quinta-feira, 24 de julho de 2008

Mais festa! Quem é que aguenta?

Só para dar continuidade ao assunto de ontem, pois as meninas aqui de casa voltaram entusiasmadas, um pouco mais sobre o jantar do casamento! A festa continuava sendo da noiva, e da família dela, só que ontem o noivo foi trazido nos braços pelos amigos e familiares, em determinado momento, já da metade para o fim, depois do jantar, para dançar com a noiva em frente de todos, selando assim, mais um passo do compromisso. Nesta hora que o noivo chega, ela veste uma roupa de beduína (?!), só com os olhos de fora, disseram que linda, preta bordada de vermelho, com um véu lindíssimo até a cintura. Até então ela estava vestida de noiva e em meio à roda dançava para todos e em frente a todos aquelas melodias bem árabes, que para os nossos ouvidos ocidentais, soam muito estranhas. O vestido de noiva será usado novamente amanhã, 6a feira, na cerimônia religiosa, que é a mais discreta e que acontece na casa do noivo. Também aqui o noivo não deve ver a noiva de vestido branco antes da hora. Além de dançarem juntos, há um segundo ritual que sela a união do casal e que gera a maior choradeira na própria noiva, mãe, irmãs, avó, toda a parentela: uma determinada pessoa unge as palmas da mãos da noiva com henna e ela dança perante todos mostrando as mãos, como sinal que daquele momento em diante ela está marcada para ir para a outra família e romper com a sua. Isso é simbólico e significativo porque quem traz a bandeja com a henna a ser aplicada, selando a noiva, são os amigos e parentes do noivo no mesmo momento que o trazem no colo. Eu estou contando todos estes detalhes do jeitinho com que me contaram...não sei se a gente, que não é parente e é cristão, poderá participar do ato religioso final, mas eu prometo que conto depois, mais ainda que a tecnologia também beneficia estas tradições centenárias árabes: tudo foi e será filmado!
Ao pensar e relatar esta semana de casamento, o tempo de noivado que o precedeu, e todas as características da cultura árabe e palestina que permeiam as religiões daqui, fico pensando na fé de Nossa Senhora e no amor de S.José. Que pureza de corações e que retidão diante do Deus de Abraão! Engravidar antes... que loucura! A fuga dele para protegê-la, pelo menos um pouco...! E a soberana vontade do Senhor que decidiu que aquele dia e aquela hora era a plenitude dos tempos e não no mês seguinte, como a gente, em nossa pouquíssima confiança, tantas vezes sofre, quando os nossos tempos não combinam com os tempos de Deus. E a vontade dele para nós e o que Ele faz e o quando faz, sempre correspondem à plenitude dos tempos para a nossa vida! Fácil falar e nem tanto viver, mas não deixa de ser fantástico!
Que o Senhor nos sustente a fé e o amor, e nos ensine a viver a confiança e o abandono, descomplicando a vida. Que Ele nos ensine a viver intensamente cada hoje interior e exterior que temos para viver, assim como Maria e José, abandonando o passado e o futuro nas mãos daquele que é Senhor e soberano, e que tudo disporá para o nosso bem, porque nos ama!
E para terminar, com essa história toda, acabei descobrindo que é facílimo encontrar henna aqui, de ótima qualidade, para tingir os cabelos. Já vou fazer esta experiência no próximo sábado, lembrando dos meus anos em SP, com os cabelos brancos cobertos de henna vermelha! Ficava tão lindo que muita gente pensava que eu fazia luzes! Sem dúvida é uma 'lambrequeira' só na hora de aplicar, mas o resultado... se der certo eu prometo uma foto! Fui! Shalom!

Nenhum comentário: