quarta-feira, 1 de abril de 2009

Esclarecendo um pleonasmo

Minha querida sobrinha Bruna, ao me agradecer o envio e o esclarecimento que lhe causou a carta escrita para o Presidente Lula, me perguntou se a expressão pessoa humana não seria um pleonasmo. Eu disse que não, que pela força do uso estava correto. No entanto, ao comentar a respeito, nem sei porque, com o João Etienne, meu querido primo-como-um-irmão, que é filósofo e muito preparado, não só inteligente mas também culto, recebi esta explicação didática e clara que ilumina a inteligência.
Publico-a aqui porque acredito que precisamos dar raizes consistentes às nossas convicções religiosas-espirituais. Também porque ao esclarecer o conceito filosófico e ilustrando o sofisma e a manipulação diabólica que a massa de 'abortistas' faz nos EUA, entendemos o quão fundamental é apoiarmos, cultivarmos e defendermos a cultura da vida.

"Quanto à observação da Bruna, de que "pessoa humana" é um pleonasmo, acredito que e vital que usemos "pessoa humana" sempre que se discuta a santidade da vida humana e a dignidade intrínseca de todo e qualquer ser humano. Enfática que seja a expressão em seu uso corriqueiro. Por dois motivos.
Tecnicamente falando, a extensão do conceito "pessoa" se aplica a um conjunto de indivíduos maior do que o conjunto dos seres humanos: Deus e os anjos são também pessoas. (A definição clássica de Boecio de pessoa é: substância individual de natureza racional).
O motivo maior, porém, é que a separação entre os conceitos "pessoa" e "ser humano" é fundamental em todos os esforços de aviltamento da pessoa humana. O aborto é legal nos Estados Unidos, por exemplo, porque Roe vs. Wade nega que a criança in utero seja uma pessoa... Tal distinção é feita aberta e propositadamente naquele caso, porque, segundo um dos juizes da Suprema Corte, se o conceito legal de pessoa fosse estendido às crianças in utero, a emenda XIV da Constituição Americana proibiria o aborto, dado que ela garante que não se pode tirar a vida de nenhum indivíduo sem processo legal justo.
Enfim, não somente está correto usarmos a expressão pessoa humana mas é necessário que o façamos para não cairmos na barbaridade de achar que seres humanos em qualquer fase da vida não sejam pessoas.
Agora dureza mesmo é continuar respeitando, amando, convivendo, rezando pelos seres humanos que não se comportam como pessoas... aí, só mesmo a Pessoa de Jesus para nos ensinar o que fazer e nos dar um coração de carne, misericordioso que una-se ao dele e também reze, intercedendo: 'Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem!'

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