sábado, 29 de maio de 2010

Depois de muita luta, a permissão!

Estes dois últimos dias foram por demais intensos. Meu Deus! Não sei se conto de frente para trás ou de trás para frente, mas é melhor dar logo a boa notícia: vou mesmo em peregrinação à Chipre entre 1 e 8 de junho pela visita do Santo Padre. Vou acompanhar minha amiga Lubna e mais umas cem pessoas das paróquias da diocese que fazem parte do Neo-Catecumenato. Será uma boa oportunidade de treinar o italiano... Estou contente e ansiosa com a viagem pelo inusitado de conhecer um lugar pouco comum onde S.Paulo esteve e evangelizou, e por ser ainda mais ímpar pela presença de Bento XVI que, de certa maneira, prepara e se prepara para o Sínodo das Igrejas do Oriente em outubro próximo. 

A permissão, porém, para eu viajar só foi dada pela intervenção direta de D.Elias Chacour que na quinta-feira ao saber que a permissão tinha sido negada escreveu uma carta em papel timbrado da Cúria e de próprio punho, se responsabilizando integralmente pela minha saída e retorno a Israel. Esta carta foi entregue pelo advogado ao Juiz que a aceitou, pedindo também que um cheque de caução, segurança, não bem sei que nome dar, de 20 mil shekel (mais ou menos 6 mil dólares, ou 10 mil reais) fosse depositado na Corte a ser devolvido, quando do meu retorno. Meu passaporte também ficou retido e junto com a carteira de motorista ficará sob a guarda da Polícia até o fim do processo. Na véspera da viagem terei acesso ao passaporte, depois o devolverei e terei comingo um documento explicando o caso. 

Esta situação toda tem provado o meu amor ao Senhor no sentido de conhecer, sentir Sua presença também no sofrimento e na prova. Tenho aprendido a ver além, a confiar além, a esperar além. Tudo está sob o controle do Senhor e se é assim que eu posso melhor viver minha oferta misionária, que assim seja. Senti-me acuada e meio humilhada na Corte porque é tudo tão estranho...Estavam comigo os dois advogados e o representante da Cúria. A sensação de ser 'perigosa' para as autoridades em Israel é tão inesperada, mesmo inusitada e seguramente injusta, mas as coisas são assim.

Pelo que tenho entendido, apesar de todas as evidências do acidente apontarem para a irresponsabilidade do motorista, o fato de ter havido óbito torna o caso mais sério e a Polícia em Israel, assim como a norte-americana, nas questões de trânsito é bastante rigorosa. Estou nas mãos de Deus, Ele que me amou e se entregou por mim. Sei em quem pus minha esperança. Sei a quem pertenço e Ele não me provará acima de minhas forças.

Mesmo assustada e eu não quero assustar ninguém que eventualmente leia este post, seja da família, sejam amigos, ou da Comunidade. Eu estou bem e tento viver bem cada dia, não nego certa hipersensibilidade e que meus irmãos de casa tenham paciência comigo. Mantenho minha alma em serenidade, e não deixo de rezar um momento sequer. Enquanto estava na Corte me ocorreu fazer de toda a situação uma grande e sincera oferta num misto de abandono confiante, ação de graças e intercessão. Não me faltam pessoas por quem rezar e que contam com as minhas pobre orações.

Tudo ofertado e unido à Cruz de Jesus por amor, no amor, para virar amor. É meio loucura mas grandes amores não sobrevivem sem loucuras de amor e sei que para mim e para quem é de Jesus e quer ser de Jesus nestes tempos atuais, só se segue em frente se o coração se mantiver apaixonado, perdidamente apaixonado por Deus.

Por fim, para os que me escrevem perguntando: o cardiologista me deu parabéns pelos meus exames. Meu colesterol bom é excelente e combate o colesterol ruim que está um pouquinho alto mas bom para os parâmetros da minha idade. Ou seja, bola pra frente porque o coração está ótimo e forte para qualquer tranco! No resto, as recomendações são as mesmas que todo mundo precisa e conhece: pouco sal, exercício físico regular e alimentação saudável.

Por tudo e mais uma vez: louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Obrigada pelo amor e a oração de todos.     

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Homenagem

Às vezes tenho vontade de passar o dia escrevendo. Parece que penso melhor quando escrevo porque no exercício da expressão não me perco em divagações. Talvez seja necessidade de partilhar e de dar o tanto que tenho recebido e também sofrido na aventura da vida que nesta fase é, circunstancialmente, missionária. Mas o exercício da escrita nem sempre é possível ou fácil pois é exigente e mexe com as entranhas...

Não tem sido fácil a experiência de não poder sair de Israel. Fui convidada por minha amiga e colega de trabalho a participar de uma peregrinação à ilha de Chipre pela visita do Santo Padre na primeira semana de junho - o velhinho animado e vigoroso este Papa! - com a turma do Neo-Catecumenato do qual ela faz parte há cinco anos, e aceitei. Aceitei pois sinto se unirem minha vontade com a de Deus, e tenho feito uma experiência de fé, tanto para coletar o dinheiro pelos caminhos da Providência, quanto para esperar a resposta da Corte para o meu pedido, feito ontem via advogado, para permitirem que eu saia do país. O advogado teve que garantir que eu era cristã e que não pretendia fugir para canto nenhum estando fora de Israel. Já pensou? A resposta final ainda não foi dada e deve vir amanhã, acredito, pelo Juiz. Na instância da Polícia eles são contra e me negaram viajar mas a decisão é da Corte. Vou aguardar confiantemente no Senhor como diz o salmista e esperar que Ele se incline para mim, contando seguramente com a intercessão de S.Paulo que seguramente visitou e evangelizou Chipre. Eu sempre soube que para as autoridades israelenses todas as pessoas - talvez não os norte-americanos - são terroristas em potencial e ser incluida nessa lista e ser considerada como tal é tão estranho...

Mas eu disse que faria uma homenagem e quero mesmo fazê-la. Tia Lilita a irmã mais velha da mamãe voltou para casa, para Deus, no dia 24 de maio, pela manhã. Estava bem doentinha e raros eram seus momentos de lucidez ou de comunicação nestes meses de 2010 e seu suave espírito foi levada pelo Espírito de Deus nos últimos raios da festa de Pentecostes, que no Oriente se extende até segunda-feira. 

Lembro-me com enorme ternura que na última vez que nos encontramos em janeiro de 2008 em Belo Horizonte, tivemos um momento de oração juntas, minhas tias, mamãe e eu, onde rezamos umas pelas outras. Na vez da tia Lilita ela me pediu que rezasse para ela estar pronta para morrer porque sabia que não demoraria muito e deu um risinho matreiro, como era típico do seu temperamento vivo. Rezamos, fizemos este pedido ao Senhor já que esta hora bendita da morte causa natural expectativa, e sentimos na alma que se cumpriria o pedido que fazemos vida afora sem nos dar conta tantas vezes: que seria Nossa Senhora 'a vir busca-la', a interceder, a estar junto e a toma-la pela mão e pelo coração na hora de sua morte. E não é que foi assim mesmo que aconteceu?

Morrer em maio, mês da Virgem Maria por excelência, pode ser uma tremenda coincidência mas a coincidência não é também permissão e mimo do Senhor, o dono da vida e da morte, aquele que amou e criou Maria Angela por amor e para o amor e esteve com ela todos os dias de sua vida? Por que o Senhor não enviaria Sua Mãe para vir busca-la na hora de sua morte como tantas vezes tia Lilita pediu e rezou no decorrer de seus 90 anos de vida? Não tenho dificuldade em deixar meu coração se encher de consolo e gratidão com esta certeza que a fé me comunica.

Tia Lilita teve uma vida cheia de amor e dor e mesmo sendo de compleição frágil e miúda, foi corajosa e forte quando precisou. Sempre contou com o apoio e a presença das irmãs mais novas e da Dorcelina, sua sombra, ou seria o contrário?, para cuidar dos três filhos especiais que teve, mortos na adolescência, e esta história sempre me impressionou. Se orgulhava de ter dado para os meus avós o primeiro e o último neto da grande família Arreguy e soube viver as agruras e o amor de um casamento. Tio Milton, o marido, também ele uma figura singular e inesquecível.

Da infância guardo a impressão que sua casa - apartamento enorme de quatro quartos! - era chique pois tinha vaso com rosas de verdade, compradas semanalmente, dispostas em vaso de cristal sobre o lindo piano de madeira escura. Havia muitos livros na casa e quando criança visitar a casa da tia Lilita, nas férias, trazia uma certa emoção. Tia Lilita tinha um jeito gordinho e próprio de sorrir e somente no último ano de vida foi tomada pela senilidade. Até pouco antes mantinha voz viva e inteligência atenta, capaz de brincar e criticar, e memória privilegiada. Seus passos inseguros e seu corpo inseguro evidenciavam o peso dos anos, mas a vivacidade a mantinha bem humorada e comunicativa.

Uma vez ela me viu sendo muito ríspida com a mamãe, nas minhas crises de juventude, e me deu uma 'carraspana' - acho que essa palavra tem o jeito dela - com delicadeza mas bem direta. Murchei de vergonha e nunca mais me esqueci. Realmente eu precisava mudar. Ah! Tia Lilita como é bom saber que a senhora faz parte da minha vida! A senhora vai deixar saudades e marcas de presença e amor em muitas vidas, de várias gerações. Imagino o quanto mamãe e as outras tias estarão chorosas neste momento, cheias de boas lembranças, rindo e contando casos para aliviar a dor e fazer justa memória à irmã.

Da eternidade reze por nós para que na nossa hora tenhamos a mesma graça de uma morte pacífica, reconciliados com Deus e conosco mesmos, de mãos dadas com Nossa Senhora para com ela, enfim, vermos o Senhor face a face e podermos nos perder em Seu Amor.

domingo, 23 de maio de 2010

Ó Espírito de Deus, Vem!

Afresco da Abadia da Dormição da Virgem Maria em Jerusalém que mostra Nossa Senhora rezando de olhos fechados, ladeada pelos apóstolos, esperando a promessa de Jesus de enviar o Paráclito, o Espírito Santo, que O ressuscitou dos mortos e que é capaz de nos ressuscitar também.
Amo este afresco e prezo demais ter tirado esta foto por isso partilho.


Ó Virgem toda Bela, Rainha do Céu e da Terra, Mãe do Senhor e Mãe Nossa, intercede para que o coração de todos os homens e mulheres da face da terra se levante e reconheça em si a sede do amor
de Deus que carrega por dentro.
Ajuda-nos Mãe a pedir o dom do Espírito, como quem capitula diante da beleza e da alegria de ter percebido que a fonte de água fresca que mata a sede está bem a frente, está ali, está aqui. Ajuda-nos a dizer: eu quero! eu quero Deus! eu quero conhecer o desconhecido que carrego em minha alma desde o batismo e que não é pomba nem fogo, estrela ou luz, vento ou água, mas sendo tudo isso é Presença e Amor,
 é Presença de Amor, é o próprio Amor.
Veni Creator Spiritu! Vem Espírito do Pai e do Filho!
Vem Vida de Deus! Vem Amor! Vem!
Vem fazer-me nova! Vem fazer nova a face da terra e a
 terra do coração de todos!

sábado, 22 de maio de 2010

Nem tão breves assim...

Estou fazendo uma experiência de desconforto imensa desde o Halleluya. Desinstalação. Há pouco em mim que esteja estabelecido e percebo-me em mudança interior e exterior. Isso é bom porque me tira das zonas de conforto e me deixa permanentemente consciente de que há o que mudar, há o que converter na direção do Amor e da Liberdade. Mudança tem sabor de novo, nem sempre doce, mas novo e isso implica em descoberta. Mudança desinstala e me faz arrumar as malas e selecionar o que é essencial para não arrastar pesos desnecessários. Falo metaforicamente e concretamente. A Comunidade está num processo franco de mudança para Haifa, à procura de instalações dignas mesmo que muito simples e menos confortáveis do que a que temos em Isifya, e isso não é fácil. Faço parte do processo como quem intercede e obedece, mas sem voz decisória. Tento manter meu coração com as janelas abertas para entrar ar fresco, disposta a ver outros horizontes daqui para frente. Tento manter minha vida aberta para descobrir novos rostos, novas rotas, outra experiência de privacidade. Não quero murchar ou morrer diante dos desafios da vida e da missão mas ser surpreendida pela esperança, sempre. Mas não é fácil. Tem horas que a gente quer somente ficar na toca.

O desconforto não diz respeito tanto à mudança para Haifa com a qual me acostumarei, com certeza, quando ela acontecer, pois já me mudei duas dúzias de vezes no decorrer da vida e isso não me põe medo. O que me põe medo é viver sem viver as cores da existência reservadas à aquarela que a mim cabe pintar. O que me põe medo é perder a graça de Deus no meio dos desafios. Temo minha fraqueza e impotência, temo minhas mesmices e mediocridades. Temo resistir aos sonhos de santidade e vôos de liberdade reservados por Deus para mim. Temo olhar a vida com olhos míopes e covardes. Temo não querer mudar e ser melhor. Temo enrijecer não só as juntas mas o coração, principalmente para a experiência comunitária. Ando reflexiva. A Comunidade me leva à Haifa e à mudança e o acidente e os três meses de prorrogação me indicam e obrigam à permanência. Interessante e até paradoxal. Mas como fica minha alma? Ela sofre mas mantem-se serena.

Também tenho tocado o sofrimento na vida de algumas pessoas e não sei se suportaria ver as demoras do Senhor e seu silencio se não tivesse sido eu mesma alcançada um dia pelo dom da presença de Deus e seu mistério, aprendendo a viver a vida sob o Seu prisma, olhar e amor. Só Nele o que não tem sentido pode ter sentido. É o mistério da vida divina na vida humana e vice-versa, numa união de amor sobrenatural...

Sempre soube que Pentecostes era vento novo, sopro de Deus, mas hoje sei e necessito que seja vendaval, revolução. Só o Espírito de Deus pode me enraizar no Amor e pacificar meu coração em todas as circunstâncias. Só Ele arranca os pesos, me faz pintar e viver a vida e ter esperança. Só o Espírito de Deus me une a Jesus Cristo.

Diz hoje Santo Hilário, na liturgia das Horas, que Jesus dá o Seu Espírito na medida em que alguém quer recebê-lo... Ah! Como quero! Como preciso! Como desejo!  

domingo, 16 de maio de 2010

Breves Sobre a Saúde e a Polícia

Depois do intervalo imposto pelo Halleluya vim para Nazaré fazer os exames de sangue pedidos pelo cardiologista e dar continuidade ao check up para regularizar minha pressão sanguínea.  


Hoje tambem pela manhã, domingo - em Israel domingo é o primeiro dia útil da semana - fui à Policia para saber a quantas andava o processo do acidente pois dia 15 completou tres meses. Me pediram mais três meses, mesmo nao havendo nenhuma novidade ou justificativa. Foram tranquilos mas evasivos nos porquês. Tenho que esperar. Chato toda vida, não posso negar. Entrei no elevador com a Lorena e permanecemos mudas. Falar o que? Comentar o que? Somente insisti para saber o que fazer no caso de querer sair do país - até parece que eu tenho muitas viagens... - e nos explicaram que precisa ir à Corte porque é uma autorização dada pelo Juiz. Mas que não necessariamente é um processo longo ou demorado, que deve ser feito via advogado.

O que dizer? Também por isso e mais uma vez, bendito seja o Senhor pois seus caminhos e tempos que são perfeitos, mesmo que exigentes. Eu continuo vivendo minha humilde vida missionária do jeito que Deus permite em sua sabedoria e amor, e uno minha pequena oferta a Jesus neste tempo de abertura ao Espirito Santo e de necessidade absoluta dele. Me faz lembrar quando rezamos: 'fazei que apreciemos retamente todas as coisas...'. Retamente Senhor com o teu jeito de ver todas as coisas.


Em minha cabeca e coração ressoam textos da Palavra de Deus que queimam e consolam como fogo e bálsamo, num misto de dor e esperanca: 'sofre as demoras de Deus'..., 'em tudo dai graças pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito em Cristo Jesus'..., 'aceita tudo o que te acontecer'... 'Eu estarei convosco todos os dias'...

Depois darei mais notícias e mais detalhes pois o computador é emprestado... Shalom! Conto com a intercessão de quem ler este breve post.

Veni Creator Spiritu!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Um Pequeno Sinal do Reino

Dizem que eles são meus ídolos: Father David Neuhaus, sj e Archbishop Elias Chacour da diocese da Galiléia. Se eu disser que não são é mentira, se disser que são também é. Dos ídolos estou me livrando e não quero agregar mais nenhum, mas que os admiro e muito, isso não nego.

Estes dois homens são escolhidos de Deus e são figuras impares em suas histórias de vida e trabalho que fazem para a Igreja, na Terra Santa. O da esquerda judeu de origem, o da direita palestino, ambos pelos batismo mergulhados em Jesus Cristo, católicos-cristãos, profetas. Na vida real, amigos. Um de tradição latina, outro greco-melquita, um tem o árabe como língua mãe, o outro o hebraico. Na vida real, trabalham pela evangelização e permanência dos cristãos em Israel. Um é pastor do maior rebanho cristão da Terra Santa, o outro, das comunidades de judeus convertidos, que são poucos, muitas vezes semi-escondidos espalhados em quatro comunidades no país. Neste grupo não estão os judeus messiânicos que formam um grupo a parte e não se consideram cristãos nem pertencem a uma denominação ou estrutura definida. 

David e Elias, homens admiráveis porque de carne e osso e muito acessíveis, de gerações bem distantes que nutrem amores e paixões comuns: o Senhor Jesus e seu Reino, a Igreja Católica, e o testemunho de quem dá a vida por eles. Acho que tem paixão acima de tudo pelo que Deus mais ama que são as pessoas! Com o bispo eu trabalho e o jesuíta eu convivo eventualmente na Pastoral Hebraica, lugar onde fui chamada a dar testemunho como Shalom, consagrada, e exercer um ministério que aos poucos se revela, pela graça de Deus.

David mora em Jerusalém, é biblista e exegeta, professor do Instituto Bíblico de Jerusalém, e ouvir suas homilias é tudo de bom! Ele é judeu convertido e batizado aos 26 anos, ordenado sacerdote aos 37. Elias nasceu no norte da Galiléia na pequena vila de Biram, destruída em 48 quando da criação do Estado de Israel. Já sofreu o pão que o diabo amassou como palestino, cristão e cidadão israelense, identidades que não se combinam muito, e gastou sua vida sacerdotal lutando pela educação das crianças árabes para que estas tivessem as mesmas oportunidades que as judias. Criou um complexo educacional há quase 30 anos chamado M.E.E.I com quase cinco mil alunos, que abriga crianças e jovens cristãs, muçulmanas, drusas e judias, inclusive professores das três confissões religioas, para que através da educação e da colaboração e convivência normal e pacífica um futuro menos nebuloso possa ser construído para todos, nesta terra tão injustamente disputada e dividida. É um apaixonado pelas Bem-Aventuranças.

Davi e Elias trabalham nas esferas de autoridades religiosas da Terra Santa e dessa vez se encontraram em Haifa, para o Halleluya, para se 'divertirem' e também eles, sem nenhuma pretensão mas com toda convicção, verem o rosto e sentirem na alma os respingos do carisma Shalom aspergido no canto, na arte, no testemunho, na dança, nas Írias, na coragem de inovar e de dar passos na fé e fazer o diferente, com parresia, por amor Àquele que merece todo amor do mundo!  Pessoalmente foi uma alegria enorme e muito significativa ver estes dois líderes vindos de universos tão diferentes estreitarem os laços, espiritualmente falando, e beberem juntos do cálice do Senhor, celebrando a Eucaristia, reciprocamente doando Shalom um ao outro e aos presentes. Não sei bem se emocionei ou só contemplei mas louvei sinceramente ao Senhor quando vi oito padres celebrando a Eucaristia com D.Elias sendo que um deles era o Pe.David. Bendito convite, bendita discreta insistência, bendito sinal do Reino que brilha no meio de nós. Elias e David são mais que amigos, eles são irmãos. 


Vista dos jovens e adolescentes sentados na hora de começar o evento. Entravam nesta hora os escoteiros que são presença obrigatória em qualquer atividade celebrativa da igreja. Faz parte da tradição e da cultura da igreja local e, no desfile, entram senhores de cabeça branca e meninos de 5 anos estreando na função. 

O calor forte não ajudou em nada e para o ano o horário deve ser outro. Fica registrado porém, que mesmo o número não tendo sido muito alto, isso se pensarmos nos padrões brasileiros que reune milhares de pessoas para qualquer novidade, ele foi significativo porquie a maioria dos presentes era de gente novinha e os adultos e sexagenários, felizmente, dessa vez, eram exceção. O evento foi prestigiado pelos adolescentes e jovens. Aleluia!


Estes, sentados, são seminaristas e padres do Neo-Catecumenato que estiveram presentes. Outra presença importante pela marca da fraternidade e da unidade entre novos carismas que trabalham na diocese da Galiléia. Estas duas mulheres não descobri quem são. Atrás, de pé, em ordem, os abunas: Agabios, Nadim e depois do bispo, William. Os três ficaram entusiasmados e comentaram depois, na Cúria, esta semana, como gostariam de levar 'O Canto das Írias' para os jovens das escolas onde trabalham... Vamos ver o que Deus dispõe.

Esta foto tem um sabor especial porque foi tirada exatamente no momento em que o Cristiano convidou os presentes a se levantarem para cantar, bater palmas e louvar o Senhor, o que é a maior das novidades aqui e todos os olhares se voltaram, imediatamente, para o bispo para ver a reação dele. Como ele se levantou os abunas obedeceram e o imitaram e a maioria da assembléia também. Bater palma e dançar era querer demais...

Alguns amigos de Haifa e conhecidos da kehilla (comunidade em hebraico) de judeus católicos de Jerusalem que vieram com o Pe.David para o Halleluya. Eles têm um grupo de oração e suspenderam as atividades para virem participar do evento. A presença deles é um fortíssimo sinal do Senhor para o carisma de reconciliação e paz que temos. A senhora de preto na frente é a Stella, polonesa judia sobrevivente do Holocauto, depois convertida e batizada, que é figura singular da kehilla de Haifa, onde participo. Stella nos seus 84 anos, dançou todas e era a mais animada apesar do calor e do sol forte. Não houve quem não notasse e comentasse.


O violão, ah o violão, é difícil pensar em Brasil e música brasileira sem um violão. Este está só descansando...ano que vem tem mais Halleluya!
InshAlla! Se Deus quiser! God's willing!

E o pior - ou o melhor - é que tem certas coisas, como essa, que a gente sabe que Ele quer. Agora é hora de avaliar, preparar o próximo e continuar a luta para pagar o que se deve e continuar vendo a ação e a presença do Senhor nos acompanhando  a cada dia, desafio e alegria... não tivesse Ele nos prometido claramente, esta semana a presença do Advogado, do Espírito Santo para permanecer conosco...

PS - Quero agradecer às pessoas que deixaram carinhosos comentários ou me escreveram emails. Para quem me pediu oração, pode ter certeza que rezei e rezo, sempre.

Shalom!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Comentários e Fotos

Ainda bem que eu aprendi a usar o Analytics do Google para acompanhar todos os dados das visitas ao blog senão estaria frustradíssima e prestes a desistir de escrever neste espaço de troca e de notícias. Pelos dados de lá sei que 39 pessoas acessaram o blog desde o dia do Halleluya, porém, pelos comentários não postados, ninguém. Seria muita dor escrever para ninguém ler, mas nessas horas eu sempre lembro da Mercedes no Rio de Janeiro e digo: 'ah, eu sei que ao menos ela quer saber das novidades'. Mas eu sei como é, muita a gente le mas le com pressa e sem cabeça de deixar algum comentário... Tudo bem, eu também faço isso...

Quero partilhar, dessa vez, as ótimas e profissionais fotos que a Ana Paula da Canção Nova nos enviou, das que tirou no dia do evento e que escolheu para publicar no site da Comunidade deles. Acessem abaixo e verão o Danko mais assustador e linda que podia haver! Depois ela nos dará um CD com todas as fotos e quando o DVD ficar pronto poderemos rever a nossa proeza.

http://blog.cancaonova.com/terrasanta/2010/05/10/cristiano-pinheiro-canta-para-jovens-arabes/

Em casa todos passaram o dia buscando no YouTube as gravações e cenas do Halleluya. Tem as apresentações das bandas, do Cristiano mas nada do Canto das Írias... Engraçado foi o Nicola que disse que o Cristiano cantou uma música que se chama: Who is this Guy? que na verdade é: Who is this God? Ele não entendeu e escreveu o que seus ouvidos captaram...

Passei o dia meio de folga e descansando, a garganta estava ruim e eu senti que precisava repousar. Não fui à Cúria já que o bispo viajou e foi ótimo. Amanhã de volta à rotina. Se alguém ler o árabe, o site da Comunidade Shalom em árabe é este: http://www.jamaatsalam.host-ed.net/

Obrigada pela oração de todos! Valeu a pena! É o Reino de Deus que se expande e o amor de Jesus Ressuscitado que alcança os corações pelo Espírito Santo!

domingo, 9 de maio de 2010

Novo Tempo Surgiu: Halleluya!




Nem dá para acreditar, mas é verdade, o Halleluya versão carisma Shalom em árabe, aconteceu na Terra Santa no dia 7 de maio! Foi uma grande graça, fruto da dedicação de todos correspondendo à graça de Deus sempre abundante. Era a hora da graça de mostrar, com parresia, o Amor de Deus! O Rosto e o Amor de Deus têm um Nome: Jesus! Ele está Vivo! E Nele encontrei a fonte da felicidade. E estas palavras foram em síntese o que o Cristiano Pinheiro, artista e seminarista, nosso querido irmão que estuda em Roma disse para os jovens presentes. Falou em italiano e em inglês sendo traduzido para o árabe. No palco com ele estavam Marquinhos e Yara, também da Comunidade e Maria, de bela voz, da Obra em Nazaré. Eles conseguiram fazer com que os jovens se levantassem e participassem da música, da coreografia.É muito artista para uma Comunidade só, fala sério!




O Canto das Írias, primeira cena: A Verdade - sempre a Yara Rocha, ela está em todas - e o Homem, o Marun, dançando em feliz comunhão de amor. Foi lindíssimo!


Entra em cena o Danko (eu mesma!), figura que representa o Mal, que faz o Homem duvidar "de que tudo o que é meu é teu" como diz o Senhor em sua Palavra, e faz o Homem querer ter a casa do Homem, longe de Deus e da Verdade. Assim começa o desastre e a desfiguração do Homem.

O Homem cai na conversa do Danko e lembra-se da primeira vez que ele conhecera uma Íria, ser que representa a natureza decaída do ser humana. O Homem é seduzido por ela, que lhe promete prazer mas o escraviza ao lhe roubar o coração. Esta primeira Íria cercando o Homem é o Leandro que representou com grande competência.


Depois da primeira seguem as demais Írias que aos poucos vão cercando, seduzindo e desumanizando o Homem até torna-lo também um ser desumanizado. O grande lance destas figuras é que elas andam encurvadas, incapazes de ficar de pé, erguidas, incapazes de olhar nos olhos e de reconhecer e ver o Céu.

Os figurinos ficaram fantásticos! Nem dá para acreditar que foi tudo feito à mão, com pedaços de toalhas velhas... só Deus mesmo! O que as pessoas elogiram! Eu só fazia rir e louvar o Senhor, que de cinco pães e dois peixes serve banquete para as pessoas.



Este é o momento em que o Homem acaba tornando-se também ele, infelizmente, uma Íria, desfigurado pela mentira e pela distância da Verdade. Belíssimo o panô com ícone da vocação Shalom, um pantocrator, cujo texto bíblico de João 20, 19 está escrito em árabe.


As fotos entraram fora de ordem, mas o Homem é visitado pelo Filho da Verdade, que o convida novamente a ser Homem e o leva pelo vale da Vida e da Verdade, carregando-o nos braços muitas vezes, até que cada Íria seja vencida. O Filho o une a Si na Cruz, Árvore da Vida onde pela Verdade todas as máscaras são arrancadas e o Homem grita enfim: ANA HOR! SOU LIVRE! Lá é o lugar da liberdade do Homem!

Ai que emoção meu Deus! Nas fotos o Marun, o Homem, já livre e vestido das cores da ressurreição e da liberdade, sorri para o público enquanto a Yara, a Verdade, contempla a obra feita.

A segunda cena mostra as Írias, também transformadas em filhos da luz e do dia, dançando em louvor ao Senhor diante da árvore da Vida, a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. A versão para o árabe da música que diz: 'novo dia surgiu e o povo que andava nas trevas viu uma nova luz a resplandecer...' ficou também muito ungida e esperamos que em breve se populariza. Os jovens e os adultos presentes, graças a Deus ficaram boquiabertos, imóveis e muito tocados pela novidade, pela mensagem, pela beleza, pelo novo do Espírito trazido pelo carisma que alcança a Terra Santa de onde tudo nasceu, tudo começou, Deus mostrou sua face e resolveu se revelar, tirar o véu, e dizer quem Ele é...

Elias que fez com primor o Filho apresentando-se ressuscitado às pessoas, a todos. Só mesmo repetindo a palavra pela terceira vez: belíssimo!

Cena final onde todos cantam: RESSUSCITOU! ou melhor: KAM EL MESSIH! Que júbilo no coração de cada um e todos por sermos testemunhas e artífices, pequenos instrumentos do Senhor, nesta Obra maravilhosa de Suas mãos. Valeu tudo!



Cenas da missa no rito tradicionalíssimo, católico melquita, celebrada pelo nosso bispo Elias Chacour que esteve presente durante todo o evento, por umas 4 horas. Foi ele quem fez a abertura e acompanhou atento o desenrolar do evento: a dança do jingle e apresentação das bandas, o teatro com o Canto das Írias até a celebração da Eucaristia. Bendito seja o Senhor pelo dom de sua vida e desejo de fazer uma obra para os jovens!


Os jovens chegando. Devem ter vindo aproximadamente umas 300 pessoas o que para os padrões e a novidade que um evento ao ar livre representa, é um número muito bom. O importante é que 90% do público presente era composto de adolescentes e jovens. À direita o stand das camisetas do Helleluya. Silvânia e a Joana, a costureira que nos ajudou a arrematar as roupas.


Abertura do evento: palavra de boas vindas e de bênção de D.Elias Chacour e um pouco do histórico da Comunidade e do Halleluya no Brasil e no mundo, feito pela Rula, que também é amiga da Comunidade.


Apresentação do jingle: Halleluya o Som da Esperança! Yara, Leandro e Cristina, deram um show de dedicação e de passos na fé, superando todas as dificuldades e quase ou nenhuma experiência de palco por amor a Deus e aos jovens! Bendito seja o Senhor pelo dom de suas vidas e a doação de cada um como missionários!


Uma banda de jovens local se apresentando.

O bicho papão, o Danko, assustador de criancinhas, de unhas enormes e roupa quentíssima feita de cobertor (é o Danko para ser apresentado na Hungria...), feliz feito criança por fazer parte e contribuir para que o Reino e o Amor do Senhor seja experimentado por corações sedentos.

Ano que vem tem mais! E amanhã tem mais fotos e outros comentários. Hora de ir para a missa agradecer e receber o Senhor da Vida.

Poderá haver maior alegria na vida
do que ser alma esposa?

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Às vésperas do Halleluya


Vista do pátio de uma das escolas católicas de Haifa, na hora do recreio, pouco antes da apresentação do jingle do Halleluya, na terça-feira desta semana, dia 3. Só para as pessoas verem que adolescentes de uniforme tem todos o mesmo jeito, só que estes falam árabe e hebraico.


Cristina de jeans e Yara de branco, dançando o jingle que fala do "Halleluya - o Som da Esperança" ou "Halleluya - Sauti Rajah". Os jovens ficam meio surpresos de verem dança com jeito 'moderno' falando das coisas de Deus, da Igreja. Verdadeira revolução. O Leandro faz parte do trio mas não estava presente pois estava ajudando a montar o palco na hora dessa apresentação.


Este ensaio acontceu no dia 3, ainda no Centro de Evangelização. Nesta cena as Írias cercam o Homem. Em primeiro plano, na foto, Leandro e Beto, da missão de Nazaré, que também foi escalado para descobrir um novo talento, o da dança. Os ensaios de ontem já foram no palco e está ficando lindo!!!


Leandro e a primeira prova de roupa das Írias. Uma das coisas mais impressionantes é a Providência Divina pois na terça-feira, Cristina e eu com a ajuda da Kézia e de todos que podiam dar uma mãozinha, ficamos horas fazendo pequenos ajustes nas toucas, nos punhos, nas túnicas e o serviço simplesmente não rendia...Comentávamos, apreensivas, como é que as roupas iam ficar prontas a tempo... E não é que ontem, quarta-feira, a Joana, uma jovem senhora que um tempo atrás foi ao grupo de oração, recebeu oração e foi muito abençoada, mas tinha desaparecido, resolveu aparecer do nada porque ouviu falar do Halleluya? Pois é, o detalhe é que ela é costureira e resolveu fazer todos os ajustes que faltavam em todas as roupas, inclusive na capa do Danko que estava toda troncha, como oferta e doação. Deus é fiel mesmo! 


Estes dois rapazes são os principais personagens e são jovens cristãos daqui, árabes. O da esquerda, Marrun, tem 17 anos e é de Nazaré, uma pérola de pessoa. Amor à primeira cena. O Leandro ensinou-o a me chamar de Tia Ena. Ele faz o papel do Homem e está melhorando de ensaio em ensaio. O Wilde Fábio reconheceria com certeza o potencial que ele tem. O da direita, Elias, da Obra em Haifa, é nosso conhecido e irmão da Maria, que faz uma das Írias. Por ser tímido pensávamos que o Elias não daria conta do recado, mas ele tem se esforçado e se superado e vai fazer um Jesus muito especial também. Outro dom de Deus para nós, como Comunidade.



Duas Írias nativas: Siual e Maria. Mais duas pérolas que Deus nos dá. Elas não têm a ginga e o molejo brasileiro mas estão tão felizes por participar que vale demais a pena vê-las, a cada ensaio, surpreendendo para melhor. Siual é de Isifya, da paróquia e Maria, de Haifa, é da Obra e irmã caçula do Elias.

As pequenas provações só se acumulam, aqueles detalhes que não dão certo e que desgastam demais e são a prova das provas pois minam - ou querem minar - a alegria, a coragem, a fé, o bom humor e o bom trato uns com os outros. Mas dia a dia temos visto o Espírito Santo na força do carisma fazer o impossível acontecer. Aleluia! Rezem por nós! Louvem o Senhor pela grande obra que Ele está fazendo diante dos nossos olhos!

Começa hoje a contagem regressiva!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Ah! O Amor de Deus...

Acordei pensando no amor de Deus e o amor de Deus seduz, embaraça, desconcerta, dá medo, perturba, quebra todos os paradigmas, liberta, converte os olhos e os desejos, reveste de beleza, é silencioso e fortíssimo, inquebrantável, doce e terno, aconchegante, seguro, humano e divino, eterno, percebido e saboreado no tempo, o que mais se deseja. É o que eu mais desejo. É pessoal e intransferível. Responde a todas as perguntas mas tem a graça de desnudar e perguntar. Vai sempre além. É lindo, é real. Fulgurante. Sabe se esconder e se transveste mas está presente em todas as circunstâncias e pessoas, todas, todas, sem exagero e sem exceção. Viver é encontrar esse amor potente e pessoal, é dançar com a alma e com o corpo, celebrando o Pai, Jesus, o Espírito. Acordei pensando no amor de Deus que pensava em mim e este amor venceu meu mau-humor e tristeza, cansaço e medo infantil que me atordoavam, de fazer feio no Halleluya.

Mudamo-nos de mala e cuia para Haifa, todos nós, para o Centro de Evangelização. Uma aventura! Até sábado seguramente ficaremos por lá. As meninas e o casal, quero dizer, já que o Leo e Marquinhos, ainda de quarentena conosco, felizmente, pois ele é um grande dom de Deus, continurão transitando, diariamente, de Isifya para Haifa, já que moram no apartamentinho anexo que tem no asilo, e o centro de evangelização não comporta tanta categoria de pessoas quanto nós somos. Viviane vai fazer a experiência proletária de subir e descer de ônibus por conta do trabalho no asilo, todos os dias da semana enquanto eu, ao menos neste aspecto, descanso um pouco. Estes últimos dias são para assimilar e aprimorar todos os passos, falas, roupas e danças do 'Canto das Írias' e estarmos prontos para a sexta-feira. Por estarmos em Haifa fica mais fácil vermos todos os detalhes que faltam em termos de estrutura além de representar uma economia considerável por conta do transporte.

Meu personagem? Ele mesmo, o Danko. Que Deus me ajude através da Yara a ensaiar bem e fazer o melhor que posso. Para quem ainda não viu o espetáculo inteiro e em português, procure o DVD Paixão de Cristo de Natal, de 2008, que este 'Canto das Írias' é o espetáculo de abertura que abre os ânimos à Paixão. As fotos dos ensaios de domingo serão postadas mais tarde, se Deus quiser.

Ah! o amor de Deus...

sábado, 1 de maio de 2010

Ensaio, Jingle e Lembranças


Acho que já deu para notar que estou em fase de mudanças e upgrades, fruto do tempo pascal que ilumina tudo e empurra a gente pra frente with a little help from my friends como já disseram os Beatles. Estou mexendo no blogger e nos recursos que ele tem para melhor me comunicar com as pessoas. Tenho contado com a ajuda do Marquinhos, irmão e amigo de Nazaré que está passando uma temporada conosco em Haifa e Usfia (é assim que se diz em hebraico), até o Halleluya, e como a praia dele é a ciência da computação a gente de rebarba acaba aprendendo. Acho que é mesmo um tempo de ensaio geral para novas descobertas. O amor de Deus sempre nos leva para o melhor que há em nós mesmos.


Este panô chegou de Fortaleza para o Hallelya. É o ícone da vocação Shalom, o Ressuscitado que passou pela Cruz de cujo lado, coração aberto e transpassado, derrama o dom do Espírito e o Shalom! O texto de João 20,19 desta vez está traduzido para o árabe. Belíssimo! Este panô ficará no palco todo o tempo do Halleluya como sinal de quem somos nós e do que desejamos partilhar com as pessoas que estiverem presentes. Ontem houve distribuição dos cartazes do evento e de panfletos de divulgação entre os padres da diocdese, que estiveram na Cúria para a reunião mensal do clero. Lorena e Tennessee deram informações sobre o evento com o total apoio do bispo que, com muito exagero, disse que o Halleluya no mundo católico é tão importante quanto o Carnaval tendo ultrapassado em número o Carnaval do Rio de Janeiro. Já pensou se isso é uma profecia? Bendito seja Deus! Este final de semana os padres terão a chance de convidar as comunidades e paroquianos nas respectivas vilas, sem contar os que são professores nas escolas onde trabalham.

Falando em escola, a Cristiana, o Leandro e a Yara foram fazer uma pequena apresentação do jingle de divulgação do Halleluya - o Som da Esperança numa escola em Haifa e até a véspera do evento dançarão em outras escolas. Nossa casa está de perna para o ar e a sala maior da casa, que já foi praça onde Tennessee e Silvânia namoravam antes de casar, que hoje em dia é sala de aula de inglês nas aulas semanais que dou para o Pe.Albert, virou arena de ensaio até o Halleluya! Esta pose dos três é a pose final da apresentação. Eles estão dando um show e estão quebrados!


Na comunidade se faz de tudo e tudo se adapta. Acho que levamos ao máximo a graça da criatividade, tem horas, muitas horas que eu me espanto e fico edificada. A Yara dos mil e um talentos está costurando as roupas das Írias que foram feitas de toalhas velhas tingidas e cortadas em tiras. As toucas também estão prontas. Em poucos dias quando houver o ensaio geral eu postarei fotos com as pessoas vestidas à caráter, fica mais fácil ver do que explicar tantos detalhes. Quem tiver oportunidade de comprar o CD da Paixão de Cristo de Natal, no Rio Grande do Norte, produzido pela Comunidade Católica Shalom verá o Canto das Írias que é o espetáculo que antecede a Paixão e que nós adaptamos para o árabe para o Halleluya Israel que promete arrebentar. Sinto isso porque as pessoas estão muito curiosas com a novidade e Deus se serve de tudo para atrair seus filhos a uma nova experiência com o Seu amor...

Eu mesma, fazendo pose mas de verdade costurando minha roupa de... depois eu conto qual será o meu personagem da peça. Estou apavorada, por mais que o sorriso esconda, com o texto em árabe. Sei que é dublagem mas tem que ter alguma expressão... O Bill já me deu algumas dicas. Vamos ver como vai sair. Estou muito feliz por participar deste momento histórico e por 'virar artista'. Só rindo e agradecendo ao Senhor.

No título falei de lembrança e a que vou falar só a família poderá usufruir: hoje seria aniversário da tia Nenê, uma das pessoas mais adoráveis e marcantes da minha grande família mineira e que mesmo tendo morrido quando eu tinha 10 anos, deixou tantas lembranças fortes de amor na minha primeira infância que ainda posso vê-la dando colheradas de café-com-leite para a fila de sobrinhos que se aglomeravam perto dela com a maior facilidade e sem-cerimônia. Hoje ela teria mais de 100 anos e todo 1 de maio eu me lembro dela, sempre apaixonada por Nossa Senhora. Sei que do Céu ela reza por mim e por todos os seus sobrinhos e sobrinhas...