quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Presença Marcante

Tive a satisfação de me sentar por quase uma meia hora com D.Elias Chacour para saber de suas impressões pessoas sobre o Sínodo. Ele chegou de Roma na segunda-feira à noite mas somente hoje pudemos conversar um pouquinho com ele, fazer perguntas, tendo direito a vários intervalos comerciais por conta do telefone e do celular que não deram trégua. 

Ele me pareceu restaurado, espiritualmente restaurado, mesmo que fisicamente muito cansado porque os 15 dias de trabalho, foram 15 dias de trabalho! Descreveu a experiência interna entre os bispos como genuinamente fraterna, de muito interesse recíproco, sem formalidades, onde todos se chamavam pelo nome. Em seu grupo de trabalho estava D.Damasceno, brasileiro, sagrado Cardeal, que edificou D.Elias pela simplicidade e humildade

Segundo ele os pronunciamentos do Rabino foram bons mas esperava-se mais, tendo se destacado o representante muçulmano libanês que fez uma análise brilhante sobre a convivência entre cristãos e muçulmanos no Oriente Médio. Nomes não guardei nenhum, mas todos com suas respectivas falas podem ser facilmente acessados no site do Vaticano.

Perguntei a D.Elias se alguma coisa o havia surpreendido. Ele cometou duas: primeiramente o depoimento dos bispos do Iraque e da situação em que vivem os cristãos em verdadeira diáspora desde que a guerra contra o Iraque foi deflagrada em 97, se não me engano. O testemunho de sobrevivência dos católicos no Iraque edificou a todos os presentes e fez crescer, e muito, a experiência de Corpo de Cristo, de comunhão na dor. D.Elias disse que os cristãos de hoje do Iraque o levaram de volta à década de 50, nos primeiros dez anos após a criação do Estado de Israel, quando a igreja, os palestinos, os cristãos que tinham permanecido, estavam à mercê de si mesmos, sem qualquer apoio internacional. Segundo D.Elias ouvir de viva voz o relato dos bispos sobre o sofrimento que passam tantas comunidades e dioceses, lhe deu outra dimensão dos problemas enfrentados na diocese da Galiléia, e nova esperança para enfrenta-los. 

O segundo ponto porém, que D.Elias mencionou como surpreendente foi a presença diária de Bento XVI durante o Sínodo. Nas grandes plenárias quando o Santo Padre deveria falar, suas palavras transmitiam profunda sabedoria, no restante do tempo, porém, o que era mais eloquente era sua presença silenciosa, humilde, de profunda escuta, acompanhando atentamente cada bispo, cada discussão. Era como se o Papa estivesse ensinando com a sua presença e atitude a mais importante de todas as atitudes para que houvesse, como houve de fato, um novo Pentecostes. D.Elias me disse que de fato a presença de Bento XVI entre os bispos causou tal impressão de santidade que eles se comportaram, trabalharam e conviveram como irmãos. 'Eu realmente senti que Deus estava entre nós', foi a afirmação que D.Elias Chacour partilhou comigo, discretamente, já que não é muito de seu feitio ficar falando de 'assuntos espirituais'. Guardei-a como uma pérola e a partilho como uma luz a brilhar para todos os que eventualmente lerem este blog. O Santo Padre Bento XVI é de fato extraordinário em sua verdadeira sabedoria e humildade, virtudes que caminham lado a lado. E de pensar que ontem me enviaram um filminho com uma entrevista do ex-Frei Leonardo Boff, chamando Bento XVI de antipático, duro, e não muito preparado... é muita pretensão e muita cegueira, faça-me o favor. Mas o assunto de hoje não é política, é muito mais a certeza de que a Igreja Católica é e será sempre guiada, orientada e surpreendida, já em seu interior, pela ação nova do Espírito Santo, 'aquele que dá a vida e falou - e fala - pelos profetas', como diz o credo. 

Continuemos rezando o rosário pelas eleições, para que a cultura da vida prevaleça e a vontade de Deus se manifeste.

E não é que hoje é aniversário do Presidente Lula! Quem rezou por ele?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Rainha da Palestina

Descobri que na Terra Santa Nossa Senhora é também chamada pelo título de Maria, Rainha da Palestina ou Nossa Senhora da Palestina, e que só aqui, sua terra natal, ela é invocada assim. E a festa criada em 1927 pelo patriarca latino de Jerusalém na vila de Rafat, é anualmente celebrada no dia 25 de outubro, de modo especial pela comunidade cristã de Jerusalém, que sai em procissão até Rafat.

Se quando da criação desta festa já se invocava a intercessão da Virgem para que houvesse paz nesta terra, na época toda ela conhecida como Palestina, terra que abrigava árabes, judeus e outros povos da redondeza, mais ainda na atualidade a intercessão de Nossa Senhora é necessária para que haja o milagre da paz, dom de Deus.

É bom saber e lembrar com gratidão e esperança que por aquelas coincidências que evidenciam o cuidado pessoal do Senhor e sua intervenção no tempo e na história, exatamente no dia 25 de outubro de 2000 a Comunidade Católica Shalom abria sua primeira missão em Israel. Tem o dedo da Virgem Santíssima, a Rainha da Paz nesta história cheia de mimos, e ela com certeza repete e o que disse em Caná: fazei tudo o que Ele vos disser.

Esperemos as surpresas do Espírito Santo - o vinho novo - a partir da conclusão do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio que voltaram hoje às suas dioceses e comunidades depois da experiência de Pentecostes que tiveram em Roma, juntos, como irmãos, ao redor de Bento XVI, sucessor de S.Pedro. As palavra de Nossa Senhora, Rainha da Paz, continuam ecoando: fazei tudo o que Ele vos disser, para que não somente o vinho novo, mas o melhor vinho seja servido na Palestina, em Israel, na Terra Santa e em nossas comunidades.

E, sem dúvida, não deixemos de interceder pelas eleições no próximo dia 31.

Feast of Mary Queen of our country – October 25

The Blessed Virgin Mary. Mother of Jesus Christ, lived here, in our country. Here she received the angel who announced to her that she would become the mother of "the son of the Most High" without knowing any man. The crucified Jesus handed her over as mother to the beloved disciple and thus she became the mother of the Church, and in a particular way the mother of the Church in her own country – the Land of Israel.

In 1927, the Latin Patriarch of Jerusalem, Louis Barlassina, dedicated a church, monastery and orphanage in honor of Mary, Queen of Palestine, at Rafat, a village next to Beit Shemesh. The feast of Mary Queen of Palestine was officially recognized in 1933 and since that time the Catholics in the diocese of Jerusalem have made a pilgrimage to the shrine in Rafat each year in order to ask the intercession of Mary for her country. This feast is unique to the diocese of Jerusalem and Mary, Queen of our country, protects the Church in the land.

We pray on this feast for peace in our country in faith and confidence that Mary will intercede for us, for her country and for all her children.

The traditional pray, formulated in 1926 to Our Lady of Palestine is:

O Mary Immaculate,
gracious Queen of Heaven and of Earth,
behold us prostrate before thy exalted throne.
Full of confidence in thy goodness
and in thy boundless power,
we beseech thee to turn a pitying glance upon Palestine,
which more than any other country belongs to thee,
since thou hast graced it with thy birth,
thy virtues and thy sorrows,
and from there hast given the Redeemer to the world.

Remember that there especially
thou wert constituted our tender Mother,
the dispenser of graces.
Watch, therefore, with special protection
over thy native country,
scatter from it the shades of error,
for it was there the Sun of Eternal Justice shone.


Bring about the speedy fulfillment of the promise,
which issued from the lips of Thy Divine Son,
that there should be one fold and one Shepherd.
Obtain for us all that we may serve the Lord
in sanctity and justice during the days of our life,
so that, by the merits of Jesus
and with thy motherly aid,
we may pass at last from this earthly Jerusalem
to the splendors of the heavenly one.
Amen.

domingo, 24 de outubro de 2010

O endereço da mãe Joana

Nos inúmeros emails que recebo diariamente sobre o segundo turno no Brasil - uma baixaria de dar desânimo em qualquer um, principalmente do PT contra a Igreja - me enviaram um post de um blog de um camarada chamado Ubiratan Iorio, que fazendo um comentário sobre a candidata Dilma e a Casa Civil, chama a segunda de Casa Civil da mãe Joana e explica quem foi esta senhora. Me esqueci da política e achei o máximo finalmente descobrir quem foi a Joana que apesar do nome lindo tem fama de bagunceira e de fazer somente o que quer. Vejam só quem foi esta nobre senhora:

Joana I (1326-1382), rainha da bela Nápoles e condessa de Provença, levava uma vida, digamos, desregrada e permissiva, chegada a fortes emoções. Por isso - já que naqueles tempos ainda havia respeito a valores morais - acabou sendo exilada para Avignon, na França. Em 1347, aos 21 anos, a moça regulamentou os bordéis daquela cidadezinha, estabelecendo como norma que "o lugar terá uma porta por onde todos possam entrar." Em Portugal, a expressão paço-da-mãe-joana virou sinônimo de prostíbulo. No Brasil, o termo casa-da-mãe-Joana indica um lugar em que cada um faz o que quer.

É esta a impressão que tenho com o que leio na internet: que não há mais freio, nem pudor, nem escrúpulo e o pior, com o episódio dos panfletos da CNBB do Regional Leste 1 sendo apreendidos, vê-se que as Leis e a democracia correm sério perigo. Sem contar o horror que causa tudo o que se tem escrito aberta e declaradamente contra a Igreja Católica. É de causar dor mesmo!

Eu se votasse votaria no Serra como mal menor. Pelo menos nesta campanha ele demonstra e o PSDB uma postura e propostas mais lineares. Se bem que passou a ir à missa quase todo dia neste segundo turno...que conversão mais planejada, um horror. Pior e mais hipócrita só a Dilma ir à Aparecida e tentar mudar da água para o vinho o discurso a respeito de questões morais. Quanto mais vejo a postura do Presidente Lula e a agressividade do PT mais estarrecida fico. O papel que o Lula fez ao dizer que tinha sido forjada a agressão sofrida pelo Serra naquele lance desmascarado pelo Jornal Nacional, me fez lembrar o Presidente Bush quando era ridículo e agia pateticamente, mal assessorado. Assim foi o Presidente Lula: patético. O problema é que ideologia cega. Todo mundo passa a pensar (pensar?) em bloco. 

Eu como consagrada posso e devo me indignar contra o pecado e tudo o que fere a Deus e o que Ele revelou de si e sobre a vida, o ser humano, através da Igreja Católica nestes dois mil anos de Cristianismo. É a Deus que eu amo em primeiro lugar e tudo o que Ele ama a seguir, daí o amor à vida e à vida humana objeto de sua predileção, cada um e uma. Por isso vigio o meu coração para nele não abrigar desprezo, guerra, maldição, e qualquer radicalidade que seja fruto do ódio e não do amor. Sou consagrada e batizada para ser discípula e ministra da paz, do Shalom e é do meu coração que esta realidade brota, nasce, amadurece e transborda, ou não. É um exercício extenuante de amor e abertura, de benção, uma luta mesmo, que começa na oração e na intimidade com o Senhor. Só Ele pode fazer o transplante de um novo coração que Ele mesmo já me deu e que existe em mim desde o meu batismo. Seria mais fácil se já estivesse pronto, mas não teria valor. A nova criatura já existe em mim - a Elena liberta em Cristo Jesus - mas ela só acontece na minha livre aceitação diária de querer ser transformada. É isso que S.Paulo vai chamar de viver na carne ou no espírito. Discursos não adiantam e estou exausta deles. Quem não está? Nossa saída, refúgio, refrigério, fonte de sabedoria, fortaleza e única possibilidade de mudança interior e exterior que represente vitória verdadeira parte da oração, parte da vida de oração, da vida sacramental, da santidade. Se o Senhor não edificar a casa em vão trabalham o que a constroem, diz o salmista. Ele precisa anteceder todas as ações do que batalham pela cultura da vida! É o Senhor! Ele precisa estar em nós em primeiro lugar para ir à frente do que fazemos senão a casa desmorona. Oração, oração, oração e depois a ação. Neste sentido fico com as palavras do Pe.Lodi que não conheço pessoalmente mas conheço de fama e que trabalha em favor da vida há décadas. No trabalho que faz as mães pobres, solteiras, violentadas estão incluidas e não somente os bebês. Ele não entrou nessa onda por modismo e nem por discurso político. Ele fala de perseguição e de oração. Penso que vivemos um tempo decisivo de evangelização explícita e de coerência de vida também explícita onde somente a santidade poderá fazer a diferença no meio de tantas sombras, mentiras, trevas e relativismo. Tempo em que a pessoa humana em todas as fases de sua existência - bebês, crianças, adolescentens, jovens, adultos, idosos - continuem sendo respeitados e valorizados por serem em primeiro lugar imagem e semelhança de Deus, e onde a pobreza volte a ser abraçada como bem-aventurança. Somente as palavras de Jesus sob a orientação do Magistério da Igreja Católica em comunhão com o Santo Padre, nos dão lastro e segurança de valor eterno. Nada as poderá destruir jamais. E como ele fala da oração, do terço e de Nossa Senhora quis partilhar o convite e a ponderações que ele fez. O convite eu aceito e as ponderações concordam. Que o Senhor tenha piedade de nós, brasileiros neste tempo, muito especialmente a partir do mês de novembro.

"BEM-AVENTURADOS SOIS VÓS QUANDO VOS PERSEGUIREM..." (Mt 5,11)

Ao resolver perseguir os Bispos e demais fiéis que distribuem o "Apelo a todos os brasileiros e brasileiras", o PT acabou cometendo o mesmo erro que cometeu Jandhira Feghali nas eleições de 2006. Naquela época, a candidata comunista (PC do B) ao Senado já se imaginava eleita e planejando o que faria como senadora. Apavorada com a distribuição de um folheto que informava sua atuação pró-aborto, ela recorreu ao TRE-RJ e acusou a Arquidiocese do Rio de Janeiro. Ele obteve que fiscais, no dia 21/09/2006, cumprindo um mandado de busca e apreensão, invadissem a Mitra Diocesana, inclusive o gabinete do Cardeal Dom Eusébio Scheid, em busca dos supostos panfletos. Nada foi encontrado, uma vez que a Arquidiocese não era autora da publicação. No dia 25/09/2006, o Cardeal recebeu uma intimação para guardar silêncio sobre qualquer “referência político-ideológica”. Essa liminar foi cassada no mesmo dia pelo colegiado do TRE. No dia 1º/10/2006, contrariando o que previam as pesquisas, Jandira obteve apenas 37,54% dos votos válidos e perdeu para seu adversário Francisco Dornelles (PP/RJ), que ficou com 45,86% dos votos válidos.

A perseguição sempre foi fonte de bênçãos para os cristãos. No presente momento, não se deve temer "os que matam o corpo, mas não podem matar a alma" (Mt 10,28). Quanto mais o PT perseguir a Igreja, mais contribuirá para o mérito dos cristãos. Ele estará assim forjando sua própria derrota.

Convém que a perseguição ocorra - como já está ocorrendo - agora, ou seja, antes do dia 31 de outubro. Ela serve para dar ao povo uma pequena amostra do totalitarismo que se pretende instalar no país com a vitória de Dilma.

Nossa principal arma, porém, continua sendo a oração confiante e perseverante. Se permanecermos fiéis na recitação diária do Terço da Misericórdia às três horas da tarde e na recitação de um Rosário completo a cada dia, tudo o mais virá por acréscimo.

Uma mulher deve vencer esta eleição. Seu nome é Maria.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
Telefax: 55+62+3321-0900
Caixa Postal 45675024-970 Anápolis GO
"Coração Imaculado de Maria, livrai-nos da maldição do aborto"

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Inácio e Lucas

Eu tenho um sobrinho Lucca que faz 14 anos amanhã. Quase nasceu no dia de seu santo padroeiro. Somente desejo que aconteça com ele, que conhece Jesus desde menino, o que aconteceu com Inácio de Antioquia, santo comemorado dois dias atrás, que segundo antiga tradição foi uma das crianças que Jesus abraçou e abençoou segundo está em Marcos 10,16, e que seguiu Jesus por toda a vida até tornar-se sacerdote e suceder S.Pedro.

Também foi o evangelho de domingo sobre a intercessão de Moisés e a orientação de Jesus de que 'é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo' (Lucas 18,1), que mais me interpelaram neste tempo intenso que vivemos no Brasil, por conta do segundo turno, e no Oriente Médio por conta do Sínodo. Não há possibilidade de verdadeira vitória sem a intercessão, sem estar na presença do Senhor, ora suplicando sua misericórdia e perdão por tantas barbaridades e desumanidades que somos capazes de fazer, ora louvando o Seu Santo Nome pois sua misericórdia é eterna, cobre a face da terra e sustenta a vida de todos os homens. Mas a oração vem primeiro e deveria preceder todas as ações se queremos a vitória de Deus unida a nossa. Esta inversão de prioridades é um segredo a ser vivido, aprendido e aprofundado.

Do Sínodo tenho a notícia interna de que os trabalhos têm sido extenuantes e também fascinantes. A presença de todos os ritos e o desejo de construir mais efetiva unidade no interior da Igreja de Cristo, principalmente em Israel e em Jerusalém, circula por muitos depoimentos e partilhas dos bispos. O Iraque pede socorro em lágrimas. As autoridades judaicas e muçulmanas reconhecem a importância da presença cristã no Oriente como força de conciliação. Uma das maiores ameaças na região é 'a supressão da liberdade de consciência' pois o Islã político pensa em bloco. A religião é uma escolha nacional e social e não individual. Liberdade religiosa significa liberdade de culto e não liberdade de crença, de crer ou não crer. Por isso trocar de religião representa traição à nação e não há este conceito - quase inconcebível para quem tem cultura ocidental - de liberdade de consciência, de praticar privadamente ou publicamente a religião pela qual se optou. Por isso o papel da Igreja Católica e da fé cristã é tão fundamental para esta região do mundo, em especial, porque sugere e aponta os direitos humanos e o bem da pessoa humana como o primeiro critério a ser adotado para julgar todo o sistema político e social. E o documento Instrumentum Laboris, falou disso com clareza e transparência. Sem a presença cristã e sua dimensão sobrenatural, e não podemos nos esquecer um minuto sequer deste dimensão, o que pode vir a prevalecer no Oriente Médio é a 'jihad' ou guerra santa, defendida pelo Islã político que crê que o mundo está do jeito que está porque ainda não se fez todo muçulmano e que para se alcançar este fim, que todos abracem o Islã, toda guerra e ação terrorista é válida. E para os extremistas não há espaço para a convivência com o diferente e nem a possibilidade de 'liberdade de consciência'. A presença da Igreja é capaz de continuar contribuindo para um laicismo positivo que permita liberdade, mais justiça e leis igualitárias para além das confissões religiosas.

Quando Jesus pergunta no fim do Evangelho se quando o Filho do Homem voltasse encontraria fé sobre a terra, louvei muito o Senhor pela coragem, docilidade ao Espírito Santo e fé de Bento XVI ao convocar este Sínodo do Oriente e para o Oriente Médio. Tenho fé que muitos e abundantes frutos se farão ver porque na comunhão e na escuta recíproca que tem acontecido em Roma, a fé de todos e a esperança está sendo purificada e renovada.

A nós leigos, povo de Deus, cabe as vezes de Moisés, intercedendo sem esmorecer, sem deixar os braços penderem, pois, o que não falta são Abimaleques a serem derrotados e vencidos, tanto no Brasil quanto em Israel e região, que querem tão somente a guerra, a morte, a cultura de morte e a negação do Jesus Cristo e Sua Igreja.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

She is great!

Quanto mais eu leio as obras de Teresa de Ávila mais atraída fico pelas coisas de Deus pois, Teresa, transborda tal liberdade interior e felicidade em sua amizade com Sua Majestade provada na sua capacidade de se relacionar e com as pessoas, que não há como não querer imitá-la e seguir seus passos. Talvez esta atração esteja no próprio fato do caminho de espiritualidade da vocação passar pelo Carmelo, o que nos faz, Shalom, em pleno século XXI também filhos e discípulos espirituais de Teresa. Incrível! As obras do Espírito Santo são eternas e elevam e iluminam o espírito humano. As adaptações de linguagem são meramente circunstanciais porque a essência, cativa e rouba o coração, para usar de um termo 'esponsal' tão caro aos enamorados de Deus, como é a Santa Madre, como a chamam os carmelitas de todas as gerações.

Me pediram que escrevesse um pouco da minha experiência, porque estudo tenho pouco, sobre a oração na Comunidade Shalom aos moldes de Teresa. Não deixou de ser um desafio porque tive que coletar os dados da vida e tentar torna-los legíveis e claros, sintetizados, diríamos didáticos, em pouco parágrafos. Fui movida pela gratidão da vida consagrada como leiga que me confere gratuitamente a graça da oração e fui movida também por uma gratidão mais genérica, por tantos motivos... cito alguns: a festa de Nossa Senhora Aparecida, a verdadeira Mãe do Brasil - nunca pensei que reagiria assim ao ver o Santuário de Aparecida lotado de fiéis - o resgate dos mineiros chilenos que tanto emocionou o mundo, o Sínodo do Oriente que corre rico, intenso, ungido pelo Espírito Santo tendo já falado nos últimos dois dias os convidados judeu e muçulmano, enfim hoje, gratidão pela festa de Teresa, santa Teresa, tão próxima, tão ao alcance. E não posso deixar de me lembrar dos 22 anos de casamento de minha irmã, que me deu duas sobrinhas e um sobrinho queridíssimos e a ordenação sacerdotal de 4 irmãos de Comunidade: Silvio, Karlian, Aristóteles e Rômulo. São muitos motivos para agradecer e louvar o Senhor em um único dia! Graças a Deus que tem a Eucaristia que sendo ação de graças abraça todas as ofertas que levamos, que eu levo no coração.

Abaixo segue então, o texto que foi publicado hoje no portal da Comunidade Shalom mas que publico no blog por talvez alcançar outro público que não necessariamente acessa o portal. Mesmo o texto tendo teor interno, espero poder com ele, atiçar o desejo e a certeza de que a vida de oração pessoal é possível, é para todos, é para quem tem vontade de ser amigo de Deus. Que assim seja! Rezemos uns pelos outros e continuemos a rezar pelo segundo turno das eleições no Brasil.

Rezando aos moldes de Teresa: uma escola

Seria bem fácil se houvesse uma cartilha, um mapa da mina, um roteiro, uma equação que pudesse ser aplicada e que desse seguramente um mesmo resultado final considerado certo. Mas na vida espiritual não é assim. Graças a Deus não é assim, pois vida espiritual cristã é o reconhecimento da ação do Espírito de Deus no espírito de uma pessoa. E nós que somos tão iguais em tantas coisas somos irrepetíveis e totalmente únicos no modo como Deus atua em nós. Por isso ninguém reza igual a ninguém. No entanto, na rica Tradição espiritual da Igreja Católica, através dos séculos, se reconhece certos elementos que distinguem e aglomeram pessoas ao redor do tema oração. Assim, há as escolas clássicas de espiritualidade monástica como a dos Beneditinos, das ordens mendicantes como os Franciscanos, da Ordem dos pregadores, ou os Dominicanos, ou posteriormente, os Jesuitas. Os Carmelitas fazem parte das ordens monásticas, comtemplativas, e têm enriquecido a Igreja Católica como um todo com grandes mestres e doutores na vida espirtiual. Quem na Igreja, a partir do século XX, ao menos não ouviu falar em Teresinha de Lisieux? Mas Teresinha do Menino Jesus era filha de dois grandes doutores em espiritualidade, João da Cruz e Teresa d'Ávila que, pela Providência Divina, nasceram na mesma época e país e se enriqueceram e apoiaram mutuamente na grande missão de reformulação do Carmelo e da Igreja no século XVI, em plena época de crise séria que foi o tempo da Reforma protestante.

Especialmente o carisma de oração de Teresa transbordou no tempo e deu ao novo carisma criado pelo Espírito Santo, o carisma Shalom, a marca da oração contemplativa. E é a partir desta oração contemplativa que lhe dá escopo, que o carisma Shalom se manifesta em toda beleza, pujança e parresia neste tempo de Igreja que exige uma nova evangelização. Não há possibilidade de se reconhecer em si mesmo – no fundo da alma onde está nosso espírito onde habita o Deus – ou fazer crescer o carisma Shalom sem vida de oração contemplativa ‘pois, a vocação Shalom é uma vocação fundamentada na oração’ (escrito Amor Esponsal p.17). Só é possível saber-se Shalom e permanecer Shalom quando se reza pois, somente a oração pode nos ‘levar ao cerne da nossa vocação: o Amor Esponsal a Nosso Senhor Jesus Cristo’ (escrito Amor Esponsal p.03).

Quem é Shalom tem como razão mais profunda da existência amar Jesus Cristo com uma qualidade de amor – o Amor Esponsal – típica dos que fazem parte da escola contemplativa de Teresa. Este amor é alcançado, alimentado, experimentado num caminho longo e belíssimo de oração que se caracteriza por ser oração pessoal, oração diária, oração contemplativa, oração parada com Deus conforme lemos no escrito Amor Esponsal e que foram as palavras escolhidas e inspiradas ao nosso querido irmão e Fundador, Moysés Azevedo, quando ele descreve o que é e como é a oração aos moldes de Teresa que somos chamados a abraçar.

Tentemos lançar um breve olhar sobre estas características, já que elas revelam com simplicidade, como devemos encontrar o nosso jeito Shalom de rezar e contemplar, dentro do jeito de rezar e contemplar que Teresa propõe e ensina. Ela vai comparar a oração a um trato de amizade. É a minha amizade pessoal com Jesus Cristo e a dele comigo que se desenvolve na vida de oração. Quem me apresenta Jesus é o Espírito Santo e sem Ele é impossível se conhecer Jesus. É por isso que um dos primeiros sinais e fruto de qualquer ação evidente do Espírito Santo é o desejo da oração, o desejo da Palavra de Deus, é a atração pela Liturgia Eucarística onde se encontra Jesus. É o que em nosso linguajar próprio se chama a primazia da Graça, com G maiúsculo, sendo esta a própria pessoa do Espírito Santo. É só lembrarmos da saudação do Arcanjo Gabriel a Myriam: 'Ave, cheia de Graça!'. Sem a ação contínua do Espírito Santo ninguém é capaz da amizade com Jesus Cristo.

É é esse o chamado de todos os seres humanos, mas de modo particular aos por Deus eleitos para serem seus discípulos: a comunhão, a amizade, a intimidade com Deus! Isso é grande demais para ser verdade, mas é! Este pensamento deveria nos maravilhar: ninguém pode amar Jesus com o amor que somente eu tenho para dar e nem Ele pode dar para outra pessoa o amor que tem reservado para mim! É um relacionamento pessoal de amor entre uma pessoa humana e Deus, um só Deus, que se apresenta em três pessoas: o Pai, Jesus, que é o Filho, e o Espírito de Jesus, o Espírito Santo.

A oração também aos moldes de Teresa e aos moldes do Shalom é diária. Isso significa que ela é essencial e sem ela não se pode viver bem. É diária porque não é circunstancial, acidental, especial, e muito menos um peso, uma obrigação. Faz parte da rotina, faz parte do dia a dia. Mas porque é tão difícil? As respostas e análises poderiam seguir em várias direções, penso, porém, por experiência própria e vendo quem vive perto de mim, que o desafio se encontra na dispersão e porque temos pouca ou nenhuma consciência da realidade interior de nossa alma e espírito onde habita Deus! Temos consciência e conhecimento de várias coisas a nosso próprio respeito, seja no aspecto físico, de nossa saúde, medidas, gostos, ou nos aspectos amocionais, intelectuais, culturais, e uma infinidade de etc, mas pergunte quantas pessoas conhecem e dão atenção à própria alma? A oração é este exercício de amor, é este caminho de amizade onde eu saio da dispersão e aprendo a encontrar a presença de Deus em mim! Oração cristã é Presença! Eu me torno presença na Presença de Deus e reconheço a Presença dele em mim!

Vida espiritual é sinônimo de relacionamento e todo relacionamento verdadeiro para existir demanda tempo, presença, dedicação, intimidade, troca, amor. Santa Teresa vai usar duas palavras importantíssimas para nos ajudar a entrar nesta disciplina de amor: Consistência e Constância. A primeira diz respeito às práticas regulares de oração que acontecem por conta da nossa vontade, o exercício da vontade que se dirige e se volta para as práticas da oração. Desde as orações decoradas ou lidas como o oficio de Nossa Senhora, às novenas ou outras práticas bem populares, como o rosário, ao Estudo Bíblico e a Oração Pessoal, sem contar a Liturgia das Horas, que fazem parte das regras de quem é consagrado na Comunidade Shalom. Duas horas de exercício e disciplina da vontade para que a realidade do espírito seja alcançada e não se viva mais somente no nível mental ou emocional, dispersos.

Quanto mais Consistência mais Constância, ou seja, mais se vive na presença de Deus a partir do espírito onde Ele está. A oração pessoal, diária, persistente, mergulha-nos no mundo sobrenatural onde podemos contemplar a Deus e sermos transformados por Ele! Contemplar é olhar com amor Aquele que já te olhou com Amor primeiro! O primeiro olhar, o de Deus, é o que atrai, mergulha, e não se esgota em beleza e experiência. Quanto mais se conhece, mais se ama. E a oração e a disciplina do amor na oração que a princípío é dolorosa e inquietante, exigindo sempre um recomeço, depois torna-se amor, torna-se natural, encarnada. Se pudéssemos usar uma imagem, com todo respeito e reverência, eu diria que a disciplina para a vida de oração se assemelha a quando se começa a fazer exercício físico. Todos os músculos se retraem e doem, de certa maneira resistem até que a disciplina e o benefício do exercício geram a endorfina e atingimos um novo patamar de saúde. Muito mais na vida espiritual que é a base de todas as outras realidades da pessoa, quanto mais saudável – consistente e constante – ela for, mais inteiros, curados, capazes de nos relacionar e viver, enfim, humanos seremos! A vida espiritual sadia não nos faz outra coisa que nos fazer mais humanos na humanidade de Jesus Cristo, o Filho de Deus que é Filho do Homem, ícone da Humanidade!

E assim chegamos ao ponto da oração parada com Deus. Parada não é sinônimo de oração estática, mas, de predileção. Eu estou com Deus. É um conhecimento de amor, de mergulho na beleza divina, que Jesus mesmo prometeu dar quando, no evangelho de João, no capítulo 14, fala de vir e fazer morada, Ele, o Pai e o Consolador em nós. O templo da presença de Deus por excelência não está mais fora do homem mas dentro do homem! A imagem, o ícone desta oração parada é o de Maria, amiga de Jesus, aos seus pés, escolhendo a melhor parte que não lhe seria tirada. E nós temos mais que Maria, pois, trazemos o Senhor dentro de nós!

A oração aos moldes de Teresa é este caminho de descoberta do mais inominável de todos os milagres, só comparável ao da Eucaristia, que na verdade o alimenta, que é sermos templos e moradas de Deus! Ele está no meio de nós! A oração diária pessoal, consistente, contemplativa, vai nos levando e ensinando a viver mais a partir de dentro onde o Espírito Santo queima a chama viva do amor esponsal a Jesus, do que de fora. A vida de oração gera em nós a sensibilidade à Presença de Deus, à Palavra de Deus, e gera também esta reviravolta copérnica: se vive a partir do mistério do amor de Deus revelado aos homens em Jesus Cristo, e não mais a partir de qualquer outra realidade externa!

Rezar aos moldes de Teresa é rezar com a Igreja e como Igreja, é entrar no rio caudaloso da história da salvação que penetrou no tempo e no mundo, e cobriu toda a humanidade, alcançando seu ápice no coração transpassado de Jesus, o Ressuscitado que passou pela Cruz. Rezar aos moldes de Teresa é viver no tempo deixando-se alcançar pelos mistérios eternos de Deus que se fez homem e permanece conosco. Rezar aos moldes de Teresa é descobrir-se amado até o infinito por Deus e querer ama-lo do mesmo jeito, testemunhando com palavras e obras a veracidade deste amor. Rezar aos moldes de Teresa e do Shalom é querer ser santo sem temer a própria impotência, levando atrás de si uma grande multidão ardente de amor esponsal!

Que Teresa, Teresinha, João da Cruz, a Virgem do Carmelo e de modo especial, S.José, o mestre dos mestres nos segredos da vida espiritual verdadeira, intercedam por nós para que como Shalom, vivamos integralmente o com intensa felicidade o que o Senhor reservou para nós!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O Quinto Evangelho

Tenho acompanhado pelo Zenit e pelo site do Vaticano os pronunciamentos dos padres sinodais. O site da Pastoral Hebraica tem sido alimentado diariamente pelo Pe.David Neuraus, sj, que dá uma visão global sobre os trabalhos tendo em vista principalmente a Igreja Católica de Israel na perspectiva dos católicos de língua hebraica.

Estão presentes no Sínodo 185 padre sinodais, 36 'experts' e 34 auditores, reunidos no interior do Vaticano. Fiquei impressionada com o que li sobre a meditação feita pelo Santo Padre na abertura dos trabalhos comentando com autoridade e sabedoria o texto do Apocalipse que fala sobre o Dragão querendo matar a Mulher e o Filho... Sabemos que a Mulher além da primeira alusão à Virgem Maria fala da Igreja.

A grande luta dos nossos dias é enfrentar as idolatrias modernas, disse ele, que devastam o mundo e querem destruir o homem, muito claramente as novas gerações, e que não tem origem meramente humana, geradas por problemas de ordem econômica e social, mas que são obras de origem Maligna. E Bento XVI citou não mais Baales e falsos deuses, mesmo eles existindo e confundindo as pessoas, basta pensar na confusão que o espiritismo e os modismos que defendem a reencarnação causam no Brasil, mas citou especialmente o terrorismo, as drogas, a imoralidade sexual. Cada uma dessas idolatrias tentando tomar o lugar de Deus e levando o mundo moderno à destruição. Só é possível enfrentar idolatrias com armas espirituais, começanco por uma vida de fé firme e simples.

Este é o grande desafio da nova evangelização: levar as pessoas de volta à experiência da fé em Jesus Cristo ressuscitado na Sua Igreja, introduzindo-as no Caminho da Paz, que dura a vida inteira, o caminho de formação e maturidade que vai do kerigma à martyria, para usar duas palavras gregas tão caras ao caminho de formação da Comunidade Shalom.

Continuemos a acompanhar pela internet os trabalhos sinodais e com nossas orações estas duas semanas. Não há outro pedido a fazer a não ser que haja de fato um novo Pentecostes para a Igreja do Oriente onde o Cristianismo nasceu. Que as comunidades cristãs de cada diocese representada no Sínodo seja renovada por um novo Pentecostes! A fé da Igreja do mundo inteiro depende da fé da Igreja do Oriente e de Israel! Rezemos pela paz em Jerusalém e pelas negociações de diálogo e paz entre Palestinos e Judeus que conta com a voz e presença de reconciliação dos Cristãos! Rezemos por muitos católicos que vivem um verdadeiro martírio de insegurança e medo, dimensão nada romântica e muito concreta de participação na Cruz do Senhor, como corpo místico, por serem quem são e amarem quem amam: Jesus e a Igreja e tudo o que ela tem e representa.

Abaixo as palavras do Patriarca Latino de Jerusalém, His Beatitude Fouad Twal, cujas palavras nos lembram desta realidade tocante sobre a comunidade cristã de Jerusalém, chamada pelo Santo Padre em maio de 2009 como o quinto evangelho, já que são os descendentes da primeira comunidade cristã formada pelo próprio Senhor Jesus!

The Mother Church of the Holy Land is a very concrete and living reality, even if a minority. Fundamentally, the Christians in our countries are not converted persons during a certain moment of history, but the descendants of the very first Community, formed by JesusChrist Himself.

Some ecclesial and pastoral consequences for the
Universal Church come from this:

- The Mother Church of Jerusalem, therefore is your Church where spiritually and ecclesially you were all born (Ps 87). She watches over the Holy Places of the Patriarchs, the Prophets, Jesus Christ, the Virgin Mary and the Apostles for the whole Church. She is, as we were reminded by His Holiness Pope Benedict XVI, “the fifth Gospel”.

- The Mother Church of Jerusalem must therefore be the object of love, of prayer and of attention from all the Church, from all bishops, priests and faithful of the People of God. To be solidary with the Church of Jerusalem, to live communion and witness which this Synod speaks about, reveals our duties as shepherds and the episcopal collegiality.

- To love the Holy Land implies visiting the Holy Places and meeting
with the local Community.

- To love the Holy Land is also to serve it: do not leave your Mother Church alone and isolated. Help her with your prayers, your love and your solidarity, avoiding that she become a great open-air museum.
To be silent because of fear before the dramatic situation you all know about would be a sin of omission.

Also, we are very grateful to the Holy See, to the bishops, to the priests and to all the friends of the Holy Land for what they so generously do to support us spiritually and in a material way. We are also very thankful to the Congregation of Eastern Churches and to the Equestrian Order of the Holy Sepulchre of Jerusalem.

- The Christian Community of the Holy Land (barely 2% of the population) is suffering violence and instability. It is a Church of the Calvary. She has the weighty responsibility of perpetuating the message of peace and reconciliation. Despite the difficulties that seem overwhelming, we believe in God, the Master of history. For God “is the peace between us, and has made the two into one entity and broken down the barrier which used to keep them apart... by restoring peace, to create a single New Man out of the two of them” (Eph 2:14-15).

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dez do dez de dois mil e dez

Eu não escrevo este post às 10:10 mas até que seria sugestivo. Domingo muito especial, este. Em Roma, no Vaticano, com missa solene, tivemos a abertura do Sínodo para a Igreja Católica presente no Oriente Médio, que tem como tema orientador 'Comunhão e Testemunho' a partir da palavra de Atos dos Apóstolos 4,32a: 'os irmãos tinham uma só alma e um só coração'.


Somente daqui a cem anos teremos uma data com a mesma repetição numérica de hoje e até lá o que se espera é o milagre da unidade interna da Igreja ser mais palpável e a externa também, especialmente com a Igreja Ortodoxa. Bento XVI tem dedicado seu pontificado à questão central da unidade em todos os níveis e não tem medido esforços para aprofundar o diálogo com os Judeus, com os Ortodoxos - inesquecível a experiência em Chipre - e também com os grupos internos, as seis igrejas 'sui iuris', ou particulares, que tem plena comunhão doutrinária com a Igreja de Roma mas que têm diferenças culturais e históricas na vivência do catolicismo, apresentando tradições e ritos próprios, que no decorrer dos séculos torna a convivência nem sempre harmoniosa.

As igrejas 'sui iuris', são a igreja greco-melquita, a maronita, a copta, a síria, a caldeia e a armênia. Cada uma tem seu patriarca, que vive em comunhão com o Papa, e nos elementos essienciais da fé no que diz respeito aos dogmas, sacramentos e doutrinas, não há distinção com a igreja romana ou latina, que é a de maior número. 


Assisti somente parte da missa mas a visão daqueles bispos paramentados segundo a tradição que representam, formando um tapete colorido de pastores que cuidam do povo de Deus, me causou forte emoção. Estes homens saíram da região mesma onde a História do Antigo e do Novo Testamento se deu e se espalhou pela face da terra e estavam todos em Roma, aos pés do Santo Padre sucessor de Pedro, unidos a ele, em comunhão, comendo do mesmo Pão e bebendo do mesmo Sangue do Senhor! A liturgia eucarística parecia antecipar visualmente o que seremos um dia, finalmente: um só coração e uma só alma sem qualquer barreira, divisão, onde Cristo será tudo em todos!


Este é o mistério da unidade que só Deus pode fazer acontecer mas que é nosso dever buscar com abertura e humildade de coração, onde estivermos, pois foi desejo explícito de Jesus, como seu testamento. Vivemos também comunitariamente um tempo de grande busca e exercício de construção da unidade, no interior do coração, deixando que o amor vença as divisões e, no exterior, em todas as instâncias, buscando cobrir com o manto da misericórdia e da paciência, as divisões com os irmãos.

Para mim, pessoalmente é um tempo de prova e de aprendizado. Quando contemplei ontem os bispos, reconhecendo rostos e nomes presentes, senti novo vigor e desejo de em tudo contribuir para que haja unidade e caridade na casa onde vivo, no corpo comunitário, como missão, no trabalho, também com a família, os amigos, mesmo sabendo da luta que isso representa e que dura a vida toda. Mas a força e o desejo vem da convicção de fazer parte de um único Corpo, de uma só Igreja, onde cada pequeno gesto alcança a todos. 

Tem tantas horas que a gente não concorda uns com os outros, não entende, se sente incompreendido, rejeitado, mas há a graça e o amor de Deus que aos poucos ensina a calar e a não dar resposta rápida, admitindo muitas vezes com simplcidade que não se tem resposta... É um alívio quando se descobre o quanto é preciso aprender e aprender a ouvir. É uma graça sobrenatural querer rezar mais e buscar mais o olhar de Deus sobre todas as pessoas e realidades, na oração, para não se cair em julgamentos precipitados e meramente humanos. E sobre isso o Moysés, nosso amado irmão e Fundador, tem falado insistentemente. Unidade, oração, misericórdia, a primazia da Graça para fazer do outro a primazia da vida. 


Morando na Terra Santa, em Haifa, como única missão da Comunidade Shalom que faz parte de um outro rito e tradição que é a greco-melquita, lidando com árabes cristãos, ao mesmo tempo que se tem apostolado com a comunidade de judeus católicos de língua hebraica, vejo o quanto de kenosys ainda preciso passar para de fato me inculturar, dialogar, trocar, dar e receber, para ser com meus irmãos, profecia como Carisma Shalom em Israel. Tudo é muito maior do que posso ver ou vislumbrar, mas bom é o Senhor, agricultor perfeito que conhece cada semente e cada terreno, e foi a Ele que confiei, que confiamos irrestritamente a nossa pequena, porém amadíssima vida. Se ela for do tamanho de um grão de mostarda quão frondosa não poderá ser?


Rezemos, rezemos pedindo o derrmamento abundante do Espírito Santo, Suas surpresas e inspirações, Seu novo para este Sínodo, para este tempo da Igreja e do mundo a partir do Oriente, onde tudo começou. Não nos esqueçamos que a igreja Mãe de todas as Comunidades será sempre Jerusalém, a Cidade da Paz. Como pediu o Santo Padre o Papa Bento XVI, confiemos o Sínodo e os quinze dias de trabalho à intercessão de Nossa Senhora, a Mãe de Deus, e rezemos o rosário. E mesmo no Brasil quando estamos em tempo de campanha acirrada pelo segundo turno na esperança de que vença o partido que mais opções tem de defesa da Cultura da Vida, e o Sínodo parece tão distante do que se vive, lembremo-nos de interceder e de oferecer a Jesus tudo, louvores, nossa ação de graça, palavras de amor, nossas dores e provas, as alegrias e as desilusões, a esperança, contratempos e sofrimentos também pelo Sínodo. Que nossa oração seja um eco da oração de Jesus, perfetíssima que diz: Pai, seja feita a vossa vontade!

E hoje, quando acabo de escrever este post, já dia 11 de outubro descubro que é o dia do beato João XXIII, o Papa Bom. Mais uma providencial coincidência, ele responsável pelo Concílio Vaticano II, e o primeiro a mudar o tom de tratamento com os Judeus e a chama-los a um verdadeiro diálogo baseado na fraternidade e não mais na desconfiança. Ao descobrir que hoje era dia de João XXIII encontrei o relato de mais umas de suas histórias comoventes e proféticas que podem iluminar o tratamento dos padres sinodais reunidos em Roma, oremos para isso. Conta-se a crônica que no primeiro encontro que teve como Papa com um rabino, no princípio dos anos 60, João XXIII desceu do lugar mais acima onde estava sentado, se aproximou e disse com simplicidade: 'eu sou João, seu irmão'.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O passo seguinte

Recebi muitas visitas por conta da mensagem anterior que falava sobre o candidato Serra, tantas que me surpreendi. Eu quis partilhar trecho de um email, que eu chamei de carta, recebido de uma amiga, e nunca pensei que a reação fosse tão positiva. Houve, porém, quem me respondesse dizendo que a Dilma não é a favor do aborto. Como assim, pergunto eu publicamente, já que estou sem condições viáveis de responder a cada pessoa? Como assim dizer que ela é contra o aborto? Só se for desde o dia 3 de outubro quando a Dilma e o PT souberam que iriam para o segundo turno. Neste endereço que segue a Dilma fala em alto e bom som que é a favor da discriminalização do aborto:
O que me cansa nesta história toda é a volatilidade das opiniões que na verdade não têm base em princípios absolutos sedimentados. Não falo em rigidez de opinião, mas em coerência. Creio a que gente pode e deve mudar de opinião quando amadurece um ponto de vista, acrescenta mais informações às que já tem, ou faz novas descobertas. A vida é cheia de necessárias conversões. Talvez tenha sido assim com tantos que já foram do PT por idealismo e pelo que ele representava como partido e o Lula, como cidadão. Eu mesma tantas vezes cheguei a dizer que o Lula representava como ninguém o povo brasileiro, e o admirava... mas acho que era um pouco de romantismo meu pelo fato dele ser de origem humilde, nordestino... O Presidente e o PT viraram outra coisa, um engodo, ídolos com pés - e também corpo, medula, fala - de barro. E ídolo a gente renuncia, põe por terra e coloca a Verdade, que para mim é Jesus Cristo e Sua Esposa, a Igreja, no lugar.

Não preciso convencer ninguém. Quem quer continuar acreditando no PT, continua e quem quer ter mais argumentos contra é só acessar a internet que não faltam análises, denúncias e textos a serem lidos. Sem contar que temos a História para ser lida. Mas é uma pena quem mantêm os olhos cegos e não quer ver as intenções que movem as ações do PT.

Pessoalmente não concordo com extremismo exagerados - acho que isso é pleonasmo - e textos, palavras, reações passionais de certos linhas evangélicas e também católicas que satanizam a pessoa da Dilma e do governo com autoridade que não tem. Autoridade espiritual verdadeira quem tem, dada por Jesus Cristo, é o Santo Padre Bento XVI e os bispos que caminham em comunhão com ele. É simples e seguro assim. Não é que as pessoas não podem ter opinião, ao contráro, devem tê-as, mas que se deixem iluminar pela segurança que a Igreja confere para então pensarem melhor, ainda com mais liberdade, santidade, consistência, verdade. Sem a orientação do Magistério somos todos passíveis à aberrações, vide Edir Macedo.

A Igreja tem orientado os católicos a não votarem em quem prega o aborto como questão de saúde pública - isso é mentira e falácia - e vem apontando no decorrer de 2010 todos os 'perigos' embutidos no programa PNDH 3 apresentado pelo governo Lula, que atentam contra a liberdade, a vida, os valores sagrados e invioláveis da pessoa humana, que é pessoa desde o ventre materno, mesmo quando a gravidez é indesejada. Não votemos então nem no PT nem no PV! Devemos caminhar em unidade com o que ensina e pede a Igreja e exigir sim, como fez D.Odilo, que os dois candidatos Dilma e Serra falem sobre o tema aborto nas semanas de campanha que tem, até o dia da segunda votação. Falem do aborto e de todos os outros assuntos que são cruciais para o Brasil e a manutenção e o amadurecimento da democracia. Falemos sobre a corrupção. Façamos as perguntas que estão entaladas na garganta.

O que não dá mais é continuar falando, falando, falando, satanizando ou divinizando a Dilma ou o Serra, o PT ou o PSDB, ou as ações do governo nos últimos oito anos ou nos últimos anos dos governos anteriores. Como cidadãos e cidadãos católicos que trazem na alma a marca Made in Santíssima Trindade, temos que tomar uma posição coerente com o que cremos e professamos e que está naturalmente, espera-se, em unidade com o orienta e apresenta a Igreja, e se pudermos influenciar outros, que assim façamos. E é por isso e para que isso aconteça que precisamos rezar pelas eleições, rezar pelos candidatos, pelos debates, para que a santidade do Senhor, que é Deus, se manifeste em cada pessoa que vota! Rezamos para que Ele interfira! Para que Ele faça! Rezamos pedindo a unção, a ordem do amor, o sopro do Espírito Santo, a confirmação da vontade de Deus em nossas consciências também na hora da decisão política, de teclar os números na urna eletrônica.

Que Deus, o Senhor da Vida, cujos caminhos são todos perfeitos, nos ajude! Sua vontade seja feita! Sua vontade seja vista e que os corações e as mentes se abram a ela! Não é Deus quem se nega a dar somos nós que nos negamos a buscar e receber! Que esta seja a nossa súplica confiante, de intercessores, que crêem que não há quem ame mais os brasileiros do que Deus, Nosso Senhor.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Trecho de uma Carta

Transcrevo abaixo trecho de uma carta muito lúcida que recebi de uma amiga virtual mas muito real que tenho, a Berenice, de SP, que faz parte de um grupo de intelectuais católicos que luta por uma nova política no Brasil que defenda a vida - são todos do Pró-Life - que tenha como base as verdades do Evangelho segundo as orientações da Igreja e seu Magistério, em obediência e amor filial ao Santo Padre. É gente de estudo e oração, que se deixam iluminar pela Doutrina Social da Igreja como fazem os que são de fato católicos.

Eles me parecem meio feito formigas, discretos, aparentemente poucos, mas incansáveis e detesmidos, fazendo um trabalho paralelo de denúncia e de conscientização real e belo, presencial e virtual, através da internet, de fato extraordinário. Coisa de quem crê que ao dar tudo ao Senhor, pães, peixes, amor e vida não deixará de vê-lo atuar inesperada e miraculosamente para alimentar seus filhos com a verdade além de não lhes negar o pão material.  São formigas porque não desistem, não desanimam, povo de oração, que tem dado o sangue para levar os cristãos e os católicos a tomarem uma posição clara em defesa da vida contra o PT e sua candidata não por desejo de vingança de quem tem os mesmos não valores e está somente segurando a corda do outro lado da ponta, mas por amor e temor a Deus, por amor à Humanidade.

Perguntei uma vez à Berenice sobre o Serra já que o PSDB também tem seu lado sujo, (e não há quem não tema o neo-liberalismo, o capitalismo selvagem tão inescrupulosos quanto qualquer outra ideologia de esquerda), e não dá para esquecer que foi o Serra quem assinou uma norma técnica que liberou o aborto... O que fazer? Votar mesmo assim? O que significa votar no Serra 'ser dos males o menor'?

Partilho a resposta ponderada da Berenice que é semelhante à posição de alguns bispos e que me convenceu. Também despertou minha consciência para a responsabilidade de rezar sempre, de todo coração, pelas autoridades constituídas e de acompanhar as ações dos políticos! Tenho sido muito omissa, confesso, com a desculpa de que essa não é a minha praia... Creio que a vontade de Deus é explícita e clara na vocação à intercessão expressa no Novo Testamento, e creio da mesma maneira que Ele também quer manifestar o 'novo da sua Graça' na vida política do Brasil. Sua Graça já tem agido, vide os mais de 40 mil votos que o Carlos Matos recebeu...

Vamos à carta e vamos intensificar ainda mais nossas orações por um segundo turno limpo, que defenda a vida e os valores da democracia e que ponha por terra os arrogantes! 

"com Dilma estamos mesmo à beira de uma catástrofe e com Marina temos a intenção declarada e inequívoca de submeter a questão do aborto a um plebiscito.

Agora, quem foi que disse que o Serra é o candidato ideal?

O fato é que não temos ninguém que preste como alternativa. Por isso, temos, sim, que apelar para o voto útil e escolher o mal menor. Porque a legalização do aborto não faz parte do programa do PSDB, enquanto que é ponto de honra no programa do PT, suficiente para punir exemplarmente quem dele discorde, como já ocorreu. Além disso, o Serra já declarou, em alto e bom som, que não admite a legalização do aborto para que não ocorra "uma carnificina", para usar sua própria expressão.

O fato de ter assinado a norma técnica que liberou o aborto até o 5º mês de gestação em casos de estupro é uma mancha negra em sua ficha, imperdoável, mas com certeza fruto da ignorância de uma questão que não se discutia na época. Sei disso porque acompanhei todos os fatos de coração partido.

E não foi ele quem introduziu o aborto no SUS, mas o Dr. Jorge Andalaft, através de uma liminar obtida na justiça para fazer o aborto de uma adolescente nunca identificada, a não ser por iniciais. A norma técnica foi consequência. Lamentável, na medida em que a responsabilidade era dele; mas não creio que ele manteria hoje essa postura.

De qualquer forma, não temos a ilusão de que, caso ele seja eleito, tudo estará resolvido. Ao contrário, sabemos que o seu governo terá que ser fiscalizado o tempo todo. E acredito, sim, que ele possa ser tocado pela graça e se converter, já que teve uma formação cristã.
 
Julgo por mim e por outros que conheci: quando já se fez parte da Igreja, por maior que seja o tempo de afastamento, é muito grande a chance de retorno, à medida que a própria experiência vai mostrando as outras opções possíveis. Eu mesma passei pelas maiores loucuras antes de voltar ao redil...
 
Por outro lado, para quem nunca ouviu falar de Cristo no seu período de formação, só mesmo um milagre.
 
Em compensação - e agora termino - que tristeza e que indignação ver o Deputado Federal eleito por SP, Gabriel Chalita, botando as asinhas de fora e declarando abertamente em entrevista à Folha de SP que vai ajudar os católicos a votar na Dilma... Como assim? Que manipulação é essa? Que duas caras é essa? 
 
Rezemos, rezemos, rezemos como fazia o povo de Israel, e confiemos que o Senhor quer construir a História através de nossas mãos e mentes. Quanto mais dele dependermos e por Ele formos iluminados mais o mundo poderá ser aquilo que o Senhor sonhou: um jardim e não um deserto. A santidade e a oração são as únicas ferramentas que de fato transformam e mudam o mundo e são elas a inspirar nossas ações inclusive o segundo turno.
 
Shalom!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Vladvostok

Ando tão sumida que devem ter achado que depois da festa de Teresinha e Francisco entrecortada pela festa dos santos anjos fui levada por eles para as terras longínquas russas de Vladvostok enquanto comemorava a graça de Deus de um segundo turno nas eleições do Brasil. No meu espírito aventureiro eu topava sem pestanejar conhecer esta cidade que me remonta a adolescência jogando a primeira versão do jogo WAR que foi verdadeira febre nacional quando lançado na década de 70. Hoje descobri que uma colega, uma senhora e o marido, meus colegas de curso de Hebraico são de Vladvostok! Minha imaginação e memória voaram enquanto olhava o Boris e a Raissa. Como não contar isso no blog? Vladvostok existe de verdade!

O não acesso fácil à internet me fez não escrever. Notícias sobram, cansaço também, agradecimento a Deus mais ainda. Estivemos três dias fora, em Ibillin no extremo norte da Galiléia, hospedados na maior escola católica de Israel, com aproximadamente 4.500 alunos, chamada de M.E.E.I. fundada há quase 30 anos pelo 'nosso' bispo Elias Chacour. Neste ambiente de ensino convivem uma grande maioria de muçulmanos, drusos, cristão e algumas dezenas de judeus que através da educação e dos valores do Evangelho encarnados na escola aprendem a fraternidade, o diálogo e boa convivência e amizade, bem mais significativa do que a tolerância. Este projeto de educação tornou D.Elias mundialmente conhecido e muito respeitado.

Seguem abaixo algumas fotos do local e do que fomos fazer lá no fim de semana - em plenas eleições! - e meu coração se dividiu entre decorar mais umas falas do Danko e saber como estavam as votações. Creio sinceramente que a oração de muitos e os esforço de outros tantos, nos deram este segundo turno, como sinal visível de que o Brasil mesmo elegendo um palhaço e fazendo brincadeira com o que não deve, não é uma nação tão homogênea assim nos aplausos ao PT e no que se refere à questão do aborto e da tão decantada popularidade do Presidente Lula. Onde está a credibilidade dos institutos de pesquisa? 

Crediblidade absoluta só mesmo no Senhor nosso Deus. E como li esta semana, disse uma vez o C.S.Lewis de quem sou fã: 'History is a story written by the hand of God'. A loving and perfect hand.

 Jovens reunidos nas atividades em grupo


A Cruz que é a Árvore da Vida foi renovada e repintada.
De prata passou a dourada o que deu um efeito perfeito de contraste com a cortina preta e a iluminação.
Ficou de fato lindo!


 As Írias e Danko na minutos antes de começar a peça.
Em ordem: Soraya, Leandro, Maria e Elena


 Maroun no papel do Homem e Yara como a Verdade. Eles capricharam na maquiagem e na dança, estava lindo e ele, mais elétrico do que nunca!
 Come Holy Spirit come! Veni Creator Spiritu!


 Danko e o Homem em cena - Elena e Marroun!


 As outras Írias: Cristina, Thiago e a outra Maria, esta de Nazaré sem ser Nossa Senhora... ahahahah!


 Esta foto ficou muito linda - bom trabalho da Viviane!
A Verdade dançando e dobrada diante da Cruz do Senhor a Árvore da Vida! Que imagem simbólica!


 Momento forte da dança quando as Írias em torno do Homem
 o levam à desumanização


O Homem livre, crucificado com Jesus e Nele ressuscitado,
 obra da Verdade e do Amor!


'Novo dia surgiu e o povo que andava nas trevas viu uma imensa luz...' assim diz a belíssima canção traduzida para o árabe e que arrancou
palmas e lágrimas do público.


 Nossa turma: irmãos, amigos, Comunidade de Vida e Comunidade de Aliança, atores, atrizes, contra-regras, maquiadores, fazemos qualquer negócio contando que o Amor de Deus, Ele mesmo, Jesus, seja conhecido e amado. O primeiro grito de parresia que se ouve dentro da Comunidade Shalom é o que saiu do coração e da boca de Francisco, o Poverello, e que nos alcançou e empurra à evangelização: o Amor não é amado!


Vista de um outro grupo de jovens em atividade enquanto se vê a bela igreja melquita - a maior de Israel - conhecida como igreja do Sermão da Montanha. Nas escadarias se vê as bem-aventuranças que são o grande 'rhema' da vida de D.Elias Chacour, escritas em francês, inglês, hebraico e árabe.

A diocese marcou um dia para Juventude num esforço cada vez mais consciente de levar a fé ou renova-la na vida das gerações mais novas, que aconteceu no dia 03 nas dependências da escola do Profeta Elias (Mar Elias Educational Institutions), e que contou com a participação da Comunidade Shalom através da apresentação do 'Canto das Írias'.

Este peça já havia sido apresentada pela primeira vez quando tivemos o Halleluya em Haifa, ao ar livre, em maio. Dessa vez o ambiente fechado, o palco bem amplo e a iluminação noturna além de todos os aprimoramentos na maquiagem, nas roupas e na marcação de palco fizeram o espetáculo ainda mais comovente. Existe sempre os senões contabilizados na cochia, muito necessários para uma melhor terceira apresentação, mas eu pessoalmente achei forte e bela a dança, o texto, a presença de quem subiu ao palco com unção e desejo de servir e de dar aos jovens presentes a chance de se abrirem ao amor de Jesus. 

E que sejamos fiéis ao que o Senhor nos pede seja onde for, no palco, em missão, ou nas eleições, trabalhando pelo segundo turno. Que desejemos e oremos pela vontade de Deus que é o melhor que pode acontecer para cada um e para a Humanidade inteira.

Shalom!