domingo, 29 de junho de 2008

Dia de S.Pedro e S.Paulo

Mesmo com muito sono não posso deixar de testemunhar aqui a experiência de Igreja-Corpo de Cristo que caminha em comunhão que tive hoje, ao participar com Duca e Viviane, no centro (downtown) de Haifa de uma missa latina celebrada em hebraico por um jesuíta, Pe.David, judeu convertido aos 18 anos, nascido na África do Sul, de pais judeus alemães fugidos para a África no tempo da guerra e por um padre polonês, Gregor. Tudo foi feito nas duas línguas por causa dos fiéis poloneses e judeus católicos presentes. Emocionei-me no abraço da paz quando as pessoas se desejaram Shalom umas às outras. Pensei na vocação Shalom, nascida na Páscoa em pleno contexto litúrgico e o mistério que se esconde aí e que a gente mal toca... Antes tínhamos ido às compras achar uns shampoos, adoçante e outras coisinhas. Consegui comprar um chip para o celular e se alguém se atrever ligar para mim, sem se esquecer que estou 6 horas a frente de quem está no Brasil, o número é: 0 - operadora - 072 - 549-749988. Me liguem! Shalom a todos!

Que a fé e o amor que moveram a vida de S.Paulo e S.Pedro nos atinjam também e possamos amar a Jesus e o Reino de Deus para sermos verdadeiramente felizes. (Hoje a minha nonna Lena em Milão fez 95 anos, tomara que a mamãe tenha conseguido falar com ela).

Passeio em Tiberíades

Ontem fomos à Tiberíades e vi de longe o lago, também chamado de Mar da Galiléia, e que fica a 300 metros abaixo do nível do mar. As águas são calmas e morninhas e foi lá que há três semanas a Comunidade de Israel - minha casa atual - passou as férias, hospedados nas dependências da igreja melquita da cidade. Fomos, na verdade, à reinauguração da igreja que pela primeira vez em 15 anos voltou a ter uma missa celebrada às 18h, em rito melquita pelo próprio bispo Elias Chacour que havia chegado pela manhã dos EUA. O padre que cuida da igreja é do rito maronita e estava lá, concelebrando, feliz da vida com esposa e filhos e mais uma multidão de fiéis, vindos de Haifa, Aisefia e da própria Tiberíades que já foi uma cidade totalmente árabe mas que depois da criação de Israel e expulsão dos árabes, é uma cidade judaica. De longe a gente vê as montanhas de Goulan (acho que se escreve e fala assim) que são fronteira com a Jordânia para onde os árabes cristãos fugiram. A missa e reabertura da igreja no rito melquita, mais umas dependências paralelas que servem como casa de retiro e apoio de peregrinos foi de extrema importância para a comunidade árabe cristã melquita local. Tinha centenas de pessoas e nós, como muitos, tentamos acompanhar a missa do lado de fora. Eu fico perguntando em que parte está e rezo em português baixinho, o Pai-Nosso, o Credo e as orações que sei de cor. Depois em casa tento ler os textos bíblicos do dia. Ainda estou meio atrapalhada, mas me abandono à misericórdia do Senhor. A comunhão aqui é feita com pãozinho mesmo, picadinho, sempre nas duas espécies. E uma das coisas mais surpreendentes e interessantes são as esposas e os filhos dos padres! As fotos tiradas durante a curta viagem de uma hora, da estrada, das placas apontando Nazareth, das ovelhas e das plantações de azeitonas e da festa mesmo mostrarei depois. É que o Camilo levou a câmera dele e depois vai baixar as fotos aqui no laptop. Falando no laptop, quero deixar registrada aqui minha gratidão a minha grande amiga Jan(ice) que foi quem me deu 2/3 do valor do laptop de presente! um dos presentes mais úteis que eu podia ter ganho, já que gosto tanto de escrever e posso, assim, me comunicar com todos. Valeu amiga! Você sabe que pode que contar sempre com as minhas orações. Quanto ao fim da festa em Tiberíades, quando restaram apenas os amigos mais próximos, por volta de umas 60 pessoas, o casal que toma conta da igreja e que vive numa casinha anexa com um casal de filhos jovens, serviu um jantar: mil saladinhas árabes com hortelâ, hummus (acho que é esse o nome), etc, com churrasquinho de carne tenra de frango e uma espécie de bolinho de carne delicioso. Eu, Camilo e Lorena nos fartamos mas não exageramos, precisávamos voltar para Haifa pegar todos os outros irmãos que estavam na interminável pintura e limpeza do Centro de Evangelização Shalom a ser inaugurado. Chegando em casa eles lancharam e todos desmaiaram em suas camas. Hoje resolvi escrever logo pela manhã pois depois de rezar e de almoço vou com a Viviane a um supermercado - hoje é dia de semana normal aqui - e ver se consigo um chip para o celular, um cartão telefônico internacional e adoçante. Passar os dias no mel e no açúcar não está dando certo. Ontem pela manhã fui à feira aberta na vila vizinha chamada Dalia e comprei azeite super fresco. Tivemos que barganhar, jeito bem árabe e italiano de fazer as compras e acabei comprando 1 litro de azeite por mais ou menos 10 reais. Muito bom preço. Agora foi parar, preciso fazer outras coisas. Saudade de todos, mas em paz, com a graça de Deus.
Mil beijos e sempre a minha oração. Shalom!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Uma semana, algumas notícias

Uma das coisas que mais me tem deixado feliz é o contato dos amigos e da família, dos irmãos do Shalom e de alguns curiososo que entram no blog para saber de mim e me fazerem chegar seu amor, saudade, orações, afeto. Valeu, galera! É bom demais ver a tecnologia aproximando as pessoas. Hoje faz uma semana que cheguei e, infelizmente, continuo com o sono hiper irregular. Acordo feito zumbi às 3 da manhã e tenho sono forte as 3 da tarde. Fazer oração pessoal tem sido uma oferta bem dura - tem hora que só a minha alma vela porque o resto sucumbe ao calor e ao cansaço. Sendo hoje sexta-feira, pude observar um fênomeno típico do Oriente Médio que faria a alegria de muitos brasileiros: como é dia santo para os árabes, o comércio deles fica fechado e o último ônibus que sobe de Haifa para Aisfya passa por volta das 13:30h. Hoje saímos da Cúria Andréa e eu nas carreiras...Amanhã é dia santo para os judeus e no domingo, para os cristãos. Ou seja, quem pode, tem sempre um feriadão semanal. E os jovens que não são lá muito ortodoxos se são árabes vão se divertir nas áreas judias e os judeus, amanhã, sobem todos para as vilas árabes. Continuo me acostumando com a fisionomia da cidade e das pessoas. Muitos idosos, poucas crianças na rua. Muitos jovens com celular, muitos carros semelhantes aos nossos, Toyotas e Hondas, Renaults e WW, GMs e Hyundais, carros pequenos. Pelo dinheiro daqui, o shekel, não parece custar tanto comprar um carro quanto no Brasil. No percurso para o trabalho vê-se vários salões de beleza e estabelecimentos comerciais com artigos para noivas: cada vestido mais brega que o outro. As mulheres árabes adoram brilhos e rendas e uns fru-frus nos vestidos de noiva que são horríveis! Felizmente gosto não se discute mas se lamenta. Nesta hora vemos que ser meio pobrezinho é até bom porque a tendência do Evangelho (e do bom gosto!) é a discreção. A Silvânia está sendo 'duramente' arguída pelas amigas árabes do grupo de oração como será o seu modelito de noivado. Aqui parece ser uma verdadeira festa!
No arquivo na Cúria, piano a piano vou tentando viver o dia a dia. A barreira da língua é muito constrangedora, apesar do inglês ser realmente uma ferramenta e tanto. Tive oportunidade de testemunhar e relatar um pouco mais detalhadamente para a competente e simpática Lubna, secretária do Abuna Chacour, como nasceu e o que é a Comunidade Shalom. Ela mostrou muit surpresa e interesse pelo nosso nome e identidade Shalom. Ela está ligada à espiritualidade do Neo-Catecumenato que tem feito verdadeira e boa revolução na igreja cristã local, com as devidas alterações para respeitar as características melquitas do rito e da tradição. Também são eles que têm cuidado dos seminaristas das paróquias de toda a Galiléia. Nós Shalom, cada vez mais somos Shalom no meio das pessoas e vamos atraindo pela vida e jeito de viver e ser, pelo de santidade, acredito. Quanto a mim, ofereço-me ao Senhor como missionária para que ele torne fecundo, por Sua graça, todo e qualquer mínimo trabalho e a ação minha, que eu nem sei direito qual vai ser e como vai ser. Só sei que há dezenas de pessoas, pelas correspondências já vistas, que do mundo inteiro, apreciam e gostariam de estar mais perto do Abuna Elias Chacour, para beber de seus ideais de construção de paz e restauração da dignidade árabe cristã, nesta terra Santa que é de todos e para todos, segundo os desígnios de Deus em Cristo Jesus. E mesmo com tantos pedidos, somos nós os pequenos vasos shalomitas os escolhidos para contribuir em tão grande projeto do Senhor. Mais ou menos como o jovenzinho que ofereceu os 5 pães e os 2 peixes, ou aqueles que ajudaram a empurrar a pedra do sepulcro onde Lázaro jazia morto para poder vir para fora e depois o desataram, ou ainda os empregados que suaram enchendo as talhas de água para que fosse transformada em vinho. Somos servos e obedecemos e amamos o Senhor e fazemos inofensivas e desproporcionalmente pequenas obras que fazem brilhar o Seu amor, as suas surpresas e a Sua Ressurreição. Acho que ser Shalom é meio isso: o missionário planta sementes minúsculas que se espalham com a força e a graça do Espírito que sopra e fecunda onde e como quer.
Não vejo a hora de conseguir comprar a bendita máquina fotográfica para postar fotos de tudo e todos. Não vejo a hora também de conseguir ser um pouquinho turista e visitar os lugares sagrados, principalmente Nazaré...Deus sabe. Enquanto não dá, vou postando fotos de despedidas e amigos para todo mundo se ver e se alegrar, e vou brincando de brincar de blog. Um beijo e até amanhã! Amo vocês! Crianças e sobrinhos, nosso segredo: amo-te, adoro-te!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Observações do Dia






Vamos às fotos em ordem - todas ficaram lindas! Na primeira Nunu, Ena, Gi e Guida. Acho que nunca tirei uma foto com a sister que ficássemos, ambas tão belas!

Na foto que vem depois entra a Zezé, dona da máquina que também queria deixar registrada a sua presença.
Abaixo estamos eu e Gildinha, a Gi do coração que me conhece desde o tempo que eu morava no Cachambi, pré-adolescente e era aluna do Colégio Imaculado Coração de Maria!
Depois sou eu com os jovens mais lindos das paradas cariocas por quem eu rezo sempre para que o Senhor os preserve de serem jovens vazios e com as almas cheias de coisas que não sejam o amor de Jesus e o amor a Jesus em primeiro lugar. Na ordem: Luiza, eu, Gabriel-Bimbo (afilhado e sobrinho), Dani (afilhada e filhota do coração), e Bruna (filhote de tia Ena, dona, comigo no eterno Dino, o gato mais fofo da história!)

Notícias:

Hoje aconteceu uma situação bem de turista mas que para mim se apresentou como uma oportunidade maravilhosa missionária, pois tive a chance de testemunhar e abençoar duas jovens, creio que árabes, que iam para a Universidade de Haifa. Eu e Andréa de pé conversávamos no ônibus enquanto descíamos de Aisefya para o trabalho, quando as moças nos perguntaram que língua linda era aquela que falávamos que elas não conseguiam identificar. Falar em Brasil chama logo a atenção e dizer que somos missionárias da Comunidade Shalom, também causou certa surpresa, mas meu coração se alegrou por poder com consciência e amor abençoa-las sorrindo na parada em frente á universidade. Não sei se já expliquei mas o Monte Carmelo na verdade é uma cadeia de montanhas na Galiléia, região norte de Israel, que abriga várias vilas (cidades com menos de 20 mil habitantes são vilas), majoritariamente de população árabe cristã de ritos melquita, maronita e latina, a igreja Católica, enfim. Aqui nasceu o Cristianismo e estas vilas e famílias e tradições remontam à origem da fé cristã. De maneira geral os cristãos têm sofrido horrores nas últimas décadas, e verdadeiro abandono tanto de algumas 'fracas' autoridades religiosas, para não dizer 'corruptas e pouco espirituais', quanto dos próprios problemas políticos, internos, acirrados a partir da criação do Estado de Israel, que faz com que árabes e judeus teimem em querer para si uma terra que é de todos. Um dos maiores problemas e mais sérias lutas de resgate que o santo bispo Elias Chacour tem feito é devolver aos cristãos palestinos a consciência de sua verdadeira dignidade, e um esforço sobrehumano para que a diáspora cristã diminua e termine, pois somente 2% da população em Israel é cristã e destes, 26% tem abandonado a Palestina ano após ano pelas guerras, pobreza, falta de recursos, etc, etc. Tive a oportunidade de conhecer Abuna Elias Chacour no sábado passado e fiquei encantada com o seu jeito paternal, simples e ao mesmo tempo solene, ar de santidade e de quem tem as fibras da alma comprometida com o Senhor e com o Reino, com as suas ovelhas. Acho que passei no teste oral do inglês e esta semana, enquanto ele está nos EUA, vou tentando conhecer um pouco do escritório, do arquivo, e das pessoas que trabalham na Cúria. Felizmente todos são fluentes no inglês. A outra secretária chama-se Lubna e é afável, já estamos nos dando bem. Para quem não sabe abuna significa nosso pai e é o título com que as pessoas chamam os padres. Um bispo é saiydna, mas este ainda prefere ser chamado de Abuna. Hoje copiei um trecho que li de uma carta sua, distribuída quando da sua sagração como arcebispo de Israel, que achei comovente e que me revela um pouco de seu coração de pastor: 'my body has to be consumed like a candle or a loaf of bread to light up and nourish my people. Is there a better way to offer who I AM after so many years of service and of devotion to the Lord? You Lord are the Master, I am just your servant! I am ready for whatever you decide for me'. Bem amigos, hoje as notícias pareceram meio sérias e espirituais, mas é isso mesmo...tem horas que eu começo a 'realizar' como se diz em inglês que a Terra Santa é o umbigo do mundo e o que acontece aqui afeta a humanidade, não só politicamente o que seria o mais óbvio ou epidérmico, mas espiritualmente, com relação à salvação de nossas almas e vidas, com relação à eternidade. Não vejo a hora de fazer um passeio meio de turista e conhecer a gruta do profeta Elias que aqui é chamado de Mar Elias, ou seja, Santo Elias, depois Nazaré, Jerusalém, tudo a seu tempo. Os irmãos da Comunidade de Vida estão ótimos, todos empenhados em acabar de pintar e preparar o Centro de Evangelização que será inaugurado dia 6 de julho e também para o noivado da Silvânia e do Tennessee. Mas sobre isso eu converso amanhã. Beijos a todos e a cada um, de casa, de Fortaleza, do Rio. Shalom!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Soldado no ônibus






Mais fotos da festa de despedida que precisam ser legendadas: na última, Aldo, cunhado ao fundo e eu, abraçando minha grande e antiga amiga do Bom Pastor, Mercedes que com o marido Hugo, abriram as portas de seus corações e de sua casa umas centenas de vezes para me acolher e a toda a família. Tudo era desculpa para estarmos juntos! Obrigada irmãos por todo testemunho de generosidade, coração aberto e amor verdadeiramente evangélico. Amo vocês!
Logo acima temos a Bruna brincando com a barriga do pai que teima em aparecer e ao lado, novamente Mercedes e eu na hora que nos despedíamos.
Acima duas fotos com os Arreguy Sala Marques de Oliveira: Adriana e Aldo, Gabriel, Bruna e Alessandra, ou ainda Nunu e cunhado, Bimbo, filhote de tia Ena e Lélis. I love you!

Vamos às novidades:

Estou arrasada... escrevi uma imensa mensagem sobre o soldado que vi armado hoje no ônibus, em plena duas horas da tarde, com fuzil daqueles que a gente ve os traficantes do Rio e os soldados em filme, mas sei lá o que fiz que na hora de carregar as fotos da despedida perdi o texto. Paciência! Não importa. Mesmo sabendo que o país é um barril de pólvora, as aparências das pessoas e dos civis, até dos soldados que saem de seus treinos militares é de muita tranqüilidade. Saudade de todos e minhas orações sempre. Hoje especialmente quando me sentei no fim da trde na varanda do meu quarto e me vi comtemplando as verdes montanhas da Galiléia por onde o Senhor seguramente andou, pregou, viveu. Amanhã tentarei dar notícias mais cedo. Estou super feliz por ver tantos amigos e família e irmãos do Shalom acessando o blog. Realmente a tecnologia é algo de sensacional! Deus abençoe a cada um e que S.João Batista nos ajude a querer diminuir sempre para que Jesus cresça em nós e a partir de nós. Shalom!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

meu primeiro dia de trabalho





Nesta honrosa foto - porque afinal ele aceitou ir à festa de despedida - estamos eu e Pe.Elia Volpi, meu primeiro 'pai espiritual', quem fundamentalmente me ensinou a amar e a rezar com a liturgia. Como ele é um de Deus em minha vida e na vida de toda a família Arreguy Sala.
Na foto seguinte, no plano de fundo estamos Guida, eu e Nunu conversando e correndo atrás da torta holandesa e da torta de maçã que respectivamente Andrelina e Francisca fizeram. Absolutamente deliciosas! E no plano da frente, Bill conversa com Laura Beatriza sobre suas 'aventuras teatrais' no Ano Paulino com as bênçãos do Cardeal. E nesta última foto, estou abraçada com Gabi e Xuxu, Gabriela e Marinho que, se Deus quiser, se casam esse ano e em breve nos dão um sobrinho-neto.
Notícias de missionária:
Hoje fui à Cúria e me senti uma verdadeira proletária andando à pé e de ônibus cheio. Sorte que estava sentada e tem ar condicionado, mas é super estranho você não entender absolutamente nada do que se fala ou escreve nesta terra. Os jovens tem cara de todos os jovens do mundo: jeans, cabelos vermelhos, louros, muito pretos e mechas louríssimas, alguns piercings, muitas mochilas. Os adultos são invariavelmente narigudos - me senti em casa! - de olhos muito escuros e traços fortes. Há alguns árabes morenos de olhos claros, interessantes, mas ninguém tem cara de homem-bomba. Como desci de Aissefia para Haifa fiz um verdadeiro tour até chegar à Cúria e vi muitos jardins e o porto à beira do azulíssimo mar Mediterrâneo. Tudo tranqüilo, gente passeando com cachorros e jovens dando lugar para senhoras no ônibus. Na Cúria conheci todos os funcionários, very nice and friendly, all of them, e todos falam inglês, felizmente. Lubna, a secretária número 1 do Abuna Elias Chacour, me recebeu muito bem e já me mostrou o arquivo que precisa ser atualizado. Gavetas e mais gavetas, papéis e mais papéis, documentos, achei até correnspondência do Moderador da Comunidade Shalom por lá...Contei com a preciosa ajuda da Andréia que é uma baiana da Comunidade de Aliança, a quem vou substituir. Ela faz o maior sucesso em Israel pois é uma negra bem alta, bem negona mesmo, cor que não se vê por aqui. Ela cansa de ver as crianças 'staring at her' meio de boca aberta. Durante esta semana vou tomar contato com o material dos arquivos até o bispo voltar dos EUA e a gente começar a trabalhar junto. Por enquanto estou ficando de 9 as 2 e chego em casa depois das 3 para almoçar. Não vejo a hora de fazer um passeio, ir ao shopping ou ao supermercado. Missa já assisti para todos os gostos: rito melquita e maronita em árabe e hoje em rito latino em francês. Tem horas que a saudade já começou a apertar e aí eu rezo e tento me distrair. Vou tentar achar as pessoas da família e os amigos no skype, sempre lembrando que estou seis horas na frente de vocês. Hoje a Liana, o Marinho, a Zezé e a Lelê já me acharam. Estou tendo dificuldade de anexar as fotos da festa de despedida no blog, nessas horas sinto falta do meu colega Felipe, lá da Católica. Cadê você, brother? Por sinal, fiquei feliz demais com todas as pessoas que acessaram o blog e fizeram comentários tanto por email quanto no próprio. Preciso deitar para realmente entrar no fuso horário local. Deus abençoe a cada um. Shalom!

domingo, 22 de junho de 2008

Cheguei em Israel na casa de Aissefia














Vamos às fotos, em ordem: na primeira estamos eu, Guida, Vania, Pe. Elia e Lúcia na festa de despedida feita na casa da mamãe dia 17 de junho. O que foi muito legal é que pessoas que não se viam há muito tempo tiveram oportunidade de se encontrar por conta da desculpa da despedida. Agredeço muito a Deus pelo dom dos amigos e pela festa que foi jóia mesmo!
Gente amiga, gente de casa, de Fortaleza, da Católica, quanta saudade e quantas novidades! Eu cheguei em Aissefia, em Israel, na sexta-feira, dia 20, depois de uma longa mas tranqüila viagem porque o vôo da Alitália estava vazio e todos os passageiros puderem se espichar em poltronas de três lugares e dormir bem. O calor daqui gira nos 35 graus mas é bem seco, bem desértico, dizem os moradores. Devia ter trazido litros de hidratante para o rosto e para o corpo. Ontem me encontrei com o bispo, Eias Chacour, que me foi muito acolhedor e simples. Conversamos em inglês e ele me disse que quem trabalha na Cúria faz parte de uma grande família. Ufa! de certa maneira passei neste primeiro teste do primeiro encontro. Terei esta semana para aprender o funcionamento do escritório e dos outros funcionários, já que ele passará uma semana viajando para os EUA. Portanto vida nova a partir de amanhã. Agradeço a todos pelas orações e peço que continuem nesta nova fase. Hoje, na minha primeira missa melquita lembrei-me de todos os amigos e familiares e como eu não entendi uma palavra sequer, a não ser Cristo que é Masir, deu tempo de interceder por todos. Mas nem chorei, porque são novidades demais! O rito é bem diferente e os paramentos e ícones deixariam qualquer amante de arte sacra de água na boca, e olha que a vila onde estamos tem por volta de 12 mil habiantes, somente. Estou muio bem instalada pois a casa da comunidade é grande e simples e me deram um quarto com suíte. Minhas coisas já estão arrumadas. Os irmãos da comunidade são muito acolhedores e alguns já falam bem o árabe como a Lorena e o Tennessee. Os demais se viram. As frutas da época agora são o damasco e as cerejas, absurdamente doces e deliciosas, isso sem contar os docinhos árabes que a gente compra no Habib's daí e que aqui são servidos como bolacha de água e sal, ou seja, a toda hora e por qualquer motivo. As pessoas dão sorridentes, afáveis e acolhedoras, barulhentas também. Fezem-me lembrar a Ana Silvia pois tudo é motivo para se oferecer comida! A cidade é toda meio da mesma cor de areia, as construções parecidas e nas casas se aglomeram as gerações das famílias. É meio suja mas absolutamente segura. Haifa mesmo só vi de longe, mas amanhã poderei ir lá com calma por causa do trabalho que será das 8:30 às 15:30, direto, com um short brake para a merenda. Já visitei o asilo que fica aqui do lado da casa onde fica a comunidade e além de conhecer os idosos e funcionários, descobri que podemos usar a sala de fisioterapia que tem uma esteira para fazer exercício. O bom é que a sala fica no alto com um janelão onde se vê a Galiléia (chic não?). Aissefia, que é uma vila, se situa no monte Carmelo, mas eu ainda não fui ao carmelo mesmo. Fazer exercício e ainda ver uma paisagem deslumbrante é delicadeza de Deus mesmo. Depois escrevo mais e conto mais notícias. Vou tentar anexar todas as fotos da festa de despedida que a Zezé me mandou. Um beijo para cada um. Também minhas orações. Shalom,
Elena / Ena

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Vésperas da viagem - 12 de junho 2008

Esta foto é da festa de despedida em Fortaleza, em 13 de junho de 2007. Foi uma noite maravilhosa para mim. Que saudade, amiga! Conte sempre com a minha amizade e oração! As promessas do Senhor hão de se cumprir todas em nossas vidas!

Ainda estou no Rio de Janeiro, e daqui a uma semana parto como missionária para Israel. Vi somente minha mãe, irmã, irmão, cunhado e as sobrinhas. Falta ver meu sobrinho e afilhado. Espero que ele venha na festa de despedida que será feita na terça-feira. Resolvi agora criar o blog para testá-lo. Escrevo estas pequenas recordações para a posteridade. Ganhei uma bota e outros presentinhos da mamãe (que está adoentada com um vírus que lhe deixou com uma tremenda diarréia). Conversei longamente hoje com meu 'pai' Elias Volpi. Também vi todas as fotos e filminhos feitos pelo Bill em sua viagem à Itália no fim de 2006.

'Mi casa é tu casa' me disse a Jan no aeroporto e aí me caiu a ficha de que não tenho mais casa! mas foi muito importante esta frase dela. Dodadi...do Cântico dos Cânticos... esta foi hoje toda a minha oração. Eu sou do meu amado e meu amado é meu. Tenho conseguido ir à missa diariamente e aí rezo e comungo. Nada tem sido difícil por aqui. Estou em paz. Como me disse e afirmou belamente pe.Elia, partir em missão como eu parto, sem muito preparo, é como se fazia na igreja primitiva.

Louvado seja Deus!