quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Uma História de Amor, Um Presente

Este é o padre polonês, Romuald Weksler, ou o judeu polonês, padre Romuald Jakub Weksler-Waszkinel sobrevivente do holocausto. Seus pais e irmão mais velho Samuel morreram em Sobibor e ele foi salvo porque sua mãe, que engravidou e o teve em plena guerra, em 1943, suplicou que um casal polonês, infértil, católicos salvassem o pequeno Jakub, em nome do amor que eles tinham a Jesus Cristo que um dia também fora Menino e criança. Depois de tão irrefutável argumento o casal Pietor e Emilia aceitou, mesmo com muito temor, tendo que fugir e mudar-se imediatamente porque não poderiam aparecer na cidade com um bebezinho, de uma hora para outra. E assim salvaram o pequeno que foi batizado e criado como cristão a vida inteira, sempre porém, com uma inquietação profunda por não parecer com os pais ou com nenhum parente que depois da guerra veio a conhecer.
A história é de roteiro de filme do Spilberg e ouvi-a ao vivo com muita emoção na semana que antecedeu o Natal, na Pastoral Hebraica. O Pe.David Neuhaus, jesuíta, também ele judeu de raça e cultura, convertido ao catolicismo na juventude, em Jerusalém, e responsável no Patriarcado Latino pelos judeus católicos da Terra Santa, levou o Pe.Jakub para conhecer outros judeus convertidos da região de Haifa, e dar seu testemunho. Foi extramamente comovente, belíssimo, num misto de dor e amor que toca o mistério de Deus. Não houve quem não chorasse porque não era ficção, era uma vida, uma história de eleição e de sofrimento tão agudos que as palavras ficam suspensas e descem as lágrimas. Impressionou-me a gratidão e a emoção ainda viva e forte do próprio Pe.Jakov que falou em francês perfeito e foi traduzido pelo Pe.David para o hebraico, quando falou de seus pais de criação e de seus pais biológicos. Depois de uma verdadeira saga entrecortada de muitos sinais e tantas desconfianças, já sacerdote diocesano há 12 anos, aos 35 anos de idade, Romuald consegue a confissão inteira de toda a verdade dos lábios de Emilia, sua mãe. Ele era judeu, sobrevivente, e fora sua mãe judia que ao entrega-lo em seus braços profetizara: ele um dia será sacerdote...

Esta foto na hora da consagração é forte porque é um sacerdote que participa do sacerdócio de Jesus em seu ministério sacramental sendo ele mesmo também judeu... só no cálice do Senhor se esconde o mistério de todas as realidades humanas assumidas por Jesus. Agora com 65 anos e aposentado o Pe. Jakub recebeu uma concessão especial de Israel, que não o considera judeu por ele ser convertido e cristão, de passar legalmente dois anos no país em contato com os seus familiares sobreviventes à II Grande Guerra e cidadãos israelenses. Está aqui para aprender o hebraico e resgatar suas origens e cultura, já que seus pais poloneses já morreram.

Quando perguntado se ele afinal era judeu ou era cristão, Pe.Jakub respondeu: Jesus era judeu ou era cristão? Eu procuro estar cada vez mais unido a Ele. Quem pensar em resposta melhor que essa que se apresente. Estamos programando visita-lo no kibbutz onde ele mora mais um menos perto de Haifa, em fevereiro, mesmo não podendo participar com ele da Eucaristia que é celebrada discretamente em seu quarto... Foi um presente para mim, de Natal, ouvir tal história e conhecer este sacerdote, amigo pessoal do Papa João Paulo II, agora venerável, e testemunha viva do que o amor das mães pode fazer. Resolvi por isso, abrir o presente e mostra-lo no blog a mais pessoas.

Os três sacerdotes paramentados para começar a celebração da Eucaristia no dia 19 de dezembro. Em ordem: Pe.Romuald Jakub, judeu-polonês, Pe.David, judeu cidadão israelense, nascido na África do Sul e Pe.Roman, polonês, missionário entre os judeus católicos na Terra Santa.



Não resisti e tirei esta foto com o Padre e a Viviane. Não sei onde a Cristina estava na hora da foto... Nós três temos como ministério na Obra, na Comunidade, a Pastoral Hebraica. Eu sou a mais nova nesta missão, que muito me alegra mas que me é ainda nebulosa. Mas enquanto a gente tateia e vislumbra a vontade de Deus que se revela aos poucos, me alegro, tiro fotos e partilho com quem posso as riquezas humanas que vou experimentando e vendo. Bem que o papai me disse uma vez que eu deveria ser jornalista... Só sei que do jeito que deu nós conversamos com o Pe.Jabuk depois da missa e ele foi mais um que ficou intrigado e satisfeito por conhecer uma Comunidade que se chama SHALOM!


Dia de Natal, vista da Galiléia, dia azul de inverno. Foto tirada da janela do asilo que fica num dos pontos mais altos de Isifya, na encosta de uma das belas montanhas que forma o Monte Carmelo.

PS - Se alguém pegar o nome inteiro do Pe.Jakub e entrar no Google achará vários relatos em detalhe de sua história única. Basta ter curiosidade e ler bem o inglês ou o polonês, é só escolher.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

A Beatice e o Natal

Hoje fui chamada indiretamente de beata! E o que antes me deixaria arrasada, me causou um contentamento interior meio surpreendente e uma vontade enorme de rir. Sou mesmo, beatíssima! Gosto de Deus, das coisas de Deus e da Igreja. Gosto do sagrado e sei que é ele que me faz mais humana, das entranhas para fora. É na experiência do sagrado que encontro o meu verdadeiro rosto humano e venço - tento vencer - os estereótipos de toda ordem, inclusive o de carola. Não há mais divisão, não há mais separação entre estas duas verdades, o humano e o sagrado, tornadas evidentes do corpinho de Jesus, o Filho de Deus. Ele se fez Filho do Homem para que todos se tornassem filhos de Deus! Sou beatíssima, feliz, feliz, porque isso é Natal!
É que meus colegas do tempo de faculade de História, que comigo passaram no vestibular há exatamente 30 anos, conseguiram se reunir em maio de 2009, fora eu e outros poucos que por razões de força maior não puderam comparecer e, desde então, com a lista de endereços atualizadas e as lembranças e amizades resgatadas, passaram a se corresponder via internet. De vez em quando, uma ou outra mensagem me chega como cópia. Recebi uma hoje de uma colega que depois da faculdade voltou à fé atrávés do Opus Dei, que perguntava a um outro colega, se no reencontro que vai haver nos primeiros dias de janeiro só podem comparecer aqueles que ainda acreditam no comunismo já que ela, convertida, era tão ou quase mais beata do que eu, e desacreditava totalmente da ideologia comunista. Se era mesmo para ir de vermelho ou era só brincadeira. A resposta bem humorada do Camarada Sherlovisky arrefecia os temores da Flor, ela se chama Flor, que coisa mais poética, e dizia que o nome dele assinado à la Rússia estava mais para nome de vodka que de qualquer outra coisa e que ela relaxasse. E eu completaria, vermelho só ser for para lembrar do Papai Noel.
Enfim, Feliz Natal! Ele está no meio de nós! E somente o Senhor pode nos conceder pessoalmente e à terra que vivemos, começando pela Terra Santa, o dom da sua Paz. Ah como sou beata por crer e esperar pela paz, sabendo que ela é possível porque é milagre de Deus, dom de seu coração, partilhado por mãos e corações humanos...
Shalom!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Em Belo Horizonte

Estas semanas de Advento preparando o Natal me trouxeram à memória várias fortes lembranças que me encheram o coração de muita felicidade e uma certa nostalgia da infância passada com a família da mamãe, em Belo Horizonte.
Nós éramos os primos que moravam no Rio de Janeiro e nossas férias de julho e de fim de ano, indefectivelmente, eram passadas na casa da vovó Glorinha nas Minas Gerais. Lá encontrávamos os nossos ídolos, os primos mais velhos, a grande família, todas as tias e tios, e como a família é numerosa qualquer reunião parecia festa, ou 'esticada' no jargão familiar. E haja cuzcuz e garrafas e mais garrafas de café, já doce e bem fraquinho... A gente entrava na sala e tomava a bênção de cada um e beijava a mão, já pensou? Coisa mais linda!
Lembro-me de como o amor e amizade que o vovô e a vovó tinham entre si me marcou a percepção do que era um casamento sólido. Sólido, não rígido. Eu sempre tive a impressão de que eles eram amigos e nos meus anos de busca do meu estado de vida e nos relacionamentos afetivos que tive, sempre quis de alguma maneira ser primeiramente amiga antes de vir a ser amante, como eles. Vovô João e vovó Glorinha, mesmo de tão longe e sem convivência, me fizeram crer que um casal pode se amar até o fim tendo como base a amizade, sobre a qual construiram o amor e a cumplicidade mútua passando por todas as dores e revezes de amar junto, viver junto, dormir e acordar junto, ser santo junto. Jamais me esquecerei da imagem do vovô e da vovó rezando o terço juntos, intercedendo por todos, ou dele recitando ou narrando a novela para ela que, enxergando muito mal, não conseguia reconhecer os personagens na tv preto e branca, que ficava na sala.
Quando o vovô morreu eu ainda era menina e me lembro dele com respeito e cerimônia, mas nada negativo, acho que não poderia ser de outro jeito. Que papo ele poderia ter com uma neta carioca, menina de tudo? Acho que jamais conversei com ele, mas na tentativa de um contato, algumas vezes tive a honra de comprar seu cigarro Mistura Fina no bar da esquina e ganhar uma moedinha de troco. A primeira vez que botei um cigarro na boca, foi uma guimba de Mistura Fina... pense numa coisa ruim... Mas minha gratidão especial estes dias de Advento pela vida do vovô João, foi pela herança espiritual de homem de Deus que ele deixou para a família, mesmo com todas as suas limitações humanas e seu temperamento tímido. Penso que a mamãe, dos filhos e filhas a mais parecida com o vovô, herdou dele a piedade. Herdou de ambos, pois a vovó também amava a Deus para além, muito além do rito, da forma e da fôrma, mesmo sem prescindir deles.
Com a vovó era o contrário, a gente conversava e lia para ela. A gente aprendia com ela. Vovó Glorinha era lindinha e eu tinha um enorme carinho e respeito por ela. Nós que éramos visita e de fora, a tratávamos com mais cerimônia e uma certa veneração que minhas primas e primos não tinham porque a viam semanalmente e sempre, pois moravam na esquina. Isso é tão interessante e quase um mistério pois nós que estávamos longe, os Sala e os Pimentéis, nos deixamos tocar tremendamente pela herança espiritual recebida de nossos avós maternos, grande tesouro escondido, enquanto houve aqueles, entre nós, que se enrigesseram de tal forma que fizeram questão de perder a herança, com vergonha até.
Lembrei-me esta semana da honra que foi para mim conseguir chegar a tempo de ser incluída no teatro de Natal, não sei bem em que ano, que aconteceria na casa da vovó e do vovô e que eu e a Adriana, minha irmã, nunca podíamos participar porque não dava tempo de ensaiar. Chegávamos sempre na véspera do Natal por causa do trabalho da mamãe. A gente sempre era público. Marco e Bill nem existiam ainda ou se existiam eram bem pequenos e não faziam parte do meu universo de recordação. Mas naquele ano eu cheguei a tempo de poder ser a estrela do presépio. Entraria em cena e ficaria de pé, atrás, iluminando o Menino Jesus, o caminho dos Pastores, atraindo os Reis Magos... Lembro-me das instruções da tia Mana ou tia Nini, não sei bem de qual das duas, mas ambas tinham este dom de lidar com os meninos. E me lembrei da cena, eu de pé, bem concentrada, segurando uma estrela e sendo a estrela.
Na gratidão dessa semana chorei de pura alegria porque entendi que esta herança recebida da família foi um grande dom guardado em mim, que um dia o Espírito Santo acordou e tornou próprio, tornou meu, amadureceu, tem amadurecido e tem feito vivo em mim e para mim. O Natal é história mas o nascimento de Jesus é vida na minha vida e aquela menina feliz que um dia fez o papel de estrela, hoje se debruça e adora o Seu Senhor e chora. Chora de pura gratidão pelo tanto que tem recebido e percebe que a luz da estrela, a luz do Espírito, continua brilhando no meio da noite para quem quer encontrar o caminho até o Menino. Basta erguer os olhos, ela está lá.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Lembranças

'Santa Luzia passou por aqui com seu cavalinho comendo capim'... era assim que a mamãe acarinhava e massageva qualquer joelho ralado ou pancada que a gente desse quando era criança, repetindo este versinho, meio cantarolado. Santa Luzia que protege os olhos, lá em casa protegia e curava todo tipo de dor. Hoje é dia dela, 13 de dezembro, também aniversário da Laura Beatriz, do Pe.Elia e da Daisy, a Daisy Lúcia da Silva Monteiro. Memória antiga é incrível, não falha, em compensação a atual anda precisando de vários estímulos para funcionar em potência maior. A Daisy na glória de Deus já viu Santa Luzia face a face e sabe como ela é...
Se fosse o papai a nos consolar, o refrão e a melodia eram outras, em dialeto milanês: 'guarin guará, siguiris minguinqui guarirá dumã', que traduzindo significa mais ou menos isso: 'vai curar, vai curar, se não curar hoje, curará amanhã'. Acho que é a primeira vez na vida que eu tento escrever esta frase de tradição oral em minha família. Que sensação interessante de resgate de traços absolutamente singulares do meu núcleo familiar: duas línguas, o português e o italiano, a música e a presença religiosa. Grandes dons de Deus, do nosso Bom Deus que permanecem presentes na geração que segue à minha, nos sobrinhos e netos.
Acho que a nostalgia de hoje se dá pela proximidade do Natal, mas não me sinto triste, de verdade. Me sinto distante e com um certo pesar de não poder participar na casa da mamãe, com todos, das festas de fim de ano, principalmente do Natal, mas sinto-me interiormente muitíssimo mais ligada a eles e a todos do que em anos interiores.
Os verdadeiros espaços e presenças são os interiores, tenho aprendido. Do lado de fora tentamos às vezes sem muito sucesso, traduzir ou disfarçar o que trazemos por dentro. É Natal. É a festa da presença de Deus manifestada em Jesus, de carne, osso, coração, alma de Deus e de Homem, no meio de nós. Como me sentir distante se a maior de todas as distâncias que era o abismo que o Homem criou para si mesmo foi coberto pelo Amor?
Santa Luzia, depois do seu cavalinho ter comido capim, reza por nós para que nosso coração de pedra amoleça e possamos entender e viver um pouco sincera e internamente o dom do Natal. Mas isso não é pra qualquer um, é só para quem tem ouvidos e coração de pastorzinho...

domingo, 6 de dezembro de 2009

No Monte Carmelo

As fotos ficaram lindinhas e foram tiradas no domingo passado por volta do meio dia quando fomos, Yara e eu, levar a Bruna, para conhecer o alto do monte Carmelo, o Muhrakah. A Bruna é a morena de trás, carioca de Vigário Geral que chegou há dois meses como missionária da Aliança em Israel. Está passando um tempo conosco em Isifya neste tempo inicial de adaptação que é muito desafiador. O dia estava muito frio e muito azul, daí as fotos terem esse colorido tão especial...e de pensar que no Brasil o calor está castigando, soube que no Rio já fez 40...
Dá pra notar o vento, não? E o charme das três brasileiras? Para mim este breve passeio foi uma distração na hora certa pois eu estava com a cabeça e as costas cansadas de tanto ficar na frente do computador por conta de uma longa tradução. Elas me fizeram foi um grande favor ao pedir que as levasse a este ponto turístico, já que no momento sou a única motorista com carteira válida, pois a Lorena está fora.

Essa foto de pose é pra mandar para a mãe...kkk...e
para quem quiser matar a saudade.
Não é que ficou boa? Comentários na caixinha abaixo.
Feliz Advento! Não percamos a esperança, ao contrário, a alimentemos pois o Senhor vem e Ele nos ama e nada pode fazer este amor diminuir!

Encontro inesperado - Rabino Chefe de Israel e Shalom

Esta pequena matéria foi postada no site da Pastoral Hebraica e relata o encontro que a Comunidade Shalom teve na Cúria da Igreja Católica Melquita em Haifa, com o Rabino Chefe do Estado de Israel Yonah Metzger que pela primeira vez vinha prestar uma visita de cortesia ao Arcebispo Elias Chacour. Entre trocas de boas vindas e palavras recíprocas de apoio e boa vontade tendo em vista o diálogo para além da mera tolerância, o Rabi recebeu o livro Blood Brothers de presente das mãos de D. Elias Chacour e foi apresentado à Comunidade.
Ficou intrigadíssimo com aquela turma relativamente jovem de missionários brasileiros, todos cristãos sem antepassados judeus, pertencentes a uma comunidade de nome Shalom! Que coisa estranha! Apesar de não apertar nossa mão, especialmente das mulheres para não se 'contaminar', no final do encontro aproximou-se de nós e nos disse que estivera no Brasil mês passado, que achara Brasília interessantíssima e que falara no Congresso Nacional. Mas mais interessante foi poder dizer a ele que não tínhamos data marcada de voltar para casa, que essa resposta só Deus sabia... Seja lá o que for que Deus queira de nós, Ele sabe que apesar de sermos vasos de argila, Ele conta conosco para o que der e vier. Nós o amamos e só queremos fazer o que puder levar mais pessoas a conhecer o Seu amor sem fim. Shalom! Para quem sabe inglês, leia mais informações no texto abaixo. Ah! Este encontro, 'coincidentemente' se deu na semana que toda a Igreja reza Marana thá! Vem Senhor Jesus! e em especial se intercede pela 'iluminação dos Judeus ou de Israel' que é outro tema bastante polêmico, mas falo sobre isso em outra ocasião.

Saturday, 05 December 2009

Elena, member of the Shalom Community from Brazil, an assistant to Greek Catholic Archbishop Elias Chacour and a friend of the Haifa kehilla, has sent us a report of the meeting between the Archbishop and Chief Rabbi Yona Metzger.
On December 1, 2009, Chief Rabbi Yona Metzger, accompanied by Rabbi Shear Yashuv Cohen, Chief Rabbi of Haifa, paid a visit to Greek Catholic Archbishop Elias Chacour in Haifa. This was a courtesy visit and a sign of friendship upon which dialogue must be based. Archbishop Elias Chacour, who speaks fluent Hebrew and was praised for it at the end of the meeting, welcomed Rabbi Metzger very warmly. In his words, he played on the letters of the word law (Torah) in Hebrew, stressing that there is no possibility of Law if the three main religions who live and love God in Israel, do not make every effort to respect one other and pursue peace. As a gift to the Rabbi, he presented the best-seller 'Blood Blothers', which is the life testimony of a Christian-Arab family, the bishop's own story, when the State of Israel was created.Rabbi Yonah Metzger also spoke with great warmth in his speech and was open to reply to questions from the very selected audience. The Archbishop insisted that this personal meeting was a visit to the Church of Galilee but he had desired to preserve a fraternal atmosphere by inviting only a few people. There were present some priests, members of the Educational Committee, which supports the Archbishop in his task of directing the schools of the diocese, especially the Mar Elias Educational Institution in Ibillin, some employees of the Archbishopric and members of the Shalom Community.When the members of the Shalom Community were introduced to the Chief Rabbi by the Archbishop, he seemed very intrigued that a group of Brazilians, all Christians with no Jewish background, living as consecrated people in the Holy Land, belonged to a new community with the name "Shalom". How did this come about!? He also asked, how long we intended to stay. With the help of Viviane, from our community and a member of the Haifa kehilla, we honestly and humbly replied: "Only God knows we have no plans!" He was intrigued a second time.At the end of the meeting, the Chief Rabbi told an interesting story. He said that once Hillel, the great teacher, was asked to briefly summarize the Law while the person who was asking the question stood on one foot. He said that the Law is this: do not do to others what you do not want to be done to you. He then added that he knew that for Christians the Law is more demanding as we are asked to love even our enemies...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

AIDS, Flamengo e Advento

Quando tenho tempo procuro ler na íntegra as notícias e mensagens que diariamente recebo sobre a Igreja no site do Zenit, www.zenit.org e, nos últimos tempos, tenho aprendido demais com as homilias que o Papa Bento XVI dirige ao povo reunido na Praça de S.Pedro, às quartas-feiras. Ele tem apresentado aos católicos e a quem quiser ouvir, as riquezas dos monges da Idade Média, Hugo e Ricardo, S.Vitor, que tanto ensinaram sobre a vivência do Evangelho e a vida de oração, mas que sempre foram grandes desconhecidos.
Mesmo o mundo de hoje sendo outro, o mundo é igual, pois as necessidades mais profundas das pessoas continuam as mesmas. Me impressiona sempre mais a riqueza da Igreja Católica e a herança dos santos que recebemos. Me inquieta sempre por outro lado a indiferença religiosa que assola um grande número de pessoas que simplesmente vivem sem comunhão com o Senhor, como se a própria vida não lhes tivesse sido dada e fosse sustentada dia a dia por Ele.
Incansavelmente o Papa apresenta Jesus Cristo, como a fonte de esperança para o homem e todas as realidades humanas, e o faz para os cristãos e não cristãos, pois assim o é. Jesus Cristo não é uma questão de religião, Ele é a revelação que Deus fez de si mesmo! Só Ele é capaz de responder aos anseios de felicidade e de paz profunda que há na alma imortal de cada um.
E a mim e a todos que já conhecemos Jesus Cristo, sua presença, amor , palavra, e ação do seu Espírito, vale a pena perguntar: onde eu estaria se eu não tivesse sido evangelizado, convidado para aquele retiro, missa, festival, encontro, aula, leitura? onde eu estaria se na minha juventude não tivesse tido a oportunidade de fazer uma experiência de amor e entrega da minha vida a Jesus, dando sentido pessoal e concreto à herança da fé recebida, mas que sem esse passo não passaria de tradição e rito? Onde você estaria se não tivesse ouvido aquele testemunho, aceito participar daquela adoração, confissão, se o sofrimento tivesse batido à sua porta? Para onde nossa vida teria seguido se Deus mesmo não tivesse nos atingido com a sua intervenção salvadora?
E ao responder sou levada à gratidão e necessariamente à evangelização, à estar atenta à necessidade de Jesus Cristo que as pessoas ao redor têm e que só lhes será apresentado se eu abrir a minha boca, gastar o meu tempo, amar em palavras, e em atos como alguém fez comigo, um dia! Deus pode se manifestar diretamente a alguém sem a intermediação de pessoas mas haverá um momento, ou vários momentos no decorrer da vida, que somos nós instrumentos recíprocos do amor de Deus encarnado e vivo! Tanto é que no Advento contemplamos novamente o mistério do amor do Pai que se deu concreta e palpavelmente à Humanidade pelo Sim de Seu Filho, no Sim de Nossa Senhora.
E este sim, não foi estático, somente em Nazaré, uma única vez, mas uma sucessão de sins na fé, manifestados e vividos em seu corpo, na razão, nos afetos, nas emoções, na inteligência, nos passos, mãos, palavras, sorrisos, na sua feminilidade, nas comidinhas preparadas, nos sofrimentos inerentes ao fato der ser humana, nos recursos financeiros e humanos, culturais, religiosos e espirituais de toda ordem... sempre em função de fazer eco e dar consistência ao sim irrestrito à Palavra do Arcanjo Gabriel. Fala sério: Deus é ou não é apaixonante?
Algumas notícias:
O São Paulo tem tudo para perder do Flamengo no final do Campeonato Brasileiro no próximo domingo e eu só queria ter uma camisa do Mengão comigo para provocar o Leandro, meu irmão de comunidade, sãopaulino doente, no domingo que vem. Até o jogo conseguimos assistir no domingo passado pela televisão...valeu demais porque o Corínthias perdeu de 2 a zero para o Flamengo! ´
Hoje é dia mundial de luta contra a AIDS e para quem conhece alguém que luta para sobreviver com esta doença ou já perdeu pessoas amadas para ela, como é o meu caso, este é um dia importante. Que Deus ilumine os cientistas, as indústrias farmacêuticas, os governantes a tratarem com dignidade os doentes, apoiando as ações de prevenção e educação, principalmente aquelas promovidas pela Igreja que tanto fruto tem dado especialmente na África. Este continente tem sido dizimado pela AIDS e pelas consequências dela, com uma população enorme de órfãos, e são os cristãos, missionários ou não, os católicos especialmente, que têm feito um grande trabalho de base, de educação, de mudança de costumes, de evangelização e de socorro às vítimas, aos pobres e as crianças, mesmo que a imprensa diga o contrário e a mentalidade hedonista insista em dizer que a camisinha é a solução de tudo.