quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Rogai por nós, Santa Mãe de Deus!

Praça de S.Pedro, duas semanas atrás, terço ao vivo televisionado pela Tele Pace, rezado em latim e inglês, italiano, português e francês (metade, metade), dessa vez sob a responsabilidade da Comunidade Shalom, missão Roma. Acho que comentei a respeito rapidamente, só no Facebook e por isso escrevo agora para os fiéis leitores do blog que acompanham minha vida missionária

Éramos estes os presentes, sem contar o Pe.João Wilkes que saiu às pressas para o interior da basílica para se confessar e depois celebrar à missa das 17h com outros sacerdotes peregrinos, no altar do Espírito Santo. Nomes? Elena, Elaine, Ana Lúcia (segurando o ícone) e Tatiane, atrás: Cristiano, Edie e Mila e na frente, Maria, sempre ela, em destaque na frente, a missionária mais antiga da missão de Roma, 12 anos em terras italianas...merece, o destaque. Até a Jornada Mundial da Juventude em julho de 2013 no Rio, diariamente, está sendo rezado um terço ao vivo sob a liderança de alguma congregação, movimento, comunidade nova, etc. Por isso a presença de uma cópia da cruz peregrina da Jornada que fica guardada no Centro S.Lourenzo, que é o centro da Juventude do mundo todo no coração de Roma, bem do lado do Vaticano.

Como estamos no fim do ano, última semana do tempo litúrgico, e Jesus nos apresenta textos fortes do apocalipse e do evangelho de S.Lucas, parece que tudo me leva a fazer um balanço da vida e nos indica a uma única palavra: perseverar. Perseverar com coragem porque a Palavra do Senhor é fiel e eterna e Ele está no meio de nós até o fim.

Sem parecer um papagaio que repete pra fazer bonito, sinto sinceramente que devo dizer como S.Francisco: 'até agora pouco ou nada fiz...'. É claro que fiz, porque se não o que eu estaria fazendo era simplesmente enterrar tudo o que Deus me deu e me acomodar, mas pouco fiz porque o parâmetro do amor de Deus é tão largo, misericordioso, atraente, bom, abundante que vendo o Reino de Deus que já está dentro de mim, e também o que está fora de mim, reconheço quantas terras ainda precisam ser desbravadas, purificadas, remidas e iluminadas, conquistadas pelo Amor... Como o Reino de Deus precisa ainda ser vivido e conhecido e apresentado.  

É o infinito dentro do finito, como pode? Como se fará isso? Para Deus tudo é possível e nessa hora a gente aprende com Nossa Senhora. Aprende a força e a importância do faça-se, do quero, do pode, Senhor, do insisto em deixar-me amar por ti. 'Conquista minhas muralhas, ultrapassa os limites dos discursos, chama-me à vida e a ser verdadeiramente humana'. Enfim, o balanço é sempre de esperança mesmo quando se descobre que os ídolos e os medos não se deixam vencer tão rapidamente como se pensava.

O Moysés, santo irmão, fundador da comunidade, tem nos falado repetidamente sobre a santidade vivida comunitariamente, como corpo de irmãos, unidos, como sendo este um grande pedido e dom de Deus. (Deus nunca nos pede uma coisa que já antes não nos tenha dado a graça e as condições de fazer, mudar, viver, Ele não pode fazer no meu, no nosso lugar). E ele, Moysés, acrescenta, só cresceremos em santidade se aumentarmos nossa experiência de misericórdia, se nos deixarmos constranger e humilhar pela misericórdia de Deus Pai, assim como aconteceu com o filho do evangelho. 

E ao ouvir essa fraterna exortação de palavras fortes, 'ser humilhado pela misericórdia de Deus' fica evidente que este é caminho dado pelo Senhor a ser percorrido por mim - e para quem quiser e tiver ouvidos para ouvir - no ano novo que começa no advento, semana que vem. É a via da misericórdia novamente vivida no coração, encarnada na vida como uma necessidade concreta, para além do belo discurso que leva às lágrimas mas pode não mudar as atitudes e pensamentos... É a via da misericórdia a via do ano novo que Deus quer me dar, mas sem oração, sem silêncio, sem o espelho da lectio divina, sem a amizade que se estreita na eucaristia diária, sem o esforço e o desejo de fazer morrer a própria natureza egocêntrica, treinada em se justificar e ser vítima, é bem difícil entrar nessa dinâmica feliz da misericórdia. 

Mas a gente sabe que o que vem primeiro, o que acompanha o processo e o faz chegar ao fim é sempre a graça de Deus, seu Espírito, princípio de todas as coisas e consumador de todo Bem, Senhor da vida... 'Ai meu Deus, quanto falta!', penso, 'Ai meu Deus, quanto tu queres me dar e me fazer entender que é possível  viver sem pecado, e sem pecado tudo pode mudar até a economia :-), que para mim é o reduto humano mais desafiador que existe...'.

Enfim, volto para o tema e a pessoa por onde comecei este texto: para Nossa Senhora. Por que não rezar mais e mais vezes o que Ela nos ensinou a rezar em Paris? 'Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós'. Aproveitei a festa do dia 27 de novembro e novamente pendurei no nó do cordão que prende o tau da minha consagração uma medalha de Nossa Senhora das Graças para me lembrar dessa oração e de reza-la por mim e por tantos pessoas que o Senhor me confiou. Também é a Ela que confio a missão que vivi em Israel e que tanto me faz falta, a família amada e os amigos deixados no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, esse tempo de missão em Roma, tempo de transição e muito aprendizado, e o que virá.     

Para todos: uma feliz última semana do tempo comum e...perseveremos juntos!

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi Elena!!Sempre gosto de ler as suas partilhas no blog. Deus abençoe vc neste novo tempo ai em Roma e não esquece de rezar por mim. bj
Shalom!!

Raiane
Petrolina-PE

Sheila Moura disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sheila Moura disse...

Elena querida sempre venho ao seu Blog quando quero encontrar um pouco de Paz. Lembro da gente na escola e minha admiração por voce continua aquela de observar essa sua cabeça que é um mundo e que me fez abrir os olhos para tudo, tenho um pouco de vc perto de mim minha Camila é seu estilo... kkkk Adoro !
bjs e sempre com vc no meu coração.