quinta-feira, 2 de junho de 2011

A festa de domingo que é hoje

A festa da Ascensão do Senhor é hoje: 40 dias depois da Páscoa ele reune os apóstolos na Galiléia, lhes dá as últimas recomendações e sobe aos céus entre as nuvens em corpo glorioso. O evangelho do ano A que vivemos é o de Mateus que em poucos versículos diz muito. 

Me chama atenção o evangelista contar que os presentes ao verem Jesus o adoram. Já não há mais dúvida: Ele é Deus, é o Messias, o prometido do Pai e da Torah. Este é meu chamado diante de Jesus, adora-lo como Deus, como Senhor, Ele que é a origem de mim, de onde vim e para onde voltarei um dia. 

Também Ele é aquele que tem autoridade sobre todas as coisas. Como é preciso crescer na fé destas palavras proferidas pelo próprio Senhor. Mas crescer não por voluntarismo, fazendo força mental, mas por desejo, por abertura ao Espírito Santo, o único que pode imprimir em nós, como fogo e amor e não em letra morta, as verdades eternas. 

E Jesus envia os apóstolos à missão, ao testemunho, à ação. Enviou e continua enviando hoje. Eu sou enviada e chamada ao testemunho e à evangelização. Eu sou convidada a me abrir novamente, livremente, ao Espírito Santo para que o Reino de Deus se faça em mim e através de mim. Eu sou chamada a amar a Deus sobre todas as coisas, pessoas e a mim mesma para ser transfigurada pela Verdade e pelo Amor.

Tenho pensado muito nisso e rezado sobre isso: que o Senhor me de a justa medida e olhar sobre mim mesma, aquela que Ele tem. Mais ou menos como rezava S.Francisco: Senhor, mostra-me quem Tu és e quem eu sou. Sinto e percebo que quanto mais justa medida de auto-estima eu tiver segundo os critérios de Jesus, menos amor-próprio eu terei. Eles são a antítese um do outro. Quanto mais amor e valor de mim mesma colhidos do coração do Senhor, de Sua Palavra, na oração, na vida de amor e de serviço, no convívio da vida fraterna como Igreja, menos amor-próprio. 

Os santos sempre lutaram contra o amor-próprio e falam dele com um grande inimigo a ser vencido todo o tempo, pois ele é imbuido de vaidade e de centralização em si, que escraviza em vez de libertar. Batalha sem fim! Quem eu sou para ti, Senhor? Como tu me amas ensina-me a me amar e a me respeitar pois começando em mim terei condições de fazer o mesmo com os outros, com cada outro que tu me apresentares.

O lindo da festa de hoje, entre tantas graças, é lembrarmos que porque Jesus subiu aos Céus, nós nos tornamos o Seu corpo visível neste mundo! Somos Jesus para o mundo! E em nós e através de nós Jesus pode ser tocado, encontrado, se torna visível. Claro que tem a dimensão sacramental eucarística, mistério dos mistérios, o Corpo do Senhor que recebemos a cada celebração eucarística, mas por causa do Corpo do Senhor nos tornamos Corpo do Senhor! Dá pra entender? É grande demais mas a alma entende! O maior, que é Deus, transfigura o menor que somos nós, fazendo-nos iguais a Ele. 

Grande é a nossa dignidade, grande é o nosso valor, por isso podemos nos amar e nos respeitar. E que nestes nove dias unidos em oração com Nossa Senhora, possamos pedir que o Senhor novamente derrame o Seu Espírito sobre nós para que Sua obra nova aconteça mais profunda em nossa existência, e transborde de nossas vidas como testemunho feliz e corajoso. Deus nos ama! Ele é amor!

Nenhum comentário: