sexta-feira, 29 de maio de 2009

Algumas Fotos de Momentos Inesquecíveis


Dia 17 de maio no Murahkah, festa de 60 anos do padre Bonaventure, carmelita americano, que passa seu ano sabático em Israel.
Esta bela foto mostra todos os que estavam presentes, os amigos que ele conseguiu fazer nestes 9 meses que aqui está. Seguramente ele é um homem de Deus, um filho de Santa Teresa, que tem ajudado alguns nos caminhos da oração e da verdadeira espiritualidade.
A festança foi ótima e farta, como tudo que o Pe.Alberto promove. Ele é o superior, o padre mexicano. A festa, muito alegre, foi verdadeira experiência de fraternidade interreligiosa, que é uma realidade muito cotidiana para quem vive em Israel. Estávamos nós cristãos, alguns funcionários e amigos drusos e alguns jovens judeus. Foi a primeira cerveja de fato gelada que tomei nesta terra e ter a Ana Paula (nascida no interior de S.Paulo e missionária em Nazaré) como companheira para apreciar a long neck foi bom demais!

Esta foto é do altar montado em Nazaré para a missa memorável que o Santo Padre Bento XVI celebrou para os aproximadamente 40 mil cristãos da Galiléia, vindos de todas as vilas e cidades.Estava amanhecendo...Este anfiteatro foi criado na base do Monte do Precipício, e se tornará mais um ponto de peregrinação em Nazaré. S.Lucas no capítulo 4 nos conta que daqui os judeus, enfurecidos, quiseram precipitar e matar Jesus quando ele disse que as promessas sobre o Messias descritas no profeta Isaías acabavam de se cumprir.

Nazaré, pouco antes do amanhecer, já sentados na arquibancada, na área VIP, desde às 4:30, aguardando a Eucaristia com o Papa. Foi uma das canseiras mais fantásticas da minha vida! Nesta foto aparecem, na ordem, Raquel, que mora em Nazaré, e as companheiras de casa, Yara e Viviane, super fotogênicas! Nossa bandeira do Brasil (que no verso trás costurada uma bandeira de Israel), fez sucesso na televisão e foi inúmeras vezes filmada.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Com Nossa Senhora à espera do Espírito

Na semana anterior à chegada de Bento XVI eu tinha voltado a caminhar, botando pilha em todos de casa para aderirem ao exercício físico que nos ajuda a ter uma vida mais integral, pois alma, corpo e mente ficam mais bem cuidados. Mas mal comecei e tive que parar. Semana passada houve retiro e esta semana tem tríduo preparando Pentecostes. Mas semana que vem eu volto com a graça de Deus. Mas antes da volta à vida normal e à rotina mais saudável, sinto-me como uma criança à espera de uma grande festa que está para acontecer. E esta festa é Pentecostes!

Por causa da Renovação Carismática e por ter estudado no colégio das Servas do Espírito Santo, sempre me senti 'ligada a Ele, ao Espírito de Jesus' e aprendi desde cedo por causa da experiência do batismo no Espírito e a imediata paixão pela Palavra de Deus, a me debruçar sobre os Atos dos Apóstoles, em especial o capítulo 2. Muito lindo saber que Nossa Senhora estava lá, intercedendo pelos apóstolos e discípulos, homens e mulheres, conversando com Jesus, à espera mais uma vez que Ele cumprisse sua promessa e ouvisse sua intercessão. Muito lindo ver o fogo, o vento, a ação do Espírito na vida das pessoas.
Nunca pensei que viria à Terra Santa e jamais imaginei que viesse morar aqui como missionária. Porém sempre imaginei como seria o Cenáculo onde Pentecostes aconteceu. Tinha vontade de ver a sala descrita na Palavra de Deus, nos arredores de Jerusalém. Infelizmente a sala, o ambiente, onde houve a primeira eucaristia, o lava-pés e onde Jesus apareceu ressuscitado para os apóstolos não somente uma mas várias vezes, inclusive e especialmente para Tomé, está fechada e sob a custódia de Israel. O Papa João Paulo II pediu e recebeu autorização extraordinária para celebrar a eucaristia ali, mas até mesmo o papa Bento XVI dessa vez, se 'contentou' com a área de baixo que é aberta ao público, aos peregrinos e à visitação. O mesmo acontecerá conosco esse ano: celebraremos Pentecostes não na sala de cima mas na igreja ao lado, dos franciscanos. Com certeza vou fotografar e comentar mais a respeito no blog. O importante é reconhecer dentro de si esta urgência, a necessidade, a sede de água viva, a carência de amor, a vontade de ser mais de Deus para poder continuar fecundando o mundo, que geme na violência e na solidão.
É maravilhoso crer e testemunhar que Jesus Cristo, o Senhor, continua dando e derramando Seu Espírito sem medidas sobre a face da terra e no coração dos homens e das mulheres, daqueles que são seus que sabem que a vida cristã não é uma série de normas, um moralismo pesado, mas o encontro com Alguém que é Amor. Ser cristão, ser católico é ser um apaixonado e é o Espírito Santo quem apresenta as duas partes que se apaixonam: a alma humana com Jesus.
É o Espírito Santo quem faz acontecer o encontro de amor entre 'cada alma humana' e o mais 'belo dos filhos dos homens' para que elas se apaixonem e vivam felizes para sempre!
Vem Senhor! Vem Jesus! Vem Espírito Santo!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Notícias

Escrever no blog é fazer um exercício delicioso de coletar da memória as experiências marcantes vividas no tempo da missão. É uma maneira de testemunhar também publicamente as graças recebidas em todos os momentos: nos mais difíceis e desafiadores e naqueles de deleite e surpresa, celebração.
Estive em Nazaré para um check up anual - até agora está tudo bem! - e experimentei mais uma vez da Providência Divina: o oncologista é brasileiro! Eu o conheci via embaixada brasileira, meio por acaso, aqueles acasos de Deus Pai... Dr.Samário é um professor-doutor com jeito de avô daquele tipo que veio fazer doutorado e casou com israelense e nunca mais voltou pra casa, fazendo daqui a sua pátria. Ele me cobrou só o que eu podia dar - me senti tão pobre! - e está cuidando de minha saúde de um jeito que eu jamais poderia pensar melhor!
A graça é que na clínica a secretária, a assistente social e a telefonista fizeram questão de apertar a minha mão porque eu era brasileira e lá passaporte brasileiro é VIP. E olha que nem jogadora de futebol eu sou, mas sou missionária e filha de Rei!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Back to Normal Life - e a vida continua

Todos consideraram a vinda do Santo Padre extremamente positiva. Como um revigoramento e um novo sopro de vida para as atividades, projetos e desafios. É este o relato que a gente recebe como testemunho dos franciscanos e dos demais sacerdotes: foi um 'pai' com verdadeira autoridade espiritual quem lhes falou, orientou e afirmou. Também como povo de Deus é assim que a gente se sente.
Por outro, mesmo sendo histórica a presença de Bento XVI à Terra Santa, é interessante a percepção atual que tenho após dez meses de missão: também aqui há forte necessidade de um Novo Pentecostes. Sem Ele a rotina sufoca e a Tradição não se perpetua, ou melhor, se perpetua friamente pois sem a contínua efusão e presença do Espírito Santo não há adesão de vida, não há felicidade genuína nem tampouco alegria espiritual. Sem o Espírito de Jesus não há vida nova nem vida de oração.
Para mim o Consolador tem se revelado como a própria presença do Filho em meu coração. É isso mesmo: o Espírito é a presença de Deus dentro de nós pulsante e viva!
Vem Senhor, sobre nós! Vem Senhor na Terra Santa! Vem sobre a face da Terra e faz novas todas as coisas naqueles que são teus!
Amém.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Missão Cumprida: mãos à Obra

God of all the ages, on my visit to Jerusalem, the 'City of Peace', spiritual home to Jews, Christians and Muslims alike, I bring before you the joys, the hopes and the aspirations, the trials, the suffering and the pain of all your people throughout the world.

God of Abraham, Isaac and Jacob, hear the cry of the afflicted, the fearful, the bereft; send your peace upon this Holy Land, upon the Middle East, upon the entire human family; stir the hearts of all who call upon your name, to walk humbly in the path of justice and compassion.

'The Lord is good to those who wait for him,
to the soul that seeks him" (Lam 3:25)

(Oração deixada pelo Santo Padre no Muro das Lamentações)

Estou no escritório e acabei de ver o arcebispo Elias Chacour, rapidamente, antes dele partir para Tel Aviv para a despedida do Santo Padre que parte de Israel. Ele estava radiante, com o coração reconfortado e espiritualmente revigorado para enfrentar os desafios que virão com a construção da primeira universidade árabe-cristã de Israel, na Galiléia. Simbolicamente a pedra fundamental desta instituição e de mais quatro, inclusive a de um memorial para João Paulo II que será erguida pelo Neo-Catecumenato, foi abençoada por Bento XVI ontem, na missa em Nazaré, que reuniu 40 mil cristãos de todo o país.

Ficará na memória de todos aquela multidão. Dom Elias disse que os bispos, o Papa e ele mesmo, obviamente, já que são na sua maioria ovelhas de seu rebanho, ficaram impressionados com o número de pessoas presentes e consideraram a missa de Nazaré como o ponto alto de toda a visita. Foi o testemunho mais eloquente para o mundo da presença cristã na Terra Santa. A Comunidade Shalom de Nazaré já estava presente na arena quando nós de Haifa e Isifya chegamos às 4:30 para pegarmos um bom lugar. Estava frio pois ainda era madrugada mas depois o sol escaldante nos acompanhou durante a celebração que durou mais de duas horas. Nossas bandeiras brasileiras fizeram bonito da TV e davam testemunho da vida de cada um ofertada em missão.
O bispo contou que foi colocado sempre na frente do Santo Padre nos almoços oficiais e, dessa forma, pôde conversar com ele, recebendo todo incentivo e encorajamento para continuar seu trabalho na Galiléia, principalmente no que se refere aos jovens, aos dar-lhes oportunidade de boa e consistente educação. O resultado disso é a permanência das novas geraçãos em Israel e na Palestina, que passam a competir e se firmar no mercado de trabalho, revertendo o quadro preocupante de imigração da população cristã. Dom Elias estava radiante com esse apoio 'paternal' recebido do Papa já que sua voz e autoridade são a do próprio Senhor Jesus. Recebeu também uma simbólica oferta financeira do Vaticano para começar as obras da Universidade.

A multidão enlouqueceu querendo tocar, fotografar e ver de perto o Santo Padre. Vimos isso especialmente no fim da tarde quando celebramos as Vésperas. Pessoalmente gostei especialmente deste momento celebrativo de oração, precedido de um momento interreligioso onde novamente drusos, muçulmanos e judeus se manifestaram. O Santo Padre teve novamente a chance de dar sua palavra de esperança e de compromisso pessoal e de toda a Igraja Católica para o diálogo e a paz. O representante judeu pediu no final que todos passassem das palavras à ação, rezando um salmo pela paz. Bento XVI acolheu o pedido e de pé estendeu as mãos e todos os presentes deram-se as mãos e rezaram pedindo Shalom Adonai! Shalom Adonai! Foi muito emocionante e significativo!

Penso que Bento XVI cumpriu aquilo que Deus o chamou a ser: pontífice, o sumo pontífice, quem faz pontes. E seu exemplo humilde, pacífico, sereno e educado, numa palavra, sua santidade (sem querer fazer um trocadilho!) tocou a todos. Deu-nos o exemplo de como fazer, pela atitude, e de como fazer, nas palavras e orientações. Ele calou a boca das autoridades judias, fazendo cair por terra todos os argumentos contra os palestinos, e aprofundou as bases para um verdadeiro diálogo tendo como base a Verdade, a boa vontade, o perdão das dores passadas. Condenou abertamente todas as ações terroristas e convocou os jovens a assumirem seu papel positivo e ativo de construção de uma nação onde haja mais tolerância e paz, calando dessa vez a boca dos radicais palestinos. Espero que muitos tenham ouvidos para ouvir e coração para acolher o que o Santo Padre disse pois ele falou como quem tem autoridade e sua mansidão muito semelhante a do Cordeiro, atraiu, reconfortou, iluminou a muitos.

Chamou-me também atenção a quantidade de vezes que o Santo Padre convocou a comunidade internacional a participar deste processo de diálogo para que haja paz duradoura e dignidade para todos no Oriente Médio, começando pela questão Israel-Palestina.

Em mim ficou o compromisso de viver meu chamado à paz, a ser discípula da paz como carisma Shalom, rezando sempre mais pelo Santo Padre, apoiando-o integralmente como sucessor de Pedro. Como é fácil ama-lo, assim como foi fácil amar João Paulo II! Houve uma tentativa de se cantar um rap que dizia assim: 'As we loved John Paul II, Benedicto we love you, too!'. Também fica a esperança de que as graças derramadas de abertura e de desejo profundo de um novo tempo entre árabés e judeus, se concretize em encontros e ações conjuntas sucessivas que contribuam para colocar fim à injustiça e às mortes de inocentes.

Por fim, Abuna Chacour nos contou que alguns cardeais da comitiva de Bento XVI comentaram que começaram a ler seus livros ao se prepararem para vir à Terra Santa e, dessa forma, passaram a entender um pouco mais profundamente os meandros da questão árabes-judeus em Israel. Dessa maneira a unidade e a oração no interior da própria Igreja se aprofunda e fortalece e o Reino de Deus se expande. É a Esposa que vai sendo preparada pelo Esposo para as Bodas definitivas. É a Esposa que grita Vem! Maranatha!, cada vez que vive a caridade e com fé e pela fé alimenta a esperança.

Que grande graça estar presente de corpo e de coração nesta peregrinação do Santo Padre... Bendito seja Deus, Adonai, o Príncipe da Paz!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Nós e a Peregrinação do Papa

As muralhas de Jerusalém no entardecer, ao fim da missa com o Santo Padre! Inesquecível a experiência!

O povo de casa fez muita hora comigo pelo escândalo e gritaria que fiz - mas não sozinha, garanto! - na hora que o Santo Padre passou de papamovel por duas vezes na nossa frente em Jerusalém! Cabeça alva, olhos muito azuis e olhar bondoso. Sorriu para nós, shalomitas brasileiros e nos abençoou!

Estávamos no Vale do Cedron, em frente ao Monte das Oliveiras onde se encontra o Santo Sepulcro. Do lado oposto se ve a muralha da Jerusalém velha com a Porta da Misericórdia, ou a Porta de Ouro que será aberta na segunda volta do Senhor (ou a primeira como crêem os judeus).
Representávamos aqueles quem amamos e servimos neste terra onde somos missionários, e também toda a comunidade, nossas famílias e amigos. Os franciscanos que tem a custódia do local, fizeram uma grande obra de aterramento e limpeza, resguardando as centenárias oliveiras, e montaram um palco gigantesco para a celebração da Eucaristia cujo tema era a Ressurreição do Senhor apresentada na pintura de Tomé tocando o lado de Jesus.

Estávamos felizes pela oportunidade de estar ali, também nós como testemunhas, querendo comprometer nossa vida ainda mais. Era a igreja de Jerusalém que se reunia pela primeira vez na história para celebrar a Eucaristia ao ar livre neste local. Um pequeno rebanho. As palavras do Santo Padre falaram de esperança e da certeza de que carrega este povo que aqui vive e sofre pelas tensões políticas, em seu coração e em suas orações.
Estas fotos ilustram a alegria deste dia. Abaixo o momento em que o papamóvel descia pela encosta até o vale, passeando no meio do povo.


Eu, com cara de turista, peregrina, morta de feliz! Estas camisetas brancas foram distribuidas na entrada. Vale a pena contar que passamos por 4 revistas: para entrar nos ônibus, depois para entrar no vale, a seguir uma terceira conferindo o código de barra de nossos convites para não haver falsificação e por último um detector de metal, igual a dos aeroportos. Foi longo e cansativo. Mas já esperávamos pois é conhecido o rigor de Israel com a segurança. Foi por isso que nós saimos de casa às 9:30 para uma missa que começou às 16:30. Mas já estávamos a postos, 'agarradinhos' nas grades que faziam o caminho por onde o Papa ia passar, desde as 2 da tarde...

Foto da basílica do Santo Sepulcro. Estamos no Vale olhando para cima à esquerda. A direita está a muralha da Jerusalém Velha e a nossa frente o palco. Depois postarei mais fotos.

Nós e o guarda da segurança, muito sem graça. Da esquerda para direita: Lorena, Silvânia, Yara, eu (meu cabelo está horrível nesta foto!), Leandro e Cristina. Está faltando a Viviane que no momento foi conversar com alguém da Pastoral Hebraica, provavelmente, e o Tennessee que ficou em Haifa resolvendo alguns assuntos importantes pois se casa daqui a um mês...

Amanhã tem mais. Amanhã promete pois o Papa subirá de Jerusalém e da região dos Territórios Palestinos onde esteve hoje, para a Galiléia onde se encontra a grande massa de cristãos. Ele celebrará em Nazaré pela manhã, ao ar livre, numa grande arena construída e à tarde celebrará vésperas solenes com os consagrados. A princípio era só para religiosos e religiosas mas acabamos de conseguir nossos convites para participar também deste momento dentro da basílica da Anunciação. Nossa Senhora nos deu este presente. Enquanto escrevo tem gente preparando os sanduiches e separando as garrafas de água mineral para a aventura que começará às 2 manhã quando partiremos de carro.
Depois eu conto... Shalom!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A Igreja de Jerusalém

O Papa fala inglês com um sotaque tremendo mas o que ele diz vale ouro, ou gold! Alguém sabe como é ouro em alemão? Não somente os católicos bebem de sua orientação e sabedoria, mas para todos aqueles que têm boa-vontade e querem verdadeiramente construir um futuro de diálogo na sofrida Terra Santa, se escutarem saberão o que como fazer. Acompanhamos tudo o que ele disse na Jordânia e me agradou especialmente suas palavras dirigidas aos jovens, parte de uma população cristã pequena, incentivando-os a ouvirem o chamado do Bom Pastor, assumindo seu papel de construtores de uma sociedade onde reine os valores da reconciliação e da fraternidade. A voz de Jesus ainda continua a ser ouvida.

Aguardo o que o Santo Padre falará em Bélem e Jerusalém. Só aqui a gente toma consciência de que a Igreja Mãe de todas as Igrejas é Jerusalém, mesmo Roma sendo Roma. Neste tempo que se lê Atos dos Apóstolos na espera de Pentecostes, se ve com clareza o papel que a comunidade de Jerusalém tem para que a Igreja surja, se enraize. Amanhã teremos a alegria de participar da missa que o Bento XVI celebrará lá.
Sua chegada em Israel esta manhã foi muito mais pomposa e solene do que na Jordânia. Mesmo vindo como peregrino o fato de parar o país é de grande importância. Os cristãos são poucos em número e esta é com certeza uma questão delicada a ser tratada por Israel: dar condições para que os cristãos permaneçam na terra que é deles. O Cristianismo nasceu aqui e Jerusalém é a cidade santa, a cidade da paz de todos e para todos. Este pequeno resto, o pequeno rebanho de cristãos, aguarda ansioso a palavra do pai, do pastor, de Bento XVI. A ansiedade de todos é imensa! E todos rezam e contam nos dedos as horas até o encontro com o 'Baba' como o Papa é chamado em árabe. Baba ou Papai... seja bem-vindo! Sia Benvenuto!
Se alguém quiser treinar o inglês e se interessar, vale a pena ler esta entrevista publicada no zenit sobre as expectativas e o que representa a vinda do Santo Padre à Terra Santa neste momento, após a última guerra. Quem responde as perguntas é o jesuíta, Pe. David Neuhaus, atualmente Vigário Episcopal responsável por todos os Católicos de línha hebraica em Israel. Mas quem não souber inglês, busque no site www.zenit.org a data de 7 de maio em português e leia na íntegra a tradução.

One of the most important challenges for Benedict XVI as he visits the Holy Land this week will be to present the face of Christ to Jews and Muslims, according to Jesuit Father David Neuhaus. In this interview he talks about how Israel is preparing for the visit, the major challenges facing the Holy Father during his journey, and the historic importance of the event.

Q: How is Israel preparing for the visit of Benedict XVI? In particular, how are the Hebrew-speaking Catholics in Israel preparing?

Father Neuhaus: Israel, as a country, is preparing to greet a very prominent guest. The Vatican flag is flying in the streets through which the Holy Father will pass. Security and other measures are already palpable in the places where he will visit. The press is full of stories about Pope Benedict, about the schedule of the visit, about aspects of the life of the Church, and perhaps most significantly about the local Church, which generally receives little attention in a country in which Christians are just 2% or 3% percent of the population.However, the Hebrew-speaking Catholic community, like the Arabic-speaking Catholic community, is preparing, first and foremost, to greet our pastor, with joy and enthusiasm. We are preparing ourselves to listen and watch, to learn and to open our hearts. We are full of hope that the Pope will encourage us and help as understand ever more profoundly our vocation as a "little rest" in this land that is too often characterized by conflict. We are very proud that Pope Benedict has insisted that he is coming first and foremost to visit us and to be with us.

Question: The Holy Father has repeatedly asked for prayers for this pilgrimage and his spokesman called it a "decidedly courageous" trip. Do you think there are particular risks that come with a trip to the Holy Land right now?

Father Neuhaus: It is indeed a courageous trip because there are many risks. We live in the midst of a political-national conflict. All sides are eager to exploit the Holy Father's visit to further their own interests. He will be encountering not only the religious reality of life in the Holy Land, but he will also be visiting the official representatives of both Israel and the Palestinian Authority.He will be encountering the two national narratives at their most painful -- when he visits Yad Vashem (the memorial to the victims of the Shoah) and Aida Camp (a camp of Palestinian refugees from the 1948 War). The risks are clear -- the Pope seeks to come as a pilgrim in prayer for peace and unity. Many are waiting to hear from him support for their cause. The Pope seeks to come as a pastor. Many are going to scrutinize every word and every movement in order to derive a political conclusion.The visit will have to be choreographed with absolute skill so that the Holy Father's intention might be preserved in a context in which many will be trying to pull him into the quagmire of conflict and narrow interests. The Pope will need the courage of the prophets of old in their confrontation with the powers that be in order to say his word of truth and accomplish his act of visiting this land as a pilgrim of peace, unity and love. May the prayers of Pope John Paul II strengthen Pope Benedict as he walks the path of his predecessor. May this pilgrimage build on and further the wonderful pilgrimage of his predecessor.

Q: Cardinal Leonardo Sandri revealed this week that this trip to the Holy Land is one that the Pope has wanted to make since the beginning of his pontificate. Why is this trip so important?

Father Neuhaus: The trip is important on many different levels. First, the Holy Father is coming to the land that is the arena of our history of salvation -- the land of the patriarchs, prophets and sages of the Old Testament, the land of Jesus Our Lord and the disciples and apostles of the New Testament. He comes to remind us of the importance of these holy places for our identity as Christians because they serve as permanent memorials to God's faithfulness to us.Second, he comes to encourage and support the mother Church of Jerusalem. In these weeks, from Easter to Pentecost, we are reading Acts of the Apostles and there Jerusalem and her Church are a constant point of reference. We must strengthen the Church of Jerusalem as a constant reference to our origins, and because testimony to Jesus is essential in the land he lived in.Third, the Pope comes into the heart of a troubled area to show the Church's face as a promoter of justice, of peace and most importantly, of pardon and compassion. We need this visit especially to promote pardon, so absent from our usual discourse about the conflict here.Fourth, the Pope comes to promote dialogue with both Jews and Muslims.

Q: This trip will be an opportunity for encounter between Catholics, Muslims and Jews. What can the Pope do to avoid misunderstandings with the Jewish and Muslim religions as happened earlier this year with the lifting of the excommunication of Bishop Richard Williamson, and with the Regensburg speech at the beginning of his pontificate that offended the Muslims?

Father Neuhaus: The meetings with Jewish and Muslim authorities are an important element of the trip. Likewise, the Holy Father will be visiting the important sites of the two religious traditions -- both the Haram al-Sharif (where he will visit the Dome of the Rock) and the Western Wall. All of this will be preceded by an interfaith gathering in which the Pope will address hundreds of Jews, Christians and Muslims working for interreligious dialogue, education, social welfare, human rights, democracy, tolerance -- those working as peacemakers and promoters of justice and reconciliation.Both Jews and Muslims are expecting words and acts of reconciliation in the light of earlier tensions. The important moments for this will be not only in the visits to the religious authorities and the sites holy to the Jewish and Muslim traditions, but also at the sites where the Pope will encounter the pain of the peoples of the region. These encounters are themselves the occasion for the Holy Father to show our Jewish and Muslim brothers and sisters the face of a brother as he speaks words of wisdom and love and sets in motion acts of respect and compassion.

Q: The Pope said he is going as a "Pilgrim of Peace" to the Holy Land. How can the head of the Catholic Church be a force of peace in this region?

Father Neuhaus: This is an enormous challenge in a region that too often seems unwilling to embark on the search for peace. The Pope comes not as a political leader, but as a spiritual and religious leader on a pilgrimage. This means he has the freedom of the Spirit and he can attempt to transform the imagination of those in the area who do not see beyond conflict and confrontation.It is unlikely that the Holy Father has a new political formula to propose to the leaders here, but I have no doubt that he can underline elements that are essential to peacemaking that are rarely mentioned in the political discourse that dominates our region. Pardon and compassion are two of these elements that the Pope, in his encounter with Israelis and Palestinians, can certainly underline.The Pope comes not as a king, but as a prophet and a sage. This leaves him free to a certain extent from the imperatives of power and political interests and he can address our sad situation with words of truth and love. If he simply opens our imagination to see what we cannot see -- that the other is our brother rather than our enemy -- he will have helped us to exorcise the demons of fear, suspicion and hatred that have colonized our minds and hearts.

Question: What are some of the main elements of the cultural context that should be noted?

Those who are following must realize that the Pope comes to countries that are not Catholic, but rather those defined by Jewish tradition, history and identity (Israel) and Muslim Arab tradition, history and identity (Jordan and the Palestinian Authority). For most people the Pope is not a beloved pastor, but a foreign dignitary who represents also much of the pain and trouble that have characterized relations between Jews and Catholics on the one hand, and Muslims and Catholics on the other.

We must pray, all of us, that this visit be an important moment of transformation in which Israelis and Palestinians, Jews and Muslims, can see the face of Jesus Christ, humble, compassionate and the servant of his brothers and sisters, in the face of Pope Benedict XVI.

This is ultimately the most important challenge of this trip.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Pedido do Santo Padre

Precisamos unir nossas orações para que a força da ressurreição de Jesus, a sua presença ressuscitada no Santo Padre, como verdadeiro e único sucessor de S.Pedro, se manifeste. A batalha é grande. O arcebispo Elias Chacour escreveu uma bela mensagem para ser publicado nos jornais de Israel hoje, chegada de Bento XVI ao Oriente Médio como press-release, e nenhum jornal publicou o texto! Preferiram publicar as declarações de todas as autoridades governamentais, religiosas judaicas e muçulmanas, e excluir a palavra do arcebispo católico! Como se o Santo Padre não fosse a autoridade suprema dos católicos! Quando os editores foram inquiridos arrumaram as desculpas mais esfarrapadas, sem conseguir explicar nada, e prometeram inserir o texto no site dos jornais. Só que por aqui a grande maioria dos adultos lê jornal sem acessar a internet... 'S.Miguel Arcanjo defendei-nos no combate!'. Pelo tamanho da batalha percebe-se que muito o Espírito do Senhor vai fazer!
Publico abaixo para quem não leu, a declaração de Bento XVI sobre o que ele vem fazer nesta parte do mundo, o epicentro da Humanidade.
"Queridos amigos, deixarei Roma na sexta-feira para a visita apostólica a Jordânia, Israel e Territórios Palestinos . Esta manhã, gostaria de aproveitar a oportunidade através do rádio e da televisão, para saudar os povos destas terras. Estou ansioso para estar com vocês, compartilhar as suas aspirações e esperanças, seus temores e lutas. Irei como peregrino da paz.
Minha intenção primária é visitar os lugares sagrados da vida de Jesus e rezar pelo dom da paz e da unidade entre suas famílias e por todos os que residem na Terra Santa e no Oriente Médio.
Entre os muitos eventos religiosos e civis que terão lugar durante a semana, me encontrarei com representantes das comunidades muçulmanas e judaicas, com as quais foram feitos grandes passos no diálogo e no intercâmbio cultural.
De modo especial, saúdo calorosamente os católicos da região e peço que rezem comigo para que esta visita produza muitos frutos para a vida espiritual e civil de todos aqueles que residem na Terra Santa.

Que todos sejamos firmes no desejo e nos esforços pela paz".

Dá-nos Jesus o teu Shalom pela presença e palavras do Papa!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ele está chegando...

Como trabalho no escritório de um arcebispo, e o arcebispo da Galiléia estou vendo in loco e sob o ponto de vista interni que trabalheira é - e que batalha espiritual representa - preparar a vinda do Papa à Terra Santa! Santo Deus!

A 'baguncinha árabe' é tão próxima da nossa baguncinha latina... listas e pedidos de última hora para ganhar cartão VIP para estar mais próximo de Bento XVI, telefonemas com informações desencontradas, pessoas se atropelando... a ansiedade no ar. Benditas secretárias e assistentes dos bispos e patriarcas de Haifa, Jerusalém, Belém e Nazaré, em Israel, e de Amam, na Jordânia, que por trás dos bastidores fazem como formigas o trabalho, ou como fermento dão crescimento e consistência ao bolo, juntando todos os ingredientes. Por causa da barreira da língua, faço muito pouco externamente, mas tenho intercedido dia e noite.

O triste é a quantidade de gente que por comodismo está preferindo ficar em casa e acompanhar tudo pela TV, se esquecendo que o testemunho e a presença em peso dos cristãos da Terra Santa mostra para os não crentes muçulmanos e judeus, principalmente estes que são as autoridades do país, a força, a importância, a presença da fé cristã! Somos tão poucos em número e as pessoas se esquecem disso, se esquecem que o testemunho dos cristãos, dos católicos ilumina o mundo!

Fico com vontade de pedir a todo mundo que conheço que interceda por esta visita do Papa. Que toda a Igreja possa rezar e interceder para que além das circunstâncias, das limitações humanas, culturais e dos naturais diferentes pontos de vista, Bento XVI seja aquilo que é, o representante visível de Jesus Cristo na terra, a pessoa com maior autoridade espiritual do mundo! Ele que pode ligar o Céu à Terra e a Terra ao Céu, como Jesus disse que aconteceria, seja instrumento de verdadeiro diálogo e esperança, e sinal e instrumento de Paz, a Paz que só Jesus pode dar.

Que Nossa Senhora, Mariam, a Virgem de Nazaré, interceda por nós!

Shalom! Salaam!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Belo e Bom Pastor

Aprendi, não sei quando, que o nome bom dado a Jesus como pastor de suas ovelhas em João 9, também significa belo, ligando o termo à linguagem mais mística e afetiva, daquele que é o mais belo dos filhos dos homens, o Filho de Deus, aquele que nosso coração ama e em quem encontramos a paz.

Como as leituras bíblicas das celebrações eucarísticas no rito melquita não correspondem às mesmas leituras do rito latino, lemos João 5, a cura do aleijado na beira da piscina de Betesda e não o texto do Bom Pastor. Fiquei muito comovida com a homilia ouvida e partilho-a, mesclando com aquilo que eu mesma refleti em meu coração.

Já tive oportunidade de ver ao vivo e a cores as ruínas muito bem preservadas desta piscina e dos cinco pórticos. O cinco representa o Pentateuco, a antiga aliança, não capaz de trazer a verdadeira salvação à humanidade que esperava imóvel, como aquele homem, que alguém viesse a seu encontro. E este alguém veio: Jesus Cristo! E Ele seguramente é melhor, muito melhor que um anjo da parte de Deus. Ele é a perfeição do amor, o Amor concretizado!

O homem estava doente havia 38 anos e se sabe, que 40 é um número perfeito, simbólico, que representa inteireza. Faltavam somente dois anos, ou dois aspectos, refletia conosco o Abuna Samir, para que a salvação e a cura chegassem àquele homem. Faltava a lei do amor revelada por Jesus. Amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo. Só que na nova aliança o modelo e a referência do que seja amor é outro: é amar com o amor de Jesus, com a qualidade de amor de Jesus, a extensão do amor de Jesus, a liberdade e a ternura, a coragem do amor de Jesus. É este amor que estamos sempre buscando e é este amor que somos chamados a refletir e ensinar às pessoas, nas palavras e pelo exemplo.

É intrigante o fato de Jesus fazer perguntas tão óbvias. O que mais um aleijado que esperava cura há 38 anos poderia querer? Só que entendi que da mesma maneira o Senhor me perguntava o que eu queria porque muitas vezes os meus pedidos expressos nas palavras não correspondem à verdadeira disposição do coração. Pedir a cura e a mudança de vida sob qualquer ponto de vista implica em muito trabalho, em mudanças de paradigmas, para usar uma expressão mais recorrente e moderna. A gente diz que quer mudar, mas não quer não... está acostumado com as paralisias e se adaptou à mediocridade.

Aquele homem doente com certeza já tinha um ritmo de vida, um jeito adaptado de conviver com o seu sofrimento, conhecia quem o carregava, quem o alimentava, com sua vida miserável... isso sem contar a maneira como se via, se enxergava e percebia a vida internamente, a maneira como se relacionava com as pessoas, estranhas e da família, com a comunidade e os companheiros que esmolavam com ele...
Quem trabalha com 'pequeninos de Jesus', ou os irmãos de rua, sabe como é duro para eles aceitar e se adaptar à uma vida nova... às vezes estão tão acostumados a viver na rua que é dificílimo sair dela mesmo quando uma oportunidade lhes é oferecida. Mas o texto do evangelho no conta que, de repente Jesus se apresenta a este homem e lhe pergunta o que ele quer. E aí é lindo pois ele responde que está disposto a mudar, a ser curado e a caminhar com as próprias pernas. Ele quer uma vida nova e está disposto a assumir todo o risco implicado em ser livre e a liberdade implicava em mudar ritmos, perspectivas, readquirir autonomia e independência, responsabilidades...

Creio que seja por isso que o evangelista repete três vezes que o Senhor o mandara levantar-se e carregar seu leito. Assim como o Joaquim do livro 'Joaquim e sua padiola' da Maria Emmir, que fala do aleijado carregado pelos amigos e descido pelo telhado para ser perdoado e curado por Jesus de suas paralisias físicas, emocionais e espirituais, também este do evangelho de João pode novamente viver como pessoa livre e independente. Livre para amar a Deus e aos irmãos, livre para viver a nova aliança. Tendo diante dos olhos, porém, o leito onde esteve deitado e imobilizado durante tantos, tantos anos. Ao olha-lo ele pode dia a dia, desafio a desafio, fazer a opção de para lá não voltar pelo simples fato de que de lá foi tirado por puro amor, amor do coração do mais Belo de todos os Homens, de Jesus, o Bem Pastor, que não somente o curou mas o acompanha e o ensina a viver.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Variadas

Quando Deus resolve dar um presente para alguém Ele dá seu jeito. Assim foi com a Suzi (a de saia rosa) e com a Suely (ou será Sheia?) de blusa rosa e bolsa preta transpassada, abraçada à Lorena, que são as missionárias do Shalom que cuidam dos 'amigos do Shalom' em Londres. Elas moram na Capelania Brasileira e enquanto chega a hora de Deus para que uma missão ser aberta na cidade, elas fazem um lindo trabalho de apoio a muitos brasileiros que frequentam a paróquia católica no Soho, famoso bairro 'homossexual' londrino. Já tem dois grupos de oração, sendo que um em português e outro em inglês, grupo de intercessão, e a graça de Deus através do carisma Shalom vai alcançando os corações e as vidas das pessoas. Voltando ao presente dado por Deus... um grupo de brasileiros e alguns inglêses decidiram fazer uma peregrinação à Terra Santa mas, na última hora, um casal que tinha pago tudo à vista desisitiu, e passou de presente tudo, absolutamente tudo para as duas missionárias shalomitas que, de quebra, ainda conseguiram nos ver em Haifa e conhecer o Centro de Evangelização! Deus quando quer presentear alguém, dá seu jeito, repito. Como o mundo é muito pequeno, a coincidência é que a Suzi era minha amiga de célula comunitária em Fortaleza, sendo consagrada como Aliança Missionária como eu, sendo também a melhor amiga de infância da Lorena, como a Vania é para mim. Esta foto foi tirada no interior do Stella Maris, o Carmelo masculino de Haifa, ponto turístico onde se encontra uma das grutas onde o profeta Elias rezava.

Comentei que semana passada havia participado de uma ordenação sacerdotal em Jerusalém, celebrada no mosteiro beneditino na região de Emaús, dia 25 de abril. Este é o neo-sacerdote, Roman, polonês, saindo de sua primeira missa, no dia seguinte, celebrada na Pastoral Hebraica em Haifa, que ficará agora sob a sua responsabilidade. Roman está abraçado ao Jimmy, indiano que, infelizmente, também naquele dia se despedia, depois de muitos anos em Israel. Pediu que eu tirasse esta foto que registra um momento marcante para ambos, de despedida e de novos rumos. Quero comentar sobre o mosteiro beneditino que não fotografei de propósito porque queria participar da ordenação sem me distrair. O ambiente da badia é tão pacífico, e elevada o espírito de tal modo, convidando à oração, que a gente se sente sem fôlego, tocado pelo silêncio. O mosteiro do século XII foi construído onde se cre que Jesus Ressuscitado se revelou a Cléofas e seu amigo no partir do pão - na Eucaristia - depois de lhes ter explicado as Escrituras quando caminhavam saindo de Jerusalém rumo a Emaús. Eu gostei tanto que se Deus quiser vou voltar com calma para rezar e, dessa vez, fotografar o que restou dos belíssimo afrescos centenários. Que o Senhor abençoe este novo tempo de vida para o Roman e para o Jimmy.

As três shalomitas presentes na primeira Eucaristia presidida pelo Roman: Cristina, Viviane e eu, que além de receberem a imposição de mãos do amigo neo-sacerdote ainda conseguiram esta excelente foto com ele paramentado!

Primeira missa do Pe. Roman. Sua história é interessante: ele é polonês e salesiano de origem mas sempre sentiu desejo e um especial chamado do Senhor para trabalhar com os judeus, os judeus cristãos. Veio para Israel. Só que aqui os salesianos trabalham fundamentalmente e exclusivamente com os árabes-cristãos, por isso Roman teve que passar por um longo e paciente processo de discernimento até ser 'absorvido' pela Pastoral Hebraica, cuja sede fica em Jerusalém. Esta cuida dos judeus de raça convertidos ao catolicismo no rito Latino que vivem em Israel e são também cidadãos israelenses. É um trabalho delicadíssimo e precioso que está sob a responsabilidade do Pe.David, jesuíta que tem autoridade e responsabilidade de bispo sobre este trabalho junto ao Patriarca Latino em todo o país. Com esta nova posição, Pe. Roman passa a assumir a direção da comunidade de Haifa. Se alguém tiver algum interesse em saber com esta Pastoral nasceu, acesse o endereço: www.catholic.co.il É claro que a primeira missa foi marcada pela discreta emoção polonesa, simples, contando com a presença dos pais do Roman, uma irmã que vieram da Polônia e dos amigos mais próximos da Pastoral.