famosa cena na noite de Natal, descrita na 'história de uma alma', em que ele perde a paciência com a hipersensibilidade da pequena Teresa. Só existe um Pai em quem o amor não tem qualquer sombra de oscilação e que tem entranhas de ternura por mim: o Pai do Céu, o Pai de Jesus que a gente passa a conhecer a medida que conhece Jesus, pois um revela e aponta para o outro.

Passei por uma grande libertação este final de semana enquanto estava de retiro com a Pastoral Hebraica e ouvi três pregações magníficas sobre Lucas 15, que fala do Pai e dos seus dois filhos. A partir dos verbos apresentados no texto e dessa vez analisados na versão hebraica e vez por outra no grego, pudemos mergulhar no que havia no coração de cada um destes personagens que tem a ver comigo e com cada um. Se a gente se deixa alcançar pela graça de Deus, pela luz que vem da Palavra de Deus, especialmente das parábolas de Jesus, muita coisa pode ser mudada e curada em nosso interior. Em mim foi curada a ferida do medo do Pai, o medo do que vem a seguir, o medo de que Ele queira o que é contrário ao que eu quero... À medida que ouvia sobre as entranhas de amor do ventre do Pai que corre ao encontro de qualquer filho seu ao primeiro movimento de arrependimento este amor me inundava o coração e a inteligência e todo o meu ser, eu me arrependia do absurdo, do non-sense de ter medo de Deus Pai. Como temer quem é todo amor derramado sobre mim? Chorei que me acabei e assim como aconteceu com o filho caçula antes mesmo de acabar o meu arrependimento e confissão de minha dor diante do Senhor,  já havia gratidão em minhas lágrimas. Era como se o Pai nem quisesse esperar eu acabar de falar, ou me explicar, Ele já me inundava de tal amor e alegria e beleza que é difícil explicar. Fui selar toda a experiência no sacramento da confissão para poder receber o perdão em Nome de toda a Igreja, a Esposa do Cordeiro para que ela também fosse curada da ferida causada por mim e pudesse receber dela o perdão pelo meu pecado de toda uma vida. E que coisa mais bonita: era Yom Kippur a maior e mais significativa festa do judeus, a festa do perdão.

E para quem tem medos e dúvidas a respeito dessa amor, não desista de achar, não desista de desejar, não desista de fazer o caminho da volta que leva à casa do Pai e a este abraço que é o melhor do mundo! :-)

3 comentários:

Ilana disse...

Elena, louvado seja Deus!!!
Sua partilha me inundou de pura inocência..confiança..

Anônimo disse...

Oi Elena!!

Que bela partilha. Deus te abençoe.
Raiane

Petrolina-PE

Soraya Borges disse...

Ena...
Sem dúvida essa experiência é fruto da sua coragem de a cada dia deixar-se amar um pouco mais pelo Amado.
Acho q todos temos um pouco ou muito desse medo.
Feliz por seu sim.
bj