quarta-feira, 9 de julho de 2008

Parabéns e breves notícias

Hoje falei rapidamente com o João, que faz nove anos e sempre fico contente com a possibilidade de falar com os de casa. No domingo foi a mamãe e o Bill e os demais sobrinhos cearenses. Amo-te! Adoro-te! Nossa senha, foi usada. Desde ontem, segunda, o trabalho começou firme com o bispo, e a tensão subiu às alturas. Não por ele, que é tranqüilo e, como eu disse, não mete medo, mas toda a circunstância, a cúria, os processos, as línguas, as pessoas, tudo, absolutamente tudo é novo e exigente. Ontem caí em mim que não estou de férias e que não vou voltar para casa. Estou mexida e tem horas que me bate uma saudade aterradora, não sei nem bem de que, nem de quem. São emoções fortes e lembranças boas e ruins. O que é mesmo que eu estou fazendo aqui? Por quem e para que. Passei o dia buscando as raízes em mim para estas perguntas que remetessem àquilo que já é rocha de Deus em mim. Sua face. Sua Palavra. Seu amor. Sua verdade em mim. Novamente foi sua palavra que me sustentou e pacificou, e melhor ainda, a palavra da liturgia latina (que alegria!) em francês que se celebra nas casas de umas irmãzinhas libanesas - francesas que moram aqui perto, e que são verdadeiro consolo e bálsamo. Ele me pediu tudo e só agora eu me vejo tomando consciência da nova vida que estou levando. A comunidade ontem e hoje me salvou porque ela, nos seus membros, meus irmãos, me obriga a sair de mim, a trabalhar, a brincar, a servir. No entanto não quero viver de aparências. Na hora certa, fazer-me ver nas minhas saudades e inseguranças, como gente, como todo mundo. O que mais quero é poder olhar para dentro de mim mesma e sentir-me livre e segura de que sou isso hoje, abracei livremente esta missão e que ela corresponde exatamente àquilo que o Pai quis para mim quando me desejou e criou. Eu sei que estou nesta estrada de retorno para o Pai e com Ele já convivo, mas como o filho pródigo, o mais difícil e o que mais leva tempo é tirar o mundo, a idolatria de pessoas e coisas - e da própria vontade e fantasias a próprio respeito - de dentro do coração. É querer e deixar-se quebrantar para que as pedras do coração se transformem em carne viva capaz de amar. É comecei a sofrer... bendito seja Deus! Estou saindo das nuvens e isso é bom. A vida é maravilhosa, inclusive nas missões, porque pressupõe dias também sombrios. Este foi um deles. Que ninguém se preocupe, só rezem por mim.
Até amanhã quando darei mais notícias, tanto do Centro de Evangelização Shalom, Casa da Paz, que será inaugurado bem no dia 9 quando se encerra o Ano Jubilar e também sobre as conversas com o Abuna Elias.
Beijo e saudades, lágrimas e muitas orações. Sempre a esperança, sempre o amor do Senhor que está junto e perto e faz a sua obra por inteiro. Amém. Espero amanhã estar mais lightezinha. I love all of you. Ena

2 comentários:

Clara Arreguy disse...

Li para mim e para Mamãe seu post de hoje e ficamos comovidas com suas palavras. Mamãe percebe que, apesar das dificuldades, você está feliz, que "acertou na loteria do céu", nas palavras dela. Eu voltei ontem da minha viagem, vou ficar aqui em BH uns dias com ela e volto a BSB só domingo. Querida, muita força em sua missão, muita paz e muita saúde. Te amamos!
Clara e Tia Nini

Anônimo disse...

Oi Elena, estive meio ausente do seu contato e hoje vi que você está em missão, parabens pela garra e energia, Deus te abençoe e te dê forças sempre que elas parecerem enfraquecer, sempre penso em você com muita admiração e espero que possamos nos encontrar qualquer dia, nossas oportunidades não aconteceram mas certamente acontecerá esse dia. É madrugada e eu não dormi, só pensando na vida, e quando vi seu post me tranquilizei, obrigada querida, mesmo distante você me conforta. Beijos carinhosos. Maria