domingo, 28 de novembro de 2010

Tempo novo

Ainda valem as fotos que ilustram fatos marcantes que valem a pena ser partilhados.
Esta foto foi tirada no asilo em Isifya que os irmãos e Moysés fizeram questão de conhecer, obra de promoção humana da missão de Haifa.
Em ordem: Pe.João, Pe.João Paulo, Cândido, Elena, Moysés, Viviane, Cristina, Glória, Lorena e Yara. Na frente: Soraya, Adeeb abraçando o Sharif e Daniele.


A mesma 'gangue' no terraço do asilo vendo o panorama da Galiléia numa manhã esplendorosa de outono.
A diferença é que os óculos escuros foram acionados.


O almoço que teve a seguir para toda a Comunidade mais os dois sacerdotes melquitas que servem a vila, Abuna Emile (mora em Isifya de onde já foi pároco mas hoje serve em outra vila) e Abuna Samir.
A comida árabe agradou a todos e a simplicidade do Moysés também foi apreciada e notada pois a igreja oriental, por ser muito tradicional, tende a resistir às mudanças, à Renovação Carismática, aos Movimentos, Novas Comunidades... pergunte à turma do Neo-Catecumenato como é a vida deles em Israel... Mas nosso Fundador com seu jeito muito humano e humilde, sem fazer força para ser ou parecer o que não é, acaba sendo instrumento poderoso do Espírito Santo que toca os corações e vence as resistências.
Esta manhã e almoço marcaram um passo a frente na acolhida do Carisma e da Comunidade na vida da diocese de fato e não de teoria. O primeiro sinal dessa mudança foi o Abuna Samir oferecer-se para celebrar na quarta-feira no asilo para que a Comunidade - Vivi e Cristina especificamente - para elas e os idosos não ficassem sem Eucaristia. Nos outros três dias Abuna Emile já celebrava e continuará celebrando. Deus é fiel e não há nada que lhe agrade mais do que um coração humilde.


Essa eu vou imprimir.
Moysés conversou um pouquinho com nós três que começamos a fazer uma experiência nova como Aliança Missionária, e pediu em oração que o Senhor nos guiasse para fazer somente a Sua vontade e que Nossa Senhora nos protegesse e intercedesse para este 'novo' do coração de Jesus que nós nem sabemos direito direito para onde vai, mas queremos pois queremos o que o Senhor quer e nada mais.


As fotos a seguir são a parte dois deste tempo novo que é o título deste post e que tem a ver com o Advento que se aproxima e aquilo que Deus nos dá de surpresa para nos falar ao coração, nos dar o Seu Amor e nos libertar.
Falo de um presente de fim de ano - fim de ano litúrgico - que aconteceu ontem, dia 26 num passeio promovido pelo bispo, completamente inesperado para mim. Foi um dia de convivência para os padres e suas esposas - é engraçado falar assim - mais religiosas e alguns funcionários da Cúria, e nessa turma eu estava incluída. Como a Cristina volta para o Brasil dia 20 de dezembro após cumprir seus dois anos como Aliança Missionária, já tendo passado antes dois anos em Propriá - é muita coincidência, fala sério! - eu pedi uma vaga para ela poder conhecer os lugares onde íamos. Graças a Deus deu certo e foi um dia muito cheio de belas vistas.

Saímos de Haifa para Nazaré e de lá para a direção de Jericó, na Samaria descendo para a Judéia, região desértica de Israel, ao sul do páis.
No caminho paramos num mosteiro ortodoxo para um café da manhã.
Tudo meio pobre e meio mal cuidado, talvez por ser território palestino, a Cisjordânia, mas talvez simplesmente por ser ambiente penitencial...Não sei. Fiquei logo pensando em Santo Antão e nos monges do deserto dos primeiros séculos. Numa parte que visitamos havia o local dos mosaicos com artesãos cortando pedrinhas e colando pacientemente uma a uma. Coisa mais incrível! Lindo mesmo. Tirei algumas fotos pensando mesmo em partilhar no blog pois, assim como eu, creio que poucas pessoas já viram um mosaico sendo feito num mosteiro ortodoxo!



Os desenhos são feitos à mão, à lápis e depois as pedrinhas vão sendo colodas uma a uma. O que me chamou atenção foi ver o artista escolhendo a pedrinha de tamanho exato para cada espaço, numa paciência e cuidado impressionantes. Amor ao Belo que remete a Deus, Ele que é a própria Beleza. Fico pensando em cada pedrinha que Ele vai ajeitando em seu amor e sabedoria para formar em nós a face bela e perfeita que nos concedeu em Jesus... e corta daqui, ajeita dali, reveste acolá, pole, limpa, brilha, reveste de ouro, cores escuras e cores claras, apara, troca, e o esplendor da obra de arte se revela.



 Só um detalhe para ilustrar o que acabei de falar num jogo harmonioso de cor, forma e tamanho.



 Pássaros e uma tijela. De cabeça pra baixo?
E não é assim que tantas vezes nos sentimos? Mas nem por isso deixamos ser pássaros e obras de suas mãos de amor.


Quando saímos do mosteiro seguimos para uma área militar de Israel fortemente cercada por onde se entra somente escoltado com um jipe do exército, que vai dar nas marges do Rio Jordão onde ele faz divisa com a Jordânia. Neste lugar Jesus foi de fato foi batizado.
O rio Jordão nasce na Jordânia e segue seu curso por Israel e é possível visitar um ponto turístico na região de Tiberíades que é sempre lotado onde se entra no Jordão e os evangélicos gostam demais de vir celebrar batizados. Vem protestante do mundo inteiro. 
Esta área porém, que fomos ontem, é mais rara de se visitar. Levamos quase 20 minutos esperando o jipe chegar para nos escoltar até às marges do rio, como se ve na foto acima, e outros 20 para sairmos. Do lado de cá da foto é Israel, do lado de lá, Jordânia. Quando nossa turma começou a cantar umas canções melquitas tradicionais bem lindas, em árabe, os turistas do lado de lá tiraram dúzias de foto e começaram a acenar.



Eu e a Cristina para guardar de lembrança. Também pedimos no coração que o Senhor renovasse em nós a graça do batismo e de quebra eu enchi uma garrafinha de água do rio para ela levar para a mãe de presente, no Amapá.


A turma da nossa peregrinação-passeio-lazer de fim de ano.
Dá para notar os turistas do lado de lá, Jordânia?

Alguns padres que estavam no grupo, infelizmente nessa hora D.Elias Chacour não estava por perto. 


 Os padres muito conversadores, árabes, simpáticos, puxando conversa com os soldados israelenses super armados que acabaram não resistindo e relaxando um pouco. Por mais que me acostume, não me acostumo ao ver os soldados entrarem no ônibus principalmente nos check points - lembrando que estávamos entrando ou saindo da Palestina para Israel - armados até os dentes...É tão invasivo e violento... Só de pensar que no Rio de Janeiro a situação está igual ou pior... 'Senhor misericórdia de nós que nos afastamos tanto do teu amor e dos teus caminhos e tornamos o mundo tão desumano...'


Eu com duas grandes amigas e irmãs! Como eu queria ter levado todas as meninas de casa comigo... fica para a próxima vez, se Deus quiser.


Vista do rio Jordão que mais parece um córrego, para quem é brasileiro e está acostumado com muita água, mas vale a pena, claro, ver pois foi neste lugar que o céu se abriu e o Senhor manifestou sua voz de Pai dizendo que ouvíssemos o Filho bem Amado a quem Ele ungia em plenitude com o Espírito Santo para Ele ser o Salvador do Mundo. Aqui Jesus foi chamado de Cordeiro de Deus por João Batista, o Cordeiro que tira o pecado do mundo.


A última fase da visita foi entrar em Jericó que dizem que é uma cidade com aproximadamente 10 mil anos. Na mesma hora me lembrei da musiquinha do princípio da Renovação Carismática que dizia 'vem com Josué lutar em Jericó... e as muralhas ruirão'. Muralhas eu não vi, mas subimos de teleférico até o alto do monte onde Jesus após o batismo no Jordão foi guiado pelo Espírito Santo para ser tentado e vencer Satanás. A vista do alto é belíssima e esta foto tirei-a de dentro do teleférico.

Foi uma grande graça de Deus passear, estar junto, rezar e interceder por todos, todos que guardo no coração. Enquanto descia e depois ao caminhar  em Jericó acompanhando a mulherada que fazia verdadeira feira da semana pois, frutas e verduras nessa região são muito mais baratas que em Israel, eu agradecia por tudo e pelo tanto que o Senhor tem me dado e dado àqueles que vivem comigo, perto de mim. São tantas graças, é tanto amor, são tantas orações respondidas, nas famílias, entre os amigos... Não faltam as lutas mas enquanto lutamos o Senhor nos fortifica os braços e o coração. É assim que sinto e percebo, confirmando o que diz a Palavra de Deus.
Que bom que é Advento e que é tempo de agradecer e de começar tudo de novo, de querer amar mais e melhor, de querer ser mais aberta para viver a maravilhosa liberdade de filha de Deus. O segredo é querer todo o tempo e em todas as circunstâncias a bendita vontade de Deus. 
Amanhã tem mais, há sempre o que contar e partilhar.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Como é bom estar entre irmãos!

As pessoas costumam gostar quando eu adiciono fotos às partilhas do blog e como eu prometi que faria, ei-las...

Estamos em Jerusalém, é sexta-feira, 12 de novembro quando o Moysés, após assinar o contrato entre a Comunidade Shalom e os Franciscanos no que diz respeito à parceria de serviço e evangelização em Nazaré, foi se encontrar com o Frei Patrício, carmelita, amigo de muitos anos. Frei Patrício, agora Abuna Patrick veio do Egito para encontrar-se com ele e os quatro amigos, em especial Daniele e Cândido, que faziam parte da comitiva que veio do Brasil com o Fundador. 

Foi uma festa o encontro de todos e nesta foto estamos na sala de entrada na casa da Brigetinas (de Santa Brígida) que mantem uma casa para peregrinos com qualidade de hotel, preço de pousada e ambiente de mosteiro, a própria perfeição de ingredientes, aos pés do Monte das Oliveiras, bem pertinho da Cidade Velha, em Jerusalém. Na ordem se vê Glória Giovani, Carlos Matos, Elena, Moysés, Daniele Holanda, Pe.João Wilkes, e sentado o pai de todos os cururus, o impagável e único Cândido Couto.

 

Esta foto mais solene marca o final do almoço e oração de ação de graças na capela da Cúria Católica-Melquita em Haifa, onde trabalho, para o qual foram convidados Moysés e os padres que o acompanharam na missão, Pe.João Paulo e Pe.João Wilkes. Também estava presente Lorena Gadelha que é a responsável local da missão.

Foram horas bastante agradáveis de partilha sobre as experiências no Sínodo para o Oriente Médio, sobre a situação do Iraque e um novo convite para ir ao Brasil, quem sabe para o lançamento em português do livro 'Blood Brothers' que estou traduzindo a passos de sei-lá-o-quê...mas que ficará pronto quando chegar a hora da necessidade, a hora de Deus.


Irmãos e irmãs que formam a missão de Nazaré em foto com Moysés, amigos e padres. Atrás: Beto, Kézia, Leandro - foi transferido para Nazaré! - Glória, Pe.João, Erick. Na fila da frente: Pe.João Paulo, Cândido, Moysés, Daniele, Socorro, Raquel e Ana Paula. Tutti buona gente! Que Deus os abençoe neste tempo novo que vivem!


Após a missa de comemoração dos 10 anos do Shalom em Israel houve um jantar simples e delicioso, como sói acontecer com tudo o que diz respeito à culinária árabe, no centro de evangelização, promovido por vários membros da Obra em parceria com a Comunidade.

Depois dos comes-e-bebes tivemos direito a cantorias, homenagem de gratidão pelo dom do Carisma Shalom e até dança. Nesta foto, Ronête e Rula que são irmãs, mais Soraya que é da Comunidade de Vida e toda artista, bailarina, estão se preparando para dançar o que chamaríamos de dança folclórica local. Foi singelo e muito bonito. Barulhento e alegre também.

Deu para perceber a alegria do Fundador e dos irmãos brasileiros visitantes ao verem a cultura árabe cristã sendo alcançada pelo novo de Deus por obra do Espírito Santo. E quando  todos começaram a cantar as músicas de louvor do Shalom traduzidas para o árabe? Acho que o Célio Di Cavalcante nem sabe que sua especialíssima canção 'Senhor, Apaixonado Estou' inspirada e composta há mais de 20 anos é cantada em árabe, na missão de Haifa...

A mesma turma da primeira foto mais Frei Patrício. Ele ficou conosco somente dois dias mas como foi bom! Como bom filho de Teresa e João da Cruz é um padre que entende de amizade e de como cultivar amigos. 

Frei Patrício foi missionário no Brasil por quase 40 anos, tendo adotado MG e Caratinga (não podia ser outra cidade!), como seu último refúgio até ser transferido para o Cairo, no Egito, há noves meses. Desde então não tinha encontrado com ninguém da 'gangue antiga' até aparecer esta oportunidade de vir à Terra Santa coincidindo datas e agendas com Moysés e irmãos que vieram peregrinar com ele. Mimos da Divina Providência.

Como Frei Patrício não brinca em serviço, entre risos, muitas conversa, partihas, duas celebrações eucarísticas, dezenas de fotos, peregrinação na Jerusalém velha e encontros inesperados com brasileiros em excursão com o povo da Canção Nova, mais o bispo de Propriá, D.Mário, que o viu de longe e veio cumprimentar, ele conseguiu falar com todas as carmelitas brasileiras que vivem em Israel ao menos por telefone! Uma graça de multiplicação do tempo ímpar! Uma delicadeza paternal genuína e também fraterna que evangeliza, que me evangelizou eloquentemente pela ação e cuidado com o outro, com aquele a quem Deus confiou, não por obrigação e serviço, mas por amor ao amigo, porque ele é amigo. Frei Patrício me disse que Amigo mesmo é Jesus e somente Ele pode nos ensinar o dom da amizade. Nosso desafio é deixar que Jesus nos trate como tal. Quero aprender, ah como quero!
Em ordem, só para recordar: Pe.João, Moysés, Frei Patrício, Elena, Daniele, Pe.João Paulo, na frente: Carlos, Glória e Cândido.

Shalom! Deus seja louvado pelo que Ele nos deu estas semanas!
Que sejamos fiéis ao que o Senhor espera de nós,
deixando-nos amar por tão perfeito Amigo! Amém!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Moysés entre irmãos

Não é sem tempo que volto a escrever. E só não o fiz antes por causa de uma prova que passei, involuntária, que me deixou sem comunicação: todos os meus gadgets, como se diz em inglês, ou aparelhos eletrônicos pifaram, do celular à máquina fotográfica e como eu tinha decidido não levar o computador para a viagem que fiz acompanhando os irmãos à Jerusalém, fiquei também sem acesso direto à internet e mesmo quando tinha, não havia fotos a postar.

Bem, não adianta justificar. Hoje, de volta, partilho um pouco o que foram estes dias com os irmãos da comitiva que acompanhou o Moysés Azevedo, e consigo ao menos acessar estas primeiras fotos do dia 8, na noite em que ele chegou vindo de Roma, com o Pe.João Wilkes, mais Cândido Couto, Daniele Holanda, Gloria Gionave e Carlos Matos. Todos nomes compostos como compostas foram as situações que vivemos de muita alegria e fraternidade. 

Acabei sendo chamada na última hora para acompanhar o Victor que fala quatro idiomas mas não o português, que num misto de cicerone, guia turístico e amigo levaria os quatro para Jerusalém. As fotos destes dias na cidade da Paz virão depois, como também as fotos de ontem no Centro de Evangelização em Haifa, quando o Moysés deu seu testemunho de vida e contou como a vocação Shalom nasceu. Lindo e simples, tocante, como são as coisas de Deus.

Depois da partilha houve adoração ao Santíssimo Sacramento com convidados, amigos e membros da Obra, com muita música e sinais do Senhor, manifestando sua presença amorosa. Ele curou os corações, chamou alguns a se doarem totalmente a Ele e renovou a esperança e a graça de uma vida de oração em outros. Por hora fica o meu testemunho e gratidão ao Senhor por estes dias de graça palpável porém incalculável que tive pessoalmente e tivemos como missão, ao celebrar os dez anos do Shalom na Terra Santa. 

As fotos de todos encontros, passeios e surpresas como a visita do Frei Patrício Sciadini e a missa festiva com o arcebispo Elias Chacour no dia 14, ficarão para o futuro pois dependo de que os outros fotográfos me enviem as centenas de fotos tiradas. Aguardo com confiança e partilho por hora algumas poucas fotos do primeiro dia que consegui salvar antes da máquina pifar.

Na verdade, a presença do Moysés como fundador traz a marca de sua autoridade espiritual que contagia sem a necessidade de muitas palavras. Sua pessoa edifica pela fraternidade e acolhida, pela discreção e simplicidade. Ele é um irmão entre irmãos. O irmão. E como é fácil amá-lo! É fácil amar quem se deixa amar e conquistar por Jesus Cristo irrestritamente como alma esposa, como fez o Moysés! E como o amor é atraente e contagiante, como não desejar seguir os mesmos passos?
Na ponta da mesa, em ordem: Soraya, Cristina, Tiago e Yara.


Algumas pessoas da Obra, mais íntimas do Centro de Evangelização que aguardavam ansiosamente conhecer o Moysés e os outros irmãos brasileiros. Em ordem da esquerda para a direita: Maria, Ronie, Moysés, Roula, Rounete e Nédia. Nessa turma tem gente vocaciona... Rezemos para que nada resista ou entristeça a ação do Espírito Santo em seus corações.


Thiago, Lorena, Roula, Moysés, Ronie e Maria em uma das duas salas do andar térreo do Centro de Evangelização em Haifa.
A Comunidade mora no andar de cima.


Moysés arriscava tocar esta espécie de atabaque - nunca decorei o nome - que é instrumento básico e popular na cultura árabe e que o Ronie toca com maestria.


Daniele Holanda e Carlos Matos: dois irmãos muito queridos.
As histórias dela são de matar qualquer um de tanto rir!


Até parece que o Cândido é sério...ele estava é cansado e com fome. Como foi bom encontrar com o chefe de todos os cururus! Já a Glória é amiga de longa data. Foi uma grande surpresa e alegria tê-la conosco. Ai que saudade! Hoje todos partiram e a vida segue seu rumo, segundo os perfeitos caminhos da Divina Providência.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Visita dos irmãos e do Fundador

Quero agradecer às pessoas que gastam seu tempo lendo as partilhas que faço no blog, neste tempo missionário tão rico e desafiador, por isso mesmo rico. Como diz o salmista, usando minhas palavras, enquanto vivemos e lutamos o Senhor nos adestra os braços, as pernas, os músculos da alma e nos prepara para as eternas moradas. Ele é sempre o Amor presente, a Presença Amada enquanto também é mistério, silencio e grandeza Absoluta.

É assim que vivo na busca de corresponder ao que o Senhor espera, desejando o que Ele deseja, e esperando, esperando, a manifestação da sua vontade. Não há maior ventura na vida do que conhecer o Amor de Deus, conhecer Jesus e viver para Ele. Quanto mais o conheço em Sua Palavra e em minha alma mais reconheço que é preciso recomeçar. Sou incapaz de virtudes por mim mesma. Sua graça, porém, me leva a desejar a santidade na oferta livre da minha vontade, dia a dia: a tua vontade Senhor, a minha vontade na tua. E assim no mistério das coisas pequenas e humildes que escondem os mistérios grandes de Deus, vou aprendendo, ou ao menos querendo aprender e vou vivendo, enfim. Há tempos de sombras e de silencios, de exercício de espera confiante, há tempos de consolo e de paz.

Vivemos como comunidade dias de grande consolo: o fundador, nosso irmão Moysés Azevedo chegou ontem para visita 'apostólica' às missões de Haifa e Nazaré, para tratar de assuntos com autoridades eclesiais e para estar conosco, seus irmãos e irmãs, filhos espirituais no Carisma Shalom, que comemoram dez anos da chegada dos primeiros missionários à Terra Santa em outubro de 2000.

Seja bem vindo Moysés! Sejam bem-vindos também os que vieram em comitiva: Carlos Matos, Daniele, Glória e Cândido, sem contar Pe.João Paulo e Pe.João Wilkes. Tem sido dias de muita faxina, cartazes, arranjos e programações e ontem no jantar no Centro de Evangelização com missa em português, uma alegria nova invadiu nossos corações. E como rimos! Porque quanto mais o tempo passa mais histórias engraçadas vão sendo agregadas, em várias línguas e, quem resiste ao Cancan? 

Terça-feira tem a subida ao monte Carmelo e a visita ao asilo e à nossa casa em Isifya, com cartazes em hebraico de boas-vindas. Fotos? As postarei. Por hora, agradeço a Deus pela graça da missionariedade e por Sua obra de Amor perfeitíssima sobre a Igreja e na face da terra, que conta com o novo do Senhor que se manifesta na Comunidade e através da Comunidade Shalom, em cada coração, inclusive pelo meu! Que Deus de cada vez mais coragem às pessoas para partirem em missão, para se doarem ao Senhor e à Igreja, na oferta de si mesmos, sem medo. Basta ter a coragem de querer crescer e ser tudo o que Deus quiser. As podas? Só elas geram os figos mais doces e os girassóis mais esplendorosos. 

Profeta Elias, rogai por nós!
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!
Papa João Paulo II, rogai por nós!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Morte em Bagdah


Estes são os dois jovens padres da Igreja Católica Síria, mortos no dia 31 em Bagadah após o ataque terrorista muçulmano acontecido no domingo na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Era manhã e havia por volta de 120 pessoas participando da Eucaristia quando os terroristas invadiram a igreja. Um sacerdote foi assassinado no mesmo instante e as outras vítimas, totalizando 58, morreram após a chegada e tentativa da polícia de salvar os reféns. Há muitos feridos.

Toda a Igreja em Israel e no Oriente está se manifestando com profundo pesar e indignação pela covardia do ataque que mais parece uma provocação e não representa a mentalidade de grande número de muçulmanos.

O patriarcado latino se manifestou oficialmente, e transcrevo abaixo o texto enviado para o Patriarca Sírio e para todos os católicos e cristãos do Iraque. 

O clima em Israel permanece o mesmo, de vida tranquila, mas há muito sofrimento pelo sofrimento da Igrea iraquiana. No Egito há muita tensão e medo de que haja mais violência contra os católicos coptas que são grande força no país. Por conta deste ataque, Moysés Azevedo, Fundador da Comunidade Shalom que vem para Israel na semana que vem em visita 'fraterna e apostólica' desistiu de ir ao Egito como estava nos planos, após participar da reunião da Fraternidade das Comunidades Novas, que aconteceu em Roma no último fim de semana, e vem direto para a Terra Santa.

Segue abaixo a carta do Patriarcado latino. Este poster acima corre na Igreja em Israel e cita as bem-aventuranças, e aqueles que sofrem pela paz e pela justiça. Peço que todos se lembrem de rezar pelas vítimas - mártires - que morrem por serem católicos, especialmente amanhã, dia 5, e peçam pela paz em Israel e no Oriente.

"The Latin Patriarchate of Jerusalem unites its voice to those of Pope Benedict XVI, Christian and Muslim religious leaders in the Holy Land and all people of good will in Israel, Palestine and Jordan in order to strongly condemn the massacre that struck the Syrian Catholic community of Baghdad, while its faithful were attending Sunday mass. The terrorists responsible for this act do not represent the face of the Islam we have lived with for the past centuries.

We draw again attention to the message of the Synod for the Middle East with regard to the urgency of inter-religious dialogue, which, with the help of God, might lead to a civilization of life and thus save humanity from a clash of religions and cultures.

The Latin Patriarchate presents its sincere condolences to the Iraqi people and in particular to the Syrian Catholic Patriarch, His Beatitude Ignatius Joseph III Younan,, to the bishops of Iraq and to the entire Syrian Catholic community, that of Iraq and that of Jerusalem.

Our prayers accompany the victims and their families. May the Lord grant security and fraternity to the Iraqi people."

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Nova Geração

Que festa extraordinária a de hoje: a da comunhão de todos os santos! Claro que não vou pensar em Halloween e muito menos dizer que acredito em bruxa, como fez alguém no twitter após a vitória da Dilma. Mesmo sendo engraçado não é bem isso que o Senhor espera de nós. Venceu a democracia, venceu legalmente a vontade da maioria por permissão de Deus. Continuemos nós católicos, servos, consagrados, da igreja militante, povo de Deus, que caminha em comunhão com o Santo Padre Bento XVI, a defender os valores da vida e a vida de santidade, encarnada e coerente. Sejamos nós pobres ou de classe média, do nordeste, ou do sul, onde for, a viver o amor ao Senhor acima de todas as coisas.

Estas classificações sociais existem mas não são elas as que mais contam para nós. Somos livres em Cristo Jesus, somos todos pecadores necessitados de sua compaixão e amor, somos todos filhos do Deus altíssimo, que é cheio de benevolência. Ele é o Pai, e nele somos chamados ao amor, ao serviço, à partilha, à pobreza, à obediência e à castidade, como  irmãos.
Estas categorias vindas da economia quando absolutizadas acabam nos enrolando e nos levando a cometer injustiça. Tenho um amigo que é negro e nordestino, de origem humilde, que hoje em dia é pós doutor, respeitado, com carreira universitária sedimentada. Eu sou branca e do sudeste, de classe média, sem emprego, aposentadoria ou inss, missionária no exterior. Quem é mais pobre, ele ou eu? Quem é mais burguês, ele ou eu? Serei eu digna de ódio e desprezível pelos que 'veneram' e ainda crêem na decrépita teologia da libertação por ser branca, de classe média e por ter passaporte italiano, como filha de imigrante? Será ele uma eterna vítima, inferiorizado, mesmo não sendo?
Louvo a Deus por viver este tempo pós Vaticano II, e por ver uma grande leva de povo de Deus de todas as raças e nações, de todas as cores e línguas, que são a geração João Paulo II. Repito, geração João Paulo II! Netos de João XXIII e Paulo VI que tanto bem fizeram à Igreja e o mundo! Gente jovem e também de meia idade que ama a Igreja, a vida, a beleza, a castidade, o estudo e a Verdade, Jesus Cristo, a Virgem Santíssima, a Eucaristia, a Tradição, a obediência ao Santo Padre, a família, a teologia do Corpo, as novas comunidades, a nova evangelização, que ama os pobres e querem ver justiça mas sem tirar da vida a transcendência e o amor, como fez a Teologia da Libertação. Esta geração que avança no serviço e na vida de oração planta sementes de esperança e de um catolicismo santo e humano, revigorado e iluminado pelo Espírito Santo, Ele que sempre une, vivifica, inunda de amor e é capaz de unir fé e razão.  

Há um grande nós, na face da terra que tem feito a diferença, a nova primavera da Igreja como disse João Paulo II e repetiu carinhosamente aos jovens na Inglaterra o Papa Bento XVI, que não perdeu a fé e a encarna cada vez mais sincera e lucidamente gerando um sopro novo de vida no mundo.

Rezemos uns pelos outros, santos e santas de Deus! E que os santos e santas que já estão na presença do Senhor e o vêem face a face também intercedam por nós!
Amém.