quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Uma História de Amor, Um Presente

Este é o padre polonês, Romuald Weksler, ou o judeu polonês, padre Romuald Jakub Weksler-Waszkinel sobrevivente do holocausto. Seus pais e irmão mais velho Samuel morreram em Sobibor e ele foi salvo porque sua mãe, que engravidou e o teve em plena guerra, em 1943, suplicou que um casal polonês, infértil, católicos salvassem o pequeno Jakub, em nome do amor que eles tinham a Jesus Cristo que um dia também fora Menino e criança. Depois de tão irrefutável argumento o casal Pietor e Emilia aceitou, mesmo com muito temor, tendo que fugir e mudar-se imediatamente porque não poderiam aparecer na cidade com um bebezinho, de uma hora para outra. E assim salvaram o pequeno que foi batizado e criado como cristão a vida inteira, sempre porém, com uma inquietação profunda por não parecer com os pais ou com nenhum parente que depois da guerra veio a conhecer.
A história é de roteiro de filme do Spilberg e ouvi-a ao vivo com muita emoção na semana que antecedeu o Natal, na Pastoral Hebraica. O Pe.David Neuhaus, jesuíta, também ele judeu de raça e cultura, convertido ao catolicismo na juventude, em Jerusalém, e responsável no Patriarcado Latino pelos judeus católicos da Terra Santa, levou o Pe.Jakub para conhecer outros judeus convertidos da região de Haifa, e dar seu testemunho. Foi extramamente comovente, belíssimo, num misto de dor e amor que toca o mistério de Deus. Não houve quem não chorasse porque não era ficção, era uma vida, uma história de eleição e de sofrimento tão agudos que as palavras ficam suspensas e descem as lágrimas. Impressionou-me a gratidão e a emoção ainda viva e forte do próprio Pe.Jakov que falou em francês perfeito e foi traduzido pelo Pe.David para o hebraico, quando falou de seus pais de criação e de seus pais biológicos. Depois de uma verdadeira saga entrecortada de muitos sinais e tantas desconfianças, já sacerdote diocesano há 12 anos, aos 35 anos de idade, Romuald consegue a confissão inteira de toda a verdade dos lábios de Emilia, sua mãe. Ele era judeu, sobrevivente, e fora sua mãe judia que ao entrega-lo em seus braços profetizara: ele um dia será sacerdote...

Esta foto na hora da consagração é forte porque é um sacerdote que participa do sacerdócio de Jesus em seu ministério sacramental sendo ele mesmo também judeu... só no cálice do Senhor se esconde o mistério de todas as realidades humanas assumidas por Jesus. Agora com 65 anos e aposentado o Pe. Jakub recebeu uma concessão especial de Israel, que não o considera judeu por ele ser convertido e cristão, de passar legalmente dois anos no país em contato com os seus familiares sobreviventes à II Grande Guerra e cidadãos israelenses. Está aqui para aprender o hebraico e resgatar suas origens e cultura, já que seus pais poloneses já morreram.

Quando perguntado se ele afinal era judeu ou era cristão, Pe.Jakub respondeu: Jesus era judeu ou era cristão? Eu procuro estar cada vez mais unido a Ele. Quem pensar em resposta melhor que essa que se apresente. Estamos programando visita-lo no kibbutz onde ele mora mais um menos perto de Haifa, em fevereiro, mesmo não podendo participar com ele da Eucaristia que é celebrada discretamente em seu quarto... Foi um presente para mim, de Natal, ouvir tal história e conhecer este sacerdote, amigo pessoal do Papa João Paulo II, agora venerável, e testemunha viva do que o amor das mães pode fazer. Resolvi por isso, abrir o presente e mostra-lo no blog a mais pessoas.

Os três sacerdotes paramentados para começar a celebração da Eucaristia no dia 19 de dezembro. Em ordem: Pe.Romuald Jakub, judeu-polonês, Pe.David, judeu cidadão israelense, nascido na África do Sul e Pe.Roman, polonês, missionário entre os judeus católicos na Terra Santa.



Não resisti e tirei esta foto com o Padre e a Viviane. Não sei onde a Cristina estava na hora da foto... Nós três temos como ministério na Obra, na Comunidade, a Pastoral Hebraica. Eu sou a mais nova nesta missão, que muito me alegra mas que me é ainda nebulosa. Mas enquanto a gente tateia e vislumbra a vontade de Deus que se revela aos poucos, me alegro, tiro fotos e partilho com quem posso as riquezas humanas que vou experimentando e vendo. Bem que o papai me disse uma vez que eu deveria ser jornalista... Só sei que do jeito que deu nós conversamos com o Pe.Jabuk depois da missa e ele foi mais um que ficou intrigado e satisfeito por conhecer uma Comunidade que se chama SHALOM!


Dia de Natal, vista da Galiléia, dia azul de inverno. Foto tirada da janela do asilo que fica num dos pontos mais altos de Isifya, na encosta de uma das belas montanhas que forma o Monte Carmelo.

PS - Se alguém pegar o nome inteiro do Pe.Jakub e entrar no Google achará vários relatos em detalhe de sua história única. Basta ter curiosidade e ler bem o inglês ou o polonês, é só escolher.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

A Beatice e o Natal

Hoje fui chamada indiretamente de beata! E o que antes me deixaria arrasada, me causou um contentamento interior meio surpreendente e uma vontade enorme de rir. Sou mesmo, beatíssima! Gosto de Deus, das coisas de Deus e da Igreja. Gosto do sagrado e sei que é ele que me faz mais humana, das entranhas para fora. É na experiência do sagrado que encontro o meu verdadeiro rosto humano e venço - tento vencer - os estereótipos de toda ordem, inclusive o de carola. Não há mais divisão, não há mais separação entre estas duas verdades, o humano e o sagrado, tornadas evidentes do corpinho de Jesus, o Filho de Deus. Ele se fez Filho do Homem para que todos se tornassem filhos de Deus! Sou beatíssima, feliz, feliz, porque isso é Natal!
É que meus colegas do tempo de faculade de História, que comigo passaram no vestibular há exatamente 30 anos, conseguiram se reunir em maio de 2009, fora eu e outros poucos que por razões de força maior não puderam comparecer e, desde então, com a lista de endereços atualizadas e as lembranças e amizades resgatadas, passaram a se corresponder via internet. De vez em quando, uma ou outra mensagem me chega como cópia. Recebi uma hoje de uma colega que depois da faculdade voltou à fé atrávés do Opus Dei, que perguntava a um outro colega, se no reencontro que vai haver nos primeiros dias de janeiro só podem comparecer aqueles que ainda acreditam no comunismo já que ela, convertida, era tão ou quase mais beata do que eu, e desacreditava totalmente da ideologia comunista. Se era mesmo para ir de vermelho ou era só brincadeira. A resposta bem humorada do Camarada Sherlovisky arrefecia os temores da Flor, ela se chama Flor, que coisa mais poética, e dizia que o nome dele assinado à la Rússia estava mais para nome de vodka que de qualquer outra coisa e que ela relaxasse. E eu completaria, vermelho só ser for para lembrar do Papai Noel.
Enfim, Feliz Natal! Ele está no meio de nós! E somente o Senhor pode nos conceder pessoalmente e à terra que vivemos, começando pela Terra Santa, o dom da sua Paz. Ah como sou beata por crer e esperar pela paz, sabendo que ela é possível porque é milagre de Deus, dom de seu coração, partilhado por mãos e corações humanos...
Shalom!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Em Belo Horizonte

Estas semanas de Advento preparando o Natal me trouxeram à memória várias fortes lembranças que me encheram o coração de muita felicidade e uma certa nostalgia da infância passada com a família da mamãe, em Belo Horizonte.
Nós éramos os primos que moravam no Rio de Janeiro e nossas férias de julho e de fim de ano, indefectivelmente, eram passadas na casa da vovó Glorinha nas Minas Gerais. Lá encontrávamos os nossos ídolos, os primos mais velhos, a grande família, todas as tias e tios, e como a família é numerosa qualquer reunião parecia festa, ou 'esticada' no jargão familiar. E haja cuzcuz e garrafas e mais garrafas de café, já doce e bem fraquinho... A gente entrava na sala e tomava a bênção de cada um e beijava a mão, já pensou? Coisa mais linda!
Lembro-me de como o amor e amizade que o vovô e a vovó tinham entre si me marcou a percepção do que era um casamento sólido. Sólido, não rígido. Eu sempre tive a impressão de que eles eram amigos e nos meus anos de busca do meu estado de vida e nos relacionamentos afetivos que tive, sempre quis de alguma maneira ser primeiramente amiga antes de vir a ser amante, como eles. Vovô João e vovó Glorinha, mesmo de tão longe e sem convivência, me fizeram crer que um casal pode se amar até o fim tendo como base a amizade, sobre a qual construiram o amor e a cumplicidade mútua passando por todas as dores e revezes de amar junto, viver junto, dormir e acordar junto, ser santo junto. Jamais me esquecerei da imagem do vovô e da vovó rezando o terço juntos, intercedendo por todos, ou dele recitando ou narrando a novela para ela que, enxergando muito mal, não conseguia reconhecer os personagens na tv preto e branca, que ficava na sala.
Quando o vovô morreu eu ainda era menina e me lembro dele com respeito e cerimônia, mas nada negativo, acho que não poderia ser de outro jeito. Que papo ele poderia ter com uma neta carioca, menina de tudo? Acho que jamais conversei com ele, mas na tentativa de um contato, algumas vezes tive a honra de comprar seu cigarro Mistura Fina no bar da esquina e ganhar uma moedinha de troco. A primeira vez que botei um cigarro na boca, foi uma guimba de Mistura Fina... pense numa coisa ruim... Mas minha gratidão especial estes dias de Advento pela vida do vovô João, foi pela herança espiritual de homem de Deus que ele deixou para a família, mesmo com todas as suas limitações humanas e seu temperamento tímido. Penso que a mamãe, dos filhos e filhas a mais parecida com o vovô, herdou dele a piedade. Herdou de ambos, pois a vovó também amava a Deus para além, muito além do rito, da forma e da fôrma, mesmo sem prescindir deles.
Com a vovó era o contrário, a gente conversava e lia para ela. A gente aprendia com ela. Vovó Glorinha era lindinha e eu tinha um enorme carinho e respeito por ela. Nós que éramos visita e de fora, a tratávamos com mais cerimônia e uma certa veneração que minhas primas e primos não tinham porque a viam semanalmente e sempre, pois moravam na esquina. Isso é tão interessante e quase um mistério pois nós que estávamos longe, os Sala e os Pimentéis, nos deixamos tocar tremendamente pela herança espiritual recebida de nossos avós maternos, grande tesouro escondido, enquanto houve aqueles, entre nós, que se enrigesseram de tal forma que fizeram questão de perder a herança, com vergonha até.
Lembrei-me esta semana da honra que foi para mim conseguir chegar a tempo de ser incluída no teatro de Natal, não sei bem em que ano, que aconteceria na casa da vovó e do vovô e que eu e a Adriana, minha irmã, nunca podíamos participar porque não dava tempo de ensaiar. Chegávamos sempre na véspera do Natal por causa do trabalho da mamãe. A gente sempre era público. Marco e Bill nem existiam ainda ou se existiam eram bem pequenos e não faziam parte do meu universo de recordação. Mas naquele ano eu cheguei a tempo de poder ser a estrela do presépio. Entraria em cena e ficaria de pé, atrás, iluminando o Menino Jesus, o caminho dos Pastores, atraindo os Reis Magos... Lembro-me das instruções da tia Mana ou tia Nini, não sei bem de qual das duas, mas ambas tinham este dom de lidar com os meninos. E me lembrei da cena, eu de pé, bem concentrada, segurando uma estrela e sendo a estrela.
Na gratidão dessa semana chorei de pura alegria porque entendi que esta herança recebida da família foi um grande dom guardado em mim, que um dia o Espírito Santo acordou e tornou próprio, tornou meu, amadureceu, tem amadurecido e tem feito vivo em mim e para mim. O Natal é história mas o nascimento de Jesus é vida na minha vida e aquela menina feliz que um dia fez o papel de estrela, hoje se debruça e adora o Seu Senhor e chora. Chora de pura gratidão pelo tanto que tem recebido e percebe que a luz da estrela, a luz do Espírito, continua brilhando no meio da noite para quem quer encontrar o caminho até o Menino. Basta erguer os olhos, ela está lá.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Lembranças

'Santa Luzia passou por aqui com seu cavalinho comendo capim'... era assim que a mamãe acarinhava e massageva qualquer joelho ralado ou pancada que a gente desse quando era criança, repetindo este versinho, meio cantarolado. Santa Luzia que protege os olhos, lá em casa protegia e curava todo tipo de dor. Hoje é dia dela, 13 de dezembro, também aniversário da Laura Beatriz, do Pe.Elia e da Daisy, a Daisy Lúcia da Silva Monteiro. Memória antiga é incrível, não falha, em compensação a atual anda precisando de vários estímulos para funcionar em potência maior. A Daisy na glória de Deus já viu Santa Luzia face a face e sabe como ela é...
Se fosse o papai a nos consolar, o refrão e a melodia eram outras, em dialeto milanês: 'guarin guará, siguiris minguinqui guarirá dumã', que traduzindo significa mais ou menos isso: 'vai curar, vai curar, se não curar hoje, curará amanhã'. Acho que é a primeira vez na vida que eu tento escrever esta frase de tradição oral em minha família. Que sensação interessante de resgate de traços absolutamente singulares do meu núcleo familiar: duas línguas, o português e o italiano, a música e a presença religiosa. Grandes dons de Deus, do nosso Bom Deus que permanecem presentes na geração que segue à minha, nos sobrinhos e netos.
Acho que a nostalgia de hoje se dá pela proximidade do Natal, mas não me sinto triste, de verdade. Me sinto distante e com um certo pesar de não poder participar na casa da mamãe, com todos, das festas de fim de ano, principalmente do Natal, mas sinto-me interiormente muitíssimo mais ligada a eles e a todos do que em anos interiores.
Os verdadeiros espaços e presenças são os interiores, tenho aprendido. Do lado de fora tentamos às vezes sem muito sucesso, traduzir ou disfarçar o que trazemos por dentro. É Natal. É a festa da presença de Deus manifestada em Jesus, de carne, osso, coração, alma de Deus e de Homem, no meio de nós. Como me sentir distante se a maior de todas as distâncias que era o abismo que o Homem criou para si mesmo foi coberto pelo Amor?
Santa Luzia, depois do seu cavalinho ter comido capim, reza por nós para que nosso coração de pedra amoleça e possamos entender e viver um pouco sincera e internamente o dom do Natal. Mas isso não é pra qualquer um, é só para quem tem ouvidos e coração de pastorzinho...

domingo, 6 de dezembro de 2009

No Monte Carmelo

As fotos ficaram lindinhas e foram tiradas no domingo passado por volta do meio dia quando fomos, Yara e eu, levar a Bruna, para conhecer o alto do monte Carmelo, o Muhrakah. A Bruna é a morena de trás, carioca de Vigário Geral que chegou há dois meses como missionária da Aliança em Israel. Está passando um tempo conosco em Isifya neste tempo inicial de adaptação que é muito desafiador. O dia estava muito frio e muito azul, daí as fotos terem esse colorido tão especial...e de pensar que no Brasil o calor está castigando, soube que no Rio já fez 40...
Dá pra notar o vento, não? E o charme das três brasileiras? Para mim este breve passeio foi uma distração na hora certa pois eu estava com a cabeça e as costas cansadas de tanto ficar na frente do computador por conta de uma longa tradução. Elas me fizeram foi um grande favor ao pedir que as levasse a este ponto turístico, já que no momento sou a única motorista com carteira válida, pois a Lorena está fora.

Essa foto de pose é pra mandar para a mãe...kkk...e
para quem quiser matar a saudade.
Não é que ficou boa? Comentários na caixinha abaixo.
Feliz Advento! Não percamos a esperança, ao contrário, a alimentemos pois o Senhor vem e Ele nos ama e nada pode fazer este amor diminuir!

Encontro inesperado - Rabino Chefe de Israel e Shalom

Esta pequena matéria foi postada no site da Pastoral Hebraica e relata o encontro que a Comunidade Shalom teve na Cúria da Igreja Católica Melquita em Haifa, com o Rabino Chefe do Estado de Israel Yonah Metzger que pela primeira vez vinha prestar uma visita de cortesia ao Arcebispo Elias Chacour. Entre trocas de boas vindas e palavras recíprocas de apoio e boa vontade tendo em vista o diálogo para além da mera tolerância, o Rabi recebeu o livro Blood Brothers de presente das mãos de D. Elias Chacour e foi apresentado à Comunidade.
Ficou intrigadíssimo com aquela turma relativamente jovem de missionários brasileiros, todos cristãos sem antepassados judeus, pertencentes a uma comunidade de nome Shalom! Que coisa estranha! Apesar de não apertar nossa mão, especialmente das mulheres para não se 'contaminar', no final do encontro aproximou-se de nós e nos disse que estivera no Brasil mês passado, que achara Brasília interessantíssima e que falara no Congresso Nacional. Mas mais interessante foi poder dizer a ele que não tínhamos data marcada de voltar para casa, que essa resposta só Deus sabia... Seja lá o que for que Deus queira de nós, Ele sabe que apesar de sermos vasos de argila, Ele conta conosco para o que der e vier. Nós o amamos e só queremos fazer o que puder levar mais pessoas a conhecer o Seu amor sem fim. Shalom! Para quem sabe inglês, leia mais informações no texto abaixo. Ah! Este encontro, 'coincidentemente' se deu na semana que toda a Igreja reza Marana thá! Vem Senhor Jesus! e em especial se intercede pela 'iluminação dos Judeus ou de Israel' que é outro tema bastante polêmico, mas falo sobre isso em outra ocasião.

Saturday, 05 December 2009

Elena, member of the Shalom Community from Brazil, an assistant to Greek Catholic Archbishop Elias Chacour and a friend of the Haifa kehilla, has sent us a report of the meeting between the Archbishop and Chief Rabbi Yona Metzger.
On December 1, 2009, Chief Rabbi Yona Metzger, accompanied by Rabbi Shear Yashuv Cohen, Chief Rabbi of Haifa, paid a visit to Greek Catholic Archbishop Elias Chacour in Haifa. This was a courtesy visit and a sign of friendship upon which dialogue must be based. Archbishop Elias Chacour, who speaks fluent Hebrew and was praised for it at the end of the meeting, welcomed Rabbi Metzger very warmly. In his words, he played on the letters of the word law (Torah) in Hebrew, stressing that there is no possibility of Law if the three main religions who live and love God in Israel, do not make every effort to respect one other and pursue peace. As a gift to the Rabbi, he presented the best-seller 'Blood Blothers', which is the life testimony of a Christian-Arab family, the bishop's own story, when the State of Israel was created.Rabbi Yonah Metzger also spoke with great warmth in his speech and was open to reply to questions from the very selected audience. The Archbishop insisted that this personal meeting was a visit to the Church of Galilee but he had desired to preserve a fraternal atmosphere by inviting only a few people. There were present some priests, members of the Educational Committee, which supports the Archbishop in his task of directing the schools of the diocese, especially the Mar Elias Educational Institution in Ibillin, some employees of the Archbishopric and members of the Shalom Community.When the members of the Shalom Community were introduced to the Chief Rabbi by the Archbishop, he seemed very intrigued that a group of Brazilians, all Christians with no Jewish background, living as consecrated people in the Holy Land, belonged to a new community with the name "Shalom". How did this come about!? He also asked, how long we intended to stay. With the help of Viviane, from our community and a member of the Haifa kehilla, we honestly and humbly replied: "Only God knows we have no plans!" He was intrigued a second time.At the end of the meeting, the Chief Rabbi told an interesting story. He said that once Hillel, the great teacher, was asked to briefly summarize the Law while the person who was asking the question stood on one foot. He said that the Law is this: do not do to others what you do not want to be done to you. He then added that he knew that for Christians the Law is more demanding as we are asked to love even our enemies...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

AIDS, Flamengo e Advento

Quando tenho tempo procuro ler na íntegra as notícias e mensagens que diariamente recebo sobre a Igreja no site do Zenit, www.zenit.org e, nos últimos tempos, tenho aprendido demais com as homilias que o Papa Bento XVI dirige ao povo reunido na Praça de S.Pedro, às quartas-feiras. Ele tem apresentado aos católicos e a quem quiser ouvir, as riquezas dos monges da Idade Média, Hugo e Ricardo, S.Vitor, que tanto ensinaram sobre a vivência do Evangelho e a vida de oração, mas que sempre foram grandes desconhecidos.
Mesmo o mundo de hoje sendo outro, o mundo é igual, pois as necessidades mais profundas das pessoas continuam as mesmas. Me impressiona sempre mais a riqueza da Igreja Católica e a herança dos santos que recebemos. Me inquieta sempre por outro lado a indiferença religiosa que assola um grande número de pessoas que simplesmente vivem sem comunhão com o Senhor, como se a própria vida não lhes tivesse sido dada e fosse sustentada dia a dia por Ele.
Incansavelmente o Papa apresenta Jesus Cristo, como a fonte de esperança para o homem e todas as realidades humanas, e o faz para os cristãos e não cristãos, pois assim o é. Jesus Cristo não é uma questão de religião, Ele é a revelação que Deus fez de si mesmo! Só Ele é capaz de responder aos anseios de felicidade e de paz profunda que há na alma imortal de cada um.
E a mim e a todos que já conhecemos Jesus Cristo, sua presença, amor , palavra, e ação do seu Espírito, vale a pena perguntar: onde eu estaria se eu não tivesse sido evangelizado, convidado para aquele retiro, missa, festival, encontro, aula, leitura? onde eu estaria se na minha juventude não tivesse tido a oportunidade de fazer uma experiência de amor e entrega da minha vida a Jesus, dando sentido pessoal e concreto à herança da fé recebida, mas que sem esse passo não passaria de tradição e rito? Onde você estaria se não tivesse ouvido aquele testemunho, aceito participar daquela adoração, confissão, se o sofrimento tivesse batido à sua porta? Para onde nossa vida teria seguido se Deus mesmo não tivesse nos atingido com a sua intervenção salvadora?
E ao responder sou levada à gratidão e necessariamente à evangelização, à estar atenta à necessidade de Jesus Cristo que as pessoas ao redor têm e que só lhes será apresentado se eu abrir a minha boca, gastar o meu tempo, amar em palavras, e em atos como alguém fez comigo, um dia! Deus pode se manifestar diretamente a alguém sem a intermediação de pessoas mas haverá um momento, ou vários momentos no decorrer da vida, que somos nós instrumentos recíprocos do amor de Deus encarnado e vivo! Tanto é que no Advento contemplamos novamente o mistério do amor do Pai que se deu concreta e palpavelmente à Humanidade pelo Sim de Seu Filho, no Sim de Nossa Senhora.
E este sim, não foi estático, somente em Nazaré, uma única vez, mas uma sucessão de sins na fé, manifestados e vividos em seu corpo, na razão, nos afetos, nas emoções, na inteligência, nos passos, mãos, palavras, sorrisos, na sua feminilidade, nas comidinhas preparadas, nos sofrimentos inerentes ao fato der ser humana, nos recursos financeiros e humanos, culturais, religiosos e espirituais de toda ordem... sempre em função de fazer eco e dar consistência ao sim irrestrito à Palavra do Arcanjo Gabriel. Fala sério: Deus é ou não é apaixonante?
Algumas notícias:
O São Paulo tem tudo para perder do Flamengo no final do Campeonato Brasileiro no próximo domingo e eu só queria ter uma camisa do Mengão comigo para provocar o Leandro, meu irmão de comunidade, sãopaulino doente, no domingo que vem. Até o jogo conseguimos assistir no domingo passado pela televisão...valeu demais porque o Corínthias perdeu de 2 a zero para o Flamengo! ´
Hoje é dia mundial de luta contra a AIDS e para quem conhece alguém que luta para sobreviver com esta doença ou já perdeu pessoas amadas para ela, como é o meu caso, este é um dia importante. Que Deus ilumine os cientistas, as indústrias farmacêuticas, os governantes a tratarem com dignidade os doentes, apoiando as ações de prevenção e educação, principalmente aquelas promovidas pela Igreja que tanto fruto tem dado especialmente na África. Este continente tem sido dizimado pela AIDS e pelas consequências dela, com uma população enorme de órfãos, e são os cristãos, missionários ou não, os católicos especialmente, que têm feito um grande trabalho de base, de educação, de mudança de costumes, de evangelização e de socorro às vítimas, aos pobres e as crianças, mesmo que a imprensa diga o contrário e a mentalidade hedonista insista em dizer que a camisinha é a solução de tudo.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Uma tia chamada Luana

Ana, a querida Ana, que começou como cuidadora e se tornou, com o passar dos anos e do desenrolar da enfermidade da tia Luana, membro da família, parte de todos nós que frequentamos e amamos os Borges. Mais que os laços de sangue a Ana foi entrando na família pelos laços do coração e se tornou também filha. Foi ela a pessoa que o Senhor escolheu em sua perfeitíssima e amorosa Providência para estar ao lado da tia Luana até a hora dela voltar para Deus, definitivamente, como aconteceu às 18h do dia 24. Bem na hora do Angelus e foram os anjos e Nossa Senhora que a levaram até a presença de Jesus, aquele que ela tanto amou e serviu até seu último suspiro. Pois mesmo doente e sem comunicação com mundo sua alma imortal, belíssima e amadíssima, purificada pelo amor e pela dor vivida no amor, estava pronta para voltar para o Seu Senhor.
É difícil pensar que a vida da Ana seguirá seu rumo longe de Fortaleza em Aracaju, sua terra natal. Não sei quando a verei novamente mas fico com a lembrança boa deste abraço de um mês atrás quando estive no Brasil. Ana você é querida de Deus, é querida dos Borges e minha também.

Se há dias atrás publiquei a foto da Soraya com duas de suas meninas, hoje publico esta outra com Fabienne (Bibi), de camiseta e Liana, de preto, outras duas Borges que com Mirima e Renato formam o quinteto de filhos da tia Luana. Por que eles foram e são tão importantes em minha vida? O que de tão importante fez tia Luana para que por ela eu tivesse tanta gratidão e ternura como tenho por uma das minhas tias de sangue? Porque foi nesta família que passei os primeiros fins de semana quando pela primeira vez tive contato com a Comunidade Shalom no princípio da década de 90.
Foi lá que sempre tive a experiência de família, acolhimento, pertença e alegria muita alegria. Foi nesta casa que comecei a entender o que é ser Shalom, o que é fazer festa, churrasco e celebração por qualquer coisa, sem muita formalidade. Com farofa e cerveja, batata frita e brigadeiro a festa estava feita e a conversa podia durar até quase o dia seguinte. Foi nesta casa que vi irmãos verdadeiramente irmãos e cúmplices, fans uns dos outros, sem competição ou rivalidade, em constante espírito de partilha, amizade e encantamento uns pelos outros.
Creio que os filhos herdaram da tia Luana esta generosa capacidade de dar espaço no coração e na vida para as pessoas, fazendo com que elas se sentam importante e amados, alguém. Foi assim comigo, foi assim com a Janice, foi assim com o Marco. Só para citar alguns. E quando em 2002 na segunda fase de retorno à Fortaleza foi com os Borges os primeiros contatos de reaproximação. Foi naquele apartamento do segundo andar que e a certeza da amizade plantada há décadas, mesmo tia Luana já estando bem atingida pelos efeitos degenerativos do Alzheimer, só fez crescer.
É difícil estar longe e não poder ao vivo abraçar e participar desta hora de morte e de ressurreição onde o que nos ilumina é somente e tão somente, a presença de Jesus. Mas também por causa dele, sei que estou unida à família pois os laços humanos que nos unem foram tecidos com uma qualidade de amor que vem do Céu. E é para lá que a gente olha e sabe que bela e livre como sempre foi tia Luana está. De lá intercede pelos seus, por todos que se tornaram seus, da família biológica e da família Shalom que foi construída com sua dedicação, fidelidade, obedîência e esponsalidade da alma.
Obrigada por tudo tia Luana! Fique sabendo que acho quase impossível não amar a senhora e a família Borges! Reze por nós para que saibamos acolher a abraçar a vontade de Deus sempre, assim como a senhora fez. E se choramos é mais de amor do que de dor.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Amigos, Família, Fotos e Notícias

Ainda em Fortaleza há um mês atrás, comendo um peixe delicioso no Sirigado com Janice e Ana Silvia. Foi um almoço, o primeiro de alguns, para tentar botar a conversa em dia, resgatar o tempo que nos deixou geograficamente distantes mas sempre perto no coração.

Meu sobrinho mais novo, João Etienne, de 10 anos, flamenguista, jogador de xadrez, menino bom de coração e bom de conversa. O chamo de Miudinho e o amo de maneira especial. Não seria assim, gostar de conversar, se não tivesse no sangue a marca dos Arreguy. Quer ser jogador de futebol e é um menino que ama a Deus, amigo de Jesus. Quer vê-lo feliz? De-lhe uma caixinha de Tic-Tac (ou várias) e o chame para jogar video-game. Foi muito bom sair com todos da família para tomar sorvete no 50 Sabores, na Av.Beira Mar. O João é lindinho com esse nariz arrebitado que herdou da mãe...

Marco e Cláudia, irmão e cunhada na sequência das fotos, assim que o sorvete acabou, prestes a voltarmos pra casa. Na verdade a Cláudia, mesmo sorrindo e de olhos abertos já estava dormindo...mas sem brincadeira, me explico. O fato dela ter feito questão de sair para me encontrar me deixou muito grata pelo sacrifício que isso representou pois, por trabalhar numa empresa de ônibus no primeiro turno ela chega no trabalho diariamente às 3 da manhã o que a obrigada a ir para a cama às 8 horas, como já eram umas 10 da noite dá para deduzir que ela estava só de corpo presente...

Este é sobrinho mais velho de Fortaleza, também Marco Etienne, também muito especial para mim, chamado por todos de Marquito. Gosta de ler e de inglês, gosta de estudar e acabou de fazer uma prova para o CEFET pois seu sonho é estudar eletrônica e engenharia eletrônica como o pai. É esforçado, muito sensível e já se arrisca na cozinha fazendo molhos de macarrão deliciosos. Faz 15 anos em dezembro e como já fez o ACAMPs de 2009 começou a frequentar o grupo de oração para adolescentes e jovens no Projeto Juventude, graças a Deus. É outro amigo de Jesus que promete ser um grande homem de Deus como seu padrinho de batismo...

Este é o do meio, o Lucca, de 13 anos, com rosto e cabelos de anjo e coração puro, mas arteiro que só. Tem coisas do tio Bill, é o mais caladão, conciliador, e dos Arreguy herdou o gosto pela madrugada. O chamamos de zumbi. O Senhor desde muito cedo o escolheu e elegeu e tudo a seu tempo se fará ver. É muito amoroso e carinhoso e tem o gosto pela oração. Ele é especial para mim. Que graça inestimável é a fotografia que capta momentos especiais reacesos em nós pela visão e memória.
Algumas notícias
A vida na missão continua cheia de novidades. O frio apertando como também a luta para acompanhar as aulas de hebraico. A memória não é mais a mesma sem contar a resistência pela falta de didática do professor... resisto com meus mecanismos de defesa, com certeza, mas me cerco de outros apoios como o site http://www.milingua.com/ criado em Israel com nome espanhol e instruções em inglês para quem quer aprender o língua mãe dos judeus daqui. São línguas demais para uma única realidade e pessoa, fala sério!
Lorena fez sua primeira consagração no celibato e a celebração presidida e as palavras de amor e bênção do arcebispo foram bem especiais. As fotos se perderam - sua primeira grande oferta - e a luta apenas começou para ela... ser alma esposa do grande Rei e Senhor é a eleição das eleições mas significa também muita batalha interior, muita purificação para vir a ser aquilo que Deus pensou e sonhou.
Neste dia 22 tivemos a beatificação de Madre Maria Alfonsina, nascida em Jerusalém no século XIX e fundadora das Irmãs de Nazaré, congregação para moças árabes, que tem feito um grande trabalho na Terra Santa. Houve um representante oficial do Santo Padre e liberação especial do Vaticano para que a beatificação se desse em Nazaré, na Basílica da Anunciação e não em Roma como de costume.
A cidade estava apinhada e foi lindíssimo tudo, disseram, pois nós da missão de Haifa não pudemos participar. Foi necessário deixar que somente os irmãos de Nazaré nos representassem para que pudéssemos cumprir o calendário e fazer o Retiro da Grande Comunidade que reúne todos os membros da Comunidade de Aliança e da Comunidade de Vida. No nosso caso são as mesmas 8 pessoas que moram juntas mais Bruna, recém-chegada de Vigário Geral no Rio de Janeiro, que faz uma experiência em nossa casa. O tema foi a pobreza e o louvor. Temas densos, perturbantes, porque mexem com as bases do que representa querer de fato crescer na vida de amizade com Deus: depender verdadeiramente dele sempre e para todas as coisas, sem colocar o coração nas riquezas de qualquer natureza, inclusive no dinheiro, e vida de louvor ao Senhor, vida de louvor, atitude de louvor e não somente palavras, discurso...
Quem é pobre de coração louva o Senhor e faz do louvor a sua respiração, a segunda pele, uma exigência da alma. Saímos do retiro mexidos que só, meio descascados das máscaras que insistimos em dizer que fazem parte de nós...
Bendito seja o Senhor que cuida de nós e cujos caminhos são todos perfeitos. Ele que é o Senhor do Céu e da Terra, nosso Rei, que reina porque ama e serve e nunca desiste daqueles que são seus.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Algumas Amores

Este é o Paulo, carta antiga no baralho da Comunidade Shalom, mas nunca descartado... um amigo de quem me aproximei em 2006 quando morava no bairro de Fátima, que vindo de Roma em grande fase de transição, ofertava sua vida na Escola de Evangelização. Como éramos 'vizinhos' passamos alguns momentos fraternos inesquecíveis juntos, inclusive a Copa do Mundo. Hoje ele é seminarista, tendo encontrado finalmente a vocação para o qual o Senhor o criou desde toda a eternidade. Às vezes levamos tanto tempo para conseguir enxergar e querer abraçar aquele que não é uma camisa de força, o estado de vida, mas um dom, um carisma, a verdadeira carteira de identidade. Para mim tem representado a carteira da liberdade! É que a gente é muito condicionado para o matrimônio, o que é o mais 'popular' e mais 'instintivo' estado de vida, mas que se não tiver sido dado por Deus, pode se tornar fonte de profunda infelicidade...


Outra grande amiga, a Rocaia que eu chamo de Roquinha. Estávamos num restaurante japonês! Nem acreditei quando ela me convidou... e entre um drink aqui e um sushi acolá conversamos, partilhamos e colocamos em dia não a fofoca mas a vida vivida, sofrida e amada, nos encontros e desencontros, na busca contínua da própria identidade, da felicidade que para nós é impossível de ser encontrada fora dos planos pessoais e amorosos de Deus. Cada uma vivendo a missão que o Senhor lhe confiou. Eu caminhando para o celibato e ela para o matrimônio. Por ela rezo de longe e tenho imensa gratidão pelo dom partilhado da amizade, da confiança.

Ô coisa linda! Dispensa comentários! Estávamos na porta da Diaconia e eu me despedia de Fortaleza quando ele chegou, o Moysés, e como um irmão único, especialíssimo, fez pose para esta foto comigo. Valeu demais! Acho que essa merece ser impressa e virar foto de porta-retrato.

Pela roupa vê-se que as fotos foram tiradas em sequência... esta é a Fátima Lima com quem convivi intensamente em 2007, em ano de revolução e mudanças enormes em minha vida e na dela, em Quixadá, quando fui 'professora de italiano' dos noviços. Tempo maravilhoso, lembranças especiais... garanto que ninguém se esquece do Davide Brambila e da Ave-Maria em italiano. E agora muitos dos noviços, já consagrados, alcançaram grandes vôos, como a Carol, missionária em Santiago, no Chile. Dio vi benedica! Dio ti benedica Fátima!

Só ficou faltando a Talita para a foto ficar perfeita. Pena que a Liana e Bibi também não estavam. Eu tinha ido almoçar com a minha amiga e irmã do coração Soraya Borges após ter visitado tia Luana que se prepara para ir para o céu... Em ordem: Giovanna que fará vestibular para Medicina seguindo os passos da irmã mais velha, depois a mãe todas, a magérrima e atolada de trabalho Soraya, mulher de Deus, dona de si e muito especial e Rebeca, charmosa e jovenzinha, se preparando para participar de um desfile de moda. Linda! Como foi bom estar com elas, mesmo que correndo...

Desde que cheguei do Brasil não deixa de haver novidades. Meu Deus! São tantas portas a se abrir. Acho que porque percebi que alguns ciclos haviam se fechado quando estive em Fortaleza e no Rio, outras frentes se apresentam. Preciso me organizar mais. Viagens, traduções, pequenos serviços em casa, mudança de 'ministério' (é assim que se chama no jargão da Comunidade o serviço apostólico que cada pessoa tem), aula de português e de inglês...tudo isso além do hebraico suado e sofrido de ser aprendido... 'Vinde ó Deus em meu auxílio! Socorrei-me sem demora!'.
Mas o tempo é um dom de Deus a ser administrado com Sua sabedoria e paz. Esta perspectiva e revelação através da Palavra de Deus, que o Moysés sempre ensina que o tempo é criatura e que portanto está submisso a nós e não o contrário, enche a alma de liberdade. É um exercício conseguir viver assim sem ser escravo do tempo, mas colocando-o todo o tempo a serviço de Deus e das suas coisas e filhos amados. Não deixar que os papéis se invertam porque somos nós os chamados a viver a gloriosa liberdade dos filhos de Deus! É hora de descansar! Shalom! Laila Tov! (Noite Boa em hebraico!).

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Ainda Fotos

Moysés Azevedo e Elias Chacour, dois homens de diferentes gerações, histórias de vida, cultura, porém ligados pelos laços do Espírito Santo e o amor incondicional a Jesus Cristo e à Igreja Católica, que são os laços mais irredutíveis que pode existir. Fico feliz por ter captado este sorriso feliz de dois líderes, amigos de Deus e tão importantes em nossas vidas como Comunidade Shalom, missionários na Terra Santa.

Silvio, Aristóteles (Toti), Rômulo e Karlian, ordenados diáconos no dia 31 de outubro e na foto às vésperas de grande data. Ninguém segura estes quatro amigos quando se tornarem sacerdotes...bendito seja Deus pelas abundantes vocações sacerdotais que sugem dentro da Comunidade.


Outro momento precioso: Tobias, filho do Nicodemos e da Eva, conversando com Elias, que um dia também foi menino e que gosta das crianças e de um bom papo. O Tobias ficou encantado com o medalhão oriental melquita que o arcebispo usa e a amizade deles começou daí e do nome rimado que ambos têm.

Esta é a Larissa, filha do Gleidson e da Lidijane, uma bonequinha bochechuda e bem tranquila. Fofa demais!

Estes são os amigos e irmãos de Propriá, SE, onde eu fui missionária um dia, por mais de ano, nos idos de 92, quando da minha primeira experiência na Comunidade Shalom. O que é incríviel é que a oferta de vida de nós três, Marco, Tereza e Elena, e de Heveline por alguns meses, frutificou e tem se mantido no tempo, na missão que mesmo com seus desafios, mantem acesa o carisma Shalom em Sergipe. Quardo boas lembranças e daria tudo para que o Senhor me desse a graça de novamente ir à esta cidadezinha à beira do S.Francisco onde eu sofri muito mas onde também fui feliz e fiz inesquecíveis amizades. Só de pensar nas irmãs Carmelitas, meu coração balança...

No tempo da missão de Propriá a música que estava em moda dizia assim: 'Como posso colocar outras coisas no lugar do meu Senhor, me afastar do caminho que Deus traçou para mim...traz um peso em meu coração...'. Que o Senhor nos livre deste mal e nos ajude com liberdade e determinação dizer sempre sim à sua vontade, o segredo mais seguro para a felicidade.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mais Brasil - Fotos Especiais

Estas fotos foram tiradas durante o Fórum Carismático. Infelizmente, do palco e do estádio lotado com aproximadamente sete mil pessoas, eu mesma não tirei nenhuma foto porque estava trabalhando, traduzindo o tempo todo e nem pensei em fotografia... mas por trás dos bastidores e no caminho de ida e volta da Diaconina para o estádio, houve alguns momentos especiais. Foi meio difícil escolher, mas vamos a alguns deles.
Tia Nair, de 94 anos, gostou demais do arcebispo e a empatia e carinho foram recíprocos pois ele repetiu inúmeras vezes a alegria de ter conhecido e conversado com a mãe e a tia do Moysés. A tia, Albany, é esta senhora que está de pé, atrás, de braço dado com a Marilene, irmã de Comunidade e 'decoradora' oficial do ambientes Shalom...
Creio que a alegria de D.Chacour tem a ver com a cultura oriental, árabe, que valoriza sobremaneira a família, os laços de família e, seguramente tia Nair fez com que ele se lembrasse da D.Katubah, sua mãe, falecida já há muitos anos, de quem ele herdou o dom da oratória, dizem por aqui.

Parece Fanta laranja mas não é: estávamos tomando um copo de cerveja enquanto esperávamos a chegada da pizza, no domingo do Fórum, já quase 11 da noite! Depois da bênção e companhia do Moysés e do Arcebispo como não apreciar ainda mais uma 'loura estupidamente gelada' no calor de Fortaleza? Foi idéia do bispo, tomar cerveja com pizza. Ele só ficou escandalizado quando comemos pizza de chocolate de sobremesa. Nunca tinha visto isso antes na vida!
Acho que esta viagem representou para ele muitas surpresas boas a respeito da Igreja do Brasil, das liturgias primorosas e carismáticas, na justa medida, ladeadas de canções belíssimas e ungidas como são a marca da Comunidade e do Carisma Shalom, e da culinária simples mas muito variada como é a nossa, brasileira. Surpresa foi a pizza de chocolate e a água de côco. A primeira ele não arriscou provar mas da água de côco nem precisa comentar, também ela desceu redondo... e viva a força do marketing da skol!

Estamos na beira-mar em Fortaleza a caminho do estádio. O dia estava ensolarado apesar de não parecer pela lente da máquina, meio acinzentada, e o bispo se encantou com as jangadas.
Angela à esquerda e Paulinha à direita são fiéis escudeiras da Diaconia, do Moysés, mulheres de Deus, celibatárias que há anos se consagraram, que moram na mesma casa e que durante o Fórum nos acompanharam e ajudaram todo o tempo. Não posso me esquecer do George, que nos acompanhou como motorista mas não saiu nesta foto porque a estava tirando.

Este foi um dos encontros mais significativos: o arcebispo foi jantar, na noite da abertura do Fórum, na casa da família da Lorena que é responsável local da missão de Haifa e a mais antiga missionária na Terra Santa, já há nove anos na Galiléia. Estes são seus pais, D.Eliete e Sr.Gadelha, orgulhosos por conhecerem o arcebispo. Este ficou imensamente feliz por participar de um jantar em família no Brasil, mais ainda sendo a família da Lorena por quem ele tem grande carinho e merecida admiração. Foi tanto elogio pra lá e prá cá! E eu traduzindo... O jantar, fartíssimo, bem brasileiro, do jeito que a gente gosta de fazer, mais parecia self-service granfino, tinha de tudo: peixe, camarão, carne. E as sobremesas? Sem comentários... Saimos com alguns quilos de castanha de presente para a Cúria e a missão. Noite inesquecível, bendito seja Deus!

Este foi talvez um dos maiores presentes que pude proporcionar a alguém: fazer coincidir a visita do jesuíta e missionário americano, Pe.Geraldo Fineran, há quase 40 anos no Brasil, amigo dos anos vividos em Indaiatuba, interior de SP, com aquele que se tornara seu 'ídolo', Elias Chacour, após a leitura dos 3 principais livros escritos por ele: 'Blood Brothers', 'We Belong to the Land' e 'Faith Beyond Despair'. Convidei-o a participar do jantar que aconteceu em uma das casas da Comunidade de Vida em Fortaleza, chamada de Casa Mãe 2, e assim tanto ele quanto Karen que veio de companhia, puderam conversar, conhecer, fazer perguntas, pedir autógrafo e tirar muitas fotos com aquele que tinham aprendido a admirar pelos livros. Eu fiquei muito grata por poder unir diplomaticamente as duas partes e ver a todos tão felizes. Meus irmãos de Comunidade tiveram a imensa delicadeza de darem o melhor lugar, o melhor jantar, a mais carinhosa acolhida possível a eles, visitas, a mim, como irmã que mora longe, enfim, a todos. Foi mais uma noite inesquecível e o bispo, um gentleman, respondeu a todas as perguntas, deu atenção e se sentiu bem a vontade. Dá pra notar pelo sorriso largo da foto, uma das mais belas para mim dos dias em Fortaleza.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Chuva, Frio e outras surpresas

A temperatura caiu uns 15 graus desde sexta-feira. A chuva chegou pesada e forte depois de quase dois anos de estiagem e os ventos e a neblina intensa fizeram a paisagem do domingo da renovação de nossas promessas, ensolarado e quente, transformar-se em cenário úmido e gelado. Isifya trocou de cartão postal. Passamos dos últimos dias de verão diretamente para o par de botas, o cobertor, a capa de chuva e a sweter de lã, deixando meio frustrados os planos das roupas charmosas de meia estação. A internet se foi por conta dos ventos e também a possibilidade de ficar algum tempo na varanda contemplando o por do sol. Tomara que hoje volte ao normal para que eu possa continuar a contar via fotos os dias no Brasil com o bispo, os amigos e a família, no Rio e em Fortaleza.

O frio chegou forte e as chuvas cobrem toda a Galiléia para a satisfação dos que rezam pedindo chuva. Aqui não se pede chuva a S.José, ou ao Mar Yussef, acho que se pede a intercessão do Profeta Elias, Mar Elias, ele que viu a nuvenzinha se aproximando de Haifa depois de três anos de seca... está lá no livro do Reis.

Estou no trabalho onde sequei minhas meias, botas e pernas da calça jeans no aquecedor da sala. Foi divertido chegar na Cúria como 'um pinto molhado', como se diz na minha família. A criança que há em mim acha é divertido, não me irrita nem um pouco. Só temei algum cuidado com a bolsa, escondida em baixo da capa de chuva, porque estragar passaporte, o ticket do ônibus que dura toda a semana e papéis importantes é fria.

Ontem festa de todos os santos. Hoje festa de todos os santos que estão a caminho do Céu, os do Purgatório e nós a caminho ainda nesta vida, em tempo de escolhas, contando com a transbordante graça e amor de Deus que olhando para nós, tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo perdoa, tudo dá...

Qual a surpresa? É que comecei finalmente a estudar o hebraico. Uma vez por semana, por 3 horas e meia, em Nazaré. É um curso oferecido pela Prefeitura para 'pessoas religiosas' que há tempos vivem na cidade como missionários mas que falam a língua mãe, o árabe e o italiano, na grande maioria das vezes, mas que não conseguem se comunicar em hebraico. Foi divertido. Tem freirinhas e padres com mais de 70 anos! Passei a semana tentando aprender as letras e o alfabeto, reconhecendo os signos e os nomes dos benditos em todas as placas e sinais que me cercam e os números, arbah, shalosh, staim, shesh... É um exercício de ser criança e pequeno, começando algo da estaca zero, zero mesmo, pedindo a Deus para não temer o ridículo, sabendo rir dos próprios limites na aprendizagem. Vamos eu e a Socorro, Maria do Socorro. Todos a chamam de Maria. Melhor assim pois socorro é o que tenho vontade de dizer com os desafios que se apresentam a frente neste segundo tempo de missão. Só tem sentido mesmo se for por amor, amor sem limites ao Reino de Deus.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Brasil - Antes do Fórum

Pela data da foto se sabe que estávamos na quinta-feira, véspera do início do Fórum Carismático, dia reservado para o bispo conhecer parte das obras e das instalações da Comunidade onde a maioria das atividades apostólicas e de promoção humana acontecem. Estávamos na Diaconia visitando todas as Assessorias que prestam serviço e atendem - eles tentam! - à Comunidade no mundo inteiro.

A Assessoria Litúrgico-Sacramental encheu os olhos do arcebispo católico-melquita Elias Chacour que cobriu de bênçãos e elogios os artistas que o cercam na foto. Ele comentou, entusiasmado, que a qualidade e a beleza dos ícones em todas as capelas das casas da Comunidade que ele visitou era impressionante. Bendito seja Deus! Benditos artistas, nossos irmãos, que com arte e unção representam os mistérios do Senhor.
Depois de visitarmos a Diaconia, fomos para uma das primeiras casas de Promoção Humana abertas pela Comunidade que cuida dos dependentes químicos, somente homens, que se chama Volta Israel e também fica no Aquiraz. Nas fotos vemos os missionários, jovens da Comunidade de Vida, que em parceria com profissionais da área da saúde, doam a vida no convívio sadio e na evangelização pela palavra, pela vida, oração e presença com os jovens e homens que ali se internam para um tratamento de no mínimo 8 meses. Sou testemunha de que o bispo ficou tremendamente tocado e emocionado com o testemunho tanto dos missionários da Comunidade quanto pelo testemunho dos que estão em tratamento. Foi realmente uma tarde singular e cheia da presença de Deus que se manifesta nas pequenas obras de amor, nos milagres escondidos que fecundam o mundo e os corações com o Reino de Deus.

Todos juntos, todos irmãos, equipe da Comunidade de Vida e os homens em tratamente de recuperação, de descoberta da própria dignidade e da filiação divina. Uma das palavras mais belas e espontâneas de D.Chacour foi dita nesta tarde quando ele partilhou de seu sofrimento e humilhação na infância, como palestino, quando da criação do Estado de Israel, e de como Deus sempre está conosco principalmente quando sofremos. Só Ele é nossa esperança e só Ele nos ensina a viver o presente, plantando um futuro mais digno, e nos liberta dos grilhões e amarras do passado. Recebeu de presente este ícone feito pelos internos. Foi realmente muito emocionante e um privilégio tocar e ver Jesus tão concretamente na vida destas pessoas.

Ao sairmos do Volta Israel visitamos o primeiro centro de evagelização da história da Comunidade Shalom que fica em Fortaleza, na Rua Maria Tomázia, 72, também conhecido como Shalom da Paz. O nome é meio pleonástico, mas é isso mesmo, um lugar onde milhares de pessoas ao longo destes 27 anos tem encontrado a paz consigo mesmas porque conheceram e encontraram Jesus, o Senhor da Paz, o Shalom do Pai, em bom jargão shalonês.
Na foto o arcebispo visita uma das salas do prédio do Projeto Juventude para Jesus onde um grupo de oração estava para começar. Mas com tal ilustre e inesperada visita os jovens dançaram, fizeram coreografia e deixaram o coração do bispo cheio de esperança de também aqui na Terra Santa, evangelizar os jovens, levando-os a conhecer, experimentar e optar por Jesus Cristo. Vi-o sorrir livremente e falar com enorme carinho para os jovens, afirmando-lhes na caminhada e na opção feita. Foi lindo demais, singelo e... que interessante, fora da programação oficial.


Esta foto ficou fora de ordem: deveria ter vindo logo após a visita à Diaconia, antes do Volta Israel, mas não faz mal. Estamos em Pacajus, no Discipulado, onde por um ano jovens, entre moças e rapazes, fazem uma experiência comunitária intensa de convívio e de aprendizado da espiritualidade e do jeito Shalom de ser no mundo. No grupo temos os discípulos e toda a equipe de formação, responsável pela turma, que vivem aí e os acompanham dia e noite.
O bispo falou para eles sobre o dom da missionariedade, sobre o chamado de Jesus à missão. Foi uma fala cheia de sabedoria e unção que infelizmente, por conta do improviso não foi gravada. Nela D.Elias lhes falava da inculturação, de amar as pessoas e a cultura para onde se vai, para onde se é enviado como missionário cristão. Um missionário jamais é 'um especialista de Cristo' ou um 'bem-feitor' no sentido de ser aquele que leva tudo pronto e dá àqueles com quem se encontrar. O missionário é aquele que vive junto, aprende junto, se compromete, ama e sofre e não tem todas as repostas. Um voluntário é alguém que na hora da dor e do sofrimento, ou da guerra, volta para casa, o missionário cristão, por amor a Jesus, à Igreja e à Humanidade é aquele que fica porque encontrou na missão e no povo com quem vive, a sua casa e a sua família.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

No Brasil - primeiros dias

Vou tentar contar através de algumas imagens, estes dias que estive fora e que antecederam e sucederam o Fórum em Fortaleza. Para ver fotos do Fórum, se interessar a alguém, é bom entrar no site da Comunidade Shalom (www.comshalom.org ) e na área à esquerda, em baixo, na página inicial, procurar.
Esta foto acima foi tirada no dia que fui para o Brasil em missão e de férias. Era dia 5 de outubro uma segunda-feira. Quis tirá-la para mostrar em casa e no blog a placa que fica na entrada da vila onde moramos, bem próxima da Universidade de Haifa, que fica na divisa entre a cidade judia e vila drusa. Em ordem: Cristina, Yara, Paula, eu e Lorena.

Minha última foto com a Paulinha que agora está com a família no Equador e dia primeiro de novembro chega em Fortaleza, na casa do bairro de Fátima, para dar continuidade à sua experiência na Comunidade de Vida. Filha de família do Caminho (ou Neo-Catecumenato), esta jovem de 18 anos encontra sua vocação no carisma Shalom e caminha para o postulantado. Os caminhos do Espírito Santo para que a Paula chegasse a conhecer a Comunidade são tão impressionantes que edificam a fé e nos fazem ter a certeza de que Deus ainda chama, elege, escolhe alguns de maneira muito evidente e inequívoca. A Paulinha deixou saudades... nunca vi esta casa tão silenciosa... Dios santo!

Esta foto foi tirada já em Fortaleza, dia 8 de outubro, quando reunido com alguns membros do Conselho Geral da Comunidade Shalom o arcebispo Elias Chacour assistiu a uma apresentação de video e de power point sobre a história, a espiritualidade, as atividades apostólicas e de promoção humana e a expansão da Comunidade nos 27 de sua história. O bispo deu umas cochiladas por conta do cansaço, mas acho que o principal ele ouviu e assimilou. Para quem não conhece, seguem os nomes: atrás, Karlian e Gleidson e na frente Moysés, Maria Emmir, Pe.Almeida e Tereza Brito.



Foto histórica e valiosa para a nossa missão em Israel: Moysés Azevedo, Fundador e Moderador-Geral, Arcebispo Elias Chacour da Galiléia e Maria Emmir Nogueira, Co-Fundadora e Formadora Geral da Comunidade Católica Shalom. Os laços do Espírito tornaram ainda mais estreitos os laços humanos de simpatia e de amizade que muito rapidamente se fizeram entre eles. Deus tem seus tempos perfeitos... Só de pensar que em 2007 literalmente na véspera do Fórum Carismático D.Elias precisou cancelar a viagem por problemas sérios de saúde... Bendito seja Deus, pois só Ele sabe de todas as coisas. A Lorena sempre testemunha que quando ligou para o Moysés, aos prantos, falando do cancelamento, recebeu um 'banho de louvor e de ação de graças' e só ouviu da parte dele uma pacífica e jubilosa aceitação, pois verdadeiramente só Deus sabe e sempre merece o nosso louvor, a nossa berakah, principalmente em situações desconcertantes e inesperadas!


Hora do almoço na Diaconia, sede do Governo Geral da Comunidade que fica em Aquiraz, cidade vizinha à Fortaleza, onde ficamos hospedados. Era quinta-feira, ainda dia 8 e pelo sorriso satisfeito percebe-se como D.Elias ficou feliz por reencontrar a Duca (cujo nome de batismo é Heloísa), que por 7 anos viveu na Terra Santa tendo sido transferida para o Brasil em agosto de 2008. Quando cheguei em missão foi ela quem me acolheu. Bonitinho foi ouvi-la falar com ele em árabe, vencendo toda timidez...

domingo, 25 de outubro de 2009

Na'm Urid - Sim Quero

Voltei. Estou em Israel, novamente em missão depois de 20 dias de serviço e férias (férias?) no Brasil, no Fórum Carismático, revendo pessoas e lugares em Fortaleza e no Rio. Não tive condições de escrever durante este tempo por me ver como cigana, sem tenda própria, de um lado para o outro. Muitas boas emoções. Impressões e descobertas, voz de Deus. Algumas constatações também foram desafiadoras. A vida corre, as pessoas mudam, eu também. As relações se esfriam, outras se estreitam, em família, com os amigos e amigas, na Comunidade. As malas foram desfeitas, os presentes entregues e a alegria do abraço nos irmãos e nas irmãs de casa, companheiros de vocação e de oferta de vida, aconteceu, finalmente. Assim como esperei ardentemente abraçar a muitos no Brasil, fiz o mesmo no retorno. Começa um tempo novo de surpresas e descobertas menos superficiais e de compromisso mais visceral. Não é fácil. Volto com mais perguntas do que respostas, há porém uma certeza fundamental: quero continuar este caminho de escolha de Deus. Ser escolhida por Ele e escolhê-lo acima de todas as coisas. É o amor esponsal. É ele que me tornará mais humana, mais livre e capaz de amar.
Hoje, 25 de outubro, 9 anos de missão em Israel, dia que renovamos nossas promessas por um ano como Comunidade de Aliança Missionária no Carisma Shalom. A foto acima registra este momento onde Cristina e eu respondemos o nosso sim, eu quero, em árabe, na missa de 10:30 da paróquia. Foi um testemunho comunitário, para este povo irmão, de que o Brasil não somente é a terra do Carnaval e do Futebol, mas é a terra do Halleluya, a terra que envia missionários, jovens e adultos, leigos, como nos disse o Abuna Samir, o pároco. Meus cabelos novamente pintados de henna vermelha são sinal do fogo que gostaria muito de ver arder em meu coração, o fogo do amor de Deus...

Foto para a posteridade. Na frente: Yara, Cristina, Tennessee, Silvânia e Lorena. Atrás: eu, Abuna Samir e Leandro. As meninas todas de cabelos escovadíssimos e lisíssimos... estávamos lindas por fora e por dentro. Creio que em nós brilhasse o desejo de continuar fazendo a vontade de Deus, sempre dependentes da misericórdia e da graça do Senhor que nos chamou e escolheu. Que Ele nos ajude e amadureça para cumprirmos com liberdade e inteireza a Sua perfeita vontade nesta terra que é Santa, e é dele.

A Vivi(ane) vai renovar sua consagração em outro momento, na Pastoral Hebraica onde ela exerce seu ministério e onde o Senhor lhe reserva surpresas de amor, pois também ela tem sido fiel e perseverante, por isso fiz questão de tirar esta foto com ela.
Acho que estou a cara da mamãe... mas as fotos do Brasil foi postar a seguir, nos próximos dias, não falta material, e aí as semelhanças e mais partilhas se farão ver.

O velho e conhecido almoço na varanda de casa - só dessa maneira saimos para almoçar fora - quando nos reunimos com os irmãos da missão de Nazaré. Eles sempre nos trazem muita alegria e a falação fica quase impossível de ser contida nas refeições, quando se reúnem os 14 missionários!

Ao fundo de pé à esquerda temos a Bruna, de Vigário Geral da missão do Rio de Janeiro que chegou há três semanas como Aliança Missionária, também ela ofertando a sua vida para o Reino de Deus.

O cardápio constava fundamentalmente de frango, salada, arroz, farofa e umas batatas assadas muito gostosas. A festa porém, ficou por conta das sobremesas mais que variadas, brasileiríssimas: doce de leite, queijadinha, doce de banana e brigadeiro feito com leite condensado de verdade. Bendita mamãe, bendita Emmir que não se pouparam em esforços para nos mandar estas guloseimas (sem contar o guaraná, o flocão para fazer cuscuz e a farinha verdadeira para a farofa), que fizeram da minha mala de presentes um verdadeiro 'armazém da esquina', que não foi sequer mexido pelos agentes de segurança da empresa aérea israelense El Al, que jamais poderiam desconfiar do supermercado que eu trazia. Mas esta proteção fica por conta do meu anjo da guarda que é bem humorado e um grande e fiel amigo.

Sim Quero! Na'm Urid! Não é fácil mas eu vou!

E quem disse que eu quero as coisas fáceis? Não quero nem as fáceis nem as difíceis, quero o que Deus quer, e aí se encontra a minha vida.